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Gilmar Pinto Caldeira – Planejamento 2021. Como será o seu?

Todos estão sendo convocados para planejar 2021, como você está preparando o seu? O ano 2020 terminou em março e ainda não sabemos quando estaremos todos a pleno vapor nos negócios.
Você não pode esquecer-se de seu principal ativo: seu time e parceiros!
Essa pandemia ressignificou a importância de pessoas, e a primeira e imediata providência das empresas foi manda-los pra casa. Mesmo com esse stop & go no isolamento, é necessário pensar na retomada forte dos negócios.
A tendência mundial na indústria de incentivos, nos países que já retomaram as atividades, se orientam por:
– Revisão de metas e KPIs valorizando a motivação do time. Metas factíveis é a lei;
– Programas de curto prazo com muita ênfase ao reconhecimento;
– Segmentação da comunicação (temos millenials, boomers, geração x);
– Mais motivação e afeto do que a formula atual de KPIs/métricas;
– Retorno tímido de I.I.T (Individuals Incentive Travel);
– Aumento no uso de giftcards e catálogos para prêmios;
– O retorno das premiações de láurea como hall of fame;
– Uso intensivo de premiação com wellness, teleterapia, fitness e home care;
– Invasão nas casas dos colaboradores com lives, hhour’s e café da manhã;
Os líderes se dedicam muito mais as lives com frequência diária ou semanal.
As razões para essa mudança nos programas são varias, já que as lideranças não estavam preparadas para o trabalho remoto, essa distância surpreendeu a todos e mais:
– Acolhimento na volta de pessoas aos negócios lambendo as feridas;
– Reforço dos vínculos com o time, coesão,elos e reforço na confiança de futuro;
– Conhecer melhor e profundamente seu time com uso intenso de people analytics;
– Recuperar os clientes e manutenção de share de mercado;
– Envolvimento de todas as áreas e não mais somente a área comercial.
No Brasil, precisamos imediatamente recuperar o uso de storytelling, motivação e campanhas criativas que motivam e engajam para valer. Hoje o mercado se orienta somente por KPIs e prêmios com comunicação fria, é preciso um back to the past e resgatar a importância das pessoas no desempenho na performance.
A volta das viagens é um objeto de desejo. É considerada a premiação que se recuperará muito rápido, hoje represada a espera da liberação de voos internacionais e a superação do medo de contato social. Numa pesquisa feita mês passado nos Estados Unidos ressaltam os destinos de Cancun, Hawai, Barcelona, Bangkok e cidades de alto astral e sol, e a china que era um destino de benchmarking atualmente está em baixa como destino, e muitas iniciativas de viagem de carro e motor home com a família.
Temos ai uma oportunidade para os destinos nacionais desde que se prepararem e criativamente se apresentarem com muita criatividade, em alguns países e cidades se oferecem para subsidiar a viagem de turistas (como Japão, Suíça e Itália). As viagens que estavam previstas nesse período mais de 78% foram mantidas para 2021. Ninguém quer cancelar a tão sonhada viagem, nem empresas e nem ganhadores.
Gilmar Pinto Caldeira – Sócio diretor da IGNIX
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O produto virou ferramenta, o valor está no símbolo

*Vinicius Martinez
Durante anos, o mercado girou em torno do produto. O mundo mudou, e o consumidor mudou com ele. Hoje, o que define o desejo não é mais o que você vende, mas o que você representa, com quem você é conectado. O produto sozinho perdeu força e espaço para o símbolo, o que ele comunica, a comunidade que ele cria e o sentimento de pertencimento que ele desperta.
Agora é a conexão dos 4Cs: consumidor, custo, conveniência e comunicação. O poder saiu da prateleira e foi para o feed. O produto deixou de ser o fim e se tornou o meio de diálogo, de status, de identidade.
Campanhas social first cresceram justamente porque falam de gente, não de coisas. Elas criam comunidade, convidam o público para dentro e transformam consumidores em porta-vozes culturais. E quando a audiência vive a marca, o consumo acontece naturalmente. A nova influência é viva, espontânea e criativa.
A geração Z e os millennials não querem mais assistir a anúncios. Eles querem fazer parte da história. Os creators viraram marcas e as marcas viraram plataformas. Hoje o desafio diário é buscar profundidade de comunidade, posicionando narrativa e transmitindo propósito.
O mercado de comunicação vive uma fase de evolução e aprendizados diários. As fronteiras entre agência, consultoria, house e creator estão desaparecendo, integrando e tornando mais colaborativo o conteúdo final das entregas. Os players de mercado que entenderam isso estão se fundindo, se reestruturando e criando modelos híbridos, capazes de entregar estratégia, cultura e negócio na mesma mesa.
Não é sobre ser “de trade”, “digital” ou “publicidade”. É sobre resolver o problema real do cliente, com criatividade como ferramenta, dados como base e alinhamento estratégico de dentro para fora. O desafio está justamente em entregar campanhas de sucesso para um cenário 360 com o consumidor final.
O Brasil como laboratório cultural – O Brasil entende essa virada como poucos. Aqui, um drop vira conversa, um lançamento vira meme, uma collab bem feita vira comportamento social. Da febre do Labubu ao lifestyle de On, Lululemon e Yalo, o público busca símbolos que traduzam quem ele é ou quem gostaria de ser. O consumo automaticamente se adapta para uma forma de expressão, um reflexo de identidade. Por isso, não vendemos mais produto, vendemos símbolos que conectam pessoas e criam cultura.
Enfim, o produto é só o passaporte. O que vale é o que vem depois: a conversa, a experiência, o pertencimento. E quando o produto deixa de ser mercadoria e vira símbolo, ele ultrapassa o mercado e entra na vida das pessoas. A nova economia é movida por cultura, não por catálogo.
*Vinicius Martinez – Sócio-diretor da influência, agência do Grupo HÜK
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Agências independentes na contramão: autonomia em tempos de transformação

*Juliene Nigro
A Inteligência Artificial não está apenas transformando a operação das agências: está provocando um reposicionamento estrutural no mercado global. Durante a edição deste ano do Web Summit Lisboa, líderes como Tiffany Rolfe, diretora global de criação da R/GA, e Ajaz Ahmed, fundador da AKQA (agora Studio One), reforçaram um movimento que já vinha ganhando força: a volta das agências independentes ao centro do mercado
Após anos dentro das holdings, os executivos deixaram claro que estruturas hipercomplexas não acompanham mais o ritmo da tecnologia.
Por décadas, grandes grupos justificaram sua relevância por meio da economia de escala. Isso não se sustenta mais. A criatividade, agora com a IA, não prospera sob camadas de aprovação, processos engessados e medo, por parte dos colaboradores, de reestruturações constantes.
Com a IA, a automação e os novos fluxos, escala passou a ser definida pela qualidade das ideias, e pela capacidade tecnológica de amplificá-las. Não pelo tamanho da equipe.
Vivemos em um momento paradoxal: por um lado, há uma forte tendência de consolidação no setor de agências, fusões, aquisições, holdings cada vez maiores. Por outro, surgem vozes que afirmam que o crescimento não deve sacrificar a agilidade, a criatividade e a capacidade de adaptação.
A independência, nesse sentido, emerge como uma alternativa estratégica: não se trata apenas de “ser pequeno”, mas de ser livre para reinventar o próprio modelo de negócio.
Claro, o movimento não é isento de riscos. Manter-se independente exige disciplina financeira, governança sólida e visão clara para gerir o fundo de inovação. Há também a pressão por resultados novíssimos, não apenas para clientes, mas para investidores. E, mais ainda, existe o desafio cultural: mudar o mindset interno para operar sob novas regras de contratação, remuneração e performance.
O debate no palco do Web Summit Lisboa, neste ano, foi um manifesto. Um manifesto de que, na era da IA e da inovação contínua, as agências precisam mais do que tamanho: precisam de autonomia para decidir, testar e transformar.
Enquanto tantas apostam na consolidação, outras vão na contramão, acreditando que a verdadeira vantagem competitiva se constrói com liberdade, cultura ágil e visão de longo prazo.
É um movimento ousado, arriscado, mas cheio de significado: porque mostra que, para algumas agências, a independência não é apenas uma condição de mercado; é, sobretudo, uma estratégia de sobrevivência e relevância no futuro da criatividade.
* Juliene Nigro – Vice-presidente de operações da Mootag









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