Naty Sanches
Efeito Disney: o case de storytelling que nunca envelhece

A Walt Disney Company completa 100 anos em 2023 e fato é que nenhuma organização, em qualquer setor, durante todo esse tempo, conseguiu deixar uma marca tão forte ou causar um impacto tão significativo quanto ela.
Ao longo de todos esses anos a marca vem encantando adultos e crianças de todo o mundo e se tornou exemplo de empreendedorismo, sucesso, renovação e longevidade com um principal segredo que faz a mágica acontecer: o encantamento do cliente!
E você já parou para pensar que muito disso passa por um aspecto do nosso dia a dia da comunicação? Estamos falando do storytelling e de como a Disney revolucionou o universo das narrativas fantásticas tanto na indústria cinematográfica quanto no mercado de Marketing e Comunicação.
Descubra agora o que podemos aprender sobre contar histórias com ela nesse marco do seu centenário:
Metodologia
Celebrando um século de existência, a Disney demonstra sua abordagem única para contar histórias.
Desde sua fundação em 1923, ela tem encantado pessoas de todas as faixas etárias com narrativas cativantes. Além disso, a empresa alcançou um patamar ainda mais elevado ao adquirir franquias renomadas, como Marvel, Star Wars, Os Simpsons e muitas outras, consolidando-se como uma das maiores do mundo do entretenimento.
E sabe o que tudo que ela criou ao longo dos anos têm em comum? A “Casa do Mickey” tem uma forma única e especial de fascinar e entreter o público em geral, criando uma experiência multiplataforma que se mantém relevante ao longo dos anos. É praticamente impossível assistir a uma nova produção da empresa sem identificar sua metodologia única de criação. O mesmo se repete quando você vivencia uma experiência promovida por eles em parques ou hotéis, por exemplo.
A metodologia garante a replicação do efeito Disney e a tradução da sua cultura independente do meio em que a história é contada e auxilia na retenção da audiência.
Tudo começa no storytelling, que ao mesmo tempo guia tudo!
Quando se entra em contato com qualquer aspecto do universo Disney, pode ser que não se perceba a imensa trama de narrativas que permeia toda a jornada do cliente. Mais de 100 áreas de expertise se entrelaçam para criar um conjunto diversificado que abarca desde parques, filmes e jogos até resorts, cruzeiros, brinquedos e até mesmo sistemas de transporte. Um exemplo disso é a mais recente atração Star Wars: Galaxy’s Edge, que exigiu seis anos de meticuloso planejamento. A mente por trás dessas imersivas histórias é o Disney Imagineer, o elo criativo que harmoniza essas narrativas com a realidade do que será entregue para despertar o efeito desejado a níveis sem precedentes.
Cada cenário, produto, produção é resultado de um minucioso processo criativo que visa envolver, cativar e emocionar o cliente. E, depois, essa narrativa envolvente e criada para inspirar um ser humano a sonhar é desdobrada em todos os outros pontos de contato, como a maneira de se comunicar via redes sociais e imprensa.
Além da tela do cinema. Experiência 360°
As técnicas de storytelling estão em tudo. E podem ser empregadas para promover momentos e situações que geram outras repercussões de comunicação, com maior potencial de engajamento e viralização.
Você já teve a chance de conhecer os “Magical Moments”? Em essência, esses momentos são experiências singulares e encantadoras que os membros da equipe dos parques Disney, conhecidos como Cast Members, são habilmente treinados para proporcionar aos visitantes em momentos oportunos.
Eles abrangem desde os detalhes mais sutis, como gestos amáveis, encontros inesperados com personagens, surpresas que alegram, até cumprimentos especiais em ocasiões memoráveis, como aniversários e casamentos.
A concepção meticulosa desses instantes mágicos está enraizada na filosofia da Disney, que busca sempre superar as expectativas dos visitantes e criar momentos verdadeiramente únicos durante a sua estadia nos parques.
E sabe o que acontece? Esses momentos são gravados e viralizam nas redes sociais, fazendo com que as pessoas se interessem ainda mais pela marca e pelas experiências que ela proporciona.
E, ao analisar todo o contexto, pode até parecer. Mas, é fato que storytelling não é mágica! Depois de mergulhar nestes pontos fica fácil entender porque o case Disney nunca envelhece. Os 100 anos de Disney demonstra o quão influentes suas narrativas são na vida das pessoas. Além disso, é difícil encontrar outra empresa que tenha crescido literalmente junto com seu público, como ocorreu com essa gigante do entretenimento.
A Disney, em particular, tem o dom de fazer parecer que tudo acontece por encanto. No entanto, o storytelling não é resultado de magia. Na realidade, é uma habilidade que pode ser aprendida e aplicada em uma variedade de contextos: nos negócios, vendas, marketing, construção de marca pessoal e comunicação interna.
Naty Sanches
O impacto das novas decisões de atualizações da Meta

Por Naty Sanches
O ano de 2025 começou com diversas atualizações significativas, e uma das mais comentadas e delicadas são as mudanças implementadas pela Meta. A adaptação dos gigantes da tecnologia às demandas de mercado e ao contexto político e social é constante, mas, quando as mudanças impactam diretamente a maneira como nos relacionamos com as informações, o efeito pode ser ainda mais profundo. Caso ainda não tenha se atualizado sobre o tema, este artigo pode ajudar a se aprofundar na questão.
1. Fim da checagem de fatos
Desde 2016, a Meta contou com a colaboração de mais de 80 organizações ao redor do mundo para checagem de fatos, cobrindo mais de 60 idiomas. Entre os parceiros estavam agências de notícias renomadas, como Reuters, France Presse e Associated Press. O trabalho era realizado por jornalistas e especialistas em cerca de 115 países, que verificavam a veracidade das informações que circulavam nas redes sociais e ofereciam contexto para os usuários.
No Brasil, a empresa mantinha parceria com cinco organizações de checagem, responsáveis por analisar conteúdos publicados no Instagram e no Facebook, incluindo vídeos, imagens, links e textos. O objetivo era combater a desinformação e fornecer dados confiáveis para os usuários.
No entanto, a Meta decidiu encerrar esse programa e, por enquanto, a mudança vale apenas para os Estados Unidos — conforme resposta da empresa a questionamentos da Advocacia-Geral da União (AGU). Ainda assim, a decisão preocupa os brasileiros, que estão entre os maiores consumidores das redes sociais da empresa.
Com o fim da checagem de fatos, a Meta passou a adotar a política das “Notas de Comunidade”. Agora, apenas usuários previamente cadastrados podem contestar informações que circulam na plataforma. A ideia da empresa é reduzir os excessos de moderação, aplicando punições mais severas, como restrições de conta, apenas em casos denunciados e analisados como graves.
A decisão foi mal recebida pela maioria dos brasileiros. Segundo uma pesquisa da Broadminded, da Sherlock Communications, divulgada pelo jornal O Globo, 41% dos brasileiros são contra essa mudança — um índice maior do que em outros países da América Latina, como Argentina (28%), México (31%), Colômbia (35%), Chile (30%) e Peru (26%).
A preocupação principal é que a retirada da checagem profissional pode facilitar a disseminação de desinformação. Antes, especialistas verificavam e contextualizavam conteúdos suspeitos. Com as “Notas de Comunidade”, esse processo fica mais restrito aos usuários, o que pode reduzir a eficácia da moderação e impactar a confiabilidade das informações que circulam nas plataformas.
2. Fim dos filtros
Filtros criados por usuários já não existem mais na plataforma. Mas calma! Ainda vai dar para usar os filtros criados pela Meta. A big tech vai derrubar apenas os filtros de Realidade Aumentada (RA) criados por terceiros.
“Ao concluir uma avaliação completa, decidimos encerrar a plataforma de ferramentas e conteúdo de terceiros do Meta Spark”, anunciou a gigante da tecnologia em um comunicado. A empresa esclareceu que os conteúdos publicados antes da mudança, incluindo Reels e Stories feitos com filtros de terceiros, não serão removidos do Instagram.
A eliminação de filtros criados por terceiros pode ser vista como uma tentativa de aumentar o controle sobre a experiência do usuário, mas também limita a criatividade e a inovação que surgem desses projetos independentes.
3. Fim dos destaques
Há rumores que os destaques também serão descontinuados. Os dos stories no Instagram passarão por mudanças. A plataforma revelou que os círculos, que antes ficavam acima da grade de fotos no perfil, serão movidos para uma aba exclusiva. Segundo o Instagram, essa nova seção terá um ícone de coração arredondado e permitirá que as pessoas acessem os stories organizados em miniaturas verticais, categorizadas por temas.
Segundo Adam Mosseri, chefe do Instagram, o objetivo é simplificar a experiência do usuário. A mudança nos destaques pode ser uma resposta à sobrecarga de informações.
Essa reorganização tem o potencial de tornar a plataforma mais acessível e eficiente, mas depende da aceitação do público. Eu, particularmente, gosto da organização atual dos destaques, é uma possibilidade de contar sobre você ou sobre a marca de uma forma mais dinâmica. Vamos acompanhar!
4. Personalização de conteúdo político
Os usuários no Brasil não poderão mudar suas configurações para ver mais conteúdo político de contas que não seguem no Instagram e no Threads durante o período eleitoral. A possibilidade de ajustar essa configuração será restaurada na conclusão desse período.
A Meta voltou a recomendar publicações políticas, o que pode intensificar as ”bolhas informacionais” e a polarização.
Com a alteração da política contra o discurso de ódio nas plataformas Meta (Instagram, Facebook e Theads), algo chocante aconteceu! Está permitindo que orientação sexual e gênero sejam associados a doenças mentais.
5. Regulamentação e responsabilidade
Com todas essas mudanças anunciadas e começando a ser praticadas, governos e organizações estão pressionando a Meta para garantir que as mudanças respeitem as leis nacionais e protejam os direitos dos usuários.
Atualmente, as redes sociais só podem ser responsabilizadas por conteúdos de terceiros mediante uma decisão judicial. No Brasil, o Projeto de Lei das Fake News, que previa uma maior responsabilização das plataformas por conteúdos prejudiciais e exigia mais transparência na moderação, continua estagnado no Congresso. O debate sobre o assunto também está sendo discutido no Supremo Tribunal Federal (STF).
É claro que, mais do que nunca, os profissionais de comunicação, marketing e direito digital terão um papel fundamental em compreender essas novas dinâmicas e auxiliar na construção de uma internet mais segura, transparente e acessível para todos. O que está em jogo não são apenas as atualizações das plataformas e sim, como a sociedade interage com as informações no ambiente digital, um tema que, sem dúvida, continuará a ser muito debatido.
Naty Sanches
O que esperar da comunicação e do marketing em 2025?

Por Naty Sanches
O ano de 2024 foi marcado por muitas reflexões e análises sobre os macrotemas que definem os rumores dos negócios e da comunicação das marcas. Ao longo do ano, escrevi sobre a ascensão da cocriação de conteúdo, as campanhas durante as Olimpíadas, o BBB, as movimentações do mercado, o uso estratégico da polêmica, a formulação de estratégias para marcas e como explorar diferentes cenários, sempre com o objetivo de prevenir contratempos. Também falei sobre inteligência artificial, criatividade, redes sociais e storytelling. E em 2025, não vai ser muito diferente, te explico jaja!
Tive a oportunidade de compartilhar um pouco do dia a dia da assessoria de imprensa com a turma de Relações Públicas no Centro Universitário Belas Artes. Além disso, compartilhei recomendações de conteúdos para profissionais de comunicação, com dicas de filmes e podcasts que estimulam a criatividade. A ideia foi inspirar novas perspectivas. Falando em novas perspectivas, este ano também me trouxe uma experiência incrível: fui selecionada para fazer parte do júri do AMPRO AWARDS 2024. Avaliei os projetos mais criativos e impactantes do marketing no Brasil, uma oportunidade de trocar conhecimentos, aprender com os melhores e reconhecer o que há de mais inovador no setor.
Se você gostou de acompanhar meus artigos ao longo do ano, aproveite a leitura deste, porque vou trazer as tendências de comunicação e marketing para 2025.
A Dentsu lançou o relatório “The Year of Impact”, que destaca as principais tendências de mídia esperadas para o próximo ano. Além de apresentar as cinco tendências mapeadas, quero compartilhar algumas reflexões sobre o que elas podem significar para o nosso mercado.
1) A IA passa do impacto potencial para o impacto real: a inteligência artificial está se incorporando à vida cotidiana, revolucionando o planejamento de mídia, a criação de conteúdo e a interação com os consumidores. Como equilibrar a eficiência proporcionada pela IA com a necessidade de manter a inteligência humana e a promoção nas campanhas? As marcas devem investir em capacitação e explorar ferramentas de IA de forma estratégica, sem perder de vista o papel das pessoas no processo criativo.
2) Storytelling: os interesses de nichos e os fandoms estão se tornando ativos de valor inestimável para marcas que interessam se destacar. O storytelling será a principal ferramenta para construir boas narrativas, seja em plataformas digitais ou na TV.
O storytelling não é uma novidade! Vivemos em um mundo saturado de conteúdo, onde capturar a atenção do público está se tornando cada vez mais difícil. A questão não é apenas o que contar, mas como contar de forma que ressoe com o público. Sabe aquela frase ‘’quando a história é boa, precisa ser contada!’’. É isso, contar histórias bem construídas, sejam nas plataformas digitais ou na TV, será um ativo positivo.
3) Retail mídia: a mídia de varejo, um dos assuntos mais discutidos nos últimos anos, consolidando-se como uma base nas estratégias de mídia. Isso se deve, principalmente, à expansão da capacidade de anúncios por grandes players do setor.
Essa tendência é uma oportunidade para marcas que buscam resultados mais tangíveis. Será um desafio para empresas menores que precisam encontrar maneiras criativas de competir. Personalizar a experiência de consumo será um diferencial importante nesse cenário.
4) A busca pela qualidade: à medida que os investimentos em mídia aumentam, cresce também a demanda por um envolvimento de maior qualidade. As marcas precisarão priorizar conteúdos bem desenvolvidos para conquistar a atenção do público. Produções que sejam bem planejadas, com mensagens claras e relevantes, para construir um envolvimento com o público.
5) Estratégias hiperlocalizadas: os hábitos de consumo e a adoção tecnológica variam entre diferentes regiões, as marcas precisam adotar abordagens mais específicas.
Estratégias hiperlocalizadas permitem que as campanhas sejam mais relevantes e eficazes, respeitando as particularidades culturais e comportamentais de cada público. Isso exige um planejamento cuidadoso para equilibrar consistência global e personalização local.
Essas tendências nos mostram que o futuro da comunicação e do marketing será cada vez mais dinâmico. Cabe a nós, profissionais da área, interpretarmos esses movimentos de maneira estratégica, explorando as possibilidades e nos adaptando aos desafios.
Que 2025 seja um ano de ousadia, criatividade e transformação no jeito de comunicar e conectar marcas e pessoas. E você, está pronto para encarar o que vem por aí?