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Alexis Pagliarini

Só é bom, se é pra todos!

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Por Alexis Pagliarini

O mercado de Live Marketing está bombando! Todo o represamento causado pela pandemia explode agora, com um número de eventos recorde em todas as modalidades. Os grandes festivais, como o The Town, os culturais, os eventos esportivos, os corporativos, feiras e exposições… Todos os tipos de eventos presenciais ocupam os espaços e geram grande mobilização de negócios. Uma redenção para quem passou os piores dois anos das suas vidas, durante a pandemia. Um atraso sendo tirado em larga escala.

Bom pra todos: para as agências, para os espaços, para os fornecedores, para os clientes e, principalmente, para o público, que volta a ter a emoção do presencial por inteiro. Toda essa ebulição, porém, não pode encobrir um movimento paralelo, que também cresce consistentemente: a preocupação socio-ambiental e ética em torno dos eventos.

As entidades representativas estão atentas: a AMPRO criou um Grand Prix especialmente para ESG na sua premiação AMPRO Globes, para que as agências destaquem suas iniciativas nessa área. A UBRAFE, por sua vez, conduz um profundo estudo para se alinhar ao movimento internacional para obter a condição Net Zero dos eventos. A CBIE – Câmara Brasileira da Indústria de Eventos, que reúne estas e outras entidades, tem o seu Think Tank ESG. Muito bom ver esses movimentos e participar ativamente deles. Sou jurado do AMPRO Globes, dei assessoria à Ubrafe e ajudei a criar e coordenar o Think Tank ESG – CBIE. Estou também assessorando espaços icônicos, como WTC Events Center e o Royal Palm a implementar boas práticas ESG nas suas estruturas.

O mercado só alcançará um patamar de responsabilidade se todos os players se unirem. Os clientes devem incluir a demanda ESG nos seus briefings, as agências devem se preparar para atender, os espaços devem se estruturar para oferecer as melhores condições para eventos sustentáveis, os fornecedores devem repensar métodos e uso de materiais adequados e todos devem pensar em DE&I em torno das suas atividades.

Mas, o mais importante, é a criação de relações saudáveis e éticas entre todos esses players. Não dá para posar de sustentável e continuar achacando fornecedores, pagando em prazos abusivos, com taxas leoninas. Isso também é ESG. É o “G” do acrônimo que merece uma atenção especial. Contratantes devem pensar em todos os stakeholders e não somente em si próprios. O Capitalismo Consciente por trás das práticas ESG é o capitalismo de stakeholders. Não nos esqueçamos disso! Devemos comemorar, sim, o bom momento dos negócios do mercado, mas não devemos deixar que a forte demanda mascare a luta por condições mais equilibradas entre todos os envolvidos. Só é bom mesmo, se for pra todos!

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Alexis Pagliarini

Equilíbrio entre high tech e high touch

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Por Alexis Pagliarini

No mês passado, estive mais uma vez na minha querida Bahia, onde atuei como curador e palestrante no ENAPRO – Encontro das Agências de Propaganda. O evento, organizado pelo Sinapro Bahia, atraiu mais de 300 participantes para dois dias de conteúdo intenso, embaixo do guarda-chuva temático De Humanos para Humanos. A mim coube, além da curadoria do evento, realizar a palestra de abertura – O Fator Humano – e uma apresentação sobre o Cannes Lions Festival 2025 tendências, insights e cases vencedores. Como não poderia deixar de ser, a IA esteve presente em diversas palestras. Mas, como contraponto, o conteúdo esteve recheado de valores humanos também.

Quero então dividir com vocês minhas impressões pós-evento. Antes de mais nada, impressiona a velocidade com que as agências e as empresas, em geral, estão se alinhando à IA, para otimizar sua operação. Enquanto as big techs e os mega players internacionais apostam uma corrida desenfreada para liderar o processo, as empresas vão adotando o que já existe com rapidez e eficácia. Vimos apresentações impressionantes de Eco Moliterno e Lucas Reis, demonstrando a aplicação da IA das mais diferentes formas. Apresentações com um conteúdo de nos deixar boquiabertos com a evolução da IA em tão pouco tempo.

Por outro lado, vimos apresentações igualmente ricas fazendo o contraponto do fator humano no processo. Nina Campos nos emociona com sua humana e divertida apresentação, Ju Monte também fez uma rica apresentação nesse sentido, além de Lucas Freire, com sua sensacional apresentação musical. E para fechar o evento, Hugo Rodrigues colocou no seu caldeirão todos esses ingredientes, nos passando sua visão madura e experiente sobre o papel de cada um de nós no meio disso tudo.

Tenho certeza de que o evento – e seu rico conteúdo – ficará na memória dos publicitários e players da indústria criativa presentes. No meio daquele ambiente high tech, tivemos momentos high touch, com emocionantes apresentações de corais ligados a instituições beneficentes da Bahia. Um deles, envolvendo jovens da comunidade da Paz, de Salvador, me levou às lágrimas. Ver a performance de jovens carentes com tanta qualidade é realmente tocante. E é isso que quero destacar neste meu texto: a importância do fator humano nessa panaceia que se tornou a IA. Máquinas não se emocionam. Máquinas não são intuitivas, não têm o tal sexto sentido. Elas só fazem o que comandamos. E a IA trouxe um nível de agilidade e precisão nessa elaboração de textos, imagens, vídeos, fórmulas, processos e gestão de informação como nunca tivemos. É ridículo resistir a esse tsunami tecnológico. Assim como outras ferramentas que surgiram ao longo do tempo, devemos entende-las e usá-las da melhor maneira possível, sob o risco de perder produtividade para concorrentes que já o fazem.

Dias depois da Bahia, fui para Natal/ RN, para outro evento: o Midia Talks, organizado pela MidiaCom RN e o Sinapro RN. E, além das principais emissoras de televisão e rádio, Rapha Borges, founder da Tiger.ai, e eu compusemos o conteúdo do evento, voltado ao trade de comunicação do RN. Eu apresentei o Cannes Lions Roadshow e Raphaconduziu a apresentação CrIAtividade para Humanos. Ops! Olha os humanos aí outra vez. E o Rapha deu um banho de conhecimento sobre o uso da criatividade em tempos de IA. A sua recém criada Tiger tem uma proposta de uso de IA absolutamente disruptiva, com o uso de agentes em todas as etapas do processo de desenvolvimento de campanhas e ações de comunicação.

Impressionante! Mas lá estava o fator humano! Rapha minimiza o poder da IA. “É apenas mais uma ferramenta”, diz. Uma ferramenta poderosa e disruptiva, sim. Mas à disposição de humanos. Humanos que atuam como curadores de todo o processo criativo. Deixando a máquina fazer o trabalho pesado da execução. Não devemos temer essa evolução, mas tirar o máximo proveito dela, sem perder o nosso lado humano.

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Alexis Pagliarini

O mundo VUCA do live marketing e eventos

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Por Alexis Pagliarini

O conceito de VUCA — que descreve a Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade do mundo atual — ganhou notória relevância no cenário político e econômico global. Se, em um contexto macro, ele orienta a resiliência estratégica de empresas frente a instabilidades, no mercado de Live Marketing e Eventos, o VUCA se manifesta de forma visceral, especialmente ao observarmos as rápidas e radicais mudanças nos formatos de entrega.

A pandemia de COVID-19 serviu como um acelerador brutal de tendências, introduzindo e massificando os eventos virtuais e, posteriormente, os híbridos. Vimos a criação acelerada de plataformas e o boom de empresas de tecnologia dedicadas a esse novo formato. Contudo, em um movimento que capta perfeitamente a essência da Volatilidade e da Incerteza do VUCA, a retomada do “normal” desvendou um apego inegável e a maior relevância dos encontros presenciais.

Essa dinâmica reflete os componentes do acrônimo:

Volatilidade (V) na Escolha do Formato: A migração quase total para o virtual durante a crise e o retorno contundente ao presencial mostram a velocidade e a natureza inesperada das mudanças no mercado. O que era solução de sobrevivência se tornou, em muitos casos, um nicho mais restrito a eventos técnicos, provando que o mercado de experiências ao vivo exige uma agilidade de adaptação constante.
Incerteza (U) no Retorno da Experiência: Por um período, a indústria questionou se o presencial voltaria com a mesma força. Essa incerteza reforça a necessidade de transparência e de uma boa governança na gestão de expectativas de stakeholders. No Live Marketing, isso se traduz em planos de contingência robustos e comunicação clara sobre a segurança e o valor da experiência oferecida.
Complexidade (C) da Integração Híbrida: O formato híbrido, que parecia ser a solução definitiva para unir alcance e experiência, trouxe consigo a complexidade de gerenciar a entrega de valor simultânea para o público físico e virtual. Trata-se de uma interconexão intrincada de variáveis (tecnologia, conteúdo, engajamento) onde uma falha afeta todo o sistema. Sem falar no custo adicional de se estabelecer uma plataforma virtual, além da organização presencial.
Ambiguidade (A) no Valor Percebido: A percepção de valor entre o evento virtual e o presencial se mantém ambígua. Enquanto a tecnologia democratiza o acesso e reduz custos logísticos, a experiência sensorial e o networking do evento presencial continuam sendo um diferencial competitivo insubstituível. As organizações precisam adotar princípios que transcendam políticas locais ou modismos, focando em princípios de valor duradouros.

A Bússola do Pragmatismo e Visão de Longo Prazo

Para navegar neste cenário VUCA do Live Marketing, as empresas de eventos e agências de comunicação devem adotar uma abordagem pragmática e de visão de longo prazo, buscando a Resiliência Estratégica e a Inovação Sustentável:

1. Resiliência no Planejamento: É fundamental que as agências se preparem para operar em diferentes cenários de formato (presencial, híbrido, virtual). Isso significa manter planos de ação flexíveis, que possam ser implementados rapidamente a depender das circunstâncias.
2. Inovação Adaptativa: A aposta deve ser em soluções que promovam experiências singulares em qualquer formato. A tecnologia não deve ser um substituto, mas um potencializador da experiência.
3. Foco no Core Value: O valor fundamental do Live Marketing é criar conexões humanas e experiências memoráveis. É preciso engajar clientes e investidores, mostrando os benefícios — reputacionais e de conexão — de um evento bem executado, independentemente de ser online ou offline.

No mundo VUCA, o sucesso no mercado de eventos reside na capacidade de aceitar que a única constante é a mudança. Sobreviver e crescer exigirá não apenas ética e foco no cliente, mas também uma agilidade contínua para pivotar entre formatos, garantindo que o evento continue sendo uma ferramenta estratégica poderosa e um campo vasto para a geração de novos negócios.

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