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Naty Sanches

O mercado da assessoria de imprensa não é mais o mesmo?

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Vamos falar sobre o quanto o cenário da assessoria de imprensa evoluiu e se expandiu nos últimos anos. 

Posso afirmar com toda certeza que a disciplina de assessoria de imprensa mudou muito desde os meus tempos de faculdade. Não que tudo o que aprendemos tenha se tornado obsoleto, mas as coisas mudaram, sim. 

Calma, Jorge Duarte, Maristela Mafei, Elisa Kopplin Ferraretto, Luiz Artur Ferraretto e tantos outros autores que escrevem sobre assessoria de imprensa: suas sugestões, técnicas e processos de comunicação ainda me guiam muito.

Na verdade, a assessoria de imprensa muda todos os dias, dependendo da sua perspectiva. E isso me deixa super empolgada. Essa constante evolução é o que me motiva. Porque, sempre que recebemos um novo desafio na agência, um novo briefing, busco explorar todas as possibilidades de visibilidade para os clientes e motivar a equipe também a pensar ‘’como ir além do tradicional press release’’. Será que ele morreu? Vou responder a essa pergunta ao longo deste artigo.

Quando falamos de ações tradicionais, como releases, artigos e pautas, a questão não é que elas não funcionam mais, mas sim como podemos integrá-las de forma eficaz dentro de uma estratégia mais ampla. As estratégias agora incluem uma variedade de ações para aumentar a visibilidade dos clientes, como participações em podcasts, lives e colaborações com veículos de comunicação na criação de produtos de conteúdo de valor.

Um exemplo marcante, que é um case da casa, é a série de conteúdos intitulada “Origens”, publicada pelo UOL Tilt em formato de “temporadas”. O argumento teórico da proposta nasceu a partir de um exercício de escuta ativa do time da agência e da fluência dos profissionais em extrair dados e insights para transformá-los em ação. E foi desta forma que conseguimos descolar nosso cliente do segmento de mapeamento genético da concorrência. Mostramos ao veículo um caminho para o compartilhamento de narrativas potentes. E permeamos tudo com o marketing de influência e com o marketing digital, para transformar os leitores em potenciais consumidores da marca. O resultado você pode conferir aqui.

E como fazer a arte do convencimento com os jornalistas? Por que eles deveriam ler a minha sugestão de pauta, a minha ideia? Até que ponto posso ousar para receber aquele tão desejado e-mail dizendo: “Vamos seguir com a pauta”? Existe uma fórmula mágica? Um caminho?

Alguns defendem que sim. Os próprios jornalistas estão se posicionando mais, dando dicas de como você realmente pode emplacar uma pauta. E é essencial usar isso a seu favor. Não preciso ir muito longe; enquanto escrevo este artigo, abri o LinkedIn e vi uma editora explicando os assuntos que determinado veículo aborda.

Hoje em dia, tenho visto os jornalistas tendo que explicar inicialmente qual é a sua editoria e sobre o que escrevem, quando, na verdade, o trabalho de um bom assessor é pesquisar sobre aquele profissional. Claro, quando as informações estão à vista, o jornalista também deve manter suas redes atualizadas sobre suas atuações. Afinal, as redações também mudam todos os dias.

O relacionamento com os jornalistas é muito importante. O quão útil o seu porta-voz pode ser para aquele veículo? Temos que provocar os editores, trazer dados, informações e nos manter no radar. Quem não é visto, não é lembrado, certo?

Vale também refletir que, uma estratégia de RP deve ser extremamente eficaz para ajudar as marcas a estabelecer sua presença na mídia. Isso porque ferramentas como o ChatGPT utilizarão essas informações. O esforço para produzir conteúdo terá que ser significativamente maior.

Por último, mas não menos importante, a relação entre clientes e assessoria de imprensa também mudou. É necessário ser um parceiro estratégico. Estamos juntos com o cliente e eles também precisam estar do nosso lado. Claro que somos movidos a trazer novas ideias, novas soluções, mas quando você tem um cliente aliado, as chances de trazer mais resultados são muito maiores.

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Naty Sanches

Compartilhando experiências

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por Naty Sanches

Em tempos em que a comunicação evolui de forma veloz e as mensagens precisam ser transmitidas com precisão e estratégia, o trabalho da assessoria de imprensa se torna mais relevante do que nunca. Recentemente, tive a oportunidade de compartilhar um pouco dessa experiência com uma turma de Relações Públicas no Centro Universitário Belas Artes, e a conversa foi muito além das técnicas tradicionais. Foi um momento para refletir sobre o que move essa profissão e como podemos impactar as próximas gerações de comunicadores.

Cheguei um pouco depois do início da aula, acompanhada de duas analistas da equipe. Comecei contando o que considero ainda mais essencial do que qualquer técnica: o amor pelo que fazemos. Em um campo como o nosso, é preciso mais do que habilidades – é necessário paixão e felicidade na escolha da carreira.

Após essa introdução mais pessoal, me apresentei e compartilhei um pouco da minha trajetória. Momentos como esse são importantes, não apenas para quem ouve, mas também para quem fala. Contar sua história te faz revisitar conquistas, desafios e aprendizados. Além disso, é uma grande satisfação perceber que jovens estão interessados em ouvir e se inspirar. Saber que sua experiência pode contribuir para o caminho profissional de alguém é uma das maiores recompensas dessa troca.

Durante a conversa, compartilhei cases e histórias reais do dia a dia da assessoria de imprensa, e abrimos o espaço para perguntas. Uma das questões que surgiu foi sobre o relacionamento interno da equipe: “Vocês se ajudam? Conhecem todos os clientes que atendem?” Esse tipo de pergunta revela o interesse em entender também sobre a cultura organizacional. Deixei as analistas responderem, e elas destacaram um ponto essencial: nossa equipe trabalha de forma colaborativa.

Não apenas sabemos quem são todos os clientes, mas também compartilhamos ideias, sugestões e soluções. A troca constante faz parte do nosso DNA. Isso, sem dúvida, é um dos diferenciais da nossa atuação. Elas também tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências. Ouvir como cada uma lida com as atividades e celebram as próprias conquistas em suas respectivas funções, o que adicionou uma dimensão prática à nossa conversa.

Certamente, no trabalho de assessoria de imprensa, assim como em qualquer outra área, os resultados são fundamentais. Trabalhamos com construção de imagem e precisamos apresentar números consistentes mês a mês. No entanto, defendo que mais do que números, o verdadeiro valor está em um resultado construído com estratégia, em que cada palavra e cada ação foram cuidadosamente planejadas para alcançar o efeito desejado. Isso é o que realmente faz a diferença.

Durante o papo, discutimos também o papel do assessor de imprensa e as estratégias que utilizamos no dia a dia. Um dos meus mantras na agência é que manter um bom relacionamento com jornalistas é essencial, assim como personalizar as pautas e conhecer profundamente o trabalho das editorias para as quais sugerimos nossos materiais. Não adianta enviar releases genéricos, é preciso construir algo que ressoe com o veículo e seu público.

Além dessa experiência na Belas Artes, quero destacar também outro momento, que para quem trabalha com assessoria de imprensa foi importante. Recentemente, a equipe participou do Summit Press Officer, um evento voltado para o dia a dia de quem trabalha na área. Entre os tópicos discutidos no evento, destacaram-se a construção de relações de confiança e credibilidade com jornalistas e a importância de criar pautas diferenciadas, que tenham dados, relevância. Dicas para elaboração dos conteúdos, que realmente capturem a atenção da mídia e agreguem valor tanto para os veículos quanto para os clientes.

Além das lições aprendidas no evento e em sala de aula, enxergo nosso trabalho como uma jornada contínua de aprendizado. Não há fórmulas mágicas para o sucesso. O verdadeiro diferencial está em quem se dedica a aprender constantemente, em quem se mantém atento às mudanças e às novas tendências do mercado.

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Naty Sanches

O case de marketing do mês: Patties Hamburgueria, pode copiar, só não faz igual!

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*por Naty Sanches

Ao acompanhar a hamburgueria Patties no Instagram é impossível não reconhecer o impacto que a marca tem no cenário de marketing e comunicação. Henrique Azeredo, o fundador, criou uma identidade tão distinta e cativante que conquistou uma legião de fãs tanto no ambiente digital quanto em suas lojas físicas.

Recentemente, uma marca venezuelana, aparentemente sem muita originalidade, decidiu “se inspirar” em todos os aspectos do Patties – desde os elementos visuais, como logo e uniforme dos funcionários nas lojas, até a comunicação e (pasme) a história de vida do fundador. Com a ousadia de lançar a “Mr. Patty” em Caracas, a situação parecia um clássico caso de imitação mal elaborada. 

Diante dessa provocação, Henrique, que gerencia pessoalmente as estratégias e conteúdos da hamburgueria, decidiu adotar uma abordagem criativa e bem-humorada. Seu post no Instagram começou com a provocativa pergunta: “Até onde vai o caráter de alguém?”. A resposta da Patties? “Constranger o inimigo com a Zueira”.

A ideia era simples e, ao mesmo tempo, genial: criar uma campanha onde os seguidores poderiam comentar no post da Patties com algo criativo e engraçado sobre a situação, marcando o perfil @realmrpatty. A frase com mais curtidas ganharia 100 burguers de graça. O objetivo não era atacar ou cancelar, mas sim promover um ambiente de leveza e humor, mantendo a competitividade saudável e a diversão.

O post, publicado em 21 de agosto, rapidamente se tornou um sucesso. Até o fechamento deste texto, recebeu mais de 24 mil curtidas e 3 mil comentários. O sucesso não está apenas nos números, mas na forma como a marca interage com seu público e reafirma sua posição de maneira autêntica e divertida.

Esse exemplo ilustra perfeitamente como a interação com o público e o engajamento com os comentários podem ser ferramentas poderosas. Em vez de simplesmente reclamar ou ignorar a imitação, a Patties transformou a situação em uma oportunidade para reforçar sua identidade e conectar-se ainda mais com seus fãs.

A imitação é uma realidade constante, a resposta da Patties é um lembrete de que a autenticidade e a criatividade são os maiores aliados de uma marca. Ao abraçar o humor e a interação genuína, eles não só protegem sua imagem, mas também fortalecem seu vínculo com o público, mostrando que, no final das contas, a melhor forma de responder à imitação é com uma boa dose de zueira. Porque para os brasileiros ‘’The zoeira never ends’’.

A Patties é um exemplo claro de excelência em marketing, sempre encontrando maneiras de se destacar. Outra ação mais notável foi quando a marca decidiu enviar 9 quilos de sal para o espaço. Isso mesmo que você leu. Esse sal especial foi usado para temperar um combo, que incluía um hambúrguer e batatas fritas, batizado de “Combo NASA”. Além da ousadia da ação, a campanha foi um sucesso, e contando claro, com mais um sorteio. Criando buzz e engajando seu público de maneira criativa e inesquecível.

E para finalizar com mais um exemplo no universo da alimentação, trago aqui o caso do Burger King Brasil, que lançou o sanduíche King Costela com a campanha “Obrigada Procon”. Em resposta a uma notificação do Procon-SP por propaganda enganosa relacionada ao Whopper Costela, o Burger King usou a situação para promover o novo sanduíche, agradecendo ao Procon por sua vigilância e destacando o compromisso com a transparência. A Patties inclusive já fez parceria com o Burger King.

Lições de marketing

O que podemos aprender com a estratégia da Patties? Primeiramente, a importância de manter uma conexão com os consumidores. A capacidade de transformar uma situação negativa em uma oportunidade, é uma verdadeira aula de marketing. 

Além disso, o uso inteligente de memes e o apelo à criatividade dos seguidores. Em um cenário onde a criatividade e a autenticidade são essenciais, essas empresas demonstram que o segredo para se destacar está em fazer com que cada campanha seja uma extensão genuína da marca, sempre conectada às emoções e interesses de seus consumidores.

E você, está preparado para transformar um desafio inesperado em uma oportunidade de engajamento e crescimento para sua marca? 

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