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O futuro é dos otimistas

*D.J. Castro
Em 1997, a Apple enfrentava um momento dificílimo da sua existência, tendo chegado à beira da falência. Steve Jobs, que tinha acabado de voltar para a empresa, resolveu resgatar a sua essência e lançou a campanha Think Different (Pense Diferente). Um grande manifesto para os malucos, os rebeldes e os desajustados – as pessoas que não se adaptam ao status quo, as que fazem diferente.
Esse foi o início da virada da Apple, da beira da falência para a maior empresa de tecnologia de todos os tempos. O resgate da essência da marca fez ela se conectar com o sucesso.
Há 25 anos, era praticamente impossível acreditar que hoje estaríamos utilizando smartphones com alto poder de processamento. Que a maioria das pessoas do planeta teria acesso a uma rede de computadores em tempo real, ou que seria possível fazer fotos digitais e compartilhar com o mundo inteiro. Isso sem falar de todos os avanços que tivemos em muitas outras áreas.
Kevin Kelly, editor da revista Wired e futurista, afirma categoricamente que o futuro é construído pelos otimistas. Porque, para se criar o futuro, é preciso primeiro imaginá-lo. E, para imaginá-lo, é preciso ter pensamento positivo e ideias construtivas. Imaginar caminhos plausíveis é uma forma de otimismo. Acreditar que é possível, torna mais provável que aconteça.
Os próximos 25 anos provavelmente farão parte de uma era de progresso global, que excederá as conquistas das últimas duas décadas e meia. Estamos em uma era de convergência tecnológica nunca antes vista, o que significa o potencial de saltos gigantescos nas mais diversas áreas. Inteligência artificial, nanotecnologia, genética, robótica e tantas outras áreas do conhecimento geram novas possibilidades de evolução científica e tecnológica.
Para isso tudo ser usado para o bem, é preciso que seja guiado por uma visão positiva. Temos a chance de resolver grandes problemas da humanidade e de melhorar a vida de todos no planeta. Segundo Kelly, não seria uma utopia, mas a protopia.
A próxima geração humana experimentará – em média e em conjunto – padrões de vida e possibilidades que atingirão um nível recorde para este planeta. A distribuição desse progresso ainda será desigual, mas todas as regiões experimentarão mais avanços do que no passado. No longo prazo, o otimismo molda o nosso futuro. Você já imaginou o que pode acontecer nos próximos 25 anos?
*D.J. Castro – Especialista em marketing e branding
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Cultura de paz: a nova estratégia para negócios relevantes

*Andrea Pitta
Hoje, quem planeja o futuro precisa estar pronto para se adaptar a um cenário em constante mudança. O cenário global passa por um “reset” acelerado, impulsionado pela
instabilidade geopolítica e pela ruptura dos velhos fluxos econômicos. Não estamos apenas diante de uma revolução industrial – vivemos uma revolução cultural, social e humana. As perguntas centrais agora são: Como construir sem destruir? Como criar prosperidade respeitando a vida, a natureza e a diversidade?
O futuro exige mudança de mentalidade. E mudança se faz por meio de educação, informação e novas referências de convivência. Grandes desafios também são grandes oportunidades. Em tempos turbulentos, equilíbrio é a maior força. E o melhor caminho para construir esse equilíbrio é expandir a atuação com base na cultura de paz.
De competição a cooperação
Durante séculos, sucesso foi sinônimo de competição extrema. Mas hoje, organizações que promovem a pluralidade, como a Natura, mostram que a inclusão, a equidade e a
visão ESG criam marcas mais fortes, times mais engajados e resultados mais sólidos. Porém, ESG sozinho não basta. É necessário trabalhar programas práticos de mudança
cultural: diálogo entre equipes, capacitação em comunicação não-violenta, gestão de conflitos, combate ao preconceito implícito.
Criar ambientes positivos, diversos e colaborativos não é mais apenas “o certo a fazer” – é estratégia de sobrevivência e crescimento.
Cultura de paz na prática
No universo dos eventos e do brand experience, cultivar essa mentalidade é essencial. Não basta criar experiências impactantes; é preciso que elas conectem pessoas de forma genuína, despertando pertencimento e propósito.
Ambientes tóxicos sabotam a inovação e a produtividade. Ambientes que praticam a cultura de paz criam times mais criativos, clientes mais leais e marcas mais relevantes.
A transformação que o mercado exige não é apenas tecnológica – é humana. E a liderança do futuro será de quem entender que crescer é, antes de tudo, cultivar.
Como dizia Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais retorna ao seu tamanho original”. Enfim, o futuro pertence a quem planta as sementes certas agora.
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O futuro do marketing não é performance vs branding: é autenticidade com resultado

*Ali Maurente
Por muito tempo, executivos e agências trataram performance e branding como lados opostos de uma mesma estratégia. De um lado, métricas como cliques, CPL e CAC. Do outro, narrativas aspiracionais que constroem reputação no longo prazo. O resultado dessa visão fragmentada foi a criação de uma falsa dicotomia, responsável por desperdício de energia e orçamentos divididos.
O futuro do marketing não será definido por “mais branding” ou “mais performance”. Ele já está sendo construído em torno de algo mais simples e, ao mesmo tempo, mais desafiador: autenticidade com resultado. Autenticidade porque consumidores, clientes e colaboradores aprenderam a identificar quando uma campanha não passa de fórmula. Não há algoritmo capaz de sustentar o que não é genuíno. Resultado porque, em última instância, conselhos e acionistas continuam cobrando ROI, crescimento e previsibilidade.
O incômodo cresce à medida que o mercado revela uma nova realidade: estamos diante de profissionais de marketing que muitas vezes não entendem de negócio. Há quem fale apenas de postagens, curtidas e seguidores, esquecendo o que realmente importa — receita e marca. Um marketing que olha só para receita morre, assim como aquele que olha apenas para marca. Uma marca sem receita é vaidade. Uma receita sem marca é commodity.
Marketing não é apenas branding. Também não é apenas performance. É o processo de criar, capturar, converter e expandir demanda, fortalecendo a marca ao mesmo tempo em que gera resultados concretos. Isso exige um entendimento profundo do negócio, e quem não souber traduzir essa equação perde espaço rapidamente. O profissional que restringe seus KPIs a seguidores perde relevância. Quem ignora receita se torna apenas mais um criador de conteúdo passageiro.
Esse desafio também não é exclusivo da área de marketing. Ele envolve o alinhamento de todas as áreas, do ICP à conversão. A marca abre portas. A receita mantém as luzes acesas. O alinhamento entre marketing e negócio sustenta o crescimento verdadeiro.
É por isso que CMOs e conselhos precisam abandonar a disputa entre awareness e conversão, entre conteúdo e CTR. O jogo atual é outro: transformar cada KPI em reflexo de uma narrativa verdadeira, capaz de construir comunidade e, ao mesmo tempo, entregar crescimento.
Autenticidade com resultado não é uma tendência. É questão de sobrevivência. Marcas que não compreenderem essa equação continuarão presas à armadilha da vaidade ou da comoditização. E profissionais que não souberem traduzi-la para o negócio perderão espaço para aqueles que entendem que marketing sempre será o motor que une significado e crescimento.
Ali Maurente – Chief Marketing Officer na PSA – Profissionais S.A.








