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Marco Tulio Kehdi – Aderir ao Sleeping Giants Brasil é como usar máscara em tempos de pandemia

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Nos últimos meses falamos muito sobre como uma ação individual, como lavar as mãos ou usar máscaras, pode ter um impacto significativo no coletivo. Nesses exemplos, o impacto seria a prevenção da transmissão do Coronavírus, mas o conceito pode se aplicar a muitas outras situações. A ideia de que atitudes particulares e simples levam a transformações globais nem é novidade. A questão é que, de vez em quando, a gente precisa ser lembrado disso.

É exatamente essa a premissa do perfil do Twitter Sleeping Giants Brasil. Versão nacional do movimento criado nos Estados Unidos, esse perfil tem a missão de denunciar sites que propagam um outro tipo de virus (e também bastante danoso) muito comum hoje: as fake news. Ele avisa às empresas que anunciam nessas plataformas que estão, de certa forma, patrocinando aquela atividade criminosa e elas optam por cancelar ou não a veiculação naquele site.

Mas antes de tudo, você deve estar se perguntando: por qual razão empresas idôneas financiam conteúdos claramente falsos? Porque elas simplesmente não sabem que estão fazendo isso. Para melhor entender essa questão, é importante explicar muito rapidamente como funciona um leilão do Google para anúncios na rede de Display (os anúncios em banners que vemos por toda a internet).

Na prática, qualquer site pode se cadastrar no Google Ad Sense para começar a receber anúncios. Pode ser um site de notícia, um blog, não importa. Há uma aprovação do site, mas ela não é muito criteriosa. Também não há muito como ser extremamente criterioso porque nesse primeiro momento não há nem mesmo conteúdo para ser avaliado. A partir desse momento, esse espaço é negociado numa espécie de bolsa de valores global e pode ser preenchido por qualquer anunciante que “pagar mais”. Praticamente 100% do inventário de anúncios da internet hoje funciona dessa forma. Mas como isso pode acontecer automaticamente, justifica-se o fato de uma empresa patrocinar um blog ou um canal de notícia com muito acesso, mas muito pouco qualificado, sem saber. E é exatamente aí que entra o Sleeping Giants.

O movimento é recente, mas já conseguiu retirar desses sites anúncios de grandes marcas. Perceba que, para o negócio das anunciantes, aderir à proposta do Sleeping Giants Brasil não tem praticamente nenhum impacto negativo. É certo que, ao comprar publicidade online, a empresa perde um pouco do controle sobre onde sua marca vai aparecer. Esse não controle se dá basicamente em duas frentes: uma através de algoritmos que automatizam a busca por comportamentos similares aos de outros usuários em toda a rede de sites disponível no mundo atrás de novos compradores. Já a segunda frente se dá por meio do remarketing, que leva em consideração quem já navegou em um determinado site para voltar a atrair esse possível consumidor em quase que em toda a web. Aqui entra aquele produto que coloca no carrinho de um e-commerce e ele te “persegue” por toda a internet.

Mas, se por outro lado, ela passa a ser avisada que sua marca foi parar em um site de fake news, ela não perderá praticamente nada em substituir esse anúncio por outro, em uma das milhares de páginas confiáveis existentes. Por maior que for o acesso desses sites, são ínfimos comparados à totalidade da internet. É quase a mesma lógica do porque não perdemos nada em lavar mais as mãos em tempos de Coronavírus.

Qual é a grande sacada do Sleeping Giants? É justamente a conscientização de que há, sim, uma ação possível e sem impacto negativo para os negócios que querem ajudar a combater esse mal da sociedade contemporânea, que são as fake news.

E como aprendemos bem nesses tempos de pandemia, a responsabilidade deve ser compartilhada. Nesse caso, não apenas as empresas devem estar atentas ao movimento contra as fake news, mas também as agências de marketing. Talvez isso gere alguma mudança nos processos e exija um pouco mais de atenção das equipes, mas ainda assim é uma ação muito pequena diante do resultado que ela vai trazer. Operacionalmente falando, o processo de exclusão é extremamente simples.

Para o movimento ganhar ainda mais força a responsabilidade também tem que ser dividida com a própria sociedade, que pode ajudar na denúncia das páginas. E, claro, com os grandes players da internet, como Google, Facebook e Twitter, que precisam aprimorar seus filtros para impedir o patrocínio e até a existência de páginas com conteúdo criminoso.

No fim das contas estamos falando mais uma vez sobre ações individuais com foco no coletivo. Percebam que o caminho da solução é até bem simples: não há vírus ou fake news que resistam a um movimento coeso de pessoas e empresas que entendem seu papel na construção de uma sociedade mais saudável e justa.

Marco Túlio Kehdi é sócio-fundador da Raccoon

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Como marcas conectadas com o presente engajam leads com criatividade, agilidade e propósito

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*Tati Wong

Sabe aquela função de ouvir os áudios do WhatsApp 2x mais rápido? Virou vício. A gente não quer só ouvir, a ideia é acelerar tudo. Pular enrolação, ir direto ao ponto, sentir a adrenalina da informação. Vivemos no modo turbo. O tempo encolheu, a paciência também. E nesse mundo de consumo fragmentado e escolhas instantâneas, a atenção virou moeda rara.

Não basta ser bonito ou criativo, é preciso ser rápido, autêntico e afiado. E o Instagram entendeu o recado. Ao liberar a reprodução acelerada dos Reels, ele rompeu com o charme do tempo linear e entrou de vez no clube dos que colocam o controle nas mãos do usuário. TikTok, YouTube, X (o ex-Twitter) e o Facebook já estavam lá, ditando o ritmo.

A pressa virou cultura, segundo a Deloitte Digital (2024), 63% das pessoas sentem que estão gastando minutos preciosos com conteúdos que não tocam, não somam, não dizem nada. E 72% já buscam marcas que falem com clareza, que se moldem ao compasso de suas vidas aceleradas. Mas a pergunta que me faço é: será que ainda sabemos escutar com calma?

O relatório “Digital 2024”, da Meltwater e We Are Social, traz um dado quase melancólico: o tempo médio de atenção em vídeos online caiu para 8,25 segundos. O menor já registrado. O que se pode realmente sentir em tão pouco tempo? Manter o interesse virou desafio para muitas cabeças em poucos segundos. E talvez, no fundo, o direcional seja menos sobre capturar olhares e mais sobre merecê-los.

Será que você ainda está aqui, ou já perdeu a paciência? No tempo em que até os textos disputam atenção como se fossem Reels, manter alguém lendo virou quase um ato de resistência. E nesse cenário, como marcas que vivem de gerar conexões por meio de leads, relacionamentos, fidelidade, podem reagir sem virar só mais um ruído?

Nos projetos que participo busco outro ritmo que une tecnologia, criatividade e inteligência humana em um só compasso. Nossos pilares, que passam por promoções, programas de incentivo, loyalty B2B2C e soluções com IA, não estão presos à escolha entre ser rápido ou profundo. O segredo está em ser relevante com agilidade.

A urgência, quando bem dirigida, pode ser um convite à ação, não um atropelo. Vemos isso acontecer em campanhas com resgates imediatos, interações leves, jogos simples e recompensas rápidas. Tudo isso fala a língua de quem não quer esperar, mas ainda assim quer sentir algo e fazer parte. Nos nossos programas, quizzes com resgate no mesmo dia chegaram a aumentar em 42% a conversão em comparação a jornadas longas e arrastadas.

Gamificar não é só entreter. É criar uma dança entre atenção e desejo. E, no mundo B2B2C, especialmente com públicos hiperconectados, essa dança é o que faz a diferença entre ser notado e ser ignorado.

Rápido nem sempre quer dizer que o projeto é raso. Segundo o Edelman Trust Barometer 2024, 71% das pessoas confiam mais em marcas com posicionamento claro. Quando propósito e recompensa se encontram, como permitir que pontos virem doações ou ações ambientais, o engajamento sobe, em média, 35%.

Aliado a isso, temos a IA, que não substitui a criatividade, ela turbina. Com dados e inteligência, conseguimos criar campanhas hiper personalizadas, como fizemos no setor de alimentos e bebidas, gerando 58% mais participação e 31% a mais no ticket médio.

E se os algoritmos pedem agilidade, respondemos com conteúdo real, rápido e com impacto. Vídeos curtos com parceiros e consumidores mostram resgates, missões e produtos de forma autêntica, e isso gera conexão de verdade. No fim, a pergunta é simples: sua marca fala no tempo do seu público? Construir relacionamento é urgente, e precisa começar com inteligência, propósito e afeto.

*Tati Wong – Diretora executiva da Roda Trade

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Distritos de mídia: o pulsar vibrante das cidades e a transformação urbana inspirado pela Teoria da Janela Quebrada

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*Fabi Soriano

Imagine uma cidade que pulsa, que respira modernidade e que convida as pessoas a viverem sua melhor versão. Assim são os distritos de mídia espalhados pelo mundo: Times Square, Piccadilly Circus, Shibuya Crossing, a Free Zone em Seul – verdadeiros ícones urbanos que não apenas refletem a essência da publicidade exterior, mas também revitalizam e redefinem o que é viver em um centro urbano moderno.

Esses espaços são mais do que aglomerações de painéis luminosos. São corações pulsantes das cidades, pontos de encontro entre criatividade, tecnologia e cultura. E, se você olhar com atenção, eles contam uma história poderosa sobre transformação.

Segundo a Teoria da Janela Quebrada, ambientes que demonstram cuidado e organização desencadeiam comportamentos positivos. Quando uma janela quebrada é consertada rapidamente, passe a mensagem daquele espaço importante – e, com isso, crie um ambiente onde as pessoas se sintam seguras, respeitadas e parte de algo maior.

Agora, pense nos distritos de mídia! Antes de Times Square se tornaria o epicentro da energia nova-iorquina, era um lugar degradado, com ruas que muitos evitavam. Com planejamento, criatividade e investimentos em OOH (out of home), ela se tornou um ícone global. Hoje, a Times Square recebe milhões de turistas por ano e gera uma economia bilionária para a cidade. Isso não é magia; é a força de como um ambiente visualmente impactante pode transformar um local.

A publicidade exterior, em seus formatos mais tecnológicos e criativos, é muito mais do que uma ferramenta para marcas. Ela é uma conversa do progresso das cidades. Cidades que valorizam o OOH entendem que ele é, ao mesmo tempo, um espelho e uma vitrine. Ele reflete a inovação, o dinamismo e a pulsação da vida urbana. E, ao mesmo tempo, é uma vitrine que conecta as pessoas com o que há de mais novo e relevante – desde grandes marcas até manifestações artísticas.

Piccadilly Circus, em Londres, é um exemplo claro disso. Os cruzamentos, com seus painéis que dialogam com o público em tempo real, é muito mais do que uma área de publicidade: é uma plataforma que projeta Londres como uma capital criativa, diversa e inovadora.

Já em Shibuya, Tóquio, a convergência de luzes, sons e movimento é uma celebração da vida urbana. É um lembrete de que a publicidade OOH não é invasiva – ela é a trilha sonora visual das cidades que não dormem, que sonham alto e que inspiram o mundo.

Agora, o Brasil entra no jogo com a criação dos distritos de mídia em Belo Horizonte, Curitiba e Niterói. Projetos ousados que prometem transformar quadras centrais em uma espécie de Times Square brasileira. Esses espaços serão muito mais do que centros de publicidade: serão palcos para o talento brasileiro, um ponto de convergência entre marcas, cultura e inovação.

A criação de um espaço vibrante e atraente como um distrito de mídia pode trazer benefícios que se espalham como ondas: mais turismo, mais movimento econômico, mais orgulho para os moradores e mais segurança natural pela ocupação positiva do espaço público. Esse movimento também já começa a ecoar em outras cidades: em Belo Horizonte, a revitalização da Praça Sete, símbolo do Hipercentro, avanço para transformar a região; o mesmo ocorre em Niterói (RJ), com a modernização da Avenida Ernani Amaral Peixoto, outro polo urbano com potencial para se tornar referência em comunicação e urbanismo inteligente.

Quando olhamos para os grandes distritos da mídia do mundo, percebemos que eles não são apenas alguns pedaços de cidade iluminados por LEDs. São símbolos de progresso, criatividade e do poder que as cidades têm de se reinventar.

Belo Horizonte, Curitiba e Niterói agora têm a oportunidade de dar esse salto. De criar um espaço que inspire, que atraia pessoas, que conecte marcas às histórias que queremos contar. Porque, no fim, distritos de mídia não são apenas sobre publicidade. São sobre imaginar o futuro e ter confiança de construí-lo.

E você, está pronto para enxergar nossas cidades brilhando com todo o seu potencial?

*Fabi Soriano – Diretora executiva da Central de Outdoor

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