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Luiz Goes: Consciência e oportunismo do consumidor brasileiro – reflexões sobre o sampling

Publicado

em

Por Luiz Goes*

Existe um fenômeno que cerca a realidade do consumidor brasileiro e que une o oportunismo com a consciência no que diz respeito à forma de avaliar um produto ou um serviço e assim colocá-lo no seu rol de possibilidades de compra. Estamos falando da distribuição de amostras grátis junto ao universo potencial de compradores.

Pelo lado oportunista aparece a vertente de uma população que aprendeu, crise após crise, a sempre controlar, na medida do possível, seus gastos. Assim sendo, ter a oportunidade de acessar algum bem sem ter que desembolsar nada soa extremamente atraente. Por outro lado, aparece a consciência que leva o consumidor a se sentir atraído pela possibilidade de testar o produto antes de comprá-lo e, assim, valorizar ainda mais a sua compra futura. Falamos de amostra grátis de shampoo, perfumes e chás, mas também falamos de test-drives em carros ou, então, de apartamentos decorados no stand de venda, esta uma quase exclusividade brasileira.

Adicione-se a estes pontos o fato daquele que recebe sentir-se agraciado pela marca ou pelo canal através do qual recebe a amostra grátis, reforçando assim a componente emoção presente na jornada de compra do consumidor. Receber uma amostra grátis é, portanto, um benefício medido no bolso, na razão e na emoção e que conduzem a uma maior segurança do consumidor em adquirir um bem com o qual ele já estabeleceu algum tipo de vínculo mais forte do que tê-lo visto na gôndola ou na tela do e-commerce.

A Lytics, empresa de Inteligência de Mercado, tem desenvolvido uma série de pesquisas junto a públicos que recebem algum tipo de produto em estabelecimentos que costumam frequentar apontando que em um universo de consumidores que receberam amostras diversas para testar, em sua maioria levando-as para casa, 91% consideram que este fato os incentivou a comprar o produto posteriormente ao teste. Por outro lado, quando perguntados sobre a melhor forma para uma empresa divulgar um produto, 22% citam a TV aberta, 16% Conteúdo na Internet, 1% Revistas, enquanto 60% mencionaram a distribuição de amostras grátis.

Outro ponto interessante é que o consumidor brasileiro gosta de levar o produto para testar ou provar na hora que mais lhe convier e nem sempre está aberto a experimentação no ponto de venda que é o modelo mais usual, tal como a degustação em supermercados, por sinal uma ação geralmente bastante cara e onerosa nas campanhas bancadas pelas indústrias.

Para os produtos levados para casa, o índice de pessoas que efetivamente os testam ou os provam é sempre superior a 85% e o compartilhamento com outras pessoas é, em geral, na casa de 50%, amplificando a disseminação de cada amostra. Além disso, a compra dos produtos testados logo na primeira semana após o teste, em especial os alimentícios, tem girado ao redor de 10% daqueles que receberam a amostra, com forte tendência de crescimento nas semanas seguintes, ou seja, na hora da reposição da categoria.

Os números apenas atestam a percepção de que o brasileiro tem esta peculiaridade nos hábitos de consumo, reforçando assim a recomendação para que as empresas invistam na divulgação e na consolidação de suas marcas e produtos através da distribuição de amostras grátis em diversos pontos de contato com o consumidor e não apenas naqueles já tradicionais. Vale dizer que, receber um alimento para degustar em um supermercado é algo totalmente previsível, porém dificilmente alguém se lembra qual produto provou pela última vez neste tipo de estabelecimento. Por outro lado, por exemplo, receber um iogurte à saída de uma academia de ginástica ou então um pão de mel ao deixar uma loja de departamentos é algo inusitado e faz com que, certamente, a memória seja impactada de forma mais relevante e fixe mais intensamente este produto e a marca na mente do consumidor.

Em resumo, a aquisição de consumidores para uma marca está cada vez mais difícil e cara, o que tem levado a profundas discussões nos ambientes do Marketing das empresas. Compreender que a experiência prévia e real do consumidor com um produto fortalece sobremaneira a possibilidade de conversão de vendas é algo que deve ser observado com muita atenção quando o assunto for, principalmente: divulgar uma nova marca, categoria ou produto; aumentar share de mercado ou então fortalecer novos posicionamentos. Vale a reflexão.

*Luiz Goes é sócio-fundador da Lytics – Gestão da Informação e parceiro da Samplify.

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IAs do Live Marketing

Publicado

em

*Fabio Pacheco

O mercado de live marketing passa por constantes transformações e, para se destacar, é preciso ir além de contar histórias: é necessário criar experiências em que as pessoas são protagonistas, gerando emoções e conexões genuínas. Essa é a essência do “storyloving”, um conceito inovador que promete transformar a forma como marcas e consumidores se conecta.

O storytelling serviu como base para o marketing, mas com a evolução tecnológica e as novas expectativas do consumidor, foi preciso avançar. Hoje, não basta contar histórias: é essencial que o público viva e sinta as narrativas. O storyliving já impulsionou o engajamento ao colocar o consumidor no centro da ação, e esse conceito vai além ao criar laços emocionais duradouros. Nesse novo formato, as marcas devem focar em experiências que deixem memórias significativas, proporcionando ao público uma verdadeira sensação de pertencimento.

No storyloving, o foco está em conectar emocionalmente o público, criando experiências que gerem sentimentos e conexões genuínas. Ao oferecer uma vivência que ultrapassa o nível racional, o objetivo é gerar uma memória emocional que se transforma em um vínculo duradouro. Experiências memoráveis – sejam elas eventos, ativações ou lançamentos – reforçam o propósito e o pertencimento, criando laços emocionais com consumidores. Esse tipo de conexão transforma o produto ou serviço em parte essencial da jornada pessoal de cada cliente.

A fórmula é IA + IA: Inteligência Artificial somada à Inteligência com Afeto – Inteligência Artificial (IA) é uma ferramenta poderosa que otimiza processos e analisa dados em grande escala. No entanto, o verdadeiro valor surge quando a IA se alinha com a inteligência humana, proporcionando interações que incluem afeto e empatia. A tecnologia oferece insights que orientam a personalização e permitem que as marcas mantenham o toque humano, criando um equilíbrio que atrai e fideliza clientes.

A inovação constante, entretanto, demanda um ecossistema robusto e colaborativo. A criação de um ambiente que una diferentes expertises permite desenvolver soluções integradas, do planejamento à execução final, com eficiência e criatividade. Um ecossistema focado em soluções criativas facilita a personalização de experiências para cada cliente, atendendo necessidades de forma estratégica e inovadora.

Ou seja: o foco é sempre nas pessoas. O storyloving coloca as pessoas no centro, integrando tecnologia, criatividade e valores sociais. Essa abordagem destaca o compromisso com os princípios ESG e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, promovendo impacto social e ambiental positivo. Projetos alinhados com esses valores – como exposições que sensibilizam sobre temas ambientais ou ações em prol da sustentabilidade – engajam o público em causas significativas, criando uma ponte entre a experiência do consumidor e a responsabilidade social.

Mais do que storytelling, é preciso inovar e gerar resultados. Ao adotar o storyloving, as marcas não apenas contam histórias, mas constroem narrativas significativas que transformam experiências em legados duradouros. Essa nova perspectiva no live marketing conecta, engaja e traz ao consumidor um envolvimento profundo e verdadeiro.

*Fabio Pacheco – Diretor de estratégia criativa da Netza&CO

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Marketing de incentivo: como ele ajuda na satisfação dos colaboradores?

Publicado

em

*Marilyn Hahn

A satisfação dos colaboradores é um fator primordial para o sucesso de qualquer organização. Na atual conjuntura do mercado, na qual a demanda por qualidade e personalização está em alta, as empresas precisam estar atentas às novas tendências em benefícios corporativos para manter seus funcionários motivados e producentes.

De acordo com um estudo da Universidade de Oxford, funcionários felizes e satisfeitos são 13% mais produtivos. Portanto, uma abordagem de endomarketing que inclua o marketing de incentivo pode ter um impacto relevante nos resultados do negócio e se tornar uma vantagem competitiva. Essa estratégia envolve a utilização de soluções especializadas que oferecem incentivos e premiações customizados, sem a necessidade de uma equipe dedicada exclusivamente a essa função.

O principal objetivo dessas medidas é melhorar a experiência dos colaboradores, estimulando-os a alcançar melhores resultados e promovendo uma jornada profissional positiva. Reconhecer o valor do time é essencial para garantir o engajamento e fortalecer as relações no ambiente de trabalho.

Colaboradores que recebem incentivos personalizados, como pontos acumulados, cartões pré-pagos e gift cards, tendem a se sentir mais valorizados, o que não só aumenta o comprometimento, mas também fortalece a cultura organizacional e promove maior produtividade. Além disso, utilizar cartões pré-pagos como forma de incentivo ajuda a minimizar complicações legais, já que eles não são considerados uma segunda linha de remuneração. Isso facilita a gestão de benefícios e reduz preocupações com questões trabalhistas.

Um ambiente de trabalho onde os times se sentem motivados e engajados contribui para a construção de uma marca empregadora forte. Isso favorece a retenção de talentos e diminui a rotatividade de funcionários, criando um clima organizacional positivo e produtivo.

Portanto, investir em benefícios e incentivos é mais do que uma tendência, é uma necessidade para empresas que desejam se destacar no mercado e garantir a satisfação dos seus colaboradores. O tempo é agora.

*Marilyn Hahn – CRO e cofundadora do Bankly.

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