Artigos
Ricardo Minc – Expectativa versus realidade é o que vamos viver em 2021
Ricardo Minc
Não é novidade dizer que o mercado de eventos se desmanchou em 2020 em razão da pandemia de Covid-19 e como consequência o nosso mercado de seguros para entretenimento que envolve eventos, shows, produção de comerciais entre outras iniciativas seguiu a mesma linha. O que vimos no mercado de seguros foi cancelamento, adiamento e interrupção de eventos no mundo todo.
Para ilustrar a enormidade da perda, as reivindicações combinadas relacionadas aos furacões Harvey, Irma e Maria em 2017 são consideradas iguais ou superiores às reivindicações pagas devido à pandemia do Coronavirus. Como exemplos vários eventos receberam indenizações por ter cobertura de cancelamento, incluindo Olimpíaas, Torneio de Tênis de Wimbledon, festivais de músicas, a Ryder Cup, produções cinematográficas, peças de teatro e várias conferências e exposições.
Embora tenhamos uma expectativa positiva para o ano que se inicia, principalmente em razão da vacina que se apresenta, temos que mostrar o que acontece com o nosso mercado mundialmente. Vamos falar de Londres, na Inglaterra, mais especificamente do LLOYDS que é o hub mundial para este tipo de seguro e nos oferece o termômetro do que está acontecendo.
A capacidade de subscrever seguro para cancelamentos do mercado de Londres nos últimos tempos já havia começado a se contrair antes da eclosão do COVID-19, como resultado de perdas (excesso de sinistros) ao longo dos últimos anos. Antes da COVID existia uma clara tendência de endurecimento das taxas (aumento dos prêmios) com a notícia de diversas seguradoras e resseguradores que acumulavam prejuízos nas carteiras devido precificação do seguro insustentável dada a elevada frequência e alta severidade dos sinistros ocorridos em 2018 e 2019. Isso levou à saída de diversos players antes do Covid, no entanto, uma boa parte de resseguradores e seguradores mais tradicionais continuaram.
Com o Covid a debandada aumentou. Acredita-se que as perdas seguradas para o mercado de seguro de contingência de cancelamento são estimadas entre US$ 5 e 8 bilhões. Com isso, acontece um movimento intenso com varias resseguradores e seguradores tradicionais deixando o mercado.
No entanto, com a expectativa de aumento substancial das taxas, também é possível observar novos player iniciando novas operações principalmente contrantado subicritores e especialistas de riscos de seguradoras e resseguradores tradicionais que esta migrando para novas seguradoras.
Trazendo essa realidade para o mercado brasileiro, muito embora o Brasil ainda não tenha uma cultura de contratação de seguro, acaba sendo afetado indiretamente na media em que vários seguradores que operavam aqui e que eram grandes players no exterior estão saindo do mercado brasileiro por decisões equivocadas de suas matrizes.
A verdade é que as seguradoras brasileiras sofreram perdas mínimas; existiam poucos contratos de seguro e interrupção de eventos vigente na época do surgimento da pandemia.
O maior agravante é que mesmos riscos que não tem a ver com a cobertura de cancelamento como é o caso do seguro de responsabilidade civil que protege o organizador, patrocinador de eventuais acidentes e danos aos públicos estão com pouca oferta no mercado brasileiro devido à saída das seguradoras que vendiam produtos conjugados de responsabilidade civil com cancelamento.
Outra consequência assistida é o aumento nas taxas de 25% a 100% em negócios de não comparecimento (noshow) e aumentos de 150% em negócios de seguro de cancelamento de conferências e exposições também.
Com o aumento do número de sinistros, era inevitável que os prêmios aumentassem para que continuasse a ser um mercado de seguros para proteger os organizadores de eventos contra perdas financeiras.
Além disso, as restrições à cobertura de doenças transmissíveis levaram a muitos debates no que diz respeito à COVID-19 / Exclusões de doenças transmissíveis.
Cada seguradora atualmente tem suas próprias exclusões de doenças transmissíveis e a verdade é que a cobertura de doenças transmissíveis será praticamente inexistente e, portanto, é aconselhável iniciar o processo o mais cedo possível para permitir tempo para considerar suas opções e prever as despesas.
Dessa maneira, precisamos adotar o discurso do otimismo para o próximo ano, mesmo sabendo que será um ano difícil para o mercado internacional de seguros. No Brasil, a expectativa é para a conscientização da importância do seguro de cancelamento dos produtores e promotores aliado ao um aumento de atividades, já que a demanda do público por entretenimento disparará por duas razões um longo período de ausência e maior disponibilidade de tempo pela economia de tempo que era gasta em deslocamento devido a grande parte do público alvo destes eventos estar em home office terá um onda de novas seguradoras explorando esta oportunidade.
A indústria de eventos ao vivo enfrentará novos desafios, assim como o setor de entretenimento como um todo. Na situação atual, nossos clientes precisam ser criativos em suas ofertas, a fim de fornecer eventos que proporcionem uma boa relação custo-benefício para os participantes, garantindo interação e conteúdo de alta qualidade e com bastante uso de tecnologia.
Hoje o tema da vez são os eventos digitais e os híbridos que é uma mistura de online com presencial. Nesse caso os organizadores de eventos precisam saber que o seguro está disponível para o caso de um evento sofrer devido a uma falha de transmissão e isso é algo que os organizadores do evento devem considerar para proteger suas despesas.
O que o Brasil precisa é embutir nos organizadores de eventos a ideia de que o custo do seguro de eventos não é exorbitante se você considerar o efeito que uma perda total poderia ter. Taxas de cerca de 1% do valor total de sua despesa / receita bruta são alcançáveis e a cobertura pode ser ajustada para atender às suas necessidades individuais. Se o custo do seguro for contabilizado em seus orçamentos no início, ele não precisa ter um efeito enorme em seus resultados financeiros.
Ricardo Minc – Especializado em seguros para o entretenimento e sócio da Affinité Corretora de Seguros que possui mais 20 anos de experiência e responsável por segurar os principais eventos brasileiros.
Artigos
Marketing de incentivo: como ele ajuda na satisfação dos colaboradores?
*Marilyn Hahn
A satisfação dos colaboradores é um fator primordial para o sucesso de qualquer organização. Na atual conjuntura do mercado, na qual a demanda por qualidade e personalização está em alta, as empresas precisam estar atentas às novas tendências em benefícios corporativos para manter seus funcionários motivados e producentes.
De acordo com um estudo da Universidade de Oxford, funcionários felizes e satisfeitos são 13% mais produtivos. Portanto, uma abordagem de endomarketing que inclua o marketing de incentivo pode ter um impacto relevante nos resultados do negócio e se tornar uma vantagem competitiva. Essa estratégia envolve a utilização de soluções especializadas que oferecem incentivos e premiações customizados, sem a necessidade de uma equipe dedicada exclusivamente a essa função.
O principal objetivo dessas medidas é melhorar a experiência dos colaboradores, estimulando-os a alcançar melhores resultados e promovendo uma jornada profissional positiva. Reconhecer o valor do time é essencial para garantir o engajamento e fortalecer as relações no ambiente de trabalho.
Colaboradores que recebem incentivos personalizados, como pontos acumulados, cartões pré-pagos e gift cards, tendem a se sentir mais valorizados, o que não só aumenta o comprometimento, mas também fortalece a cultura organizacional e promove maior produtividade. Além disso, utilizar cartões pré-pagos como forma de incentivo ajuda a minimizar complicações legais, já que eles não são considerados uma segunda linha de remuneração. Isso facilita a gestão de benefícios e reduz preocupações com questões trabalhistas.
Um ambiente de trabalho onde os times se sentem motivados e engajados contribui para a construção de uma marca empregadora forte. Isso favorece a retenção de talentos e diminui a rotatividade de funcionários, criando um clima organizacional positivo e produtivo.
Portanto, investir em benefícios e incentivos é mais do que uma tendência, é uma necessidade para empresas que desejam se destacar no mercado e garantir a satisfação dos seus colaboradores. O tempo é agora.
*Marilyn Hahn – CRO e cofundadora do Bankly.
Artigos
Como as marcas devem se preparar para a Black Friday?
*Monique Areze
Segundo uma pesquisa da Wake, em parceria com a Opinion Box, 32,5% dos brasileiros iniciam o monitoramento de preços já no final de julho com foco em aproveitar as melhores ofertas durante a Black Friday. Se a antecipação é um ponto importante para o público, a retórica também se faz necessária para as empresas.
Diante de um cenário cada vez mais competitivo, as marcas que desejam ter êxito na campanha de Black Friday, marcada para o dia 29 de novembro neste ano, precisam fazer um planejamento detalhado e se atentar aos mínimos detalhes.
Entre os maiores obstáculos enfrentados estão questões como logística, gestão eficiente dos estoques e o treinamento das equipes perante o volume elevado de atendimento e solicitações. Isso porque a Black Friday é uma data em que o atendimento ao cliente tem um papel crucial na jornada de compra. Um trabalho voltado a esses três elementos em conjunto tende a ser o grande diferencial para que as marcas consigam manter uma experiência fluida e positiva junto aos consumidores, desde o primeiro contato até o pós-venda.
Nesse caso, estamos falando de três pilares operacionais: planejamento estratégico, atendimento ao cliente e capacidade de execução.
Por isso, a organização para a data precisa abranger toda a logística, metas e ações de marketing do negócio, com definição clara das estratégias para que os objetivos sejam atingidos. Já o atendimento eficaz e rápido traz um diferencial desejado pelo público em um contexto onde ele busca respostas e soluções ágeis. A competência funcional, por sua vez, envolve garantir estoques adequados, uma logística de entrega eficiente e o uso de tecnologias para suportar um grande volume de transações.
Além das questões operacionais, a criação de campanhas de marketing voltadas à Black Friday, por meio de uma comunicação clara e objetiva ao público-alvo, é outro elemento fundamental. Impulsionada pelo uso de soluções de automação e personalização, as ações representam um diferencial significativo, já que permitem uma melhor segmentação do público, um fator que possibilita o envio de ofertas mais atraentes e direcionadas.
Aliás, o uso de automação não deve ser limitado ao marketing. A criação de um FAQ destinado a elucidar questões comuns para a Black Friday, como prazos de entrega, políticas de troca e devolução, formas de pagamento, além de canais automatizados para atendimento, ajuda a aliviar a sobrecarga nas equipes e, ao mesmo tempo, acelera os esclarecimentos aos consumidores. Sem contar que o recurso melhora a experiência do cliente e permite que os times priorizem somente os casos que exigem, de fato, uma solução humana.
A verdade é que as empresas que investem em um detalhado planejamento, utilizam a tecnologia de forma inteligente e proporcionam uma experiência de compra fluida saem na frente na briga pela conquista da confiança do consumidor. Num cenário competitivo, superar o óbvio e surpreender o cliente é o verdadeiro diferencial. Até porque, no final das contas, o que se constrói na Black Friday é o valor da marca e a fidelidade. Isso certamente é mais importante do que o faturamento momentâneo.
*Monique Areze – COO do Grupo Duo&Co
You must be logged in to post a comment Login