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Qual mundo queremos para 2022?

Publicado

em

Renata Ankowski

A pandemia transformou a sociedade de diferentes maneiras. O aprendizado nesses últimos dois anos deixou um legado fundamental para o desenvolvimento das pessoas e do mundo nas próximas gerações. A necessidade do isolamento mudou a vida e a rotina de todos. Na realidade, nos adaptamos, aprendemos, crescemos e mudamos. O mercado e as relações intrapessoais também tiveram que mudar. Em 2022, encontraremos um cenário completamente diferente daquilo a que estávamos acostumados e como será esse retorno ao presencial?

Durante o isolamento social, tivemos uma rápida mudança em nossa rotina, mas alguns de nossos hábitos recém-adquiridos vale a pena mantermos no futuro pós-pandemia. Alguns desses comportamentos se mostraram favoráveis ao meio ambiente, outros reduziram nossas chances de contrair uma doença e tivemos, até mesmo, uma mudança no “olhar para as pessoas”. Contudo, mesmo chegando perto da marca de dois anos de Covid-19, estamos longe de deixar essa pandemia para trás e tudo indica que teremos que aprender a lidar com ela.

Segundo a britânica, Sharon Peacock, chefe de programa de vigilância genética e Professora de Saúde Pública e Microbiologia no Departamento de Medicina da Universidade de Cambridge, haverá ainda mais alguns anos pela frente para o controle total da pandemia devido às novas variantes e mutações do vírus. Na visão da cientista, só poderemos deixar de nos preocupar quando o vírus sofrer uma mutação e deixar de ser tão agressivo, ou seja, causando doenças.

No universo corporativo, o trabalho remoto se mostrou uma opção viável. Em meio a todas as dificuldades e julgamentos que 2019 trazia sobre trabalhar em casa, o efeito pandemia nos ensinou a ir além e olharmos mais para dentro. Com certeza a grande lição desse período é a gestão mais humanizada. Acima de qualquer tema, o cuidado com o ser humano foi muito evidenciado. Saúde mental, emocional e física se tornaram pontos fundamentais para as empresas de todos os portes. Dessa forma, não deve ser apenas uma tendência, mas sim o modelo das organizações do futuro.

O ano de 2022 indica ser o período da retomada presencial, mas com todo o cuidado. De acordo com estudos recentes do E-marketer, globalmente, estima-se um crescimento de 61,9% no investimento em marketing das grandes marcas. Em um levantamento do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 97% dos empreendimentos brasileiros têm presença on-line, e 77% dos usuários usam as redes sociais pelo celular, o que torna a conexão mais frequente. O consumidor já não escolhe produtos ou serviços apenas pela qualidade, mas os valores da marca, transparência e cuidados com o planeta são pontos que ganharam ainda mais espaço nessa nova era. Segundo a GoAd, a utilização da inteligência de dados mais avançada e a uma agenda focada em ESG (governança corporativa, social e de meio ambiente) devem ser os temas prioritários em 2022. Isso faz com que a gente se planeje ainda mais.

Por outro lado, as expectativas são grandes, e toda a precaução é necessária para um retorno responsável. O planejamento já está em processo, existe uma expectativa de uma retomada aos eventos presenciais e de um aumento de vendas já no primeiro semestre do ano. O BC projeta alta de 2,1% do PIB no ano que vem, bem acima da mediana do Boletim Focus (1,57%). O que acaba gerando uma certa segurança para as empresas, principalmente, quando falamos de novos produtos, inovações e metodologias que os estudos e pesquisas das empresas nesse período proporcionaram.

2022 é extremamente promissor, mas na mesma intensidade ele é incerto. Teremos uma série de grandes eventos ao longo do ano, como a eleição presidencial e a Copa do Mundo, que impactam diretamente na economia e refletem na segurança do investimento. Com isso, tenho observado nos últimos anos uma relação de parceria mais forte com nossos clientes. Isso ocorre devido a um aumento de confiança que é construída nas pequenas ações, no cuidado com o dia a dia e nos detalhes de cada experiência. Dessa forma, frente ao cenário de 2022, a transparência nas informações contribuirá na conquista de mais clientes e no fortalecimento dessa relação para os próximos anos.

Para o próximo ano, meu desejo é que a situação de saúde global seja melhor que nos últimos dois. É uma grande alegria ver todas as atividades voltando e revelando seu grande potencial. “Costumo dizer que desejos sem metas são apenas sonhos.” Por isso, para o próximo ano minhas metas são atreladas ao trabalho, o que está sob nosso alcance para fazer diferente em 2022? Para isso liderar com ousadia, coragem, humanidade e muita inovação. Foco no ser humano, nas relações e principalmente na diversidade, inclusão e sustentabilidade.

Renata Ankowski, formada em Administração de Empresas, pós-graduada pela PUC-AR e especialista em gestão de projetos é COO na MCM Brand Experience.
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O Web Summit me fez pensar: e se o futuro já não couber mais nos palcos?

Publicado

em

*Gui Loureiro

Participo de eventos de tecnologia e inovação há tempo suficiente para saber o que esperar. Palavras como “disruptivo”, “exponencial” e “inteligência artificial” vêm e vão como mantras – recicladas, relançadas e ressignificadas ano após ano. E o Web Summit, com todo o seu brilho, confirma isso. Mas também me provocou uma inquietação mais profunda: será que ainda precisamos desses grandes encontros do jeito que eles são?

O evento é bem organizado, diverso em pautas e com boas provocações. Mas, para quem já vive o dia a dia do setor – em publicidade, tecnologia ou inovação – a sensação é de replay. As tendências apresentadas já circularam em reuniões, brainstorms ou testes A/B meses atrás.

A inteligência artificial dominou o evento. Mas o tom já não é mais de deslumbramento, e sim de aplicação real. Assistentes personalizados, automações de marketing, bots generativos, análise preditiva – tudo já está em prática. É o futuro entrando em operação no presente. Outro ponto forte foi a discussão sobre dados, ética e privacidade. A era do “dado pelo dado” está acabando, pressionada por consumidores mais conscientes e regulações mais firmes.

Curiosamente, o que mais me impactou aconteceu fora dos palcos. Como o Web Summit é gigantesco, as primeiras horas servem para se localizar. Foi nesse clima que me deparei com uma cena marcante na Food Summit, a praça de alimentação do evento: uma roda de pessoas em volta de três jovens que estendiam livros no chão.

Um deles era “Da Quebrada ao Mundo”, de Alexandre Ribeiro. Alexandre não era palestrante. Estava ali como embaixador do evento – e isso por si só já
diz muito. Sua presença, oferecendo histórias e reflexões com simplicidade e potência, foi um dos momentos mais autênticos e simbólicos do Web Summit. Ele representa um Brasil criativo, inovador, pulsante – mas ainda ausente dos espaços de decisão. Sua participação foi inspiradora, mas também um lembrete de que esses eventos ainda são para poucos.

Para quem pode pagar, para quem foi convidado, para quem fala o “idioma certo”.
E isso precisa mudar. O Web Summit segue sendo uma vitrine poderosa, mas já não entrega a mesma transformação para quem está imerso no setor. Talvez a frequência anual seja parte do problema. O ciclo de novidades encurtou tanto que uma curadoria mais espaçada e profunda faria mais sentido. Em vez de sempre mostrar o que vem por aí, o evento poderia se concentrar em como resolver o que já chegou.

Mais do que conteúdo, falta acesso. Imaginem o impacto se jovens de escolas públicas, professores da periferia, microempreendedores e estudantes tivessem acesso a esse tipo de evento. A inovação precisa ser descentralizada. O futuro não pode ser privilégio.

Eu sigo indo ao Web Summit para ouvir provocações, sentir o termômetro do mercado, conversar com gente inteligente. Mas confesso: gostaria de sair mais transformado do que validado. Porque a verdadeira disrupção talvez não esteja mais no palco – e sim nas pontas, nos corredores, ou até no chão da praça de alimentação, onde alguém estende um livro e abre um novo mundo diante dos nossos olhos.

*Gui Loureiro – Diretor de estratégia na 3mais

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Marketing de afiliados é estratégia necessária para negócios de todos os portes

Publicado

em

*Hugo Alvarenga

Por muito tempo, o marketing de afiliados foi associado como um recurso exclusivo de grandes operações digitais, com orçamentos robustos e estruturas complexas. Porém, cada vez mais está evidente que a percepção está longe de condizer com a realidade do mercado atual. A verdade é que esse modelo de publicidade baseada em performance se tornou uma das estratégias mais acessíveis, eficientes e escaláveis disponíveis para todas as empresas. Inclusive (e especialmente) para pequenos e médios negócios que buscam previsibilidade e retorno tangível sobre seus investimentos.

Na prática, o conceito hoje funciona como uma espécie de descentralização da força de vendas: marcas criam programas e convidam parceiros, os chamados afiliados, com foco em divulgar seus produtos em troca de comissões por resultado. Tal dinâmica apresenta uma vantagem clara para quem precisa crescer com orçamento controlado: o pagamento só ocorre quando há conversão, seja clique, lead ou venda. A partir dessa premissa, é uma lógica que combina com qualquer porte de negócio, desde que bem estruturada.

No caso de PMEs, o caminho mais comum, e promissor, tem sido apostar, por exemplo, em parcerias com criadores de conteúdo de nicho e micro influenciadores. Isso porque se tratam de pessoas com alto engajamento em comunidades específicas, capazes de gerar tráfego qualificado sem exigir grandes investimentos. Por outro lado, para empresas maiores, passa a ser mais comum a adoção de plataformas tecnológicas mais completas, contando com programas whitelabel e integração com sistemas de dados e CRM, possibilitando que uma infinidade de afiliados possam estar conectados e tendo a sua performance analisada de forma automatizada.

Além disso, vale destacar que o impacto social do marketing de afiliados é significativo, já que qualquer pessoa pode participar dessa modalidade desde que faça parte de uma plataforma de afiliação e tenha um celular com internet para divulgar seus links de compra. Isso contribui diretamente para a democratização do acesso à geração de renda, especialmente em um cenário econômico desafiador como o do Brasil, onde milhões de pessoas buscam alternativas para complementar seus ganhos.

Os dados do mercado também confirmam esse movimento. Em 2023, o marketing de afiliados movimentou mais de US$ 14 bilhões globalmente, segundo a Influencer Marketing Hub. Só no Brasil, já são mais de 30 milhões de pessoas cadastrados em plataformas como a Hotmart — o que nos coloca como o segundo maior país nesse segmento.

O setor aquecido é facilmente explicado. De acordo com a Business Insider, o marketing de afiliados pode contribuir com cerca de 16% da receita total gerada por meio de campanhas de marketing digital – valor expressivo considerando não apenas a conversão, mas a retenção dos clientes.  Contudo, não podemos simplificar o momento somente pela questão financeira. A crescente sofisticação das plataformas também tem ajudado. Hoje, graças ao auxílio da tecnologia, é possível segmentar campanhas, monitorar canais, comparar o desempenho de afiliados, garantir remuneração transparente e, o mais importante, otimizar toda a operação com base em dados reais. E claro, a questão social também ganha especial destaque quando falamos de economia digital.

Segundo uma pesquisa da Mediakix, 81% das marcas que investem nesse modelo afirmam ter aumentado sua base de clientes de forma significativa. Isso mostra que a estratégia vai além da conversão direta — ela também impulsiona reconhecimento de marca e visibilidade de longo prazo, algo que muitas vezes passava despercebido quando o assunto era a atuação dos afiliados. Além do mais, diferente de outras frentes de mídia, o crescimento vem acompanhado de um  controle total sobre o orçamento e previsibilidade nos resultados.

Desmistificar o marketing de afiliados como um recurso exclusivo de grandes players é essencial para democratizar o acesso a estratégias que realmente entregam resultados. Hoje, empresas de todos os segmentos e portes estão aderindo ao formato,  desde grandes varejistas online até pequenos produtores locais. Seja para vender mais, ganhar visibilidade ou até mesmo atrair novos públicos, o modelo já provou ser uma ferramenta poderosa — e, acima de tudo, adaptável a qualquer tipo de negócio.

*Hugo Alvarenga – Sócio e co-CEO da A&EIGHT e CEO da Lomadee.

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