Conecte-se com a LIVE MARKETING

Artigos

Inovação e tendências: Gramado Summit 2023 abre novas perspectivas para agências pensarem ‘fora da caixinha’

Publicado

em

 

*Victor Brentegani e Mariane Costa

Como um dos maiores eventos de inovação em carreiras de 2023, o Gramado Summit ocorreu neste mês na cidade gaúcha e reuniu centenas de executivos de diferentes áreas de atuação no mercado. Foram três dias de evento, nos quais ficamos imersos e ouvimos os mais de 200 palestrantes que são destaques de transformação em suas áreas. Viajamos para buscar novos insights para o futuro das ações de live marketing e voltamos renovados e cheios de ideias.

Cada palco tratou do tema inovação em um diferente mercado. Muitas vezes o diferente não é algo novo, mas resolve um problema, já que a criatividade está na simplicidade e no propósito, e no Gramado Summit tivemos a oportunidade de ver isso com os nossos próprios olhos.

Além de palestras com nomes como José Carlos Semenzato e Carol Paiffer, do Shark Tank Brasil, o evento contou com espaços de exposições e ativações que chamaram a atenção de todos. Queríamos ver tudo, mas, infelizmente, não foi possível. E aí está o primeiro aprendizado: saber priorizar.

Um exemplo de ativação de marca que nos impactou foi a estratégia utilizada para promover o turismo da cidade de Lajeado-RS. Destacando sua característica inovadora, o movimento Pro_Move Lajeado utilizou um carro rodeado por diversos telões de LED. Dentro, havia uma tela de comando, como se fosse um assistente de bordo. O carro não saía do lugar, mas, mesmo assim, foi possível viajar pelas ruas da cidade. A experiência no stand foi simples e fantástica ao mesmo tempo; uma enorme lição para nós, que trabalhamos com live marketing.

Foram apresentados muitos cases de sucesso, insucesso e de persistência. Fomos para Gramado esperando diferentes painéis de conteúdo; e o que encontramos foi um ecossistema completo de experiências, inovações, imersões  e conexões.

Diante de diferentes insights de brand experience e ativação de marketing, não podemos deixar de citar como tendências de mercado a inteligência artificial, os softwares e os novos modos de comunicação. Assistimos uma grande aula de Eco Molinari sobre “life centric”. É sobre isso. Os tempos mudaram e precisamos entender a nova realidade para inovar, criar e inspirar.

*Victor Brentegani – Sócio-proprietário e diretor de operações da faro ag

*Mariane Costa – Responsável pelo planejamento estratégico da faro ag

 

Continue lendo

Artigos

O produto virou ferramenta, o valor está no símbolo

Publicado

em

*Vinicius Martinez

Durante anos, o mercado girou em torno do produto. O mundo mudou, e o consumidor mudou com ele. Hoje, o que define o desejo não é mais o que você vende, mas o que você representa, com quem você é conectado. O produto sozinho perdeu força e espaço para o símbolo, o que ele comunica, a comunidade que ele cria e o sentimento de pertencimento que ele desperta.

Agora é a conexão dos 4Cs: consumidor, custo, conveniência e comunicação. O poder saiu da prateleira e foi para o feed. O produto deixou de ser o fim e se tornou o meio de diálogo, de status, de identidade.

Campanhas social first cresceram justamente porque falam de gente, não de coisas. Elas criam comunidade, convidam o público para dentro e transformam consumidores em porta-vozes culturais. E quando a audiência vive a marca, o consumo acontece naturalmente. A nova influência é viva, espontânea e criativa.

A geração Z e os millennials não querem mais assistir a anúncios. Eles querem fazer parte da história. Os creators viraram marcas e as marcas viraram plataformas. Hoje o desafio diário é buscar profundidade de comunidade, posicionando narrativa e transmitindo propósito.

O mercado de comunicação vive uma fase de evolução e aprendizados diários. As fronteiras entre agência, consultoria, house e creator estão desaparecendo, integrando e tornando mais colaborativo o conteúdo final das entregas. Os players de mercado que entenderam isso estão se fundindo, se reestruturando e criando modelos híbridos, capazes de entregar estratégia, cultura e negócio na mesma mesa.

Não é sobre ser “de trade”, “digital” ou “publicidade”. É sobre resolver o problema real do cliente, com criatividade como ferramenta, dados como base e alinhamento estratégico de dentro para fora. O desafio está justamente em entregar campanhas de sucesso para um cenário 360 com o consumidor final.

O Brasil como laboratório cultural – O Brasil entende essa virada como poucos. Aqui, um drop vira conversa, um lançamento vira meme, uma collab bem feita vira comportamento social. Da febre do Labubu ao lifestyle de On, Lululemon e Yalo, o público busca símbolos que traduzam quem ele é ou quem gostaria de ser. O consumo automaticamente se adapta para uma forma de expressão, um reflexo de identidade. Por isso, não vendemos mais produto, vendemos símbolos que conectam pessoas e criam cultura.

Enfim, o produto é só o passaporte. O que vale é o que vem depois: a conversa, a experiência, o pertencimento. E quando o produto deixa de ser mercadoria e vira símbolo, ele ultrapassa o mercado e entra na vida das pessoas. A nova economia é movida por cultura, não por catálogo.

*Vinicius Martinez – Sócio-diretor da influência, agência do Grupo HÜK

Continue lendo

Artigos

Agências independentes na contramão: autonomia em tempos de transformação

Publicado

em

*Juliene Nigro

A Inteligência Artificial não está apenas transformando a operação das agências: está provocando um reposicionamento estrutural no mercado global. Durante a edição deste ano do Web Summit Lisboa, líderes como Tiffany Rolfe, diretora global de criação da R/GA, e Ajaz Ahmed, fundador da AKQA (agora Studio One), reforçaram um movimento que já vinha ganhando força: a volta das agências independentes ao centro do mercado

Após anos dentro das holdings, os executivos deixaram claro que estruturas hipercomplexas não acompanham mais o ritmo da tecnologia.

Por décadas, grandes grupos justificaram sua relevância por meio da economia de escala. Isso não se sustenta mais. A criatividade, agora com a IA, não prospera sob camadas de aprovação, processos engessados e medo, por parte dos colaboradores, de reestruturações constantes.

Com a IA, a automação e os novos fluxos, escala passou a ser definida pela qualidade das ideias, e pela capacidade tecnológica de amplificá-las. Não pelo tamanho da equipe.

Vivemos em um momento paradoxal: por um lado, há uma forte tendência de consolidação no setor de agências, fusões, aquisições, holdings cada vez maiores. Por outro, surgem vozes que afirmam que o crescimento não deve sacrificar a agilidade, a criatividade e a capacidade de adaptação.

A independência, nesse sentido, emerge como uma alternativa estratégica: não se trata apenas de “ser pequeno”, mas de ser livre para reinventar o próprio modelo de negócio.

Claro, o movimento não é isento de riscos. Manter-se independente exige disciplina financeira, governança sólida e visão clara para gerir o fundo de inovação. Há também a pressão por resultados novíssimos,  não apenas para clientes, mas para investidores. E, mais ainda, existe o desafio cultural: mudar o mindset interno para operar sob novas regras de contratação, remuneração e performance.

O debate no palco do Web Summit Lisboa, neste ano, foi um manifesto. Um manifesto de que, na era da IA e da inovação contínua, as agências precisam mais do que tamanho: precisam de autonomia para decidir, testar e transformar.

Enquanto tantas apostam na consolidação, outras vão na contramão, acreditando que a verdadeira vantagem competitiva se constrói com liberdade, cultura ágil e visão de longo prazo.

É um movimento ousado, arriscado, mas cheio de significado: porque mostra que, para algumas agências, a independência não é apenas uma condição de mercado; é, sobretudo, uma estratégia de sobrevivência e relevância no futuro da criatividade.

* Juliene Nigro – Vice-presidente de operações da Mootag

Continue lendo