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Flávio Stoliar – Lockdown Intelectual

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Por Flávio Stoliar*

O isolamento social que estamos vivendo está nos impondo uma série de dificuldades e novos desafios. Infelizmente, o que mais temos visto por aí é gente em estado letárgico, apenas reclamando da situação e apontando dedos para todos os lados, na busca de culpados e heróis. Só que bem antes deste “lockdown” atual, já vivíamos um outro confinamento muito pior, o intelectual.

O Lockdown Intelectual é o resultado direto do nosso desinteresse por determinados assuntos e temas. Quem diz o que é certo ou errado aqueles mais relevantes, construtivos e positivos. Ele é o produto da nossa crescente incapacidade em dialogar, trocar e refletir; e da nossa total falta de empatia, que não nos deixa mais perceber o mundo como ele é. E, acima de tudo, é o reflexo do nosso incompreensível ódio por aquele que pensa diferente e, muitas vezes, até por aquilo que é novo.

A boa notícia é que, por incrível que pareça, esse afastamento compulsório está nos ajudando (e muito) a nos libertar desse Lockdown Intelectual e nos fazer evoluir como pessoas e sociedade. Em contraponto aos que estão “à espera de um milagre”, tem muita gente correndo atrás de resolver esses novos desafios do mundo. E, para isso, finalmente, estão traçando o óbvio e necessário caminho do diálogo, do entendimento, da colaboração e da inovação. Vamos aos exemplos:

Os governos estão sentindo na pele, e da pior forma possível, as consequências de suas péssimas decisões e irresponsabilidades. A transformação de nossos estádios em hospitais está escancarando que nossas prioridades estavam totalmente erradas, que o dinheiro público foi rasgado e que a conta a ser paga é ainda mais alta do que se imaginava.

Mas, para nossa sorte, o empresariado está mergulhado de cabeça na busca por soluções para a atual situação. O Estado brasileiro quebrou em todas as esferas e quem está bancando e operacionalizando a maior parte das ações emergenciais são as instituições privadas. E esse é um ponto que certamente terá de mudar na era pós-Covid. Os governos terão de ter uma relação mais saudável, menos promíscua, com as corporações. O trabalho conjunto e contínuo dessas pessoas e instituições é essencial para o desenvolvimento de nossa sociedade. As reformas tributária, trabalhista e econômica têm de acontecer, com urgência e com a participação de todos. Não podemos esperar as situações chegarem ao limite para tomarmos uma atitude.

Como diz o velho ditado: “A necessidade aguça o engenho”. E observando o epicentro da pandemia, ou seja, nossos hospitais, estamos vendo exemplos maravilhosos de criação e colaboração. A administração do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), se uniu à Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI-UERJ) para criar e produzir equipamentos médicos em impressoras 3D, a um custo infinitamente menor. Máscaras, laringoscópios, espaçador para o elástico de máscaras, placas de sinalização, entre outros são os itens em produção. Tenho certeza de que esse é apenas o nascimento de uma relação sólida e positiva que trará muitos frutos e servirá de exemplo para toda a nossa sociedade.

Por último, falando da área em que atuo, o processo de inovação no mundo corporativo, que já era algo percebido como inevitável, mas ainda traçava um caminho extremamente moroso, foi acelerado como nunca. Esse afastamento explicitou sua urgência e, apesar de toda pressa e escassez de recursos, finalmente estão lhe dando a devida atenção. Mais do que nunca, as empresas estão buscando inovar seus processos de apoio às vendas, ensino, comunicação e integração/engajamento de equipes e comunidades.

O mundo mudou completamente e vai continuar nesse movimento, cada vez mais rápido. Após essa crise sem precedentes, infelizmente, só vai sobreviver quem se adaptar rapidamente ao novo cenário e às novas demandas desta sociedade em mutação. Portanto, fiquem atentos às novidades e tendências. Busquem e ofereçam ajuda, se arrisquem e saiam da mesmice, pois a inovação não é mais uma opção, ela é o caminho único para a sobrevivência e prosperidade. E esse caminho é irreversível.

* Flávio Stoliar é CEO na PlayerUm e especialista na criação e desenvolvimento de jogos, aplicativos e plataformas de conteúdo engajadoras e interativas que transformam e melhoram processos de comunicação e aprendizagem para todas as áreas de uma empresa.

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A publicidade do varejo Q4: agilidade e controle em tempo real são imperativos

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 *Francisco Larraín

O quarto trimestre do ano (Q4) é, indiscutivelmente, uma temporada mais intensa e decisiva para o varejo. Entre a euforia da Black Friday, a corrida pelas compras de fim de ano e o lançamento de novos produtos, poucas semanas se transformam em uma verdadeira maratona estratégica, onde cada decisão pode definir o sucesso ou o fracasso. Tradicionalmente, os profissionais de marketing apostam no modelo clássico de compra direta de anúncios, o conhecido direct buy, como base dessa jornada.

Entretanto, este é um modelo obsoleto e ultrapassado que gera desperdício de verba diante de um mercado cada vez mais dinâmico. O principal problema é a rigidez, que impõe prazos apertados, estabelece uma flexibilidade limitada e gera pouca visibilidade sobre a performance após a implementação. Em um trimestre onde o cenário pode mudar em poucas horas – seja por uma reação da concorrência, uma nova tendência de consumo ou uma mudança de algoritmo –, ficar preso a um plano imutável é o mesmo que dirigir olhando apenas pelo retrovisor: arriscado e pouco eficaz.

O modelo tradicional aplicado pelo direct buy trata o anúncio como um custo fixo. Em um ambiente volátil, a falta de dados em tempo real sobre o retorno do investimento (ROI) impede a otimização e pode resultar em um desperdício significativo de verba nas semanas mais caras do ano. A ausência de controle transforma o investimento em uma “caixa preta” de execução.

O contexto é desafiador, mas é também um convite irrecusável à uma virada estratégica. Uma mudança inteligente e criativa de rota, que nos leva por um caminho em que não se trata mais de investir. Trata-se de aplicar recursos em uma estratégia mais efetiva e inovadora. Essa quebra de paradigma exige apostas mais assertivas em plataformas que ofereçam controle total e a capacidade de otimização em tempo real. E é aí que o foco recai sobre soluções como as Redes de Mídia para o Varejo, ou o Retail Media Networks, que tomam as rédeas da situação entregando visibilidade imediata, operações dinâmicas e agilidade competitiva. Um combo perfeito para dominar a maratona do Q4.

Com essa tríade, as empresas e marcas acompanham o desempenho de cada centavo investido no momento exato em que ele é aplicado, o que permite ajustes em minutos, caso a campanha não esteja performando.

Além disso, elas têm ainda a  liberdade de otimizar custos, realocando o orçamento rapidamente em campanhas que estão gerando receita – transformando o orçamento publicitário em uma alavanca de performance, e não em um compromisso fixo. Não podemos deixar de mencionar a capacidade de ajustar a estratégia sob demanda se torna o elemento-chave. Ou seja, com Retail Media Networks o planejamento do Q4 deixa de ser um mero documento e se torna um sistema vivo, capaz de reagir e capitalizar instantaneamente sobre a demanda gerada pela maratona de fim de ano. Aos líderes do varejo, esta sensação de controle e liberdade de ação é o imperativo competitivo que distingue quem apenas participa do Q4 de quem o domina.

Estamos às vésperas dessa alta temporada e a hora de repensar a estratégia de publicidade do Q4 é agora! Confiar em métodos ultrapassados é aceitar um teto baixo para o potencial de receita. Assegurar um Retorno sobre o Investimento (ROI) superior e consolidar uma posição de liderança, é a chave que abre as portas de um planejamento de mídia que é data-driven, flexível e centrado na otimização contínua.

A revolução do Q4 está em andamento. Aqueles que adotarem o controle em tempo real não apenas sobreviverão à maratona, mas a vencerão com uma margem clara!

*Francisco Larraín – Cofundador e CTO da Topsort, uma plataforma de retail media que está redefinindo a forma como os marketplaces do mundo monetizam por meio de publicidade baseada em leilão.

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Estamos preparados para 2027? 3 sinais de que sua empresa está atrasada na corrida da IA

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*Por Anselmo Albuquerque

Recentemente, mergulhei no projeto AI-2027 (https://ai-2027.com), uma simulação detalhada do futuro da inteligência artificial nos próximos meses. O estudo foi elaborado por Daniel Kokotajlo, pesquisador da Open Philanthropy especializado em cenários de longo prazo e riscos existenciais ligados à IA, e conta com uma introdução escrita por Scott Alexander, autor do blog Astral Codex Ten e uma das vozes mais influentes na análise crítica de tendências tecnológicas e filosóficas contemporâneas, não é um exercício de ficção. É um alerta racional e estratégico.

Trata-se de uma narrativa construída mês a mês, com projeções realistas sobre como a IA pode evoluir, colidir com estruturas sociais e impactar decisões políticas, econômicas e até existenciais. Mas o ponto que mais me chamou atenção não foi o “quando”. Foi o “como”.

Três sinais que merecem nossa atenção agora

1. IA criando IA: o gatilho da aceleração cognitiva
Quando uma IA for capaz de desenvolver ou melhorar outras IAs, entraremos num novo ciclo evolutivo, onde a velocidade do avanço tecnológico deixará qualquer modelo de planejamento humano obsoleto. Esse é o ponto de virada. O que era linear se torna exponencial.

2. Cibersegurança como novo campo de batalha
As primeiras aplicações geopolíticas da superinteligência podem surgir no subsolo invisível dos ataques cibernéticos. Países, empresas e organizações estarão vulneráveis não a tanques, mas a códigos. Quem não entender isso, vai continuar investindo em estratégias do século XX para enfrentar desafios do XXI.

3. Linguagem opaca entre máquinas: o risco do neuralese*
Imagine duas IAs conversando em uma linguagem que nem os engenheiros que as criaram conseguem entender. Sem transparência, perdemos o alinhamento. E sem alinhamento, entregamos poder a uma caixa-preta que decide por nós sem sabermos como ou por quê.

2027 pode parecer longe. Mas em termos de desenvolvimento de IA, é quase amanhã. Só para você ter uma ideia, a OpenAI já realizou mais de 20 atualizações significativas no ChatGPT desde 2022. Isso inclui novos modelos (como GPT-4 e GPT-4-turbo), capacidades multimodais (voz, visão, código), uma loja de GPTs personalizados e interfaces mais integradas ao cotidiano das empresas e pessoas.

E aqui vem o ponto-chave: diferente de outras “transformações digitais” pelas quais empresas passaram nos últimos anos, muitas das quais sequer mudaram o chip da alta liderança, a IA exige uma mudança estrutural de visão, de linguagem e de prioridade.

Estamos falando de algo muito mais estratégico do que trocar um sistema de ERP. Quantas empresas passaram anos decidindo qual ERP implantar, levaram outros tantos para implementar, e hoje usam menos de 10 por cento da sua capacidade? Com a IA, essa abordagem incremental simplesmente não vai funcionar.

A pergunta real é: você está na prática compreendendo que isso vai muito além de um ChatGPT? Você já colocou esse tema entre as 3 prioridades estratégicas da sua empresa para os próximos 24 meses?

Se você é líder, empreendedor ou profissional de marketing ou comunicação, este é o momento de pensar e agir com uma velocidade e profundidade que talvez você nunca tenha considerado antes. Pensar como arquiteto do futuro, com os pés no presente, mas os olhos firmes na linha de colisão entre humanos e inteligências artificiais.

Referências:

*Neuralese é um termo usado no cenário AI-2027 para descrever uma linguagem interna que IAs podem desenvolver ao se comunicarem entre si, potencialmente indecifrável para humanos. Essa opacidade pode dificultar a supervisão e o alinhamento com valores humanos, tornando a IA uma caixa-preta.

*Anselmo Albuquerque – CEO da Lean Agency, publicitário com mais de 20 anos de experiência no mercado de comunicação. Reconhecido como referência no tema de Inteligência Artificial.

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