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Quando o Growth Marketing faz a diferença em eventos

*Rafael Meira
No cenário do entretenimento pós-pandemia, aproveitar as oportunidades e solidificar relacionamentos é um desafio nada habitual às fórmulas triviais que, diante de tantas transformações digitais, requer novas abordagens como proposto no Growth Marketing, abordagem que chega para mudar como entendemos a relação do marketing com os demais departamentos da empresa.
O Growth Marketing (marketing de crescimento) têm possibilitado a execução de estratégias focadas no escalonamento de vendas e receita de forma cíclica e contínua, utilizando recursos de pesquisa e inteligência para oferecer aos clientes serviços adequados às suas necessidades, gerando autoridade para a empresa e tornando-a referência.
Derivado do Growth Hacking (subcampo do marketing focado no rápido crescimento de uma empresa e referido tanto como um processo quanto como um conjunto de habilidades interdisciplinares), o Growth Marketing atua na perspectiva do crescimento ágil por meio da aquisição e retenção de clientes. Seu diferencial está na nutrição do público alvo com conteúdo digital relevante, captação orgânica de leads, além da coleta e análise de informações durante a jornada do cliente para melhoria de abordagens, serviços, produtos, upselling, relacionamento e retenção. Diferente do marketing tradicional que utiliza a comunicação para gerar awareness e incremento de vendas por meio de canais convencionais de mídia, a comunicação nesse caso exerce papel fundamental na definição de tom institucional, pitch de vendas, produtos, políticas comerciais, materiais de apoio e workload do time comercial e personas.
Especificamente no segmento de eventos, que requer conectar pessoas com a experiências que mais lhe atraem e produtores com tecnologias que suportem todas as fases do evento (divulgação, vendas, controle financeiro e controle de acesso), adotar o Growth Marketing passa ser fundamental para atender todas as expectativas. E não se trata apenas de acompanhar as últimas tendências do mercado, mas unir esforços de vendas e marketing para escalar resultados, sem que isso implique no aumento de custos.
Não basta apenas identificar potenciais leads. A captação, a qualificação e o lead handoff também devem ser assertivos, tanto no B2B quanto no B2C. São muitas as ferramentas disponíveis que ajudam na implementação do Growth, como Analytics, Hotjar, Hubspot e softwares de gestão de vendas. Além disso, podem ser realizadas análises de Cohort e pesquisa NPS que apontarão se as estratégias estão sendo efetivas.
O Growth Marketing representa uma abordagem fundamental para impulsionar o sucesso e o crescimento sustentável de ticketeiras. Ao testar e otimizar continuamente suas estratégias de marketing, as empresas podem encontrar oportunidades de crescimento exponencial, alcançando seu máximo potencial, sendo um recurso valioso para qualquer empresa que deseje se destacar e prosperar num cenário altamente competitivo.
*Rafael Meira – Diretor de marketing da Bilheteria Digital
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Marketing de afiliados é estratégia necessária para negócios de todos os portes

*Hugo Alvarenga
Por muito tempo, o marketing de afiliados foi associado como um recurso exclusivo de grandes operações digitais, com orçamentos robustos e estruturas complexas. Porém, cada vez mais está evidente que a percepção está longe de condizer com a realidade do mercado atual. A verdade é que esse modelo de publicidade baseada em performance se tornou uma das estratégias mais acessíveis, eficientes e escaláveis disponíveis para todas as empresas. Inclusive (e especialmente) para pequenos e médios negócios que buscam previsibilidade e retorno tangível sobre seus investimentos.
Na prática, o conceito hoje funciona como uma espécie de descentralização da força de vendas: marcas criam programas e convidam parceiros, os chamados afiliados, com foco em divulgar seus produtos em troca de comissões por resultado. Tal dinâmica apresenta uma vantagem clara para quem precisa crescer com orçamento controlado: o pagamento só ocorre quando há conversão, seja clique, lead ou venda. A partir dessa premissa, é uma lógica que combina com qualquer porte de negócio, desde que bem estruturada.
No caso de PMEs, o caminho mais comum, e promissor, tem sido apostar, por exemplo, em parcerias com criadores de conteúdo de nicho e micro influenciadores. Isso porque se tratam de pessoas com alto engajamento em comunidades específicas, capazes de gerar tráfego qualificado sem exigir grandes investimentos. Por outro lado, para empresas maiores, passa a ser mais comum a adoção de plataformas tecnológicas mais completas, contando com programas whitelabel e integração com sistemas de dados e CRM, possibilitando que uma infinidade de afiliados possam estar conectados e tendo a sua performance analisada de forma automatizada.
Além disso, vale destacar que o impacto social do marketing de afiliados é significativo, já que qualquer pessoa pode participar dessa modalidade desde que faça parte de uma plataforma de afiliação e tenha um celular com internet para divulgar seus links de compra. Isso contribui diretamente para a democratização do acesso à geração de renda, especialmente em um cenário econômico desafiador como o do Brasil, onde milhões de pessoas buscam alternativas para complementar seus ganhos.
Os dados do mercado também confirmam esse movimento. Em 2023, o marketing de afiliados movimentou mais de US$ 14 bilhões globalmente, segundo a Influencer Marketing Hub. Só no Brasil, já são mais de 30 milhões de pessoas cadastrados em plataformas como a Hotmart — o que nos coloca como o segundo maior país nesse segmento.
O setor aquecido é facilmente explicado. De acordo com a Business Insider, o marketing de afiliados pode contribuir com cerca de 16% da receita total gerada por meio de campanhas de marketing digital – valor expressivo considerando não apenas a conversão, mas a retenção dos clientes. Contudo, não podemos simplificar o momento somente pela questão financeira. A crescente sofisticação das plataformas também tem ajudado. Hoje, graças ao auxílio da tecnologia, é possível segmentar campanhas, monitorar canais, comparar o desempenho de afiliados, garantir remuneração transparente e, o mais importante, otimizar toda a operação com base em dados reais. E claro, a questão social também ganha especial destaque quando falamos de economia digital.
Segundo uma pesquisa da Mediakix, 81% das marcas que investem nesse modelo afirmam ter aumentado sua base de clientes de forma significativa. Isso mostra que a estratégia vai além da conversão direta — ela também impulsiona reconhecimento de marca e visibilidade de longo prazo, algo que muitas vezes passava despercebido quando o assunto era a atuação dos afiliados. Além do mais, diferente de outras frentes de mídia, o crescimento vem acompanhado de um controle total sobre o orçamento e previsibilidade nos resultados.
Desmistificar o marketing de afiliados como um recurso exclusivo de grandes players é essencial para democratizar o acesso a estratégias que realmente entregam resultados. Hoje, empresas de todos os segmentos e portes estão aderindo ao formato, desde grandes varejistas online até pequenos produtores locais. Seja para vender mais, ganhar visibilidade ou até mesmo atrair novos públicos, o modelo já provou ser uma ferramenta poderosa — e, acima de tudo, adaptável a qualquer tipo de negócio.
*Hugo Alvarenga – Sócio e co-CEO da A&EIGHT e CEO da Lomadee.
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Como entender o engajamento das minhas campanhas em plataformas de difícil metrificação?

*Paulo Fernandes
Durante o MMA Impact, evento que aconteceu entre os dias 13 e 14 de maio e reúne as maiores lideranças do marketing e da mídia global para discutir tendências do setor, um tema me chamou atenção: a dificuldade de mensuração de resultados em algumas plataformas. De fato, alguns canais carregam com eles o desafio de entender se a campanha está funcionando, sendo, muitas vezes, um investimento de alto risco.
Diferente dos canais digitais mais estabelecidos, como redes sociais ou display programático, o CTV e Digital OOH não oferecem, na maioria dos casos, interações rastreáveis como cliques ou formulários preenchidos. Muitas vezes, o impacto está na exposição da mensagem – e não em uma resposta direta do público. E é exatamente isso que dificulta o entendimento dos resultados da campanha de forma direta.
Além disso, esses canais apresentam barreiras técnicas: a ausência de cookies ou identificadores persistentes, a limitação no rastreamento do usuário e a fragmentação das plataformas tornam difícil acompanhar o comportamento do consumidor após o contato com a campanha.
Resultados a longo prazo: o engajamento como construção
Na minha experiência, é comum que o engajamento nesses canais se manifeste de forma diluída no tempo. Uma campanha em CTV, por exemplo, pode gerar um aumento no reconhecimento da marca, o que se traduz em buscas orgânicas semanas, e até meses, depois. Por isso, tenho aprendido cada vez mais o quão fundamental é adotar uma visão de longo prazo. Métricas como aumento de tráfego de marca, variação no volume de buscas ou crescimento nas vendas em regiões expostas à campanha são indícios valiosos de engajamento e que merecem nossa atenção.
Diante dessa complexidade, plataformas de tecnologia que acessam dados de diferentes fontes se tornam grandes aliadas. Elas permitem cruzar informações de exposição em canais pouco metrificados com outros indicadores relevantes. Em vez de depender de cliques ou formulários preenchidos, esses canais exigem abordagens baseadas em dados de localização, análises de interação em campanhas push e insights obtidos por meio da combinação de diferentes pontos de contato digitais e físicos. Mesmo com o apoio de plataformas e tecnologias de mensuração, algumas boas práticas podem aumentar a eficácia na avaliação do engajamento em canais como CTV e Digital OOH. Pesquisas de impacto e reconhecimento, por exemplo, ajudam a entender mudanças na percepção da marca entre públicos expostos e não expostos à campanha. Já o uso de geotargeting permite comparar regiões impactadas. O monitoramento de buscas e tráfego orgânico, por sua vez, pode indicar sinais de influência nos dias e semanas posteriores à veiculação.
Mensurar o engajamento em canais como CTV e Digital OOH exige uma abordagem mais estratégica e menos imediatista. Embora a ausência de cliques ou conversões diretas dificulte a análise, o impacto desses canais pode e deve ser observado por diferentes ângulos.
*Paulo Fernandes – Global VP da Siprocal