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Naty Sanches

O impacto das Olimpíadas: campanhas que marcaram a temporada

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em

Por Naty Sanches

Em meio ao fervor causado pelas Olimpíadas, as marcas entraram em campo para disputar oportunidades de negócios com campanhas, ativações e lançamentos estratégicos. Aproveitando a vasta audiência dos Jogos, elas buscaram garantir um lugar de destaque no pódio da publicidade e da mídia, gerando um impacto marcante e capturando a atenção do público.

O sucesso das campanhas Olímpicas começa com um planejamento de comunicação bem estruturado, adotando uma abordagem integrada para garantir consistência e impacto. De acordo com um relatório da Opinion Box, a pesquisa revelou que a publicidade relacionada aos Jogos Olímpicos teve uma presença marcante, com 50% dos brasileiros afirmando ter visto alguma campanha. Além disso, um estudo conduzido pelo Grupo Ponto em parceria com a V-Tracker analisou as opiniões dos brasileiros sobre a competição e as marcas associadas ao evento. Os resultados mostraram que 43% dos entrevistados queriam saber quais eram as marcas patrocinadoras dos Jogos, e 58% admitiram que o patrocínio influenciava de alguma forma sua decisão de consumo. A pesquisa também revelou que a Geração Z é a mais engajada com as empresas patrocinadoras.

Diante dos dados citados, quero explorar aqui como essas estratégias foram implementadas pelas marcas e quais foram os destaques dessa temporada Olímpica de Paris:

  1. Identidade visual: A identidade visual é fundamental para criar uma presença marcante durante o evento. Marcas desenvolvem campanhas com cores e elementos gráficos que refletem o espírito Olímpico e se destacam nos materiais promocionais. Essa identidade visual não apenas aumenta a visibilidade, mas também ajuda a criar uma associação imediata com os Jogos.

Um exemplo é a Visa, que foi patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024. Junto com o Banco do Brasil, a empresa lançou a campanha “Torcida pelo Brasil”, com o mote #IssoÉACaraDoBrasileiro. O trabalho adotou elementos culturais icônicos, como o cachorro caramelo, o filtro de barro e o churrasco. Incluiu também murais temáticos e um inflável gigante de cachorro caramelo em Brasília.

(Crédito/Divulgação)

 

  1. Campanhas multicanais: O marketing multicanal envolve a veiculação de campanhas em várias plataformas simultaneamente, adaptadas para cada canal. Isso garante uma presença constante e eficaz.

Um exemplo de marca que realizou campanhas multicanais durante as Olimpíadas de Paris 2024 foi a Ambev

Como parte de suas ações de patrocínio global aos Jogos Olímpicos de Paris, a cerveja Corona Cero idealizou uma campanha publicitária que homenageou lendas do esporte brasileiro. Para isso, convidou Daiane dos Santos, Hortência, Gustavo Borges, Virna Dias, Vanderlei Cordeiro e Oscar Schmidt para relembrar momentos icônicos de suas carreiras.

Nas redes sociais, a Corona compartilhou publicações com os atletas que fizeram parte da campanha. Além disso, promoveu um mural que foi pintado ao vivo pela artista visual Juliana Fervo, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, em homenagem aos atletas.

(Reprodução/Instagram @julianafervo)

A cerveja também realizou ação em bares de São Paulo, oferecendo uma rodada gratuita de Corona para os clientes presentes no momento em que um atleta brasileiro conquistasse a medalha de ouro na Olimpíada. 

Na cerimônia de abertura montou um espaço personalizado da marca com cadeiras de praia ao ar livre e um supertelão de 4 metros para a transmissão da abertura dos Jogos Olímpicos na Avenida Faria Lima, em São Paulo.

  1. Ações nas redes sociais: Marcas criam conteúdo interativo, como vídeos, quizzes e enquetes, para estimular a participação dos seguidores. Além disso, utilizam hashtags relacionadas aos Jogos para aumentar o destaque e facilitar a conversação em torno de suas ações.

A Havaianas, por exemplo, realizou uma excelente campanha nas redes sociais. Aproveitou sua presença na capital francesa para apresentar uma variedade de produtos ao público, incluindo chinelos, shoulder bags e bonés.

Além de ter sido o calçado oficial da delegação brasileira, a marca utilizou atletas para amplificar sua mensagem. Entre os embaixadores estavam Rebeca Andrade (ginástica), Dora Varella (skate), Pepê Gonçalves (canoagem slalom), Darlan Souza (vôlei de quadra), e Ana Patrícia e Duda (vôlei de praia). Para a criação de conteúdo, a Havaianas contou com influenciadores como Igão e Mitico, Valen Bandeira, Láctea, Samanta Alves, Paul Cabannes e Vira Lata Caramelo.

(Reprodução/Instagram @havainas)

  1. Parcerias com influenciadores: Colaborar com influenciadores é uma estratégia comum para expandir o alcance e a autenticidade das campanhas. Influenciadores com grande seguimento compartilham suas experiências e opiniões sobre o evento, promovendo as empresas de maneira mais ‘’natural’’. Essas parcerias ajudam a atingir audiências específicas e a criar uma conexão mais pessoal com o público.

Acredito que o melhor exemplo, que uniu influenciadores + Canais de streaming esportivos foi a chegada da Cazé TV na cobertura das Olimpíadas, que marcou um novo capítulo na mídia esportiva brasileira. 

Este novo player surgiu em um momento de alta na mídia esportiva, com a demanda por conteúdo dinâmico e interativo em crescimento acelerado. Durante o evento, a Cazé TV se destacou ao combinar transmissões ao vivo com comentários espontâneos e humorísticos, mantendo uma conexão direta com os espectadores através das redes sociais.

O canal contou com o apoio de grandes marcas, que também já foram mencionadas aqui, como Corona e Visa (com Banco do Brasil), além de Esportes da Sorte, Hellmann’s, iFood, Vivo e Volkswagen, que promoveram ações especiais tanto em Paris quanto em ativações nos estúdios.

Além dessas colaborações estratégicas, a jornalista Fernanda Gentil esteve à frente da cobertura das Olimpíadas, desempenhando um papel importante no jornalismo esportivo durante o evento. Sua abordagem atraiu a atenção do público.

À medida que as Olimpíadas de Paris 2024 avançaram, ficou claro que as marcas aproveitam cada oportunidade para brilhar e se conectar com o público. Cada detalhe contou na busca pelo pódio da visibilidade e do impacto. Agora, aguardamos para mergulhar no universo da comunicação nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028!

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Naty Sanches

Microcomunidades e comunicação personalizada: o futuro do engajamento está nos nichos

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por Naty Sanches

Nos tempos da comunicação de massa, bastava um bom comercial no horário nobre para alcançar milhões de pessoas. Historicamente, poucas mídias detinham o poder de alcançar multidões, criando um cenário de baixa concorrência pela atenção do público. No entanto, a chegada de diversos recursos tecnológicos e o surgimento de inúmeros canais online fragmentaram drasticamente a mídia e pulverizaram a audiência.

Isso significa que, para conquistar espaço (e relevância), não basta mais falar com todo mundo. É preciso falar diretamente com determinados grupos e se tornar parte do assunto dessas pessoas.

A atenção do público está agora dividida em uma infinidade de plataformas, desde redes sociais e blogs até podcasts e o conteúdo é compartilhado de maneiras muitas vezes imprevisíveis, por influenciadores, amigos e familiares. Além disso, o panorama ainda conta com o avanço dos algoritmos de personalização. Essa dinâmica exige que os profissionais de comunicação lancem uma rede mais ampla para alcançar as pessoas certas, adaptando-se a um ambiente onde o consumidor está em constante movimento, interagindo com múltiplos meios simultaneamente.

Essa fragmentação da atenção é a causa direta da ineficácia e do desperdício inerentes ao marketing de massa. Investir milhões em propaganda genérica e esperar um retorno significativo não se mostra mais como a melhor estratégia na sociedade da mídia fragmentada. O custo-benefício despenca à medida que o alcance se dilui em inúmeros pontos de contato. Assim, as marcas precisam reorientar seus investimentos na busca por um alcance massivo para a precisão e relevância segmentada. O sucesso não reside mais no volume de pessoas atingidas, mas na capacidade de se conectar autenticamente com grupos específicos.

Não se trata apenas de adaptar uma linguagem, mas de mergulhar no universo de cada comunidade, entender seus códigos, hábitos, paixões e dores. É nesse vácuo que as microcomunidades emergem como espaços vitais de conexão profunda.

Um bom exemplo desse movimento é a presença da Philips Walita no São Paulo Coffee Festival, evento que reúne especialistas e amantes do universo do café. Com sua presença no local, a marca conseguiu direcionar a divulgação das cafeteiras Superautomática LatteGo para um público que está verdadeiramente imerso e interessado no tema. Com isso, se aproximou do nicho e conseguiu desenvolver diálogos mais empáticos com uma comunidade apaixonada e fluente na linguagem do café.

Outro exemplo de marca que faz esse tipo de comunicação é a Red Bull, que desde o início tem uma grande parcela de sua comunicação voltada para os públicos que praticam, admiram e se interessam por esportes radicais. Baseada em seu propósito, a marca investe em co-branding com atletas, eventos e ativações de experiências que se comunicam diretamente com a comunidade esportista. Ela não apenas vende um energético. Ela transfere atributos simbólicos de performance, superação e liberdade ao conectar sua narrativa aos valores e desafios vividos por essas comunidades, promovendo um território seguro e que traz identificação para quem faz parte do movimento, potencializando seu branding.

Já o Spotify aposta em dados para criar segmentações cada vez mais personalizadas aos usuários. Com campanhas como o “Spotify Wrapped”, que celebra os hábitos musicais de cada usuário, a marca incentiva a identificação com públicos que gostam de gêneros musicais específicos: do funk ao K-pop, do forró ao death metal. Nesse modelo, cada ouvinte sente que faz parte de algo e esse senso de pertencimento é o que fortalece a lealdade à marca e até mesmo sua recomendação. A campanha deu tão certo que algumas plataformas concorrentes começaram a entregar análises individuais aos seus assinantes alguns anos depois e já virou tradição anual receber um resumo do consumo musical.

Outro aspecto central nessa nova lógica de comunicação é o uso estratégico de dados comportamentais e insights de consumo cultural. Mais do que dados demográficos, marcas precisam entender padrões de comportamento, vocabulário comum e motivações emocionais que movem determinados grupos. Ferramentas de social listening, análise semântica e mineração de comunidades digitais permitem mapear microtendências e antecipar conversas que estão nascendo dentro desses clusters. É a partir desse conhecimento profundo que é possível criar campanhas mais relevantes, experiências mais significativas e até desenvolver produtos sob demanda, com base nos desejos e hábitos reais das pessoas.

 

Além disso, o papel da escuta ativa nas redes sociais se tornou fundamental na construção de relacionamento com os nichos. Marcas que apenas falam (e não escutam) perdem a chance de entender os códigos mais sutis de cada grupo. Monitorar hashtags específicas, participar de grupos temáticos, responder dúvidas com empatia e se engajar de maneira recíproca são formas eficazes de demonstrar respeito e construir confiança.

 

Estratégias centradas em persona, mapeamento de comunidades online, ativação de influenciadores de nicho e comunicação orientada por dados são algumas das formas de entrar nesse jogo com profundidade e isso vale para marcas de todos os portes. O público quer ser visto, ouvido e representado. Ele quer que as marcas dialoguem com seus interesses específicos, em vez de replicar mensagens genéricas.

Comunidades como as de gamers, mães solo, corredores de rua, fãs de astrologia, apreciadores de vinho ou defensores da sustentabilidade são apenas alguns exemplos de onde estão as oportunidades reais de conexão. Hoje, é preciso pensar em termos de comunidades vivas e ativas, com quem é possível criar relações de confiança, gerar identificação e, claro, negócios.

E para conquistar os corações de comunidades cada vez mais segmentadas, as marcas precisam fazer o dever de casa: ouvir mais do que falar, personalizar mais do que padronizar e, principalmente, participar de verdade das conversas que importam para essas pessoas.

No futuro da comunicação — que, convenhamos, já chegou — não vence quem grita mais alto, mas quem fala na frequência certa. Microcomunidades não são pequenas demais para gerar impacto: são exatamente onde o impacto acontece de forma mais profunda.

Seja qual for o nicho, a pergunta que toda marca deveria se fazer agora é: como posso me aproximar dos meus nichos de interesse? A resposta pode ser a grande virada de chave para alcançar as metas e objetivos traçados.

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Naty Sanches

Marketing intergeracional: pluralidade que gera valor real

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*Por Naty Sanches

O cenário da comunicação se transforma de maneira cada vez mais rápida. Mas, entre uma trend do TikTok e um vídeo de reação no Instagram, uma certeza se mantém: a comunicação continua sendo sobre gente. Mesmo em meio à hiperfragmentação de plataformas, conteúdos e narrativas, o que move as marcas rumo à relevância é a capacidade de se conectar com pessoas reais, em suas complexidades e camadas geracionais.

Uma saída que as marcas têm encontrado para isso é o marketing intergeracional, que deixa de ser um recurso pontual para virar uma estratégia poderosa de construção e manutenção de marca, especialmente quando usado com intencionalidade.

Reunir diferentes gerações em uma mesma campanha não é apenas uma forma de ampliar o alcance. É, antes de tudo, um gesto simbólico de escuta, respeito e continuidade. Enquanto o mercado costuma colocar as gerações em disputa — “millennials vs. geração Z”, “baby boomers ultrapassados”, “alfa nasceu sabendo” —, campanhas que promovem encontros autênticos entre avós, pais e filhos trazem uma visão mais integradora e estratégica: a de que a construção de reputação e legado se faz na interseção entre memória e desejo de futuro.

Foi exatamente isso que fez a Philips Walita, ao lançar no Instagram a série “Encontro de Gerações”. Com humor, afeto e uma boa pitada de nostalgia, a marca reuniu avós e netos influenciadores em vídeos que reatualizam o imaginário da cozinha brasileira. Ao mostrar que, assim como as receitas passam de geração em geração, os eletrodomésticos da marca também acompanham essa história, a Philips Walita conseguiu tangibilizar dois ativos raros em um único conteúdo: tempo e confiança.

Outro case que vale ser observado com lupa é o da Minâncora. A marca centenária celebrou seus 110 anos com uma ação que reuniu 110 influenciadores, mas foi com a Dona Elma, uma senhora de 101 anos, que o storytelling ganhou densidade. Em um vídeo sensível, ela compartilha histórias pessoais que se entrelaçam com os pilares da marca (cuidado, longevidade, sabedoria). Nada mais potente do que ver valores imateriais ganhando voz, rosto e repertório.

Essas campanhas têm algo em comum: não tratam as gerações como categorias demográficas, mas como camadas de experiência. Elas constroem pontes e não apenas recortes entre públicos diversos, promovendo conteúdos que emocionam, ensinam e geram conversa. E fazem isso com linguagem atual, roteiros criativos e estratégia transmídia.

Mas o marketing intergeracional não é (e não pode ser) só sobre colocar pessoas de idades diferentes lado a lado. É sobre promover trocas reais, escutar o que cada geração tem a dizer e transformar isso em narrativas com relevância social e cultural. Em um mundo que valoriza cada vez mais autenticidade, marcas que apostam nessa abordagem não apenas performam melhor. Elas marcam mais.

Com o avanço da economia prateada, o aumento da longevidade e a presença crescente da Geração Z em posições de consumo e influência, pensar em comunicação plural deixa de ser tendência e passa a ser premissa. Mais do que uma tendência passageira, o marketing intergeracional se mostra uma ferramenta poderosa de conexão emocional, algo que nenhuma tecnologia substitui. Ao valorizar as experiências e a espontaneidade dessas vozes da internet, as campanhas ganham profundidade, contexto e credibilidade.

Marcas que souberem contar histórias que respeitam o tempo, os afetos e os saberes de diferentes gerações não só venderão mais: elas construirão herança simbólica. E isso não tem prazo de validade.

Três caminhos para aplicar o marketing intergeracional de forma estratégica:

1. Escolha porta-vozes que já cultivam o diálogo entre gerações.
Mais do que influenciadores por afinidade etária, busque criadores que gerem pontes reais entre mundos diferentes. Pessoas que vivem (e não apenas interpretam) esse encontro.

2. Incentive trocas autênticas, e não apenas presenças lado a lado.
O valor está na interação: uma avó ensinando um bordado à neta influenciadora ou um neto explicando reels para a bisavó youtuber. Quando há troca, há emoção. E quando há emoção, há memória de marca.

3. Atualize valores atemporais com linguagem de agora.
Tradição, confiança, cuidado, afeto: tudo isso pode (e deve) ser dito no TikTok, no Instagram ou no YouTube, mas com forma, ritmo e estética coerentes com os códigos da cultura digital.

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