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Os pilares do plano estratégico para o sucesso do investimento

Publicado

em

*Mario Bianchi – Profissional da área de Marketing, atualmente Gestor de Treinamento e Pesquisas de Satisfação da Honda Automóveis do Brasil, responsável por projetos como o novo padrão de instalações da marca e o plano de expansão de concessionárias no Brasil. É Master Business Administration em Gestão de Negócios e membro da AMPRO (Associação de Marketing Promocional).

 

Recentemente em um evento de convenção nacional da indústria automotiva com empresários e investidores que vislumbram expandir suas operações fui surpreendido com a seguinte questão: “Mas, como eliminar os riscos nas operações para que meu plano de expansão das lojas tenha a garantia de sucesso, se possível a curto prazo?”

Após essa provocação e a percepção mais aprofundada sobre as expectativas do mundo empresarial sobre planejamento estratégico, entendi a importância de escrever sobre as estruturas de um projeto orientado ao sucesso. Notei que muitos empreendedores e profissionais de marketing buscam atalhos, adotando ideias que parecem promissoras, mas que na verdade são ilusórias. Essa abordagem frequentemente negligencia elementos básicos e essenciais, que são fundamentais para determinar o êxito ou o fracasso de suas iniciativas.

Com base nisso, decidi explorar e esclarecer essas armadilhas comuns, a fim de promover uma compreensão mais realista e eficaz de estratégias empresariais bem-sucedidas.

Com base no questionamento do investidor, observo que em uma única pergunta, 03 grandes equívocos ficaram explícitos na concepção de “sucesso”. Primeiramente, é preciso entender que não há como “eliminar” riscos de um negócio, de um plano de expansão ou sequer de uma campanha de varejo para o lançamento de um produto. Podemos, sim, construir um bom planejamento, que irá minimizar falhas, reduzir custos e otimizar o tempo. Em razão disso, com a minha expertise de mais de 15 anos no setor, afirmo que a etapa de planejamento e definição das estratégias é sem dúvidas a mais importante, devendo ser alvo da dedicação de maior tempo e atenção da equipe.

Neste sentido, recentemente a Revista Forbes¹ realizou uma pesquisa com empreendedores e executivos de empresas para verificar a importância do planejamento estratégico para o sucesso empresarial. Embora 90% dos entrevistados afirmem que um plano estratégico para a condução do seu negócio seja necessário, apenas 46% disseram que investiram na criação de um para conduzir suas operações. Dentre esses 46% que efetivamente criaram um plano, somente 21% conseguiram cumpri-lo em sua totalidade.

Desta forma, para além de elaborar um projeto compreensivo, reforço que colocá-lo em prática e sustentá-lo a longo prazo exige que as etapas preliminares sejam conduzidas com a maior seriedade e cautela possível, criando uma estrutura sólida para mitigar riscos e falhas, aumentando as probabilidades de resultados efetivos sobre o capital investido.

O segundo grande equívoco que identifico no questionamento citado é sobre a “garantia de sucesso”. Se a primeira concepção que observei não for corrigida – com a devida aplicação de um sólido planejamento estratégico para se diminuir os riscos –, este segundo erro de acreditar no sucesso como um passe de mágica será ainda mais difícil de superar.

Muitos empresários e profissionais de alta gestão dedicam grandes esforços aos aspectos materiais e estruturais de seus projetos e negócios, esquecendo o fator humano de todos os planos estratégicos: o cliente. O consumidor é a figura central que realmente determinará o sucesso de qualquer empreendimento. Afinal, são eles que consomem os produtos ou serviços oferecidos, que possuem a percepção final do que está sendo oferecido, que geram receita e sustentam o negócio a longo prazo.

Nos dias de hoje, são os clientes quem mandam no jogo, as informações e o poder de decisão estão nas palmas de suas mãos.

Atualmente, com maior democratização ao acesso à informação, quase ninguém mais acredita (ou não deveria) em falsos jargões como as “ofertas imperdíveis” ou a “garantia de satisfação total”, contudo poucas pessoas observam que o verdadeiro sucesso de uma empresa, de um produto ou de um serviço concentram-se: na transparência, na qualidade e na verdadeira preocupação em entender as necessidades das pessoas.

É triste reconhecer que há poucos anos éramos abordados por profissionais de vendas que usavam e abusavam dos denominados “gatilhos mentais”, por meio de propagandas com mensagens do tipo: “está acabando, últimas unidades, corra!” (gatilho da escassez) ou “é só hoje, última oportunidade” (gatilho da urgência).

Se amadurecemos e evoluímos individualmente como pessoas e sociedade, o que levaria um empresário ou marca a pensar que também não evoluímos como clientes? Não, caro amigo empresário, investidor e profissional de marketing, não podemos mais agir da mesma maneira quando pensamos em ter sucesso em nossas estratégias. Não podemos enxergar o cliente como um número ou um simples lead da companhia.

Por estes motivos procuro disseminar ao maior número possível de profissionais o método que concebi denominado “os 10 componentes do atendimento com excelência”. Como venho demonstrando, não é possível concentrar preocupações apenas com o processo de vendas. Este é só o início da jornada. Após a compra, como desenvolvo amplamente em minha metodologia, o cliente irá continuar se relacionando com seu produto ou usufruindo do seu serviço com altas expectativas. Portanto, não existe plano estratégico de sucesso sem pensar em pessoas.

Por fim, o terceiro grande “equívoco” que encontrei no questionamento foi o fato de ter a expectativa do sucesso a curto prazo. Estamos nos deparando atualmente com uma incrível experiência de choque de gerações, que deve ser aproveitada como combustível para concepção de grandes ideias por meio do compartilhamento de experiências tão diversas. Sempre haverá um lado mais conservador e outro que busca por resultados quase que imediatos. A troca e a busca por equilíbrio entre estes perfis pode ser deveras importante para um processo de planejamento alinhado com a realidade atual, que respeite o tempo necessário de cada fase, ao passo que fomenta inovações.

Logo, a compreensão de que não há como eliminar totalmente os riscos em qualquer tipo de operação de expansão empresarial é o primeiro passo para um plano de sucesso. Embora não haja garantias absolutas, um planejamento estratégico robusto pode minimizar falhas, reduzir custos e otimizar o tempo, proporcionando uma base sólida para enfrentar os desafios. No entanto, é crucial reconhecer que o verdadeiro êxito se baseia na compreensão das necessidades dos clientes, na adaptação às mudanças do mercado e em um esforço contínuo para manter a excelência. Portanto, ao invés de buscar uma garantia de sucesso imediato, é essencial focar na construção de uma estratégia flexível e centrada no cliente, que possa se adaptar às dinâmicas econômicas e às expectativas em constante evolução, que incluem resultados positivos e sustentáveis a longo prazo.

Espero que este artigo colabore na sua reflexão, caro leitor, para que busque o autoaprendizado e conhecimentos necessários para o desenvolvimento e execução de um plano de negócios de sucesso, baseado em 03 pilares fundamentais: o retorno sobre seu investimento, o crescimento da economia local e o impacto genuíno na vida das pessoas, sejam seus clientes ou colaboradores.

¹ https://www.forbes.com/sites/forbescoachescouncil/2024/04/30/the-importance-of-strategic-planning-for-business-success/?sh=59a026313488

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O Web Summit me fez pensar: e se o futuro já não couber mais nos palcos?

Publicado

em

*Gui Loureiro

Participo de eventos de tecnologia e inovação há tempo suficiente para saber o que esperar. Palavras como “disruptivo”, “exponencial” e “inteligência artificial” vêm e vão como mantras – recicladas, relançadas e ressignificadas ano após ano. E o Web Summit, com todo o seu brilho, confirma isso. Mas também me provocou uma inquietação mais profunda: será que ainda precisamos desses grandes encontros do jeito que eles são?

O evento é bem organizado, diverso em pautas e com boas provocações. Mas, para quem já vive o dia a dia do setor – em publicidade, tecnologia ou inovação – a sensação é de replay. As tendências apresentadas já circularam em reuniões, brainstorms ou testes A/B meses atrás.

A inteligência artificial dominou o evento. Mas o tom já não é mais de deslumbramento, e sim de aplicação real. Assistentes personalizados, automações de marketing, bots generativos, análise preditiva – tudo já está em prática. É o futuro entrando em operação no presente. Outro ponto forte foi a discussão sobre dados, ética e privacidade. A era do “dado pelo dado” está acabando, pressionada por consumidores mais conscientes e regulações mais firmes.

Curiosamente, o que mais me impactou aconteceu fora dos palcos. Como o Web Summit é gigantesco, as primeiras horas servem para se localizar. Foi nesse clima que me deparei com uma cena marcante na Food Summit, a praça de alimentação do evento: uma roda de pessoas em volta de três jovens que estendiam livros no chão.

Um deles era “Da Quebrada ao Mundo”, de Alexandre Ribeiro. Alexandre não era palestrante. Estava ali como embaixador do evento – e isso por si só já
diz muito. Sua presença, oferecendo histórias e reflexões com simplicidade e potência, foi um dos momentos mais autênticos e simbólicos do Web Summit. Ele representa um Brasil criativo, inovador, pulsante – mas ainda ausente dos espaços de decisão. Sua participação foi inspiradora, mas também um lembrete de que esses eventos ainda são para poucos.

Para quem pode pagar, para quem foi convidado, para quem fala o “idioma certo”.
E isso precisa mudar. O Web Summit segue sendo uma vitrine poderosa, mas já não entrega a mesma transformação para quem está imerso no setor. Talvez a frequência anual seja parte do problema. O ciclo de novidades encurtou tanto que uma curadoria mais espaçada e profunda faria mais sentido. Em vez de sempre mostrar o que vem por aí, o evento poderia se concentrar em como resolver o que já chegou.

Mais do que conteúdo, falta acesso. Imaginem o impacto se jovens de escolas públicas, professores da periferia, microempreendedores e estudantes tivessem acesso a esse tipo de evento. A inovação precisa ser descentralizada. O futuro não pode ser privilégio.

Eu sigo indo ao Web Summit para ouvir provocações, sentir o termômetro do mercado, conversar com gente inteligente. Mas confesso: gostaria de sair mais transformado do que validado. Porque a verdadeira disrupção talvez não esteja mais no palco – e sim nas pontas, nos corredores, ou até no chão da praça de alimentação, onde alguém estende um livro e abre um novo mundo diante dos nossos olhos.

*Gui Loureiro – Diretor de estratégia na 3mais

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Marketing de afiliados é estratégia necessária para negócios de todos os portes

Publicado

em

*Hugo Alvarenga

Por muito tempo, o marketing de afiliados foi associado como um recurso exclusivo de grandes operações digitais, com orçamentos robustos e estruturas complexas. Porém, cada vez mais está evidente que a percepção está longe de condizer com a realidade do mercado atual. A verdade é que esse modelo de publicidade baseada em performance se tornou uma das estratégias mais acessíveis, eficientes e escaláveis disponíveis para todas as empresas. Inclusive (e especialmente) para pequenos e médios negócios que buscam previsibilidade e retorno tangível sobre seus investimentos.

Na prática, o conceito hoje funciona como uma espécie de descentralização da força de vendas: marcas criam programas e convidam parceiros, os chamados afiliados, com foco em divulgar seus produtos em troca de comissões por resultado. Tal dinâmica apresenta uma vantagem clara para quem precisa crescer com orçamento controlado: o pagamento só ocorre quando há conversão, seja clique, lead ou venda. A partir dessa premissa, é uma lógica que combina com qualquer porte de negócio, desde que bem estruturada.

No caso de PMEs, o caminho mais comum, e promissor, tem sido apostar, por exemplo, em parcerias com criadores de conteúdo de nicho e micro influenciadores. Isso porque se tratam de pessoas com alto engajamento em comunidades específicas, capazes de gerar tráfego qualificado sem exigir grandes investimentos. Por outro lado, para empresas maiores, passa a ser mais comum a adoção de plataformas tecnológicas mais completas, contando com programas whitelabel e integração com sistemas de dados e CRM, possibilitando que uma infinidade de afiliados possam estar conectados e tendo a sua performance analisada de forma automatizada.

Além disso, vale destacar que o impacto social do marketing de afiliados é significativo, já que qualquer pessoa pode participar dessa modalidade desde que faça parte de uma plataforma de afiliação e tenha um celular com internet para divulgar seus links de compra. Isso contribui diretamente para a democratização do acesso à geração de renda, especialmente em um cenário econômico desafiador como o do Brasil, onde milhões de pessoas buscam alternativas para complementar seus ganhos.

Os dados do mercado também confirmam esse movimento. Em 2023, o marketing de afiliados movimentou mais de US$ 14 bilhões globalmente, segundo a Influencer Marketing Hub. Só no Brasil, já são mais de 30 milhões de pessoas cadastrados em plataformas como a Hotmart — o que nos coloca como o segundo maior país nesse segmento.

O setor aquecido é facilmente explicado. De acordo com a Business Insider, o marketing de afiliados pode contribuir com cerca de 16% da receita total gerada por meio de campanhas de marketing digital – valor expressivo considerando não apenas a conversão, mas a retenção dos clientes.  Contudo, não podemos simplificar o momento somente pela questão financeira. A crescente sofisticação das plataformas também tem ajudado. Hoje, graças ao auxílio da tecnologia, é possível segmentar campanhas, monitorar canais, comparar o desempenho de afiliados, garantir remuneração transparente e, o mais importante, otimizar toda a operação com base em dados reais. E claro, a questão social também ganha especial destaque quando falamos de economia digital.

Segundo uma pesquisa da Mediakix, 81% das marcas que investem nesse modelo afirmam ter aumentado sua base de clientes de forma significativa. Isso mostra que a estratégia vai além da conversão direta — ela também impulsiona reconhecimento de marca e visibilidade de longo prazo, algo que muitas vezes passava despercebido quando o assunto era a atuação dos afiliados. Além do mais, diferente de outras frentes de mídia, o crescimento vem acompanhado de um  controle total sobre o orçamento e previsibilidade nos resultados.

Desmistificar o marketing de afiliados como um recurso exclusivo de grandes players é essencial para democratizar o acesso a estratégias que realmente entregam resultados. Hoje, empresas de todos os segmentos e portes estão aderindo ao formato,  desde grandes varejistas online até pequenos produtores locais. Seja para vender mais, ganhar visibilidade ou até mesmo atrair novos públicos, o modelo já provou ser uma ferramenta poderosa — e, acima de tudo, adaptável a qualquer tipo de negócio.

*Hugo Alvarenga – Sócio e co-CEO da A&EIGHT e CEO da Lomadee.

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