Alexis Pagliarini
A escolha de espaços para eventos

A escolha de espaços para eventos é sempre um ponto-chave para o sucesso da atividade. Dependendo da característica do evento, às vezes privilegia-se a localização, em outras a estrutura, a sofisticação, o inusitado… De uns tempos para cá, os espaços vêm sendo objeto de um novo tipo de avaliação: política ESG. Tenho conhecimento de que grandes empresas – principalmente as multinacionais – já incluem no site inspection a questão ESG para decidir a escolha de espaços para seus eventos. Faz sentido! De nada adianta a empresa ter uma política interna em compliance com as melhores práticas se o local não pratica respeito socioambiental e governança ética.
Ao longo deste ano, fiz apresentações sobre o Cannes Lions Festival por diversas cidades do Brasil. Tenho feito a cobertura do evento por anos e acabei me tornando um especialista no maior festival de criatividade do mundo, onde fui palestrante em duas edições. O Cannes Lions Roadshow acontece há vários anos, em parceria com o sistema Sinapro Fenapro. Este ano, o roadshow envolveu 6 cidades. Foi interessante observar a escolha dos espaços pelos Sinapros locais. Realizei palestras em espaços governamentais, em cinema, em auditório de universidade, em hotéis, em casa de shows (Hard Rock Café) e em teatro. Em anos anteriores, cheguei a fazer apresentações até em estádios de futebol. Isso enriquece o roadshow: em cada local, uma experiência diferente, criativa.
Ao longo da minha trajetória profissional, organizei centenas de eventos e tenho um mix de lembranças. Fiz evento em circo, em hangar de aeroporto, em ambientes externos de hotéis (torcendo para não chover)… Quanto mais ousada a opção, maior o risco. No final, sempre vale a pena. Quando for escolher o local do seu próximo evento, pense na multiplicidade de opções existentes, mas pense também na política ESG de cada um deles. Coloque mais esta variável para definir sua escolha!
Alexis Pagliarini
Equilíbrio entre high tech e high touch

Por Alexis Pagliarini
No mês passado, estive mais uma vez na minha querida Bahia, onde atuei como curador e palestrante no ENAPRO – Encontro das Agências de Propaganda. O evento, organizado pelo Sinapro Bahia, atraiu mais de 300 participantes para dois dias de conteúdo intenso, embaixo do guarda-chuva temático De Humanos para Humanos. A mim coube, além da curadoria do evento, realizar a palestra de abertura – O Fator Humano – e uma apresentação sobre o Cannes Lions Festival 2025 tendências, insights e cases vencedores. Como não poderia deixar de ser, a IA esteve presente em diversas palestras. Mas, como contraponto, o conteúdo esteve recheado de valores humanos também.
Quero então dividir com vocês minhas impressões pós-evento. Antes de mais nada, impressiona a velocidade com que as agências e as empresas, em geral, estão se alinhando à IA, para otimizar sua operação. Enquanto as big techs e os mega players internacionais apostam uma corrida desenfreada para liderar o processo, as empresas vão adotando o que já existe com rapidez e eficácia. Vimos apresentações impressionantes de Eco Moliterno e Lucas Reis, demonstrando a aplicação da IA das mais diferentes formas. Apresentações com um conteúdo de nos deixar boquiabertos com a evolução da IA em tão pouco tempo.
Por outro lado, vimos apresentações igualmente ricas fazendo o contraponto do fator humano no processo. Nina Campos nos emociona com sua humana e divertida apresentação, Ju Monte também fez uma rica apresentação nesse sentido, além de Lucas Freire, com sua sensacional apresentação musical. E para fechar o evento, Hugo Rodrigues colocou no seu caldeirão todos esses ingredientes, nos passando sua visão madura e experiente sobre o papel de cada um de nós no meio disso tudo.
Tenho certeza de que o evento – e seu rico conteúdo – ficará na memória dos publicitários e players da indústria criativa presentes. No meio daquele ambiente high tech, tivemos momentos high touch, com emocionantes apresentações de corais ligados a instituições beneficentes da Bahia. Um deles, envolvendo jovens da comunidade da Paz, de Salvador, me levou às lágrimas. Ver a performance de jovens carentes com tanta qualidade é realmente tocante. E é isso que quero destacar neste meu texto: a importância do fator humano nessa panaceia que se tornou a IA. Máquinas não se emocionam. Máquinas não são intuitivas, não têm o tal sexto sentido. Elas só fazem o que comandamos. E a IA trouxe um nível de agilidade e precisão nessa elaboração de textos, imagens, vídeos, fórmulas, processos e gestão de informação como nunca tivemos. É ridículo resistir a esse tsunami tecnológico. Assim como outras ferramentas que surgiram ao longo do tempo, devemos entende-las e usá-las da melhor maneira possível, sob o risco de perder produtividade para concorrentes que já o fazem.
Dias depois da Bahia, fui para Natal/ RN, para outro evento: o Midia Talks, organizado pela MidiaCom RN e o Sinapro RN. E, além das principais emissoras de televisão e rádio, Rapha Borges, founder da Tiger.ai, e eu compusemos o conteúdo do evento, voltado ao trade de comunicação do RN. Eu apresentei o Cannes Lions Roadshow e Raphaconduziu a apresentação CrIAtividade para Humanos. Ops! Olha os humanos aí outra vez. E o Rapha deu um banho de conhecimento sobre o uso da criatividade em tempos de IA. A sua recém criada Tiger tem uma proposta de uso de IA absolutamente disruptiva, com o uso de agentes em todas as etapas do processo de desenvolvimento de campanhas e ações de comunicação.
Impressionante! Mas lá estava o fator humano! Rapha minimiza o poder da IA. “É apenas mais uma ferramenta”, diz. Uma ferramenta poderosa e disruptiva, sim. Mas à disposição de humanos. Humanos que atuam como curadores de todo o processo criativo. Deixando a máquina fazer o trabalho pesado da execução. Não devemos temer essa evolução, mas tirar o máximo proveito dela, sem perder o nosso lado humano.
Alexis Pagliarini
O mundo VUCA do live marketing e eventos

Por Alexis Pagliarini
O conceito de VUCA — que descreve a Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade do mundo atual — ganhou notória relevância no cenário político e econômico global. Se, em um contexto macro, ele orienta a resiliência estratégica de empresas frente a instabilidades, no mercado de Live Marketing e Eventos, o VUCA se manifesta de forma visceral, especialmente ao observarmos as rápidas e radicais mudanças nos formatos de entrega.
A pandemia de COVID-19 serviu como um acelerador brutal de tendências, introduzindo e massificando os eventos virtuais e, posteriormente, os híbridos. Vimos a criação acelerada de plataformas e o boom de empresas de tecnologia dedicadas a esse novo formato. Contudo, em um movimento que capta perfeitamente a essência da Volatilidade e da Incerteza do VUCA, a retomada do “normal” desvendou um apego inegável e a maior relevância dos encontros presenciais.
Essa dinâmica reflete os componentes do acrônimo:
A Bússola do Pragmatismo e Visão de Longo Prazo
Para navegar neste cenário VUCA do Live Marketing, as empresas de eventos e agências de comunicação devem adotar uma abordagem pragmática e de visão de longo prazo, buscando a Resiliência Estratégica e a Inovação Sustentável:
No mundo VUCA, o sucesso no mercado de eventos reside na capacidade de aceitar que a única constante é a mudança. Sobreviver e crescer exigirá não apenas ética e foco no cliente, mas também uma agilidade contínua para pivotar entre formatos, garantindo que o evento continue sendo uma ferramenta estratégica poderosa e um campo vasto para a geração de novos negócios.








