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O que a segurança de dados tem a ver com a segurança do seu negócio?

Você já parou para pensar no que acontece quando acessa um aplicativo no celular ou no computador? No mundo hiperconectado em que vivemos, é comum e necessário que os softwares se comuniquem entre si para facilitar ações do nosso dia a dia. Para que isso possa ocorrer, eles devem trocar dados.
Essa comunicação entre softwares é feita, normalmente, por uma tecnologia denominada API (Application Programming Interface, em inglês, ou Interfaces de Programação de Aplicativos, em português). Ela abriu possibilidades de integração entre sistemas de uma maneira mais simples e rápida.
Alguns exemplos vão desde ações simples como abrir um aplicativo que pede o acesso a sua câmera, ou o login em alguma página web ou jogo online utilizando seus perfis de redes sociais até a aplicações mais parrudas que podem gerar interações como chatbots e softwares de atendimento, ou, inclusive o uso de ferramentas de agendamento de postagens e relatórios personalizados de redes sociais.
Ou seja, as API’s abriram um leque de possibilidades para que as empresas pudessem automatizar tarefas operacionais, otimizar atividades diárias e, ainda, criar funcionalidades personalizadas. No entanto, é evidente o reflexo dessa tecnologia, que agiliza processos e potencializa retornos financeiros, na economia como um todo.
Neste contexto, uma questão que deve ser levantada é a segurança dos dados, autenticação e criptografia. A API possui limitações e controles, e os desenvolvedores que a utilizam podem escolher entre inovar dentro das regras, ou quebrá-las.
Escolher a segunda opção pode trazer consequências difíceis, como vivenciar o risco de perder o negócio do dia pra noite, ou ter clientes com os negócios bloqueados. Ou seja, utilizá-la dentro das regras é uma medida de segurança para a empresa detentora de um software e para os seus parceiros.
Por isso, é importante que nós, como consumidores ou empreendedores, saibamos como detectar se a ferramenta utilizada no dia a dia é segura. Pensando nisso, separei 5 dicas que podem ajudar a conferir:
Identifique a seriedade da empresa que presta serviço. Ela tem CNPJ? Emite nota fiscal? Qual o histórico? Tem muitas reclamações?;
Nunca compartilhe suas senhas com terceiros. Se no fluxo de integração a senha for solicitada fora do domínio da plataforma integrada, cuidado há problemas. Isso quer dizer que deve-se abrir uma aba, ou janela oficial da plataforma original. Ex: Ao cadastrar suas ferramentas dentro do Reportei, abrimos uma janela do próprio Instagram, Google, Facebook, para o cadastro da senha. Não a guardamos com a gente e muito menos sabemos qual é, pois é a ferramenta do API oficial que libera o acesso;
Procurar as limitações das APIs utilizadas em seus canais oficiais e, caso a ferramenta faça algo que não é previsto na API, perguntar e investigar como isso é implementado pela ferramenta (analisar o mercado como um todo e avaliar se há soluções apontando o que é certo e errado);
Se preocupar em checar os Termos e Condições e Política de Privacidade dessas ferramentas – tanto as que usam as APIs quanto as que fornecem as APIs. Em alguns casos, há diferença do que é possível fazer com a API e do que é de fato permitido pelos termos. Ex: É possível utilizar a API do Instagram para fazer comentários. Mas é proibido utilizar esse recurso para construir automações que façam spam em seus seguidores e publicações;
Se o usuário tiver qualquer suspeita ou detectar riscos deverá desvincular as contas, trocar as senhas e interromper o uso da plataforma suspeita.
Chamo a atenção sobre esse jogo do mercado de tecnologia e as bigtechs, a fim de melhorarmos o ecossistema para todos. Afinal, utilizar ferramentas alinhadas com as regras de segurança de dados é, também, uma maneira de proteger o seu negócio.
* Rodrigo Nunes, co-fundador do Reportei e responsável pela segurança dos usuários
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Cultura de paz: a nova estratégia para negócios relevantes

*Andrea Pitta
Hoje, quem planeja o futuro precisa estar pronto para se adaptar a um cenário em constante mudança. O cenário global passa por um “reset” acelerado, impulsionado pela
instabilidade geopolítica e pela ruptura dos velhos fluxos econômicos. Não estamos apenas diante de uma revolução industrial – vivemos uma revolução cultural, social e humana. As perguntas centrais agora são: Como construir sem destruir? Como criar prosperidade respeitando a vida, a natureza e a diversidade?
O futuro exige mudança de mentalidade. E mudança se faz por meio de educação, informação e novas referências de convivência. Grandes desafios também são grandes oportunidades. Em tempos turbulentos, equilíbrio é a maior força. E o melhor caminho para construir esse equilíbrio é expandir a atuação com base na cultura de paz.
De competição a cooperação
Durante séculos, sucesso foi sinônimo de competição extrema. Mas hoje, organizações que promovem a pluralidade, como a Natura, mostram que a inclusão, a equidade e a
visão ESG criam marcas mais fortes, times mais engajados e resultados mais sólidos. Porém, ESG sozinho não basta. É necessário trabalhar programas práticos de mudança
cultural: diálogo entre equipes, capacitação em comunicação não-violenta, gestão de conflitos, combate ao preconceito implícito.
Criar ambientes positivos, diversos e colaborativos não é mais apenas “o certo a fazer” – é estratégia de sobrevivência e crescimento.
Cultura de paz na prática
No universo dos eventos e do brand experience, cultivar essa mentalidade é essencial. Não basta criar experiências impactantes; é preciso que elas conectem pessoas de forma genuína, despertando pertencimento e propósito.
Ambientes tóxicos sabotam a inovação e a produtividade. Ambientes que praticam a cultura de paz criam times mais criativos, clientes mais leais e marcas mais relevantes.
A transformação que o mercado exige não é apenas tecnológica – é humana. E a liderança do futuro será de quem entender que crescer é, antes de tudo, cultivar.
Como dizia Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais retorna ao seu tamanho original”. Enfim, o futuro pertence a quem planta as sementes certas agora.
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O futuro do marketing não é performance vs branding: é autenticidade com resultado

*Ali Maurente
Por muito tempo, executivos e agências trataram performance e branding como lados opostos de uma mesma estratégia. De um lado, métricas como cliques, CPL e CAC. Do outro, narrativas aspiracionais que constroem reputação no longo prazo. O resultado dessa visão fragmentada foi a criação de uma falsa dicotomia, responsável por desperdício de energia e orçamentos divididos.
O futuro do marketing não será definido por “mais branding” ou “mais performance”. Ele já está sendo construído em torno de algo mais simples e, ao mesmo tempo, mais desafiador: autenticidade com resultado. Autenticidade porque consumidores, clientes e colaboradores aprenderam a identificar quando uma campanha não passa de fórmula. Não há algoritmo capaz de sustentar o que não é genuíno. Resultado porque, em última instância, conselhos e acionistas continuam cobrando ROI, crescimento e previsibilidade.
O incômodo cresce à medida que o mercado revela uma nova realidade: estamos diante de profissionais de marketing que muitas vezes não entendem de negócio. Há quem fale apenas de postagens, curtidas e seguidores, esquecendo o que realmente importa — receita e marca. Um marketing que olha só para receita morre, assim como aquele que olha apenas para marca. Uma marca sem receita é vaidade. Uma receita sem marca é commodity.
Marketing não é apenas branding. Também não é apenas performance. É o processo de criar, capturar, converter e expandir demanda, fortalecendo a marca ao mesmo tempo em que gera resultados concretos. Isso exige um entendimento profundo do negócio, e quem não souber traduzir essa equação perde espaço rapidamente. O profissional que restringe seus KPIs a seguidores perde relevância. Quem ignora receita se torna apenas mais um criador de conteúdo passageiro.
Esse desafio também não é exclusivo da área de marketing. Ele envolve o alinhamento de todas as áreas, do ICP à conversão. A marca abre portas. A receita mantém as luzes acesas. O alinhamento entre marketing e negócio sustenta o crescimento verdadeiro.
É por isso que CMOs e conselhos precisam abandonar a disputa entre awareness e conversão, entre conteúdo e CTR. O jogo atual é outro: transformar cada KPI em reflexo de uma narrativa verdadeira, capaz de construir comunidade e, ao mesmo tempo, entregar crescimento.
Autenticidade com resultado não é uma tendência. É questão de sobrevivência. Marcas que não compreenderem essa equação continuarão presas à armadilha da vaidade ou da comoditização. E profissionais que não souberem traduzi-la para o negócio perderão espaço para aqueles que entendem que marketing sempre será o motor que une significado e crescimento.
Ali Maurente – Chief Marketing Officer na PSA – Profissionais S.A.
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