Conecte-se com a LIVE MARKETING

Alexandre Mutran

O que tenho aprendido com as ruas

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Meu caminho para o mundo do Live Marketing foi meio tortuoso. Sou formado em direito, advogado que nunca trabalhou na área. Comecei minha vida profissional no distante universo de vídeo locadoras, migrei para uma empresa de softwares e, de lá, para informática educacional, trabalhando em escolas. Na primeira delas, o contato com a Internet, que ainda não havia sido lançada comercialmente, mas era usada em projetos pedagógicos.

Com a chegada da internet comercial no Brasil, em 1995, comecei a fazer sites e dar cursos e palestras sobre o tema. E fui parar no Estadão, liderando ações digitais de uma das empresas do Grupo, a defunta OESP Mídia, que fazia guias e listas telefônicas.

Depois de alguns anos nesse setor, fui convidado pelo Mauricio Eugenio para fazer parte da equipe da agência que levava seu nome, especializada no mercado imobiliário, mas que tinha um braço com clientes de outros setores. Foi minha primeira escola em publicidade, atendendo a conta da Dell Computadores.

Segui depois para a MPM e Dentsu, com clientes nacionais e estrangeiros, de diversos setores, especialmente varejo e bens de consumo. O foco sempre foi em publicidade, mas de vez em quando aparecia algum evento ou ação promocionalpra fazermos.

Na Dentsu, com Sanrio (leia-se HelloKitty, uma delícia de produto pra se trabalhar), veio minha primeira ação significativa de Live Marketing (que, em 2008, ainda tinha esse nome): nas comemorações do centenário da Imigração Japonesa para o Brasil, um grande stand com ativações de marca no Anhembi.

Vem pra rua

Em 2009, a primeira oportunidade de trabalhar com uma marca nas ruas, quando fui convidado para fazer parte da Maior, empresa criada por Nizan Guanaes para oferecer projetos de entretenimento. E não era qualquer marca, nem qualquer ação: foi com a Disney, numa plataforma que levou um desfile com os personagens para quase quatro milhões de pessoas em seis cidades Brasileiras.

A Parada Disney foi um projeto audacioso, complexo (e extremamente caro), patrocinado pela Nestlé. Em 2009 e 2010 visitou o Rio de Janeiro, Vila Velha, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador. Um verdadeiro MBA em produção de grandes eventos, com aulas práticas do que se deve e não se pode fazer.

Depois teve a Tudo, agência das mais criativas em Live Marketing, recentemente absorvida pela TracyLocke. Foram dois anos e centenas de eventos e ativações de marca, pequenos e grandes, em várias partes do Brasil e até no exterior. Outra grande escola!

Virando Bozó

Mas foi quando entrei na Globo, em 2015, que as ruas entraram de vez na minha vida.

Com a ajuda de uma equipe sensacional, sou responsável por estratégias de comunicação que aproximem a marca Globo do púbico nas nossas áreas de cobertura em São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Recife. Somadas, são regiões onde falamos com mais de 35 milhões de pessoas.

Não é uma tarefa simples: por ser uma marca que chega a todos, nossas ações de relacionamento também precisam conversar com gente de diferentes perfis e classes sociais, em diversos locais. Procuramos ir ao encontro das pessoas e o principal caminho para isso são ações de Live Marketing, principalmente nas ruas.

Todos os anos criamos centenas de oportunidades de diálogo com as pessoas nessas regiões, seja em iniciativas próprias, seja em apoio a eventos de terceiros, onde também ativamos a marca Globo.

Principais aprendizados

Como passamos muito tempo nas ruas, estudando o comportamento do público e realizando as ações para (e com) as pessoas, temos aprendido muita coisa: o que funciona melhor, os cuidados que a marca deve ter e o que deve ser evitado. As lições mais importantes são:

    • Proximidade ganha o jogo
    • É preciso ir aonde o público está
    • Saia das bolhas
    • Protagonismo é melhor que passividade
    • Inclusão e respeito não só no discurso
    • Temas e causas são fundamentais
    • Aproveite para estimular os cinco sentidos

Algumas podem parecer até óbvias, mas é impressionante constatar como são desconhecidas ou ignoradas por uma quantidade enorme de marcas nas suas ações de relacionamento.

Nos próximos artigos, aqui no Portal da Revista Live Marketing, pretendo aprofundar cada um desses temas, falando sobre nossos aprendizados, sucessos e fracassos. Tomara que isso possa ser útil para suas estratégias de comunicação.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Mais artigos do Autor” font_container=”tag:h2|font_size:24px|text_align:left|color:%23201f1f” use_theme_fonts=”yes” el_class=”title-left box-title”][box_category layout_types=”box2″ type_post=”news” number_post=”4″ meta=”” category_name=”alexandre-mutran”][/vc_column][/vc_row]

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Alexandre Mutran

Live Marketing gourmetizado

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O interesse em temas ligados a gastronomia tem crescido cada vez mais nos últimos anos. No universo da comunicação, é um fenômeno que pode ser facilmente comprovado nas telas (com o aumento na quantidade de reality shows, programas e canais de culinária na TV e na internet),mas que também se observa nas ruas.

Um dos termômetros é justamente o aumento na quantidade de festivais gastronômicos, principalmente nas grandes cidades. Em São Paulo, por exemplo, para cada evento que já faz parte do calendário, muitos outros têm surgido nos últimos anos.

Edições locais de plataformas nacionais como Comida diButeco e Fartura e eventos já tradicionais da agenda paulistana, como as festas italianas (Achiropita, San Gennaro, San Vito e Casaluce), Revelando SP, Festa do Imigrante, Mesa e Veja Comer e Beber, têm recebido a companhia de outros mais recentes,como FAM, Wine Weekend, festivais de café, churrasco, cervejas artesanais e muitos outros.

É um movimento interessante para o público, que passa a ter mais opções gastronômicas, e também para as marcas, que ampliam suas oportunidades de diálogo com iniciativas de Live Marketing. Aumenta o número de eventos, cresce a quantidade de ações ao vivo que usam experiências gastronômicas para aproximar as marcas das pessoas.

Como sabemos, o Live Marketing permite estimular os cinco sentidos do público. Além da visão e audição, destinatários dos outros meios de comunicação, como rádio, TV, internet e mídia impressa, permitem a possibilidade de tocar, cheirar e provar. Isso faz com que as experiências ao vivo sejam mais ricas e envolventes.

Isso é fundamental para marcas de alimentos e bebidas: ações de degustação de produtos, que acabam estimulando paladar e olfato em todo o seu potencial, podem ativar memórias afetivas fortes e duradouras, despertando o interesse das pessoas por aqueles produtos.

Mas também é uma ferramenta poderosa para marcas de outros segmentos, que aproveitam os momentos gastronômicos ou criam experiências inspiradas no universo culinário para divulgar seus produtos e serviços e estabelecer um diálogo mais próximo com os participantes.

Essa junção da gastronomia com o Live Marketing possibilita uma variedade de formatos: experiências temáticas para adultos e crianças (em shoppings, por exemplo), ativações de marca e momentos instagramáveis nos festivais de comida, eventos fechados para convidados, imprensa e influenciadores, entre outros.

Permite ainda diferentes graus de envolvimento e interação do público: assistir uma aula ou oficina, experimentar um prato, colaborar ativamente com a preparação de uma receita, participar de um almoço ou jantar temático são alguns dos modelos.

E a fórmula pode incluir ainda a escolha de ambientes e elementos ligados ao tema, como restaurantes, cozinhas, cenografias que tragam lembranças culinárias de infância, a participação de chefs e cozinheiros (estrelados ou não) e até o uso de novas tecnologias, para ampliar o envolvimento do público, criando momentos surpreendentes.

Se proximidade com as pessoas é justamente o que as marcas buscam, comer é uma experiência que aproxima. E o Live Marketing é um prato cheio pra isso.

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Alexandre Mutran

Música, coringa do Live Marketing

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Música é uma das manifestações culturais mais antigas da humanidade. Desde a pré-história, nossa relação com a música é muito próxima: em rituais e celebrações, antigos ou contemporâneos, sons se juntam em ritmos que nos envolvem, usando desde instrumentos mais rudimentares do passado aos modernos sintetizadores digitais atuais.

Existe uma quantidade enorme de gêneros e estilos musicais. Uma rápida pesquisa pode trazer uma lista com centenas de exemplos. Sob a ótica da Comunicação e do Live Marketing, isso é muito poderoso, mostra o quanto a música é uma das ferramentas mais versáteis: existe música para todos os gostos. 

E, mais importante, todo mundo gosta de música! É comum que pessoas que gostem mais ou menos de determinados gêneros e estilos musicais, mas, até hoje, não conheço ninguém que simplesmente não goste de música. Sempre existirá algum tipo de música que agrade cada pessoa.

Isso nos permite, inclusive, selecionar a música mais adequada para cada tipo de público, numa segmentação que pode ser baseada em fatores como idade, origem geográfica, nível cultural, classe social e gênero. 

Quando pensamos em ações de Live Marketing, a música pode ter dois papeis bem distintos: protagonista e coadjuvante. 

Como protagonista, nas ações onde ela é a principal responsável pela presença e participação do público: as pessoas estão lá por causa da música. É o que acontece, por exemplo, em shows, festivais e plataformas musicais.

Nesse modelo, tenho observado que existem dois formatos diferentes de ações realizadas pelas marcas: de um lado, plataformas de música que atraem a participação das marcas; de outro, plataformas de música desenvolvidas pelas próprias marcas, na maioria das vezes, em ações proprietárias.

Os melhores exemplos de plataformas que atraem a participação das marcas são festivais como Lollapalooza e Rock in Rio. Considerado o maior festival de música do planeta, o Rock in Rio, inclusive, foi o primeiro grande evento de música no Brasil realizado com patrocínio, em 1985.

Nesse tipo de festival, o que chama as pessoas (e na maioria das vezes faz com que comprem ingresso) são as atrações musicais. O público vai para ver e ouvir seus artistas preferidos. As marcas, identificando oportunidades de relacionamento com essas pessoas, patrocinam esses eventos e realizam ações de comunicação e Live Marketing para os presentes.

Mas existem também situações em que as marcas podem optar por criar suas próprias plataformas com música. Os motivos podem ser vários: o concorrente já patrocina determinado festival, a verba é incompatível, a data não casa com o cronograma de marketing, o público da marca não é o do evento, etc.

Plataformas como Skol Sensation, Planeta Terra, Nivea Rocks são bons exemplos. Outro é a Arte na Rua, iniciativa que a Globo realiza na Grande São Paulo desde 2014, desenhada para dialogar com o público da região metropolitana. Para isso, são realizadas apresentações artísticas gratuitas em vários pontos da Grande São Paulo, como estações de trem, metrô, ruas e praças. 

Como o maior objetivo da ação é criar proximidade com o público, na Arte na Rua os artistas se apresentam no chão, sem palco. Outra característica é ir ao encontro do público, se diferenciando dos shows tradicionais, em que as pessoas se deslocam até a arena (já falei sobre o tema na minha coluna de julho, “O artista vai onde o público está! E a sua marca?”).

Mas além desses formatos de protagonismo, a música também pode – e deve – ser coadjuvante de outras ações de Live Marketing. Stands em feiras, lançamentos de produtos, convenções de vendas, ativações. Qualquer experiência ao vivo pode se beneficiar de uma boa trilha sonora. 

A música ajuda a estabelecer o clima das experiências ao vivo, dando o tom, despertando emoções, proporcionando uma atmosfera mais envolvente e ajudando a criar memórias positivas e duradouras no público. 

O segredo está justamente em escolher a música certa para cada ocasião. A música para a entrada de público num auditório é diferente da música do momento da premiação. A música para criar suspense é diferente daquela para despertar risadas. Uma ação com público infantil deve usar uma música, com público adolescente, outra. E assim por diante.  

Ao planejar a música para a ação, é importante considerar a personalização da experiência: cada lugar pede uma trilha, cada público pede uma trilha, cada momento pede uma trilha. Portanto, cuidado com a escolha de músicas aleatórias: troque o shuffle, o random por playlists, com as trilhas adequadas para cada situação. 

Seja como protagonista ou coadjuvante, a música deve sempre fazer parte na narrativa das experiências de marca. O importante aqui é entender – como tudo o que fazermos em Comunicação – qual é o nosso público, suas aspirações, seus gostos, suas causas? E escolher qual é a trilha certa para contar uma história que faça sentido pra essas pessoas.

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