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André Romero – Indústria e varejo: como uma pode alavancar os negócios da outra?

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em

Todos querem vender mais. Porém, ao contrário do que se pensa, nem sempre é necessário realizar grandes investimentos para ampliar as vendas. Por vezes, a verdadeira chave para potencializar as negociações é se utilizar de relações e informações que já estão disponíveis. Normalmente, vemos a indústria tratando o varejo como um cliente e não como um parceiro estratégico. O mesmo acontece do lado do varejo, que acha que a indústria é obrigada a lhe dar descontos em função de seu volume de compra.

Na verdade, essa relação pode ser muito mais proveitosa se ambos entenderem que precisam construir suas estratégias de vendas juntos. A indústria, quando desenvolve seus produtos, pesquisa e planeja o seu público alvo. Mas, se não transmitir o seu conhecimento ao varejo, corre o risco de ter seus produtos colocados nas seções inadequadas. O varejista precisa conhecer de perto os planos para cada produto. Da mesma forma, quando estão nas gôndolas do varejo, muitos comportamentos do consumidor podem ser observados. Ali, novas oportunidades são identificadas, gerando informações tão ricas que podem inclusive mudar o posicionamento de marca de alguns produtos.

Um exemplo clássico abordado no livro “O Poder do Hábito” é o dos neutralizadores de ambientes. Originalmente, o produto foi desenvolvido para reduzir os maus odores causados por cigarros, animais de estimação, entre outros. No entanto, ao colocar o produto no varejo, os profissionais identificaram que as pessoas não admitiam tais problemas. Então, o produto foi reposicionado a fim de disseminar aromas agradáveis após a limpeza. Só então as vendas decolaram. O caso demonstra a importância dessa relação e principalmente da troca de informações entre esses dois importantes players.

Posicionar um produto em uma gôndola, não é simples, depende de vários fatores e, talvez o mais importante deles, seja a gestão de categorias. É através dele que se tem a noção de onde colocar um produto que tem maior giro, que tem maior margem de lucro, ou que torne mais agradável a jornada de compra. Pensar esse posicionamento, geralmente, é tarefa do varejo. Mas, deveria ser uma construção conjunta com a indústria, já que ela estuda a fundo seu produto e seus compradores. Quando há troca dessas informações, é possível pensar em um posicionamento, ações promocionais e comunicação que favoreça a venda para todos.

No entanto, as relações costumam ser apenas comerciais. A indústria se preocupa em realizar um bom sell in (venda da indústria para o varejo), quando deveria se preocupar também com o sell out (venda do varejo para o cliente final). Esse olhar amplo permite pensar em melhores características para os produtos (embalagem, formato, quantidade por caixa, etc.) que favoreçam o PDV. Inclusive, aqui cabe destacar também a importância de a indústria buscar agências de comunicação que entendam de varejo. Caso contrário, correm o risco de desperdiçar investimentos em ações que inadequadas.

Outra estratégia interessante que ganha com essa troca informações é o cross merchandising, onde o varejo observa a relação entre produtos no comportamento de compra, fazendo com que uma venda influencie a outra. A famosa venda agregada ocorre assim. Há uma relação natural do pensamento do comprador que faz com que um produto influencie a venda do outro. O varejo passando essa informação à indústria consegue ajudar a criar ações dentro no PDV. A integração deve originar ainda estratégias de divulgação conjuntas, como promoções de determinadas marcas sendo colocadas nos tabloides do varejo.

Hoje, o cliente tem contatos prévios com o produto, antes mesmo de ir à loja, de forma mais intensa. É preciso construir uma lógica de compra que vá da casa do comprador até a gôndola, e essa interdependência entre indústria e varejo é a chave par explorar o que se tem de informação à disposição. Todas essas ações que ampliam a venda partem do diálogo entre essas duas partes, para entender melhor seu comprador. Só isso já garante resultados melhores, muito mais vendas e relações comerciais mais vantajosas para todos.

André Romero é diretor da Red Lemon Agency, agência especializada em comunicação, field marketing e ações promocionais.

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Por que a IA será a principal tecnologia de 2024?

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*Juan Pablo Ortega

A Inteligência Artificial é uma verdadeira tendência no mercado global e brasileiro, com companhias de diversos segmentos implementando-a em seus negócios e processos. Para se ter uma ideia, um estudo recente divulgado pela Microsoft e Edelman Comunicação mostra que 74% das micro, pequenas e médias empresas do Brasil já a utilizam em seus fluxos de trabalho, aumentando o investimento de 27%, em 2022, para 47%, em 2023.

Além disso, um outro levantamento, desta vez do  Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE) feito em cinco países, incluindo o Brasil, mostra que a IA será a principal tecnologia de 2024. Boa parte da razão por todo esse interesse por ela é a automação de diversas tarefas, fazendo com que times de empresas de diversos segmentos sejam mais eficientes e ágeis, com maior foco no core business.

Isso é o que mostrou um estudo feito no Brasil pela Access Partnership em parceria com a Amazon Web Services. De acordo com o levantamento, 97% de todos os empregadores do país pretendem utilizar a tecnologia até 2028, acreditando que a produtividade pode crescer 66% por meio dela. Além disso, 68% dos empregados veem a automatização de tarefas como o principal benefício.

O fato é que além dessa questão das tarefas, a Inteligência Artificial permite que empresas regionais alcancem uma atuação mais global. Isso porque a tecnologia elimina a barreira de linguagem. Então, por exemplo, um player da Colômbia que criou um negócio por lá não terá mais dificuldade em se comunicar com empresas ao redor do mundo, já que a tecnologia é capaz de se expressar em diferentes idiomas.

E um dos setores bastante beneficiados pela tecnologia é o de e-commerce. Estudo da Gartner aponta que o mercado global deve movimentar, até 2030, US$16,8 bilhões graças ao impulsionamento da Inteligência Artificial (IA) nesse setor. Aqui, vale destacar que o maior benefício se dá na parte de pagamentos, já que a ferramenta é capaz de identificar certos padrões e comportamento por usuário, como produtos usualmente adquiridos, valores das transações, localidade em que são feitas, métodos mais utilizados, etc.

Assim, a experiência do consumidor nessas plataformas tende a ser mais rica, pois a empresa consegue conhecer melhor quem está comprando seus produtos e, dessa forma, fazer ofertas mais assertivas, engajar mais clientes e converter mais vendas. Além disso, justamente por saber mais do perfil do usuário, a IA é efetiva no combate a fraudes, pois consegue detectar mais facilmente quando os padrões de transação de um certo consumidor estão fora do normal.

Contudo, uma das melhores funcionalidades da IA também pode ser seu maior desafio. Hoje em dia, as chamadas “deep fake” são uma verdadeira dor de cabeça tanto para consumidores quanto para as companhias, pois essa tecnologia consegue imitar o rosto e a voz de uma pessoa de forma muito convincente, o que acaba sendo o suficiente para um golpista se aproveitar disso para cometer os mais diversos crimes. Para se ter uma ideia, dados da consultoria Markets and Markets estimam que o investimento em soluções para detectar essas imagens fraudulentas deverá aumentar 41,6% anualmente nos próximos cinco anos. Além disso, o mesmo levantamento aponta que os custos com as ferramentas focadas neste propósito devem ir de US$ 600 milhões, em 2024, para US$ 4 bilhões até 2029.

Dessa maneira, mesmo com tamanhas vantagens, os players devem ficar atentos e pensar em soluções para mitigar esses riscos trazidos pela aplicação criminosa da Inteligência Artificial. Em relação às deep fakes, por exemplo, é importante seguir algumas dicas como conferir a qualidade do vídeo, verificar a sincronia labial com o que se está sendo dito e, em caso de desconfiança, fazer alguma pergunta específica em que somente o verdadeiro interlocutor saberia a resposta.

Além disso, claro, sempre contar com ferramentas tecnológicas capazes de aferir a identidade correta do usuário. Um bom exemplo desse tipo de solução é a tecnologia 3DS, protocolo de autenticação para transações com cartão que é constantemente atualizado pelas bandeiras. Por meio dela,  é exigido do possível comprador uma etapa adicional de verificação do via SMS ou validações via aplicativos dos bancos. Isso inibe as ações de golpistas e ainda envia um alerta para os bancos em casos muito suspeitos.

Podemos concluir que a IA é uma tecnologia que veio para ficar, representando o futuro dos negócios ao redor do mundo. Por mais que ainda tenha algumas falhas que necessitam de ajuste urgente, não é nada impossível de ser consertado ou que então invalide as outras vantagens trazidas. Precisamos ter sempre em mente que a tecnologia anda ao nosso lado, facilitando nossa vida e possibilitando que o mercado tenha melhores resultados.

*Juan Pablo Ortega – CEO e cofundador da Yuno

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IA Generativa, busca por voz e influenciadores: o que esperar do marketing de performance ?

Publicado

em

*Salomão Araújo

Estamos acompanhando grandes mudanças nas estratégias de marketing de performance e é preciso se preparar para o novo momento do mercado e das boas práticas do marketing digital. O segmento está se preparando para uma jornada transformadora, oferecendo às empresas novas oportunidades de crescimento e inovação. Estratégias baseadas em parcerias com produtores de conteúdo crescem cada vez mais, assim como a necessidade de identificar modelos de mídia mais eficazes e sinergias entre consumidores, afiliados, anunciantes e redes de mídia em setores e verticais em crescimento.

E o mercado já demonstra otimismo maior do que em 2023: levantamento realizado pela plataforma brasileira Influency.me revelou que 68% dos 300 participantes entre influenciadores, agências, assessores e marcas, pretendem aumentar o investimento em marketing de influência em 2024. Com a adoção acelerada de IA generativa, novas formas de impacto, engajamento e interatividade emergem no mercado, e a capacidade de antecipar e se adaptar a mudanças dinâmicas torna-se fundamental. Pesquisa da The Good Strategy fez um levantamento destacando alguns números importantes para o crescimento do segmento de afiliados, apontando que o valor global do mercado de afiliados foi estimado em US$ 16,2 bilhões até o terceiro trimestre de 2023 e que este mesmo mercado deverá atingir US$ 27,78 bilhões até 2027 e US$ 38,3 bilhões até 2030.

Considerando essas projeções e mudanças esperadas é preciso estar preparado para construção de estratégias assertivas para aproveitar a boa onda. Um dos pontos de atenção será a adoção acelerada de automação e integração de IA. Aplicativos como Dall-E e Chat GPT tem ganhado cada vez mais destaque e mais de 90% dos profissionais de Marketing de Afiliados nos EUA já fazem uso da IA generativa, principalmente para criação de conteúdo, copywriting e pesquisa de mercado.

A IA continuará a se integrar à gestão diária de programas de afiliados, facilitando a correspondência entre marcas e produtores de conteúdo. Os afiliados precisarão elevar seus padrões para se manter bem posicionado em rankings orgânicos, com foco em proteger seus resultados de pesquisa. Em meio a atualizações dos algoritmos em mecanismos de busca, eles aumentam as taxas de colocação e comissões para anunciantes.

Também é esperado um aumento dos buscadores por voz. Em 2021, o relatório State of Search Brasil já demonstrava que 42% dos usuários de dispositivos mobile utilizavam tanto a  pesquisa por texto como a função de busca por voz. Para se ter uma ideia, o número de celulares conectados ultrapassa o número de habitantes no Brasil, sendo 242 milhões de aparelhos, de acordo com dados da FGV. Profissionais de marketing de afiliados precisarão otimizar estratégias para consultas de voz, priorizando palavras-chave conversacionais e conteúdo localizado para comunicar aos seus públicos de interesse com maior assertividade.

Tão potente quanto a IA e os buscadores por voz será o poder das parcerias com micro e nano influenciadores, que ganharão ainda mais destaque, oferecendo autenticidade e confiança. Parcerias com criadores de conteúdo e influenciadores crescerão  impulsionando iniciativas de conscientização de marca e descoberta de produtos, com ascensão de formatos de conteúdo em vídeo e compra direta.

Com metas de crescimento ambiciosas, veremos em 2024 um ano para testar novas automações alimentadas por IA, se aproximar de novos criadores de conteúdo e nano influenciadores, experimentar formatos de vídeo e consolidar orçamentos de marketing para manter a visibilidade e a relevância no ecossistema de afiliados.  À medida que os preços dos anúncios aumentam e sua eficácia diminui, o marketing de afiliados se mantém em ascensão, e as parcerias com produtores de conteúdo podem impulsionar o crescimento de forma mais eficiente para qualquer negócio. Ao abraçar essas tendências, as chances de se obter sucesso com o marketing de performance aumenta exponencialmente.

*Salomão Araújo –  VP Comercial da Rakuten Advertising

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