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Branding e performance – A harmonia necessária entre autoridade e resultados

*Gabi Gonçalo
No mundo acelerado dos negócios, as empresas muitas vezes são pressionadas a alcançar resultados rápidos. A competitividade feroz e as expectativas dos investidores criam uma atmosfera de urgência, onde a busca por resultados imediatos pode parecer a única prioridade. No entanto, é crucial lembrar que a construção de uma marca sólida e o alcance de metas de desempenho não são estratégias que devem operar de forma independente. Para obter sucesso a curto e longo prazo, é essencial que branding e performance trabalhem juntos em harmonia.
A Tríade da estratégia: mercado, método e objetivo
No centro da estratégia de qualquer empresa, encontramos três elementos interligados: o mercado em que ela opera, o método que ela emprega para alcançar seus objetivos e, claro, os próprios objetivos. Cada um desses componentes é vital e, quando trabalham juntos em perfeita sintonia, podem criar uma base sólida para o crescimento sustentável.
O mercado é o ambiente em que a empresa atua. Compreender profundamente esse mercado é essencial para tomar decisões informadas e adaptar estratégias de acordo com as demandas e tendências em constante mudança.
O método se refere às práticas e processos utilizados pela empresa para atingir seus objetivos. Isso inclui estratégias de marketing, operações, gerenciamento de recursos humanos e muito mais. Um método eficaz é aquele que é flexível o suficiente para se adaptar às mudanças do mercado, mas também consistente o suficiente para direcionar a missão e identidade da marca.
Os resultados muitas vezes se perdem por falta de método que olhe para dentro da organização além de olhar para o mercado. A partir dos objetivos são traçados os resultados que a empresa deseja alcançar. Eles podem variar de metas de vendas a métricas de desempenho, como retorno sobre investimento (ROI) ou participação de mercado. Definir objetivos claros é fundamental para medir o progresso e o sucesso.
Branding: a autoridade da empresa
A marca de uma empresa é a sua identidade, a maneira como ela é percebida pelo mercado e pelo público. Ela engloba elementos como valores, cultura, missão e visão. O branding é a estratégia que visa moldar essa identidade de forma a criar uma conexão significativa com os clientes e influenciar sua decisão de compra.
Uma marca forte não é apenas reconhecida; ela é valorizada. Ela representa mais do que apenas um produto ou serviço – ela incorpora uma promessa e uma experiência. É essa promessa que cria lealdade do cliente e diferencia a empresa da concorrência. Sem a conexão criada pela estratégia de branding, não há resultados de performance de sucesso. Converte mais quem é mais reconhecido pelo seu valor e autoridade.
Performance: alcançando resultados tangíveis
A performance de uma empresa se refere à sua capacidade de gerar leads e vendas, por meio de metas e objetivos de negócios. É a medida de quão eficazmente as estratégias estão sendo executadas. Embora os resultados financeiros sejam muitas vezes o foco, a performance vai além disso e abrange aspectos como eficiência operacional, satisfação do cliente e impacto social.
A sintonia perfeita entre branding e performance
É fácil cair na armadilha de acreditar que branding e performance são estratégias mutuamente exclusivas. No entanto, a realidade é que eles precisam atuar em sinergia para alcançar resultados sustentáveis.
Uma estratégia de branding de sucesso fornece uma base sólida para a geração de leads e, por consequência, vendas. Ela cria confiança, fidelidade do cliente e estabelece a reputação da empresa. Por outro lado, uma performance sólida fortalece a marca ao entregar consistentemente o que foi prometido. Quando os clientes experimentam resultados positivos, isso reforça a percepção da marca.
O papel da estratégia integrada
Para alcançar a harmonia entre branding e performance, é essencial adotar uma estratégia integrada. Isso significa alinhar a identidade da marca com os objetivos de negócios e implementar estratégias de marketing e operacionais que estejam alinhadas com a promessa da marca.
Uma estratégia integrada considera a tríade da estratégia – mercado, método e objetivo – e garante que branding e performance trabalhem juntos para impulsionar o sucesso empresarial. Não se trata apenas de alcançar resultados rápidos, mas de construir uma base sólida para o crescimento sustentável a longo prazo.
Em resumo, branding e performance não devem ser vistos como estratégias concorrentes, mas como parceiros complementares na busca pelo sucesso empresarial. Quando eles trabalham em harmonia, a empresa é capaz de alcançar resultados tangíveis enquanto constrói uma marca sólida e valiosa.
*Gabi Gonçalo – Head of growth na Mega Comunicação, atua há 16 anos com marketing.
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5 ensinamentos de gamers para profissionais de marketing

Pensar em produção de conteúdo e ignorar o universo dos jogos é impensável no ramo do marketing. Primeiramente, esse é o segmento mais popular de plataformas do porte de YouTube e Twitch. Além disso, os streamers e jogos têm penetração também razoável nas comunicações por Instagram, TikTok, X…
Mas, muito mais do que a pesquisa de tendências temáticas, gamers têm ensinamentos úteis para apresentar a profissionais de marketing.
Personalidade como persuasão
Confiança é fundamental para persuasão – na vida em geral e na venda de produtos. Uma marca de VPN de jogos venderá facilmente seu serviço para proteger jogadores assim que se fizer entender como fundamental para a segurança e confiável. Porém, nem todos anúncios conseguem ter o mesmo apelo e urgência. Pior ainda, a maioria sequer consegue atrair a atenção dos consumidores.
Uma peculiaridade do mundo dos jogos é a fronteira que se borra entre anúncios e entretenimento. Frequentemente, a melhor maneira de apelar à atenção de jogadores é por meio da personalidade individual de outro jogador numa rede social.
Útil para o marketing de influenciadores e afiliados, encontrar personalidades fortes e “calibradas” com o consumidor fará consumidores esquecerem que alguém tenta vender algo a eles. Em vez disso, o foco ficará na utilidade, na descontração e na identificação com a mensagem ou interação.
O poder monumental de vídeos concisos
As plataformas digitais de vídeos são os atuais canais de preferência do público e a distribuição de conteúdo nelas é cada vez mais imediata e breve. O paradoxo aparente do mundo dos jogos é a coexistência de bem-sucedidos vídeos com horas de duração de gameplay com fragmentos de poucos segundos de TikTok e Instagram.
De fato, os streamers de jogos vêm aperfeiçoando, com pioneirismo, a maneira de explorar os vídeos curtos como uma maneira de veicular os destaques de longas sessões gravadas. A capacidade de entender os atributos fundamentais para cada canal (com ênfase breve ou longa) e saber entregar somente o essencial para cativar uma audiência é uma fonte de aprendizados indubitável.
Inspiração para storytelling original
As possibilidades interativas abrangentes de videogames já foram longamente discutidas por artistas e acadêmicos. A discussão sobre jogos como forma de arte é uma que ensaia sumir de vista, mas por vezes retorna à atenção pública.
Qualquer que seja o juízo sobre essa questão, a imersividade das plataformas e as muitas formas de se situar numa narrativa nelas deveriam ser fonte de inspiração para profissionais de marketing. Os ambientes virtuais são cada vez mais presentes e complexos para além do universos dos jogos, sercindo à comunicação diária e à fruição de experiências. Como resultado, abrem-se portas para campanhas mais complexas e interessantes do ponto de vista da elaboração de narrativas.
Comunidade poderosa de consumidores
A capacidade de mobilização de certas comunidades de jogadores certamente não tem precedentes no mundo. De milhares a milhões de pessoas se comunicando e fazendo exigências em tempo real com uma intensidade de dar inveja, por exemplo, a muitos regimes com democracia participativa.
Marcas dispõem do gerente de comunidades, que ajuda a captar as necessidades e interesses de consumidores, representando-os de certa forma… Porém, raramente com a capacidade gerar um feedback tão poderoso, ágil e definitivo quanto o das comunidades jogadoras. Foi por causa dessa potência que grandes empresas conseguiram transformar o cerne de seu negócio de “jogo como produto” a “jogo como serviço”.
É claro que não existe uma fórmula para alcançar essa capacidade de sintonia e articulação. Mas é invejável e há muito a aprender na maneira como grandes franquias de jogos são capazes de adequar o desenho de personagens, NFTs, itens de jogo, loot boxes e outros elementos de seus principais títulos às demandas coletivas de consumidores.
Meio de conexão abrangente
Já foi comentado neste artigo sobre o entrelaçamento de persuasão publicitária e entretenimento. Certos conteúdos propiciam vendas de maneira não apenas natural e útil, mas também divertida.
Essa capacidade de entreter e envolver comunidades de consumidores conectam a marca a quem as consome. É uma comunicação da proposta de valor que dá certo.
Jogos frequentemente têm a capacidade diferencial de gerar não apenas a conexão entre marca e consumidor, mas de facilitar uma comunicação entre consumidor e outro consumidor. A representação virtual e as possibilidades de mundos de fantasia abrem portas para uma conectividade universal difícil de emular naturalmente na publicidade – ou em qualquer área do mundo real, francamente.
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Mobilidade no automotivo: inovação, diálogo e cultura

*Everton Santos
Cada vez mais o novo se conecta com consumidores e profissionais do ramo da mobilidade. A mudança dos tempos e as formas de absorver informações e novidades impulsionam este movimento, afinal, está atrelado a um entendimento dessa evolução e do que o consumidor e o mercado realmente desejam.
E isto impacta também o mercado de eventos, é claro. O modelo ‘Salão do Automóvel’, por exemplo, como nos acostumamos a ver, está oficialmente ultrapassado. Um evento de lançamentos já não faz sentido, uma vez que na realidade das redes sociais a velocidade com que as inovações chegam ao público é outra.
Por que então as montadoras ainda investem alto em montagem e logística para ter um engajamento que não se paga?
De Frankfurt para Munique, em 2021, o IAA Mobility passou a questionar formatos e criou dois momentos distintos para o modelo. O primeiro, B2B, em espaço restrito, afastado do centro da cidade, que responde ao lado dos negócios, mais tradicional e com tecnologia e inovação em um alto patamar de importância. A abertura de diálogo se fez presente: não bastava falar de carros, mas de mobilidade e integração. Até aí, à parte do conteúdo e da presença massiva das marcas chinesas, nada muito revolucionário.
Já no segundo momento, quando o assunto é experiência, tudo muda: um evento aberto, ocupando o espaço público, integrando ruas, praças e locais históricos, atendendo todos os públicos de maneira orgânica. Cidades inteligentes, transporte público, micromobilidade, sustentabilidade e, é claro, a integração entre todas estas formas de se locomover. E, por meio destes conceitos, apresentar soluções como empresas. Independentemente do tamanho do negócio e a sua história, inovar é preciso, e isso traz o jogo da competitividade para um novo nível.
Uma cidade respirando um evento, que fala e demonstra os caminhos do futuro. O uso do patinete elétrico, circulando em meio às bicicletas, do sistema público de transporte e do transfer, não fazendo mais sentido alugar um carro.
As diversas formas de locomoção fazendo parte deste ambiente automotivo por essência, pensando acima de tudo nas pessoas, em um evento aberto ao público e no centro da cidade. Isso mesmo, gratuito, inclusive para qualquer test drive e atividade. Aí está o grande game changer, não adianta em nada o evento ter um discurso democrático e construir muros e barreiras diante do público: tem que fazer sentido.
Água, suco, pontos de hidratação gratuitos, espaços de convivência, interações tecnológicas, sinalizações por toda a cidade e inclusão para pessoas com deficiências visuais e de locomoção reduzida. Seguindo pela cidade, guiados por um APP, visitando espaços, agendando experiências que depois seriam avisadas pelo celular e aproveitando o dia.
O analógico e o digital em constante harmonia: de uma partida de pebolim a uma viagem em realidade virtual, fazendo grandes caminhadas e contemplando a cidade e as instalações, ou assistindo a uma projeção 3D.
Um encontro, de fato, democrático, onde não existem espaços VIPs ou preferências de públicos na hora de vivenciar uma experiência, com estruturas bem abertas e, nos locais fechados, as sinalizações de entrada livre. Para expandir essa ideia, públicos de todas as idades e até os pets bem-vindos, com atividades pensadas exclusivamente para eles.
Invado o terreno do óbvio ao falar que, na Europa, e mais em específico na Alemanha, o carro 100% elétrico já é uma realidade. Mas se falamos em sistema integrado, ressalto a possibilidade de, no Brasil, mesmo com carros híbridos, sermos mais sustentáveis do que no Velho Continente.
Que experiência transformadora aprender sobre o futuro do segmento e poder entrar e interagir com automóveis e tecnologias que vão transformar o mercado! A integração de recursos e de uma consciência ESG desde a sua essência deve considerar a matriz energética que alimenta a circulação destes veículos também. É sobre inovação, diálogo e cultura. É sobre pessoas.
*Everton Santana – Head de cenografia da agência Netza