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Tarsila Carvalho: O mundo precisa de mais mulheres na liderança
O ano é 2018 e a liderança feminina em grandes empresas nunca teve tanto destaque como agora. Com a evolução do debate sobre a importância de uma sociedade cada dia mais igualitária, fica a certeza que é cada vez mais bem-vinda a inserção da mulher líder no mundo dos negócios. Porém, em contraponto com essa evolução, infelizmente, ainda é considerada uma notícia de destaque quando uma mulher alcança um cargo de liderança, principalmente em funções que tradicionalmente seriam ocupadas por homens, tanto em altos cargos como em indústrias consideradas como masculinas, tal qual a de tecnologia.
Sendo assim, atualmente os desafios estão em mostrar a competência independentemente do gênero e, principalmente, criar uma identidade própria, sem incorporar elementos mais comumente masculinos ao estilo de liderança, mas demonstrando eficiência e eficácia nos projetos e trabalhos gerenciados por mulheres.
Mulheres são normalmente consideradas mais maternais e mais emotivas – o que não é uma regra – e, mesmo que fosse, isso não deveria anular seus outros predicados, como a capacidade de liderar grandes setores, sua inteligência emocional e capacidade de gerenciar crises, por exemplo, entre tantas outras atribuições que só agregam ao ambiente corporativo. Cada indivíduo tem suas próprias competências e deve explorá-las de acordo com a equipe e o objetivo que se tenha.
Uma forma prática de responder a qualquer confronto ou dúvida sobre a liderança feminina está nos exemplos vindos de tantas profissionais, mulheres que a cada dia constroem uma carreira profissional sólida, sabendo seus objetivos e seus potenciais, acreditando em si mesmas e em sua capacidade de desenvolvimento, gestão e entrega. Somente assim, a líder será capaz de mobilizar e desenvolver um time. Além disso, dados também nos ajudam a ver que o futuro pode ser muito bom e que a sociedade só tem a ganhar com a representatividade feminina. Se houvesse a equidade de gêneros no mundo, o PIB mundial teria um aumento de US$ 28 trilhões em sete anos (dado apresentado pela pesquisa “Closing the Gender Gap”, da McKinsey & Company). Esta mesma pesquisa ainda revela que se a desigualdade tivesse fim no Brasil, o nosso PIB teria um aumento de US$ 850 bilhões.
As corporações caminham para obter ambientes mais igualitários e justos, muito já se conquistou no momento em que o debate foi aberto, mas ainda existe um caminho longo para se percorrer e, sem dúvida, a liderança feminina ainda pode contribuir muito para um futuro mais amplo, promissor e, principalmente, democrático a todos.
Tarsila Carvalho, ex-diretora geral da Blue Tree Hotels, CFO na Vivere (Grupo Accenture) e diretora de business intelligence no Grupo Estado, assumiu o cargo de CEO da Delinea no fim de 2017. A Delinea se tornou uma exceção entre as empresas de tecnologia brasileiras, na qual a diretoria é majoritariamente feminina, já que Margarete Kleis e Larissa Kleis também são heads da empresa que atua nos ramos de tecnologia e educação, por ser especializada na produção de conteúdo EaD.
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Por que a área de operações é essencial na adoção de IA
*Thiago Carneiro
Em meio à transformação digital, a Inteligência Artificial (IA) tem tudo para ser um grande divisor de águas para as empresas. Somente em 2023, testemunhamos um aumento de 250% na adoção de IA no mercado corporativo, segundo a Statista, plataforma alemã especializada na coleta e visualização de dados. Com o “se” ficando para trás, as perguntas agora giram em torno de “quanto” custará aos cofres e “quando” a ferramenta será de fato institucionalizada nas companhias.
Pensando no futuro, as possibilidades trazidas pela IA fazem com que praticamente todas as companhias, independente de setor ou porte, explorem-a em busca de um impacto na produtividade de suas equipes e, consequentemente, nos negócios. No entanto, a verdadeira eficácia dos esforços depende de uma orquestração e mapeamento dos efeitos na geração de valor das empresas. Para que tais investimentos realmente transformem uma corporação, será necessário um olhar transversal, holístico e estratégico, algo que somente a área de Operações pode oferecer.
Com seu foco natural em aumentar a produtividade e a eficiência, o time focado nas execuções e processos assume um protagonismo para liderar a revolução da IA, assegurando que a empresa se mantenha competitiva frente ao mercado.
Como?
Com sua visão abrangente dos processos e sistemas da organização, os profissionais de Operações estão naturalmente aptos a identificar gargalos, otimizar fluxos e implementar melhorias que impactam diretamente na produtividade e na eficiência. Tal expertise, combinada à capacidade de entender como cada processo se interliga e impacta, coloca a área em uma posição de protagonismo na implementação de novas tecnologias, por mais disruptivas que sejam, como no caso da IA.
O artigo “Adapting to AI: The Role of Operations Management”, da McKinsey, corrobora essa visão. Segundo o estudo, será fundamental que os gestores de Operações desenvolvam habilidades em análise de dados, aprendizado de máquina e automação para gerenciar com maestria as novas soluções e possibilidades guiadas pela IA. Ao aprimorarem tais competências, os profissionais se tornarão líderes capazes de garantir uma transição suave e maximizar os benefícios trazidos pela ferramenta.
Na prática, a IA hoje se destaca na automação de tarefas repetitivas, como entrada de dados, processamento de pedidos e monitoramento de inventário. Com base no princípio, a área de Operações deve ficar atenta para otimizar a operação, liberando os funcionários para se concentrarem em atividades de maior valor agregado, ao mesmo tempo que aprimoram o headcount e otimizam custos em todas as esferas do negócio.
Por exemplo, chatbots e assistentes virtuais podem lidar com consultas de clientes e suporte básico, enquanto algoritmos de IA processam grandes volumes de dados transacionais em tempo real, garantindo maior precisão e velocidade nas operações diárias.
Mapa do tesouro
Não existe uma receita que entregue o passo a passo o melhor caminho para uma implementação bem-sucedida da IA. Isso não significa, no entanto, que já não exista direcionamentos importantes. Hoje, um dos materiais mais completos já disponíveis é o artigo “How AI Is Helping Companies Redesign Processes”, publicado pela Harvard Business Review.
Nele, os especialistas propõem uma abordagem estruturada em cinco etapas, onde a primeira delas passa pela identificação de áreas onde a IA pode agregar valor, como automação de tarefas, melhoria na tomada de decisões e redução de custos. Em seguida, é necessário que seja desenvolvida uma estratégia clara, alinhada aos objetivos da empresa, e um roadmap, que apresente metas de curto, médio e longo prazo, considerando aspectos como facilidade de efetivação das soluções e ROI. Ainda segundo o material, a implementação deve ser gradual, integrando as soluções aos sistemas existentes e oferecendo treinamento aos funcionários. Por fim, o monitoramento e avaliação de desempenho das ferramentas deve ser constante, ajustando a estratégia conforme necessário.
A eficiência sobre o uso da IA, no entanto, vai além da sequência apresentada acima, dependendo muito da atuação de equipes multidisciplinares que combinem expertise em operações e tecnologia.
Futuro na porta
Em meio aos desafios e incertezas da era digital, as empresas que se anteciparem e conquistarem uma adoção segura da IA, com foco na geração de valor, tendem a ficar à frente da concorrência. A área de Operações, com sua visão holística, expertise em processos e capacidade de otimização, se configura como uma peça central neste tabuleiro.
Portanto, chegou a hora das empresas repensarem suas operações e identificarem as oportunidades que a IA disponibiliza para agregar valor e otimizar processos. Aqueles que abraçarem essa causa agora, têm tudo para transformar desafios em oportunidades e inovação em realidade.
*Thiago Carneiro – Diretor-executivo de operações e tecnologia da iD\TBWA
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Por que os eventos seguem como grande estratégia para agências e marcas
*Marco Bordon
Um breve passeio pelas nossa timeline nos mostra uma pluralidade de eventos corporativos acontecendo. Seja do varejo para promover experiências de produtos, seja com foco em conteúdos mais aprofundados, como os de veículos de comunicação mais tradicionais e meio acadêmico, a conclusão que se tira é que experiências memoráveis através de eventos seguem tocando as pessoas de uma maneira que as ações puramente digitais não conseguem. São dois caminhos, aliás, que se complementam, uma vez que o evento hoje é uma experiência além do físico, com compartilhamento online, amplificando os resultados de forma orgânica.
Os números do setor comprovam esse racional. US$ 1.1 trilhão é a estimativa de quanto vale a indústria de eventos em todo o mundo: 73% dos profissionais de marketing consideram as ativações uma estratégia altamente eficaz para promover awareness e 81% dos participantes se sentem mais conectados a uma marca após participarem de um evento. Esses dados, compilados recentemente pela publicação norte-americana MarketSplach, mostram a força crescente das experiências no mundo real. Outro dado que aponta grande vantagem dos encontros presenciais é que 85% dos consumidores têm mais probabilidade de comprar de uma empresa após participarem de um evento ou experiência da marca e 63% deles entendem melhor um produto ou serviço depois de ter contato direto com ele.
Construir esse ambiente imersivo, personalizado, fiel aos valores que as marcas defendem e que também seja interativo e permita a produção de conteúdo é o desafio. Ter um fornecedor que abrace isso é chave para que as agências possam focar em pensar de maneira macro estrategicamente, com tempo para desenvolver mais a criatividade e ganhar agilidade na entrega. Uma saída é contar com um modelo one stop shop, permitindo que um mesmo contrato traga toda a parte de cenografia, catering, coquetelaria, DJs, atrações e serviços essenciais estejam sob a responsabilidade de um único fornecedor, capaz de ter um olhar abrangente para que cada um desses itens entregue o que se espera dentro dos objetivos traçados para aquela ação.
*Marco Bordon – Fundador e CEO do Grupo PHD Eventos