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Influência sem propósito virou risco

A publicidade vive um momento crucial: continuar alimentando padrões de consumo insustentáveis ou assumir um papel ativo na regeneração do planeta e na promoção da justiça social. Neste novo cenário, cresce a relevância de quem usa a influência não apenas para vender, mas para provocar mudanças estruturais. É o caso de Domitila Barros, ativista, empreendedora e consultora internacional, que tem atuado de forma estratégica para transformar a relação entre marcas, consumidores e propósito.
Criada na periferia do Recife, em um projeto social fundado por seus pais durante a ditadura militar, Domitila construiu uma trajetória que atravessa territórios, idiomas e mercados. Hoje, ela circula por mais de 12 países como palestrante, educadora e articuladora de campanhas voltadas à sustentabilidade, à diversidade e à responsabilidade corporativa. Atua com marcas globais dos setores de moda, beleza, turismo e esporte, e também como Embaixadora das Fronteiras Planetárias dos Jogos Mundiais Universitários FISU 2025, além de colaborar com o Greenpeace em ações independentes de ativismo criativo.
Domitila chegou a ser eleita Influenciadora do Ano na categoria Sustentabilidade pela World Influencers and Bloggers Association (WIBA), reconhecimento que reforça sua posição como uma das vozes mais relevantes da comunicação regenerativa no cenário global. Nesta entrevista à Revista Live Marketing, ela fala sobre o papel da publicidade na construção de um futuro mais ético, os limites do greenwashing, a responsabilidade dos influenciadores e a urgência de uma comunicação transparente, inclusiva e regenerativa. Uma conversa que desafia o mercado a repensar prioridades e rotas.
Na sua visão, qual é o papel da publicidade na promoção da preservação ambiental e da justiça social?
A publicidade é uma das ferramentas mais potentes de influência cultural. Ela molda desejos, comportamentos e formas de ver o mundo. Por isso, é urgente que seu papel vá além do consumo e assuma também a responsabilidade de regenerar. Quando usada com propósito, a publicidade pode educar, inspirar e empoderar, estimulando práticas sustentáveis e relações mais justas com o planeta e com as pessoas. Tenho compartilhado essa visão em instituições no Brasil e no exterior, como na Wharton Business School e na ESPM, onde conduzi o projeto ‘Fill the Gap’, uma formação de liderança para profissionais historicamente excluídos da indústria da comunicação, como negros, indígenas, pessoas com deficiência, trans e não bináries.
Mas o poder da publicidade é ambivalente. Enquanto pode ser motor de mudança, também pode ser instrumento de exploração. Num cenário de ansiedade crescente, em que jovens são bombardeados por promessas de status e pertencimento, vemos o avanço de jogos de aposta online promovidos por influenciadores digitais que contribuem para o endividamento e a compulsão. Ainda mais grave é quando grandes nomes da internet associam suas imagens a marcas envolvidas com racismo ou trabalho análogo à escravidão. Nesses casos, a publicidade não apenas silencia diante das injustiças, ela também as valida. Por isso, defendo que o papel da publicidade, hoje, deve ser ético. Ela precisa deixar de apenas gerar lucro e passar a promover valores que sustentem o futuro.
Você acredita que as marcas estão realmente comprometidas com a sustentabilidade ou muitas ainda praticam o chamado ‘greenwashing’?
O greenwashing ainda é uma prática recorrente e muito nociva. Muitas empresas usam o discurso ambiental como maquiagem, investindo mais em embalagens e slogans do que em ações concretas. Isso compromete a confiança nas marcas e enfraquece o poder da comunicação como ferramenta de transformação. Termos vagos, visuais “verdes” e compromissos genéricos não são suficientes. O consumidor exige rastreabilidade, transparência e diversidade real nos processos de decisão.
Ao mesmo tempo, percebo uma virada importante. Há uma pressão crescente de consumidores e funcionários para que os compromissos ambientais e sociais sejam verdadeiros. A diferença entre uma marca oportunista e uma marca consciente está na coragem de rever sua cadeia de valor e assumir responsabilidade por seus impactos. E isso já é passível de fiscalização e punição. Casos como o da Fiat, advertida pelo CONAR; da JBS, processada nos EUA; e da Volkswagen, multada em bilhões por fraudar dados de emissões, mostram que o greenwashing pode custar caro. A era do marketing verde sem consequência está com os dias contados.
Existe alguma campanha de marca que te marcou positivamente por unir propósito, conscientização e impacto real?
Duas campanhas me marcaram profundamente. A primeira foi com a marca alemã Voelkel, com quem desenvolvi o primeiro iceTee clima-positivo do mundo. A ideia era ousada: não apenas compensar emissões, mas gerar impacto ambiental positivo. A campanha foi lançada em mais de 2 mil pontos de venda na Alemanha e uniu estética, educação climática e viabilidade comercial. É a prova de que é possível unir propósito, impacto e escala.
A segunda foi com a PADI.tv, maior organização de mergulho do mundo. Como defensora dos oceanos, sempre sonhei em colaborar com eles. A campanha não só foi um marco profissional, como me certificou oficialmente como mergulhadora de mar aberto. Já temos um novo episódio marcado para as Maldivas. Acredito em parcerias de longo prazo, que evoluem com o tempo e criam vínculos verdadeiros. E é por isso que essas campanhas permanecem comigo.
Como é possível educar o consumidor para identificar quando uma campanha é autêntica ou apenas oportunista?
A educação para o consumo consciente começa cedo, mas precisa ser reforçada com a alfabetização midiática. É essencial que as pessoas aprendam a fazer perguntas críticas: quem está contando essa história? Quem ganha com isso? Qual o impacto socioambiental deste produto?
Como comunicadora, uso minhas redes para trazer essa reflexão de forma prática e acessível. Autenticidade se revela nos detalhes, que vai da embalagem aos rostos que estampam as campanhas, da linguagem às ações concretas por trás da narrativa. O público está mais atento do que nunca. Cabe a nós, profissionais, respeitar essa inteligência e corresponder com transparência.
A publicidade tem um enorme poder de influência cultural. Como ela pode ser usada para mudar hábitos de consumo e promover práticas sustentáveis?
A publicidade pode e deve ressignificar o que entendemos como status. Cuidar do planeta, saber a origem do que consumimos, reparar, reutilizar: tudo isso pode e deve ser entendido como símbolo de prestígio. Vivemos um momento propício para isso. A mesma publicidade que moldou padrões de beleza e consumo pode agora moldar a consciência. Especialmente no Brasil, onde o consumo é muitas vezes visto como símbolo de pertencimento, essa mudança pode gerar uma verdadeira revolução cultural. Sustentabilidade, hoje, é elegância. Regeneração é a nova tendência.
Você acredita que celebridades e influenciadores têm a responsabilidade de cobrar posturas sustentáveis das marcas que patrocinam?
Sim, acredito profundamente nisso. Mais do que responsabilidade, vejo como um dever moral. Quem tem poder de influência precisa assumir uma postura ética e liderar pelo exemplo. Eu mesma recuso parcerias que não estejam alinhadas com valores reais, como equidade, justiça social e impacto positivo. E sempre encorajo meus colegas, principalmente os que têm grande visibilidade, a se posicionarem com firmeza. O silêncio diante de injustiças também comunica, e hoje, mais do que nunca, precisamos de vozes comprometidas com a transformação.
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Disney+ leva experiência imersiva da nova série do FX a São Paulo e Rio de Janeiro

A nova série dramática de ficção científica do FX Alien: Earth, criada pelo produtor vencedor do Emmy Noah Hawley, estreia seus dois primeiros episódios na terça-feira, 12 de agosto, às 21h exclusivamente no Disney+. Em seguida, um novo episódio será lançado toda terça-feira no mesmo horário. Mas para já entrar no clima, assim como Wendy (Sydney Chandler) tenta desvendar a misteriosa nave de pesquisa espacial USCSS Maginot que cai na Terra na nova série, o Disney+ desafia o público brasileiro a visitar a nave que despencou na orla da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e o Ovomorfo que está exposto no meio da Avenida Paulista, em São Paulo, neste mês de agosto.
Tudo começou com um vídeo nas redes sociais do Disney+ mostrando a queda da nave USCSS Maginot, da corporação fictícia Weyland-Yutani, no Rio de Janeiro. No local foi possível ver destroços expostos ao público em um espaço cenográfico montado na Orla de Copacabana (próximo ao Posto 4), entre os dias 7 e 12 de agosto. Para ilustrar a queda da nave, alinhado com o time do Disney+, cariocas reagiram ao acontecimento postando vídeos nas redes sociais.
Já em São Paulo, a ativação assumiu uma nova fase. No dia 9 de agosto, um misterioso caixote da Weyland-Yutani surgiu em frente ao Shopping Cidade São Paulo, ponto tradicional da Avenida Paulista. A ação simulou uma operação de contenção da Prodigy Corp e convidou o público paulista que tivesse coragem e curiosidade a se aproximar do objeto desconhecido.
A Rádio Disney Brasil marcou presença como parceira oficial da ação, com chamadas no ar e transmissões ao vivo diretamente dos locais onde as naves foram encontradas.
No último domingo (10), durante a partida no Mineirão, em Minas Gerais, entre Cruzeiro e Santos, torcedores de ambos os times foram surpreendidos por uma experiência imersiva inspirada no universo da produção. O espetáculo começou antes mesmo do apito inicial, com a entrada dos mascotes do Cruzeiro, acompanhados por figurantes caracterizados como seguranças, vestindo roupas amarelas e carregando misteriosos ovos alienígenas iluminados.
Na sequência, uma projeção a laser no gramado trouxe vida à ação, criando um momento cinematográfico inédito para o estádio. O público também conferiu, no telão, 30 segundos de uma locução temática que narrava a chegada da ameaça extraterrestre.
Ao longo do jogo, 14 “Ovomorfos” ficaram posicionados à beira do campo como suportes para as bolas da partida, integrando-se ao sistema multibolas e reforçando a atmosfera de suspense e ficção científica.
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3ª Edição do CEO Weekend reúne lideranças para analisar Dados e Tendências do setor de Feiras e Eventos de Negócios

A UBRAFE (União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios), entidade que representa oficialmente o setor de feiras e centros de eventos B2B no Brasil, promoveu a terceira edição do CEO Weekend, no Rio de Janeiro. O encontro reuniu mais de 60 CEOs e executivos do setor, além de representantes de instituições parceiras, como a ABRACE e o presidente do Visit Rio, Luiz Strauss.
Com foco em “Números do Setor”, o encontro promoveu discussões estratégicas sobre os principais desafios e oportunidades do mercado de feiras e eventos de negócios. Entre os destaques, a apresentação do Barômetro de Eventos B2B (1º semestre/25), que apontou crescimento de 19% no número de eventos em comparação a 2024 na capital Paulista. A programação incluiu ainda atividades de networking como por exemplo um jantar exclusivo no topo do Pão de Açucar com a presença dos associados.
“Os dados do primeiro semestre confirmam a relevância das feiras e eventos de negócios como plataformas estratégicas para a economia brasileira. Alcançamos 3,2 milhões de visitantes únicos, o que representa um aumento de 14% no número de participantes em comparação a 2024 – isso apenas em São Paulo. Esse crescimento mostra que o setor está em plena expansão e por causa disso necessitamos ampliar a abrangência deste monitoramento para outras cidades relevantes”, afirma Paulo Octávio Pereira de Almeida (P.O.), diretor executivo da UBRAFE.
“O desempenho do setor no primeiro semestre reforça o posicionamento do Brasil como um polo estratégico para feiras de negócios na América Latina. Por isso definimos como estratégico a ampliação deste índice de acompanhamento dos eventos B2B para além da cidade de São Paulo, queremos ter o Barômetro nacional até o ano que vem, no máximo”, destaca Paulo Ventura, presidente do conselho de administração da UBRAFE.