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IA generativa e os novos formatos de mídia

Publicado

em

*Bruno Campos de Oliveira

Muito se fala nos dias de hoje sobre a Inteligência Artificial (IA). Ela, contudo, faz parte da vida das pessoas há muito tempo, por vezes de forma invisível. O que vimos nos últimos anos, porém, foi uma revolução impulsionada pela IA generativa, uma vertente capaz de criar conteúdos variados: de textos, imagens, músicas e vídeos, até ambientes digitais imersivos. Essa transformação não apenas trouxe novas ferramentas criativas, mas democratizou o acesso a essas tecnologias, fazendo com que qualquer pessoa com um smartphone ou notebook possa se tornar uma criadora de mídia.

O grande divisor de águas, na minha avaliação, foi o surgimento e a popularização das IAs generativas. De modo quase instantâneo, elas passaram a desempenhar papéis que antes dependiam de habilidades técnicas complexas e de anos de estudo. A capacidade de criar textos coerentes, imagens realistas ou músicas envolventes em questão de segundos desafia o próprio conceito de autoria e cria oportunidades inéditas. Essa inovação, por enquanto, tem sido dominada por conteúdos em texto e imagem. O próximo passo, contudo, parece óbvio: a criação de novos formatos de mídia.

Do estático ao dinâmico: o próximo salto

Estamos na fase inicial da IA generativa. Textos e imagens são produzidos com uma facilidade impressionante, mas são criações que, em sua maioria, ainda podem ser consideradas estáticas. A verdadeira inovação, no entanto, será integrar a IA para criar formatos dinâmicos e interativos. Pense em vídeos gerados automaticamente que respondem ao toque, ao som ou à interação do espectador em tempo real. Ou, em jogos que se adaptam de forma contínua ao comportamento do player, modificando a narrativa com base em suas escolhas.

Um exemplo disso são os experimentos com a criação de realidades virtuais ou aumentadas, ambientes gerados pela IA em que os limites entre o físico e o digital se tornam quase indistintos. Nesses espaços, será possível não só consumir conteúdo, mas também interagir e criar experiências que antes pareciam saídas de um filme de ficção científica.

Se o campo de textos e imagens já está consolidado, penso que as próximas frentes de expansão da IA generativa são os áudios e vídeos. A criação de vozes sintéticas, que imitam perfeitamente vozes humanas, já se encontra em um estágio avançado. Isso permite que narrativas de audiolivros, podcasts ou músicas sejam geradas sem a participação de um locutor ou músico real. As possibilidades criativas são imensas: você pode imaginar, por exemplo, uma peça teatral onde os diálogos, a trilha sonora e os efeitos de som são gerados e adaptados conforme a plateia reage?

Da mesma forma, no campo do vídeo, a IA pode criar cenas em tempo real, eliminando a necessidade de filmagens tradicionais. Já existem ferramentas que simulam ambientes tridimensionais e geram vídeos a partir de simples descrições textuais, uma aplicação com potencial revolucionário para o setor audiovisual, por exemplo.

A questão central, na minha avaliação, é: no âmbito do marketing e da comunicação, como expandir essas capacidades para além dos formatos tradicionais? Uma possível resposta está na combinação de diferentes tecnologias de IA, como o machine learning e o processamento de linguagem natural, com interfaces multimodais, criando novos tipos de mídia que mesclam texto, áudio, vídeo e até interações físicas.

Imagine uma campanha interativa na qual o consumidor não apenas assiste, mas também participa ativamente da construção da narrativa. Por exemplo, um “filme vivo”, onde a trama se altera com base nas escolhas ou respostas emocionais do público. Outro exemplo, no live marketing, poderia ser a criação de experiências sensoriais em ativações, nas quais a IA cria não só o conteúdo visual e sonoro, mas também simula aromas, texturas ou temperaturas para criar uma imersão total.

Além disso, as inteligências artificiais podem ser capazes de criar conteúdo colaborativo em tempo real. Ferramentas que reúnem várias pessoas, cada uma contribuindo com suas ideias, e, com a ajuda da IA, combinam essas sugestões para gerar um produto final coletivo — seja ele um filme, uma música, ou uma campanha 100% interativa. Esse tipo de produção expandiria a criação de mídia para algo que envolve comunidades inteiras, onde o papel do criador se torna muito mais fluido.

Desafios e oportunidades

Se por um lado a IA generativa abre possibilidades criativas, também traz desafios. A autoria de obras geradas por IA é uma questão ainda em aberto: de quem é a criação? Do algoritmo, do humano que alimentou a IA, ou de ambos? Além disso, o impacto no mercado de trabalho, especialmente nas indústrias criativas, precisa ser cuidadosamente avaliado. Profissões como designers, redatores e até desenvolvedores, poderão ser transformadas ou substituídas.

No entanto, ao mesmo tempo, a IA oferece uma oportunidade única para reinventar a forma como consumimos e produzimos conteúdo. O futuro pode reservar a criação de formatos de mídia que sequer conseguimos conceber plenamente hoje, expandindo as fronteiras da publicidade, do entretenimento e de muitas outras indústrias.

A IA generativa já alterou profundamente a maneira como interagimos com o conteúdo, e sua expansão para novos formatos é apenas uma questão de tempo. O futuro da mídia está em ser moldado por uma co-criação entre humanos e máquinas, e essa jornada está apenas começando.


* Bruno Campos de Oliveira – CEO da Pixel Roads

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Marketing estratégico: por que sua empresa pode estar investindo demais e recebendo de menos

Publicado

em

*Maria Júlya Guimarães

Nos últimos anos, o marketing assumiu protagonismo na estratégia das
empresas. Com o avanço do digital, ficou mais fácil (e mais tentador) investir em
campanhas, anúncios, redes sociais e produção de conteúdo. Porém, à medida
que o volume de ações cresce, uma pergunta se torna inevitável — esse
investimento está realmente trazendo retorno?

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 60%
das empresas no Brasil não sobrevivem após 5 anos de atividade. Um dos
principais motivos é a incapacidade de gerar receita suficiente para sustentar a
operação. E, muitas vezes, isso está diretamente ligado a um marketing que
informa, mas não converte. Que aparece, mas não vende.

Um estudo da McKinsey & Company mostra que empresas com forte disciplina estratégica na construção de negócios crescem mais e têm taxas de sucesso duas vezes maiores do que aquelas sem alinhamento entre marketing e
estratégia organizacional.

A diferença entre “estar presente” e “estar posicionado”

Marcar presença no digital virou padrão. Mas presença sem posicionamento é
apenas ruído. Um estudo citado pela Harvard Business Review aponta que
empresas que estabelecem conexões emocionais com seus clientes podem
crescer até cinco vezes mais do que aquelas que não o fazem.

O consumidor de hoje não quer apenas ver a marca — ele quer reconhecê-la.
Quer saber o que ela representa, o que defende, e por que vale a pena escolhê-
la. E essa percepção não se constrói com frequência de publicações, mas com
coerência estratégica.

O marketing que dá retorno começa com estratégia

Retorno sobre investimento (ROI) não é um luxo das grandes corporações. É
uma mentalidade. É a capacidade de olhar para cada real investido e saber
onde, como e por que ele voltou — ou não voltou.

Segundo o Content Marketing Institute, empresas que monitoram indicadores
de marketing têm três vezes mais chances de gerar crescimento consistente em
vendas do que aquelas que não fazem esse acompanhamento.

Medir ROI é mais do que acompanhar curtidas ou cliques. É entender, por
exemplo:
 Qual o custo de aquisição de cliente (CAC)
 Qual canal tem maior taxa de conversão?
 Que tipo de conteúdo gera vendas e não apenas vaidade?

Se essas perguntas não têm respostas claras, provavelmente o marketing está
operando como custo — não como investimento.

Então, por onde começar a mudar?

Reverter esse cenário não exige fórmulas prontas. Exige consciência e
consistência. Por isso, comece pelo essencial: público, posicionamento, proposta de valor. Conheça quem você quer atingir, defina claramente o que torna sua empresa única, e comunique isso de forma coerente em todos os pontos de contato. Depois, crie metas claras, acompanhe os dados, experimente com estratégia e aprenda com os resultados.

Se marketing e vendas não conversam, crie essa ponte. Se cada campanha
parece um tiro no escuro, pare e acenda a luz. Crescimento saudável não vem
da velocidade das ações, mas da intenção por trás delas.

Conclusão

Marketing eficaz não é o que grita mais alto — é o que comunica com clareza,
gera valor e entrega resultado. Não importa se sua empresa tem milhares de
seguidores se nenhum deles se torna cliente. E não adianta investir em anúncios
se você não sabe o que funciona.

Marketing estratégico não é sobre produzir mais. É sobre tomar decisões
melhores. E, no fim do mês, uma única pergunta pode colocar tudo em
perspectiva: O marketing da sua empresa está ajudando você a vender mais —
ou só a parecer mais?

*Maria Júlya Guimarães – Head de marketing da T&D Sustentável

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Tráfego pago não resolve tudo — mas mostra onde estão os gargalos

Publicado

em

*Fabricio Macias

No cenário atual do marketing digital, o tráfego pago surge como uma poderosa ferramenta para atrair visitantes qualificados para as páginas de uma empresa. É uma estratégia de marketing digital onde as empresas investem financeiramente em anúncios online para atrair visitantes para páginas específicas, como sites ou landing pages. As plataformas de anúncios, como Google Ads e LinkedIn Ads, são escolhidas com base nas necessidades de cada tipo de negócio. Esse modelo permite que os anúncios alcancem mais usuários de forma segmentada e estratégica.

Embora qualquer empresa possa investir em tráfego pago, é importante destacar que, para que o investimento seja eficaz, o produto ou serviço precisa já ter sido validado no mercado. Empresas que ainda não têm uma base de clientes sólida ou uma demanda comprovada podem encontrar desafios ao investir sem realizar testes prévios. Sem dúvida, o tráfego pago pode ser eficiente para a maioria das empresas, mas sua eficácia depende de vários fatores, como o segmento do negócio, a estratégia adotada e o público-alvo. Empresas que compreendem bem seu mercado e seu público tendem a ter melhores resultados.

Entretanto, antes de decidir investir em tráfego pago, é essencial considerar alguns pontos fundamentais como por exemplo, a segmentação do público-alvo, o estabelecimento de metas claras e um orçamento realista, além da escolha de uma plataforma adequada para os objetivos e público definido. E para saber se está na hora de investir em tráfego pago, a empresa deve considerar a validação do produto no mercado, ter um site ou landing page otimizado para conversões, dispor de um orçamento para testar e aprender com os dados, e avaliar a demanda e a concorrência no nicho de atuação.

Geralmente, a melhor estratégia de tráfego pago envolve campanhas constantes, com otimizações periódicas e ajustes no orçamento conforme a necessidade e a performance da campanha. Para negócios como e-commerce ou serviços recorrentes, campanhas contínuas são ideais.

Já para datas sazonais, como Black Friday, as ações específicas e pontuais podem ser mais eficazes. Ou seja, é preciso saber o que se deseja com o tráfego pago: mais vendas, gerar leads ou aumentar o reconhecimento de marca?

Após essa definição, avalia-se quanto pode investir sem comprometer o caixa da empresa. Por fim, é necessário garantir que sua equipe ou operação esteja pronta para atender ao volume de potenciais clientes que o tráfego vai gerar. Além disso, é preciso acompanhar métricas como CAC (Custo de Aquisição de Clientes)e ROI (Retorno sobre Investimento) a fim de garantir que o investimento está trazendo retorno.

Existem diversas empresas especializadas em tráfego pago, mas as empresas também podem optar por gerenciar a campanha internamente, porém, devem ter conhecimento técnico e tempo para otimizar constantemente os anúncios. Caso contrário, pode haver erros significativos na segmentação ou no orçamento, prejudicando os resultados. As agências, por sua vez, oferecem expertise e estrutura para analisar campanhas de forma precisa, evitando desperdícios e contribuindo com estratégias como remarketing e campanhas omnichannel. Além disso, erros comuns incluem falta de definição clara de objetivos, segmentação incorreta do público, falta de monitoramento regular das campanhas e orçamento mal planejado.

Por isso, a empresa precisa estar adequadamente estruturada antes de investir em tráfego pago. Não adianta direcionar tráfego para um site desatualizado, uma página confusa ou um funil de vendas inexistente. O tráfego pago amplifica o que já existe, e se a operação não estiver pronta para atender o cliente ou converter as visitas, o investimento pode ser desperdiçado. Assim, a melhor estratégia é combinar o tráfego orgânico — que envolve o trabalho contínuo de construção de marca, presença digital e criação de conteúdo — com o tráfego pago. Dessa forma, as pessoas podem chegar ao seu negócio de diferentes maneiras, seja buscando por soluções específicas, seja por meio de anúncios criativos e bem segmentados.

Nesse sentido, se você está começando, o primeiro passo é procurar profissionais ou agências certificadas nas plataformas em que deseja investir, como Google Ads, LinkedIn Ads ou Meta Ads. Caso o orçamento esteja apertado, uma alternativa é usar as plataformas de forma self-service, que oferecem tutoriais e suporte. E existem também ferramentas, como o ChatGPT, que ajudarão a criar as primeiras campanhas e testar sua eficácia. E, quando se trata de tráfego pago, a melhor prática é sempre testar e analisar tudo.

Ao contrário da mídia tradicional, onde é difícil saber o retorno de cada investimento, no digital é possível rastrear o desempenho de cada clique, conversão e custo. Assim, a melhor estratégia é estruturar bem os web analytics, colocando tags no seu site para monitorar o fluxo e a origem das conversões.

Além disso, ao utilizar o tráfego pago, é essencial adotar uma cultura de testes constantes. O digital permite testar com investimentos baixos e obter resultados rápidos e visíveis, o que facilita ajustes rápidos e eficazes.

Por fim, ao iniciar no tráfego pago, é importante ter a mentalidade de testar pequenos para acertar grandes. Não acredite em milagres ou gurus da internet, mas sim, em uma abordagem de curiosidade e aprendizado contínuo. Teste suas campanhas, rastreie os resultados e, com o tempo, você verá os benefícios desse investimento estratégico. Tráfego pago não é apenas uma tendência do marketing digital, mas uma ferramenta que, quando bem usada, pode gerar resultados reais e impulsionar o crescimento do seu negócio.

*Fabricio Macias – Co-CEO da Macfor

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