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Leila Bueno – A banalização da propriedade intelectual: Briefing, essa ferramenta sobreviverá?

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“É somente por meio do engajamento em grandes ideias que podemos encontrar sentido e propósito para as nossas vidas. Elas nos capacitam não apenas a tomar decisões, mas também a defender pontos de vista que assumimos a respeito de questões importantes.”

Arthur Caplan, no prefácio do livro 1001 ideias que mudaram nossa forma de pensar

Justamente para falar de briefing de forma ampla, que tenha aplicabilidade em várias áreas, começo no questionamento sobre a real necessidade de aprofundamento da discussão de uma ideia.

Buscar assertividade na percepção da necessidade do cliente, requer um discussão mais aprofundada e que efetivamente não estamos conseguindo alcançar, por três fatores: Superficialidade na definição do objetivo, desconhecimento da necessidade/desejo, terceirização da discussão sobre a ideia. Não quero abordar aqui as questões tempo e verba, vou tirá-los do contexto para não usarmos como um viés na discussão.

Numa enxurrada de briefings medíocres sendo disparados por todos os lados, temos enfrentado muita similaridade em todos eles, que se caracterizam por: nome do evento, data, quantidade de pessoas convidadas, local, as ações listadas (as vezes) e o discurso para encerrar: Precisa ser criativo, inovador, tecnológico e “moderno”. Esse é o briefing, pronto.

Se nos atrevemos a questionar linhas conceituais, referências, mote, partidos, metodologias, pontos para engajamento, formas de experiência possíveis, entre outros, numa tentativa de desenvolver uma criação multilateral, corre-se o risco de ouvir um belo: Para isso que te chamei aqui, espero receber um projeto surpreendente. E na entrega do projeto, corre-se o risco de ouvir um provável: Bonito, mas o mais do mesmo!
Faço essa analogia com propriedade, não somente pela vivência na Bueno Arquitetura cenográfica, mas também através dos associados da ABRAFEC (Associação Brasileira de Empresas de Cenografia) na qual sou presidente e que nos trazem depoimentos assustadoramente similares e muitas vezes agravados.

Não dá para surpreender dessa forma, não existe mágica, existe suor intelectual e trabalho árduo. Para entregarmos a experiência como resultado real, sem pular as etapas de assertividade, encantamento, imersão e engajamento, precisam ser, da mesma maneira, praticadas essas etapas durante o processo de criação, com muitas mãos, com ampla discussão, com tomadas de decisões efetivas. Mas como será possível, se nem sempre existe clareza no objetivo do evento e tão menos o genuíno interesse em desenvolver uma ideia coletiva?

A experiência é mais que uma ferramenta, é um recurso que vai manter o ser humano no lugar de decisor e influenciador, como mostra em duas importantes publicações sobre tendências: Experiential Marketing Summit 2018 e nas Previsões da Singularity University até 2038.

O que gostaria, entretanto, com esse artigo, é convidar para uma reflexão sobre o quanto estamos engajados nas discussões de ideias que o briefing se propõe na sua essência, já que é dele que se obtém o resultado efetivo! Não é possível desconectar o briefing da experiência que o evento se propõe a causar.

E como uma das mais importantes ferramentas do live Marketing é a cenografia e na concepção da experiência e em todo o processo de significação e construção do evento é o que mais reverbera, estimula e promove no indivíduo um residual permanente, temos enfrentado situações de grande desgaste, pois não conseguimos recorrer aos elementos complementares da ação cenográfica sem uma linha conceitual definida, aprofundada e bem embasada.

E o mais agravante, acima de tudo, é a nossa propriedade intelectual ser altamente solicitada, mesmo ser ter sido efetivamente contratada. Então, defendo aqui, em forma de manifesto, um maior reconhecimento dos profissionais criativos, que se empenham na discussão do conceito com envolvimento e aprofundamento em pesquisas, a valorização do aspecto intelectual, com menos desperdício de ideias e projetos, já que são jogados fora em concorrências inescrupulosas, sem a devida valorização à propriedade intelectual do indivíduo, sem valoração do ser humano como pensador, pois efetivamente é o que nos sobra, já que a tecnologia está tirando nossas profissões e ocupações, que pelo menos nossa mais preciosa jóia que é nosso intelecto, seja preservado, valorizado e principalmente remunerado.

Não somente no setor de eventos, mas toda iniciativa privada e pública, que demandem ações para engajar pessoas, precisam se preparar para discussões mais aprofundadas em relação aos objetivos dessas ações, pois só atingiremos pessoas através da experiência, se debatermos e trocarmos ideias com repertórios multidisciplinares e com menos superficialidade. É impossível ter assertividade onde há banalização da propriedade intelectual.

 

Leila Bueno é arquiteta, urbanista, cenógrafa e presidente da ABRAFEC (Associação Brasileira de Fornecedores de Cenografia). Com mais de 20 anos de atuação nas áreas de cenografia para eventos corporativos, atualmente, está cursando pós-graduação em design estratégico no IED (Istituto Europeo di Design).

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Marketing de incentivo: como ele ajuda na satisfação dos colaboradores?

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*Marilyn Hahn

A satisfação dos colaboradores é um fator primordial para o sucesso de qualquer organização. Na atual conjuntura do mercado, na qual a demanda por qualidade e personalização está em alta, as empresas precisam estar atentas às novas tendências em benefícios corporativos para manter seus funcionários motivados e producentes.

De acordo com um estudo da Universidade de Oxford, funcionários felizes e satisfeitos são 13% mais produtivos. Portanto, uma abordagem de endomarketing que inclua o marketing de incentivo pode ter um impacto relevante nos resultados do negócio e se tornar uma vantagem competitiva. Essa estratégia envolve a utilização de soluções especializadas que oferecem incentivos e premiações customizados, sem a necessidade de uma equipe dedicada exclusivamente a essa função.

O principal objetivo dessas medidas é melhorar a experiência dos colaboradores, estimulando-os a alcançar melhores resultados e promovendo uma jornada profissional positiva. Reconhecer o valor do time é essencial para garantir o engajamento e fortalecer as relações no ambiente de trabalho.

Colaboradores que recebem incentivos personalizados, como pontos acumulados, cartões pré-pagos e gift cards, tendem a se sentir mais valorizados, o que não só aumenta o comprometimento, mas também fortalece a cultura organizacional e promove maior produtividade. Além disso, utilizar cartões pré-pagos como forma de incentivo ajuda a minimizar complicações legais, já que eles não são considerados uma segunda linha de remuneração. Isso facilita a gestão de benefícios e reduz preocupações com questões trabalhistas.

Um ambiente de trabalho onde os times se sentem motivados e engajados contribui para a construção de uma marca empregadora forte. Isso favorece a retenção de talentos e diminui a rotatividade de funcionários, criando um clima organizacional positivo e produtivo.

Portanto, investir em benefícios e incentivos é mais do que uma tendência, é uma necessidade para empresas que desejam se destacar no mercado e garantir a satisfação dos seus colaboradores. O tempo é agora.

*Marilyn Hahn – CRO e cofundadora do Bankly.

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Como as marcas devem se preparar para a Black Friday?

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*Monique Areze

Segundo uma pesquisa da Wake, em parceria com a Opinion Box, 32,5% dos brasileiros iniciam o monitoramento de preços já no final de julho com foco em aproveitar as melhores ofertas durante a Black Friday. Se a antecipação é um ponto importante para o público, a retórica também se faz necessária para as empresas.

 

Diante de um cenário cada vez mais competitivo, as marcas que desejam ter êxito na campanha de Black Friday, marcada para o dia 29 de novembro neste ano, precisam fazer um planejamento detalhado e se atentar aos mínimos detalhes.

Entre os maiores obstáculos enfrentados estão questões como logística, gestão eficiente dos estoques e o treinamento das equipes perante o volume elevado de atendimento e solicitações. Isso porque a Black Friday é uma data em que o atendimento ao cliente tem um papel crucial na jornada de compra. Um trabalho voltado a esses três elementos em conjunto tende a ser o grande diferencial para que as marcas consigam manter uma experiência fluida e positiva junto aos consumidores, desde o primeiro contato até o pós-venda.

Nesse caso, estamos falando de três pilares operacionais: planejamento estratégico, atendimento ao cliente e capacidade de execução.

Por isso, a organização para a data precisa abranger toda a logística, metas e ações de marketing do negócio, com definição clara das estratégias para que os objetivos sejam atingidos. Já o atendimento eficaz e rápido traz um diferencial desejado pelo público em um contexto onde ele busca respostas e soluções ágeis. A competência funcional, por sua vez, envolve garantir estoques adequados, uma logística de entrega eficiente e o uso de tecnologias para suportar um grande volume de transações.

Além das questões operacionais, a criação de campanhas de marketing voltadas à Black Friday, por meio de uma comunicação clara e objetiva ao público-alvo, é outro elemento fundamental. Impulsionada pelo uso de soluções de automação e personalização, as ações representam um diferencial significativo, já que permitem uma melhor segmentação do público, um fator que possibilita o envio de ofertas mais atraentes e direcionadas.

Aliás, o uso de automação não deve ser limitado ao marketing. A criação de um FAQ destinado a elucidar questões comuns para a Black Friday, como prazos de entrega, políticas de troca e devolução, formas de pagamento, além de canais automatizados para atendimento, ajuda a aliviar a sobrecarga nas equipes e, ao mesmo tempo, acelera os esclarecimentos aos consumidores. Sem contar que o recurso melhora a experiência do cliente e permite que os times priorizem somente os casos que exigem, de fato, uma solução humana.

A verdade é que as empresas que investem em um detalhado planejamento, utilizam a tecnologia de forma inteligente e proporcionam uma experiência de compra fluida saem na frente na briga pela conquista da confiança do consumidor. Num cenário competitivo, superar o óbvio e surpreender o cliente é o verdadeiro diferencial. Até porque, no final das contas, o que se constrói na Black Friday é o valor da marca e a fidelidade. Isso certamente é mais importante do que o faturamento momentâneo.

*Monique Areze – COO do Grupo Duo&Co

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