Artigos
Jacker Marini: O marketing digital do lado de lá da muralha
Jacker Marini,
Manager Ad Operations,
MediaMath Brasil
Imagine um universo onde não existe segunda opinião. Cada sábio, corporação, entidade ou profissional têm posse de um e apenas um conhecimento. Como único detentor dele, cabe a este ditar as regras daquilo que é certo e errado para um assunto específico. Além disso, tal elemento responde questionamentos da forma que considera prudente e como não há como comprovar a informação recebida, cabe a todos os demais conduzirem suas vidas, ações e perspectivas levando estas respostas como verdades absolutas. Desta forma, vemos tudo girar em torno de atitudes embasadas em idéias pouco fundamentadas e, embora tenha-se eventualmente a sensação de que algo possa não fazer muito sentido, a falta de insumos impede que esta sensação seja justificada. Pode parecer uma condição vivida apenas há muitos séculos, porém, os profissionais de AdTech ainda são submetidos a ela no dia-a-dia: os chamados walled gardens.
Em uma época onde tudo tende a ser aferido e auditado; onde o conceito de open source continua crescendo; onde o esforço colaborativo por vezes se mostra mais efetivo que o individual, infelizmente somos obrigados a lidar com ferramentas que vão na contramão de tudo isso, zelando pela falta de transparência, edificando a premissa do black box, não permitindo que a informação seja extraída para livre uso. Estas plataformas muitas vezes não apenas protegem a inteligência por trás dos seus produtos, mas impedem que os seus usuários detenham conhecimento suficiente para uma tomada de decisão eficaz, plenamente consciente e acima de tudo, real.
Casos recentes de disparidade de métricas reacenderam a discussão sobre onde as agências e anunciantes estão investindo seu dinheiro e quão transparentes são os resultados divulgados. A grande maioria já usa mais de uma plataforma com o intuito de auditar a performance de suas campanhas (3rd Party Ad Servers, Web Analytics, verificadores de impressão), mas ainda assim, enquanto plataformas não permitirem que esta auditoria seja feita em seu ecossistema, sobra ao anunciante aceitar os dados fornecidos sem nenhum parâmetro de comparação. E isso não é saudável.
Não obstante, walled systems fazem mais do que definir a forma de contabilização. Eles geralmente não dão ao cliente a opção de extrair integralmente os dados das próprias campanhas, inviabilizando assim que análises mais minuciosas sejam feitas, que insights sejam gerados a partir delas e que estes dados sejam utilizados em outro sistema de marketing.
Os sistemas abertos, por sua vez, dão total direito e acesso à toda essa informação, além de proporcionar uma experiência de marketing mais harmoniosa graças à capacidade de integrar uma visão completa e centralizada dos usuários de internet e proporcionar o aumento da abrangência da comunicação, podendo eles estarem utilizando o celular, tablet, computador/notebook ou connected tv e independente também da plataforma que irá impactá-los – e-mail, redes sociais, portais, e-commerces.
Com isso, um debate que deve sempre ser estimulado: até que ponto a euforia e a urgência da veiculação de campanhas, associada a uma estratégia fácil e ‘mais do mesmo’ por conta de um planejamento feito com pouca dedicação, ignorando indicadores de sucesso e fracasso, faz com que tal postura proibitiva por parte dos playersainda encontre espaço no mercado?
Obviamente, bugs podem ocorrer a qualquer momento, mas se este cálculo puder ser aferido pelo anunciante desde o princípio, certamente falhas seriam corrigidas com bastante antecedência. Por outro lado, anunciantes e agências, migraram (e ainda migram) parte dos seus esforços para uma iniciativa pouco transparente tendo a seu favor apenas a esperança de que nada poderia estar errado. O buy side precisa fazer a pressão necessária nos parceiros e veículos para que essas ocorrências sejam cada vez mais raras, mesmo que se trate de uma métrica que talvez não fomente maiores alterações no plano de mídia.
Informação é poder, e isso já é sabido desde os tempos que antecederam a queda dos grandes impérios.
Artigos
Marketing de incentivo: como ele ajuda na satisfação dos colaboradores?
*Marilyn Hahn
A satisfação dos colaboradores é um fator primordial para o sucesso de qualquer organização. Na atual conjuntura do mercado, na qual a demanda por qualidade e personalização está em alta, as empresas precisam estar atentas às novas tendências em benefícios corporativos para manter seus funcionários motivados e producentes.
De acordo com um estudo da Universidade de Oxford, funcionários felizes e satisfeitos são 13% mais produtivos. Portanto, uma abordagem de endomarketing que inclua o marketing de incentivo pode ter um impacto relevante nos resultados do negócio e se tornar uma vantagem competitiva. Essa estratégia envolve a utilização de soluções especializadas que oferecem incentivos e premiações customizados, sem a necessidade de uma equipe dedicada exclusivamente a essa função.
O principal objetivo dessas medidas é melhorar a experiência dos colaboradores, estimulando-os a alcançar melhores resultados e promovendo uma jornada profissional positiva. Reconhecer o valor do time é essencial para garantir o engajamento e fortalecer as relações no ambiente de trabalho.
Colaboradores que recebem incentivos personalizados, como pontos acumulados, cartões pré-pagos e gift cards, tendem a se sentir mais valorizados, o que não só aumenta o comprometimento, mas também fortalece a cultura organizacional e promove maior produtividade. Além disso, utilizar cartões pré-pagos como forma de incentivo ajuda a minimizar complicações legais, já que eles não são considerados uma segunda linha de remuneração. Isso facilita a gestão de benefícios e reduz preocupações com questões trabalhistas.
Um ambiente de trabalho onde os times se sentem motivados e engajados contribui para a construção de uma marca empregadora forte. Isso favorece a retenção de talentos e diminui a rotatividade de funcionários, criando um clima organizacional positivo e produtivo.
Portanto, investir em benefícios e incentivos é mais do que uma tendência, é uma necessidade para empresas que desejam se destacar no mercado e garantir a satisfação dos seus colaboradores. O tempo é agora.
*Marilyn Hahn – CRO e cofundadora do Bankly.
Artigos
Como as marcas devem se preparar para a Black Friday?
*Monique Areze
Segundo uma pesquisa da Wake, em parceria com a Opinion Box, 32,5% dos brasileiros iniciam o monitoramento de preços já no final de julho com foco em aproveitar as melhores ofertas durante a Black Friday. Se a antecipação é um ponto importante para o público, a retórica também se faz necessária para as empresas.
Diante de um cenário cada vez mais competitivo, as marcas que desejam ter êxito na campanha de Black Friday, marcada para o dia 29 de novembro neste ano, precisam fazer um planejamento detalhado e se atentar aos mínimos detalhes.
Entre os maiores obstáculos enfrentados estão questões como logística, gestão eficiente dos estoques e o treinamento das equipes perante o volume elevado de atendimento e solicitações. Isso porque a Black Friday é uma data em que o atendimento ao cliente tem um papel crucial na jornada de compra. Um trabalho voltado a esses três elementos em conjunto tende a ser o grande diferencial para que as marcas consigam manter uma experiência fluida e positiva junto aos consumidores, desde o primeiro contato até o pós-venda.
Nesse caso, estamos falando de três pilares operacionais: planejamento estratégico, atendimento ao cliente e capacidade de execução.
Por isso, a organização para a data precisa abranger toda a logística, metas e ações de marketing do negócio, com definição clara das estratégias para que os objetivos sejam atingidos. Já o atendimento eficaz e rápido traz um diferencial desejado pelo público em um contexto onde ele busca respostas e soluções ágeis. A competência funcional, por sua vez, envolve garantir estoques adequados, uma logística de entrega eficiente e o uso de tecnologias para suportar um grande volume de transações.
Além das questões operacionais, a criação de campanhas de marketing voltadas à Black Friday, por meio de uma comunicação clara e objetiva ao público-alvo, é outro elemento fundamental. Impulsionada pelo uso de soluções de automação e personalização, as ações representam um diferencial significativo, já que permitem uma melhor segmentação do público, um fator que possibilita o envio de ofertas mais atraentes e direcionadas.
Aliás, o uso de automação não deve ser limitado ao marketing. A criação de um FAQ destinado a elucidar questões comuns para a Black Friday, como prazos de entrega, políticas de troca e devolução, formas de pagamento, além de canais automatizados para atendimento, ajuda a aliviar a sobrecarga nas equipes e, ao mesmo tempo, acelera os esclarecimentos aos consumidores. Sem contar que o recurso melhora a experiência do cliente e permite que os times priorizem somente os casos que exigem, de fato, uma solução humana.
A verdade é que as empresas que investem em um detalhado planejamento, utilizam a tecnologia de forma inteligente e proporcionam uma experiência de compra fluida saem na frente na briga pela conquista da confiança do consumidor. Num cenário competitivo, superar o óbvio e surpreender o cliente é o verdadeiro diferencial. Até porque, no final das contas, o que se constrói na Black Friday é o valor da marca e a fidelidade. Isso certamente é mais importante do que o faturamento momentâneo.
*Monique Areze – COO do Grupo Duo&Co