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Daniela Gebara – Os gurus do marketing digital e suas falsas promessas

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Quem nunca viu um anúncio de “triplique suas vendas na internet com 3 passos rápidos”? Soa tentador, não? Mas será que a solução que essa agência oferece é realmente verdadeira ou apenas uma falsa promessa? Não é mais novidade que a simples presença no ambiente digital não seja suficiente para que o negócio seja encontrado ou tenha resultados na internet. E a percepção equivocada de que o trabalho do marketing digital é quase como uma fórmula mágica acaba levando inúmeros empresários a seguirem propagandas enganosas, principalmente em tempos de crise, já que as empresas necessitam de uma transformação digital para levar seus produtos para o online.

É atraente para um pequeno empreendedor – que não possui uma estrutura de marketing dentro da sua empresa – ouvir que há uma agência que possui a fórmula exata para resolver todos os problemas de seu negócio. Traz até um certo conforto para essa pessoa ouvir que alguém tem todas as soluções e que não é necessário estudar ou conhecer o marketing digital, que alguém vai fazer tudo por ele. Mas isso traz muitos impactos negativos e no fim, a ponta que mais é prejudicada é o próprio empreendedor.

Durante minha jornada no Google, onde trabalhei na parte de parcerias com foco em PME, pude ver de perto os resultados negativos nos negócios de uma série de empresários que foram iludidos por promessas de vendas enganosas. Depois de feito o estrago, esses empreendedores correm em busca de agências que revertam o dano. O que eu mais ouvia é “Mas e agora, o que é o certo a fazer? Como reverter esse prejuízo?”.

A verdade é que não há uma solução pronta, pois o Marketing Digital não pode ser empacotado numa caixa como um recurso único. Logo, é imprescindível salientar que cada empresa necessita de uma estratégia diferente para que seja assertiva. O que deu certo para uma, pode não ser o modelo que se adeque ao seu negócio. O marketing digital está em constante mudança, por isso, desconfie de profissionais que receitam fórmulas pré-prontas. Procure agências que sejam especializadas em pontos específicos e não tenha medo de questionar, peça por cases reais que tenham dado certo, procure por certificação e selos de programas de parceria com Google e Facebook, por exemplo.

É crucial que o empreendedor deixe de buscar o cômodo e passe a entender pelo menos o básico do marketing digital. Ele precisa entender o que está acontecendo, para não cair em golpes ou mesmo para entender para onde o investimento dele está indo. Principalmente no cenário pandêmico que estamos vivendo hoje, onde há inúmeras empresas fechando suas portas e necessitando de uma transformação digital, devemos buscar sim, inovações e soluções para aumentar as vendas, mas o cuidado deve ser redobrado: A corda sempre rompe no lado mais fraco.

*Daniela Gebara, sócia fundadora e diretora comercial da agência de marketing digital ROCKY

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O produto virou ferramenta, o valor está no símbolo

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*Vinicius Martinez

Durante anos, o mercado girou em torno do produto. O mundo mudou, e o consumidor mudou com ele. Hoje, o que define o desejo não é mais o que você vende, mas o que você representa, com quem você é conectado. O produto sozinho perdeu força e espaço para o símbolo, o que ele comunica, a comunidade que ele cria e o sentimento de pertencimento que ele desperta.

Agora é a conexão dos 4Cs: consumidor, custo, conveniência e comunicação. O poder saiu da prateleira e foi para o feed. O produto deixou de ser o fim e se tornou o meio de diálogo, de status, de identidade.

Campanhas social first cresceram justamente porque falam de gente, não de coisas. Elas criam comunidade, convidam o público para dentro e transformam consumidores em porta-vozes culturais. E quando a audiência vive a marca, o consumo acontece naturalmente. A nova influência é viva, espontânea e criativa.

A geração Z e os millennials não querem mais assistir a anúncios. Eles querem fazer parte da história. Os creators viraram marcas e as marcas viraram plataformas. Hoje o desafio diário é buscar profundidade de comunidade, posicionando narrativa e transmitindo propósito.

O mercado de comunicação vive uma fase de evolução e aprendizados diários. As fronteiras entre agência, consultoria, house e creator estão desaparecendo, integrando e tornando mais colaborativo o conteúdo final das entregas. Os players de mercado que entenderam isso estão se fundindo, se reestruturando e criando modelos híbridos, capazes de entregar estratégia, cultura e negócio na mesma mesa.

Não é sobre ser “de trade”, “digital” ou “publicidade”. É sobre resolver o problema real do cliente, com criatividade como ferramenta, dados como base e alinhamento estratégico de dentro para fora. O desafio está justamente em entregar campanhas de sucesso para um cenário 360 com o consumidor final.

O Brasil como laboratório cultural – O Brasil entende essa virada como poucos. Aqui, um drop vira conversa, um lançamento vira meme, uma collab bem feita vira comportamento social. Da febre do Labubu ao lifestyle de On, Lululemon e Yalo, o público busca símbolos que traduzam quem ele é ou quem gostaria de ser. O consumo automaticamente se adapta para uma forma de expressão, um reflexo de identidade. Por isso, não vendemos mais produto, vendemos símbolos que conectam pessoas e criam cultura.

Enfim, o produto é só o passaporte. O que vale é o que vem depois: a conversa, a experiência, o pertencimento. E quando o produto deixa de ser mercadoria e vira símbolo, ele ultrapassa o mercado e entra na vida das pessoas. A nova economia é movida por cultura, não por catálogo.

*Vinicius Martinez – Sócio-diretor da influência, agência do Grupo HÜK

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Agências independentes na contramão: autonomia em tempos de transformação

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*Juliene Nigro

A Inteligência Artificial não está apenas transformando a operação das agências: está provocando um reposicionamento estrutural no mercado global. Durante a edição deste ano do Web Summit Lisboa, líderes como Tiffany Rolfe, diretora global de criação da R/GA, e Ajaz Ahmed, fundador da AKQA (agora Studio One), reforçaram um movimento que já vinha ganhando força: a volta das agências independentes ao centro do mercado

Após anos dentro das holdings, os executivos deixaram claro que estruturas hipercomplexas não acompanham mais o ritmo da tecnologia.

Por décadas, grandes grupos justificaram sua relevância por meio da economia de escala. Isso não se sustenta mais. A criatividade, agora com a IA, não prospera sob camadas de aprovação, processos engessados e medo, por parte dos colaboradores, de reestruturações constantes.

Com a IA, a automação e os novos fluxos, escala passou a ser definida pela qualidade das ideias, e pela capacidade tecnológica de amplificá-las. Não pelo tamanho da equipe.

Vivemos em um momento paradoxal: por um lado, há uma forte tendência de consolidação no setor de agências, fusões, aquisições, holdings cada vez maiores. Por outro, surgem vozes que afirmam que o crescimento não deve sacrificar a agilidade, a criatividade e a capacidade de adaptação.

A independência, nesse sentido, emerge como uma alternativa estratégica: não se trata apenas de “ser pequeno”, mas de ser livre para reinventar o próprio modelo de negócio.

Claro, o movimento não é isento de riscos. Manter-se independente exige disciplina financeira, governança sólida e visão clara para gerir o fundo de inovação. Há também a pressão por resultados novíssimos,  não apenas para clientes, mas para investidores. E, mais ainda, existe o desafio cultural: mudar o mindset interno para operar sob novas regras de contratação, remuneração e performance.

O debate no palco do Web Summit Lisboa, neste ano, foi um manifesto. Um manifesto de que, na era da IA e da inovação contínua, as agências precisam mais do que tamanho: precisam de autonomia para decidir, testar e transformar.

Enquanto tantas apostam na consolidação, outras vão na contramão, acreditando que a verdadeira vantagem competitiva se constrói com liberdade, cultura ágil e visão de longo prazo.

É um movimento ousado, arriscado, mas cheio de significado: porque mostra que, para algumas agências, a independência não é apenas uma condição de mercado; é, sobretudo, uma estratégia de sobrevivência e relevância no futuro da criatividade.

* Juliene Nigro – Vice-presidente de operações da Mootag

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