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Alexis Pagliarini

Eventos mais sustentáveis em 2025

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Por Alexis Pagliarini

A vitória de Donald Trump nas eleições americanas pode dar a falsa impressão de que o negacionismo da crise climática e o desprezo às causas sociais podem atrapalhar a evolução do capitalismo consciente e da aplicação dos princípios ESG. De fato, é sabido que Trump – e seus simpatizantes – veem as questões ambientais, sociais e mesmo de governança com um viés de certa negação. Tanto é que, no seu mandato anterior, Trump negou-se a ratificar a participação dos EUA no Acordo de Paris, desdenhando as metas de redução de emissão de carbono.

Pela importância dos EUA, alguns podem temer um retrocesso nos processos de alinhamento ESG. No âmbito das empresas, porém, o tema ESG já está bastante maduro, com a incorporação efetiva de uma agenda mais sustentável na administração de negócios. Até porque, comprovadamente, empresas com maior maturidade ESG estão lucrando mais, conquistando a simpatia do mercado, garantindo melhor reputação e consequente longevidade. O mundo empresarial nem sempre leva em conta uma posição governamental, estabelecendo agenda própria, com pragmatismo e foco na eficiência.

Há de se considerar ainda o efeito Geração Z, que se mostra muito mais crítica à atitude das empresas em relação ao respeito socioambiental e governança ética. Os jovens preferem até ganhar um pouco menos, mas trabalhar em empresas respeitosas e mais sensíveis. O mesmo se passa na escolha de produtos: muitos preferem comprar itens produzidos por empresas conscientes.

Pensando especificamente nos eventos, é notável como a pauta ESG está mais presente. As empresas conscientes querem realizar seus eventos em locais que demonstrem um alinhamento aos critérios ESG, além de exigir das agências organizadoras e demais fornecedores um planejamento em compliance com as melhores práticas. As primeiras pedras já foram tocadas e o efeito dominó é inevitável: todos os stakeholders deverão ser, mais dia, menos dia, cobrados por um alinhamento ESG. Ano que vem é o ano da COP 30, a ser sediada no Brasil. Espera-se que a pauta ambiental esteja mais presente em todos os setores da economia. E os eventos não ficarão de fora. Preparemo-nos todos para efetivar eventos mais sustentáveis em 2025!

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Alexis Pagliarini

ESG em Eventos: Uma pesquisa

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Nos dias 4 e 5 de junho deste ano aconteceu mais uma Feira EBS e o Congresso MICE Brasil. E eu estive lá mais uma vez, participando do conteúdo do congresso. O evento se propõe a fazer um update do setor conhecido pela sigla MICE (Meetings, Incentive, Conferences & Exhibitions). A nós, da ESG4, coube realizar uma pesquisa junto a hotéis e provedores de serviços de eventos para entender o nível de maturidade dos critérios ESG neste importante setor. A pesquisa foi realizada com o apoio do Grupo R1 e da EBS.

Feita a pesquisa previamente, aproveitamos o próprio evento para apresentar e discutir resultados num painel, moderado por mim, que contou com a presença de líderes do setor: Raffaelle Cecere, CEO do Grupo R1 e membro do conselho do SPC&VB; Paulo Ventura, Diretor do Expo Center Norte e presidente da UBRAFE; e Leandro Pimenta, CEO da tg.mob e host do podcast Narrativa Cast. Divido então com você os resultados da pesquisa, tendo como foco o setor de eventos.

Antes de mais nada, procurei traçar a evolução geral de ESG e identifico 3 estágios bem claros. O primeiro deles é o que eu chamo de Fase Inicial. Apesar do conceito ESG não ser tão novo, ele pegou tração há uns 5 anos, quando o setor financeiro e a sociedade, de uma maneira geral, começaram a cobrar uma atitude mais responsável e transparente por parte das empresas, em relação ao respeito socioambiental e a governança ética. Nesta fase inicial, que ainda é realidade para muitas empresas, vimos a sigla ganhar grande visibilidade e ter o seu momento hype, principalmente nos últimos 3 anos. Houve uma busca de entendimento dos princípios e critérios ESG, uma atitude reativa às demandaspontuais, ações sociais isoladas e uma curiosidade geral, com o despertar de umaatenção aos riscos de imagem.

Passada esta primeira fase, percebemos um momento de Transição. Esta fase de transição é marcada por uma movimentação das empresas mais conscientes na realização de diagnóstico para entender seu nível de engajamento e os gaps existentes. Nesta fase, os colaboradores são envolvidos, gerando discussões internas sobre possíveis ações concretas. São aplicadas ações pontuais de uso racional de água e energia e as empresas buscam uma primeira visão de DE&I (diversidade, equidade e inclusão) na sua estrutura de pessoal. E, finalmente, estamos alcançando uma fase mais madura, que eu chamo de ESG 2.0. Repito a ressalva de que esta fase de maior maturidade não é observada de uma maneira ampla entre as empresas, mas já é presente naquelas corporações mais suscetíveis ao escrutínio social e que precisam se apresentar ao mercado de forma mais consciente e responsável.  ESG 2.0 é fase que marca a incorporação dos critérios ESG na gestão estratégica das empresas. É quando a empresa se preocupa em identificar o impacto nos ODS em todas as suas ações. É quando há gestão e monitoramento de água, energia, resíduos e CO2.

Nesta fase, busca-se a interação e engajamento de stakeholders para melhoria. Adotam-se programas de ações afirmativas para DE&I, procurando espelhar na empresa a diversidade presente no perfil Brasil. É quando começa a acontecer a adoção de métricas e a busca por certificações. E o que a pesquisa demonstrou é que, apesar do ruído gerado pelo governo dos EUA, desdenhando ESG, as empresas atribuem grande valor à aplicação dos seus critérios. Analisando a pesquisa, vemos que, para a maioria, o tema ESG já é fundamental e faz parte da estratégia. Para mais de 86% dos entrevistados do setor de eventos, é sensível o aumento de preocupação com ESG na organização de eventos. Os resultados da pesquisa nos fazem acreditar numa fase mais sólida e consistente das práticas ESG também nos eventos.

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Alexis Pagliarini

ESG 2.0: Eventos mais conscientes, estratégicos e alinhados com o futuro

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Por Alexis Pagliarini

Muito se fala em ESG no mundo corporativo, e cada vez mais também no setor de eventos. Mas, no atual momento de amadurecimento do tema, não basta mais dizer que se preocupa com sustentabilidade ou que fez uma ação pontual de responsabilidade social. A nova fase, que chamamos de ESG 2.0, exige que esses princípios estejam incorporados ao próprio DNA do evento — desde o planejamento até a desmontagem.

ESG 2.0 aplicado a eventos: o que muda na prática

A diferença entre ESG 1.0 e 2.0 é essencialmente a profundidade e a intencionalidade. Se na fase inicial falávamos em “ações ESG”, agora falamos em eventos pensados com lógica ESG desde a origem. Isso envolve:

1. Meio Ambiente: da pegada de carbono ao fim do resíduo

Pegada de CO₂: Compensar emissões, sim, mas eventos ESG 2.0 vão além: avaliam o impacto da mobilidade de participantes e fornecedores desde o início, buscando reduzir o impacto antes de compensar.
Cenografia e estandes: A busca agora é por uma solução com o mínimo de resíduo possível. Avalia-se também o ciclo de vida dos materiais usados. Há um movimento para reutilização de estruturas, uso de materiais recicláveis e desmontagem responsável.
Gestão de resíduos: Planejamento prévio para minimizar lixo, com ações concretas para reciclagem, compostagem e logística reversa. Eliminar embalagens de uso único, como garrafas de água em plástico descartável.

2. Social: inclusão real, dentro e fora dos palcos

Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I): A presença de diversidade nos palcos, nos painéis e na comunicação já é esperada. No ESG 2.0, espera-se também diversidade na equipe de produção, nos fornecedores e no atendimento ao público.
Acessibilidade: Mais do que rampas ou tradução em libras, trata-se de desenhar o evento com uma visão universal, respeitosa e empática. Eventos precisam ser realmente inclusivos para PCDs, desde o site de inscrição até os banheiros do local.
Impacto social local: Considerar formas de gerar renda ou valor social para a comunidade local, seja por contratação de mão de obra, inclusão de empreendedores locais ou parcerias com ONGs.

3. Governança: respeito, contratos e transparência

Relações formalizadas: ESG 2.0 exige ética nas relações comerciais, com contratos claros e práticas justas com fornecedores, artistas, prestadores de serviço e patrocinadores.
Compliance e prestação de contas: A governança nos eventos inclui desde seleção ética de fornecedores até a transparência com patrocinadores e respeito aos compromissos firmados com o público.
Segurança e bem-estar: Governança também é cuidar da integridade física, emocional e psicológica de todos os envolvidos.

Do evento ao legado

Eventos são, por natureza, efêmeros. Mas um evento bem planejado com critérios ESG 2.0 deixa um legado duradouro. Seja por gerar impacto positivo na comunidade, inspirar mudanças em marcas participantes ou educar o público, o evento torna-se um agente de transformação.

Conclusão

Incorporar ESG 2.0 à organização de eventos não é mais uma questão de escolha, mas de atualização e responsabilidade. Empresas, marcas e organizadores que realmente desejam se destacar e se manter relevantes precisam ir além do discurso. Precisam integrar o ESG à espinha dorsal de cada evento, entendendo que fazer o certo não é apenas ético — é estratégico.

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