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Fidelização de usuários nos aplicativos deve ser foco das empresas para expansão e lucratividade

Pesquisa realizada pelos especialistas em CRO da Invesp (Conversion Rate Optimization Experts) revelou que aumentar a retenção de clientes em 5% aumenta consideravelmente os lucros em até 95%. Além disso, clientes fiéis de aplicativos geram três vezes mais receita do que outros compradores. Portanto, quando se trata de concentrar os esforços, as empresas já têm consciência de que vale a pena dar atenção aos clientes existentes.
Muitas marcas ainda cometem o erro de priorizar a aquisição de usuários (UA) acima de tudo. Sem dúvida, a aquisição ainda é importante, mas conforme evidenciado no estudo da Invesp, o custo é cinco vezes mais alto para conquistar um novo cliente no comparativo da retenção de um já existente. Sendo assim, faz sentido focar em engajar e reter os usuários que já baixaram o aplicativo ao invés de investir em novos.
Personalização orientada por dados
De acordo com Marlon Luft, diretor de Marketing da AppsFlyer – que atua em mensuração e análise de dados para aplicativos, todos os apps podem extrair e analisar dados sobre os comportamentos e as preferências de seus próprios usuários, possibilitando fornecer aos clientes uma experiência personalizada. “Isso permite que você dê aos usuários do seu aplicativo o que eles realmente querem, quando e onde for melhor para o usuário. As estatísticas mostram como isso é importante, já que 91% dos clientes são mais propensos a comprar de marcas que enviam ofertas e recomendações personalizadas – comparado a ofertas genéricas”, conta. “Ao mesmo tempo, muitas empresas também estão incorporando um elemento de ‘gamificação’ em seus esforços de personalização. Para isso, eles usam insights de dados de clientes para criar experiências com várias etapas, todas conectadas à geração de valor para seus clientes e resultados de negócios para a marca”, acrescenta.
Programas de fidelidade personalizados
É fácil notar que as pessoas adoram ser apreciadas, e com os clientes isso não é diferente. Portanto, de acordo com o especialista, o próximo passo para a fidelização é introduzir um programa personalizado, pois este provou ser uma das táticas mais eficazes para aumentar a receita e inspirar a fidelidade do cliente. Até 84% dos consumidores dizem que são mais propensos a ficar com uma marca que oferece um programa de fidelidade. “A chave para um programa de fidelidade de aplicativo bem-sucedido é dupla. Em primeiro lugar, deve ser fácil de usar. Se for complicado, os clientes não comprarão. Em segundo lugar, as ofertas e o conteúdo que você entrega devem ser adaptados ao usuário, para que você não os inunde com informações irrelevantes. Por isso, a personalização sempre é uma iniciativa vencedora”, explica Luft.
Nesse sentido, os programas de fidelidade inteligentes entregam mais valor para os clientes, pois estão recebendo ofertas que outros não estão – gerando, assim, lealdade à marca.
Canais móveis e serviços de localização
Notificações em push e mensagens no aplicativo atualizam os clientes sobre mudanças relevantes ao mesmo tempo em que mantêm a marca no top of mind dos clientes, garantindo que os usuários mais ativos permaneçam engajados. Para isso, existem várias maneiras de manter a comunicação com o público por meio dos dispositivos móveis – todas com seus pontos fortes – mas para atingir os objetivos, o especialista recomenda utilizar uma combinação de canais de mídias e não se ater a um único canal.
“Ao entregar uma mensagem ou um conteúdo na tela de bloqueio do usuário, o principal objetivo das notificações em push é o de incentivar os usuários a entrarem no app da sua marca ou para recuperar usuários inativos”, explica Luft, que acrescenta ainda, que as mensagens no aplicativo podem ser acionadas pela atividade de um usuário e também podem ser utilizadas para compartilhar atualizações e promoções de produtos.
“Em última análise, eles são projetados para manter os usuários mais ativos engajados. Além disso, é possível ainda usar mensagens ‘geolocalizadas’ para enriquecer a experiência dos clientes. Isso permite que você forneça conteúdo relevante ao usuário, tendo como base sua localização. É particularmente benéfico para varejistas ou restaurantes, por exemplo, pois é possível notificar os clientes sobre um desconto ou um novo prato perto de sua filial. Assim é possível melhorar a experiência e aumentar a fidelidade, alcançando os usuários com a mensagem certa, no momento certo”.
Privacidade
Com os usuários cada vez mais conscientes do valor de seus dados pessoais, as pessoas também estão cada vez mais sensíveis à forma como esses dados são usados pelas marcas. De fato, uma pesquisa de 2019 da empresa de segurança cibernética RSA descobriu que 70% dos consumidores querem proteger suas informações de identidade e 57% desejam proteger seus detalhes de contato.
As regulamentações de privacidade também já estão sendo introduzidas em todo o mundo. Essa mudança na conscientização do consumidor significa que é do interesse de todas as empresas acertar suas políticas de privacidade de dados. Diante desse fato, mais do que nunca, os dados devem ser seguros e compartilhados apenas quando os clientes concederam permissão expressa.
“Nesta frente, a fidelização apresenta uma oportunidade única. Por exemplo, clientes fiéis se identificam voluntariamente e reconhecem valor na troca de seus dados – como pontos, descontos e ofertas personalizadas. Um programa de fidelidade não apenas protege você contra a violação dos regulamentos de privacidade, mas também ajuda a criar confiança e a se comunicar com os clientes em nível pessoal e individual”, explica Luft, que comenta, ainda, que a chave para isso é coletar apenas dados que a empresa for realmente utilizar.
Benefícios da fidelidade do cliente
A pesquisa da Invesp constatou também que clientes fiéis de aplicativos têm três vezes mais chances de repetir uma compra, o que novamente mostra a importância do foco em fidelidade. “O uso de marketing digital inteligente e orientado por dados para os aplicativos móveis pode ajudar as empresas a aumentar a fidelidade do cliente, a expandir os negócios e, por fim, aumentar a lucratividade”, conclui o especialista.
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Pré-Black Friday: Novembro já registrou 15 milhões de compras online e mais de 117 mil tentativas de fraude evitadas até quinta-feira, segundo Serasa Experian

A Black Friday, que antes se concentrava na última sexta-feira de novembro, hoje movimenta o varejo ao longo de todo o mês. Entre 1º e 26 de novembro, a Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, detectou 15.057.286 pedidos realizados no e-commerce brasileiro, que somaram R$ 8,5 bilhões em transações. Deste total, 117.968 foram identificados como tentativas de golpes, barradas tecnologias antifraude da companhia. Se efetivadas, poderiam ter causado perdas de até R$ 104.329.618,28 para lojistas e consumidores. O levantamento reforça a importância de estratégias robustas de autenticação e segurança.
Segundo dados da datatech, na semana da Black Friday de 2024 foi registrado um aumento de 260% na criação de páginas de phishing em comparação às demais semanas do mês. O método é um tipo de golpe digital em que criminosos simulam sites ou comunicações oficiais de empresas para enganar os usuários e capturar dados sensíveis, como senhas e informações de pagamento. Diante da expectativa de movimentação intensa no e-commerce em 2025, o alerta permanece: este é o momento em que o consumidor deve redobrar os cuidados com a segurança online.
Dicas para empresas:
• Estabeleça políticas internas de segurança da informação e oriente colaboradores sobre boas práticas, como o uso de senhas fortes e a participação em treinamentos de conscientização.
• Adote criptografia na transmissão de dados para proteger informações sensíveis de clientes e da empresa contra interceptações.
• Implemente soluções antifraude para minimizar riscos financeiros e reputacionais. Contar com especialistas e tecnologias dedicadas torna sua empresa mais preparada para lidar com golpes sofisticados.
• Utilize a prevenção em camadas como estratégia central. Ferramentas combinadas atuam em diferentes pontos da jornada digital e são essenciais diante da evolução constante das fraudes.
• Invista em soluções que se atualizem continuamente, garantindo a veracidade dos dados e maior resiliência contra novas ameaças.
• Conheça o comportamento do seu usuário e reduza fricções na jornada digital, sem comprometer a segurança.
• Trate a prevenção à fraude como fator de competitividade: soluções bem orquestradas aumentam a segurança, reduzem perdas e melhoram a experiência de compra.
O levantamento realizado considera somente as transações realizadas entre 1 e 26/11/2025 analisadas pela Serasa Experian.
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Tirania da média na Black Friday: Por que métricas agregadas escondem prejuízos reais

A Black Friday é um dos poucos consensos do e-commerce brasileiro: todos fazem, os consumidores esperam e as metas do último trimestre dependem disso. Por isso, mais do que decidir participar, o desafio está em estruturar ações que gerem volume sem cair na perigosa ‘Tirania da Média’ — campanhas que geram vendas imediatas a um custo médio aceitável, mas comprometem a rentabilidade futura ao mascarar o desempenho individual de cada canal.
“O cenário está posto. Consumidores condicionados a esperar descontos, concorrência acirrada e todas as marcas disputando atenção ao mesmo tempo”, afirma Caio Motta, cofundador da Elementar Digital, agência de marketing especializada em performance orientada por dados. “Marcas que não participam perdem relevância e market share. O desafio real é jogar bem esse jogo de maneira analítica – e isso começa muito antes do desconto chegar no site.”
Nesse contexto, um dos principais equívocos ainda é analisar o período apenas por métricas agregadas, como CAC (Custo de Aquisição de Cliente) médio, ROAS (Retorno sobre o Gasto com Anúncios) geral ou faturamento total. Segundo Motta, essa leitura consolida demais a performance e esconde o que realmente funciona.
“Um Custo de Aquisição de Cliente (CAC) médio de R$ 80,00 pode parecer aceitável. No entanto, ao analisar os dados por grupos específicos de clientes (cohorts), você pode descobrir que clientes atraídos na Black Friday por um canal em particular têm um CAC de R$ 60, mas nunca mais compram. Por outro lado, clientes com um CAC de R$ 100 podem fazer novas compras em 45 a 60 dias”, detalha Felix Bohn, sócio da agência. Fica claro, então, que é essa análise detalhada e segmentada que diferencia uma Black Friday que apenas desperdiça dinheiro de outra que realmente forma uma base de clientes sólida.”
A partir desse entendimento, a mídia de performance passa a ser uma alavanca estratégica, não apenas tática. “Muitas marcas aumentam budget de forma linear em todos os canais esperando retorno proporcional. Não funciona assim”, comenta Motta. Ele reforça que a alocação deve ser guiada por dados históricos – quais canais, públicos e formatos trouxeram clientes de maior valor e maior lift de vendas. Além disso, a estrutura de funil precisa ser respeitada: campanhas de awareness não podem ser medidas com o mesmo ROAS de campanhas de conversão direta. Como resume Bohn, “é preciso ter paciência no topo do funil e ser cirúrgico no fundo.”
Entretanto, mesmo a estratégia de mídia mais sólida não se sustenta se a operação não acompanha. Atrasos na entrega, rupturas de estoque e instabilidades no site se transformam rapidamente em detratores, e esse custo, segundo os especialistas, é muito maior do que uma venda perdida. “A gente vê isso todo ano: marcas que explodem em vendas na sexta-feira e, na segunda, já estão apagando incêndio no SAC”, comenta Motta. Testes de carga, estoques planejados com margem de segurança e logística dimensionada para cenários extremos são, portanto, medidas essenciais para proteger margem e reputação.
A visão de curto prazo também impede que as marcas enxerguem o verdadeiro impacto da Black Friday. Para os profissionais, o sucesso do período não se mede em novembro, mas em março, junho e até o próximo novembro. “Todo mundo comemora quando bate a meta de faturamento, mas o jogo real acontece depois”, diz Bohn. Ele explica que é preciso monitorar quantos clientes adquiridos na Black Friday recompram no ano seguinte, qual foi o LTV (Lifetime Value) desse cohort comparado ao de períodos normais e qual a taxa de churn (perda de clientes ou receita) em seis meses. Essa disciplina é o que diferencia marcas que tratam a data como liquidação daquelas que a utilizam como aquisição estratégica.
Quando essa visão orientada por dados se consolida, aliada a mídia inteligente, operação preparada e promessas que a marca consegue cumprir, a Black Friday deixa de ser apenas um pico de vendas e passa a funcionar como alavanca real de crescimento. “A diferença está em trocar o imediatismo por visão de longo prazo”, resume Bohn. “Quando você estrutura a estratégia pensando no contexto de longo prazo, não em transações isoladas, equilibra volume com qualidade de cliente. E aí sim a Black Friday vira o que deveria ser: um acelerador do negócio”, conclui.








