Ricardo Amorim
Déficit crescendo, mesmo com arrecadação nas alturas?!
Por Ricardo Amorim
A arrecadação do governo federal bateu um recorde histórico em junho, o que, a
princípio, parece ser uma boa notícia. No entanto, mesmo com essa arrecadação impressionante, a projeção de déficit fiscal para este ano foi revisada para cima.
Recentemente, o ministro Fernando Haddad implementou um corte de gastos de R$
15 bilhões e contingenciou um total de gastos que se aproxima de R$50 bilhões. Ainda assim, os gastos do governo continuam a crescer mais depressa do que a arrecadação. Isso significa que cada vez menos dinheiro permanece no bolso do brasileiro, enquanto cada vez mais dinheiro vai para os cofres do governo.
E são os governantes, não os cidadãos que trabalharam para gerar essa riqueza, que
decidem onde esse dinheiro será alocado. Isso faz sentido? Na minha opinião,
absolutamente nenhum.
Para piorar, como o governo gasta mais do que arrecada, ele precisa financiar essa
diferença se endividando. Essa é a única maneira de fechar as contas, semelhante ao
que acontece com qualquer família ou empresa. Se você quer gastar mais do que
possui, você inevitavelmente terá que se endividar. Essa dinâmica causa um círculo
vicioso: a dívida do governo não para de crescer, e o pagamento dos juros dessa dívida também aumenta constantemente.
Por que os gastos públicos crescem tanto? Aumento de gastos com aposentadorias do setor público e INSS, aumento de salários e benefícios de funcionários públicos,
contratação de mais funcionários públicos – em plena era de ganhos de eficiência com inteligência artificial – e aumento dos gastos com programas sociais mal geridos são as principais razões.
E quais as consequências negativas, para a população, do aumento dos gastos públicos e da necessidade de financiamento do governo? A primeira é um aumento de impostos, deixando menos dinheiro no bolso dos cidadãos. Além disso, o governo poderia se sentir tentado a se financiar através da impressão de mais dinheiro pelo Banco Central para poder pagar suas dívidas. Necessariamente, isso levaria a uma alta da inflação, corroendo o poder de compra das famílias, empobrecendo a todos, especialmente os que já são mais pobres.
Quanto mais a dívida aumenta, maior fica a parcela do orçamento destinada ao
pagamento de juros, reduzindo os recursos disponíveis para investimento em áreas
críticas, como saúde, educação e infraestrutura, resultando em serviços públicos cada vez piores.
O Brasil precisa urgentemente cortar gastos públicos de forma inteligente. Continuar a aumentar impostos e gastos públicos não é sustentável.
É necessário implementar reformas que promovam a eficiência do gasto público e
incentivem a responsabilidade fiscal. Criar um ambiente favorável ao crescimento
econômico, reduzindo a burocracia e incentivando o empreendedorismo, é crucial.
Precisamos interromper esse ciclo de endividamento e desperdício de recursos
públicos para construir um Brasil mais próspero e justo. A hora de agir é agora.
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importante sobre a economia do nosso país.
Ricardo Amorim
Da era da informação para a era da inteligência
Por Ricardo Amorim
Nas últimas décadas, vivemos a Era da Informação, com a internet tornando o acesso a informações quase que ilimitado e instantâneo. O desenvolvimento dos modelos de inteligência artificial generativa está rapidamente levando a humanidade para uma nova era: a Era da Inteligência. Aliás, é muito provável que as transformações causadas pela IA generativa em nossa forma de viver e trabalhar sejam ainda maiores do que as provocadas pelos computadores e smartphones, ficando atrás apenas da adoção da energia elétrica.
Ao contrário do que muitos temem, a inteligência artificial (IA) não vai acabar com todos os empregos, pelo menos não tão cedo. Mas ela certamente vai acabar com o emprego de quase todos que não a adotem. A IA preditiva já era capaz de automatizar tarefas repetitivas e rotineiras. Mas, com a IA generativa, que pode criar textos, imagens, sons e até programar, entramos em um novo patamar. Agora, a inteligência artificial não se limita a executar o que foi previamente programado; ela cria, inova e gera conteúdo original.
Esse avanço muda completamente o jogo. Antes, só as tarefas manuais e operacionais poderiam ser executadas por ela. Agora, também atividades intelectuais e criativas — consideradas por muito tempo como “inabaláveis” — estão sendo completamente transformadas. A IA generativa escreve artigos, cria designs, compõe músicas, programa códigos e muito mais.
E nós humanos, como ficamos? A chave aqui é preparação e atitude. Temos de aprender a usar bem as novas tecnologias, mas também precisamos desenvolver competências humanas essenciais, como pensamento crítico, criatividade e inteligência emocional. Essas habilidades serão cada vez mais valorizadas. Se, por um lado, a IA generativa elimina certas funções, por outro, ela também abre um universo de novas oportunidades. Profissionais que souberem como usar a IA para amplificar sua produtividade e criatividade serão altamente demandados. Programadores que utilizam IA para gerar código, designers que aproveitam a IA para criar novos conceitos e gestores que usam a IA para análise de dados estão na linha de frente dessa nova era.
Além disso, áreas como saúde, educação e entretenimento estão sendo transformadas pela IA, criando novas funções. O segredo para manter-se competitivo no mercado de trabalho atual é aprender constantemente, saber usar a IA para potencializar o que somos capazes de fazer e se diferenciar daquilo que a IA pode fazer.
O futuro não é de quem teme a IA, mas de quem a compreende, a abraça e trabalha com ela e além dela.
Ricardo Amorim
Brasil: O País onde a empresa paga muito e o trabalhador ganha pouco
Por Ricardo Amorim
No Brasil, vivemos uma contradição gritante: enquanto o trabalhador ganha pouco, as empresas pagam muito. Mas como isso é possível? A resposta está em um sistema que, embora batizado de “direitos trabalhistas”, esconde uma série de custos que acabam não indo para o bolso do trabalhador. Quem, então, se beneficia de todo esse dinheiro? O governo.
Esse sistema, que teoricamente deveria proteger o trabalhador, acaba desviando uma parte considerável do seu merecido pagamento. Na prática, a empresa paga um valor elevado, mas o trabalhador vê apenas uma fração disso em sua conta. O restante vai para impostos, taxas e encargos que acabam nas mãos do governo. É um ciclo vicioso, no qual os recursos gerados pelo esforço de quem realmente trabalha são absorvidos pela máquina pública.
Hoje, os encargos trabalhistas representam mais da metade do custo total que uma empresa tem com um funcionário. Em outras palavras, para cada R$2,00 que a empresa paga por funcionário, o trabalhador fica com menos de R$1,00. Isso levanta uma questão fundamental: faz sentido chamar isso de “direitos trabalhistas”? Ou seria mais apropriado chamá-los de “direitos dos políticos”?
A verdade é que esse dinheiro, que deveria recompensar o esforço e o talento do trabalhador, acaba sendo administrado pelos políticos, e não raramente, mal utilizado. É uma situação em que quem merece não recebe diretamente e quem acaba decidindo o destino desses recursos não é o próprio trabalhador. E, em muitos casos, esses recursos são mal alocados ou até apropriados indevidamente.
Está mais do que na hora de modificarmos esse sistema. Precisamos de um modelo no qual o valor gerado por quem trabalha vá, de fato, para o bolso de quem merece: o trabalhador.
O principal direito trabalhista, o de receber uma remuneração compatível pelo seu trabalho é usurpado, no Brasil, exatamente pelos políticos que dizem proteger o trabalhador. Isso tem de mudar imediatamente.