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André Romero – Desafios para o varejo e a indústria em 2021: o planejamento será fundamental

Publicado

em

Por André Romero*


2021 se aproxima e promete ser de fortes emoções. Certamente, a pandemia do COVID irá levar algum tempo para realmente ser resolvida, ou amenizada, mesmo com a aprovação e produção das vacinas. E por isso, um bom planejamento se mostra mais do que necessário e fundamental para traçar diversas hipóteses para o próximo ano e para a nova realidade que se estabeleceu no varejo.


O grande problema é que o brasileiro não costuma se preocupar muito com planejamento. E os desafios são muitos: a redução do número de profissionais nas empresas e a nova dinâmica do home office, entre outros. Os colaboradores costumam ficar focados no operacional e, a liderança, que deveria estar com a atenção em planejar, acaba mais apagando incêndios. A verdade é que 2020 foi um ano que sacudiu as estruturas das companhias e a realidade de boa parte das empresas ligadas ao varejo é de realmente pensar no agora. Mas, tome cuidado, pois sem dúvida esse momento irá passar e se, você tiver conseguido resolver as questões atuais e em paralelo construir um planejamento, aí sim, 2021 poderá ser um ano positivo para a sua empresa.


Contudo, planejar deve ser uma tarefa de todos, em especial da liderança. Trata-se da inteligência do negócio, algo vital para o sucesso da companhia. Em vez de “perda de tempo”, ele proporciona exatamente o oposto. Ganha-se agilidade e sobra mais tempo para cuidar do que realmente é importante.


Algo valioso para você pensar no próximo ano é estruturar alguns pontos do seu planejamento com base em benchmarking. Estamos todos aprendendo a lidar com essa nova dinâmica do varejo e não temos tempo a perder. Por isso, olhar para os cases e ações que empresas desenvolveram neste ano que se passou fará você ter iniciativas muito mais promissoras. Aprender com os erros e com os acertos de outras empresas, mesmo as que não atuam diretamente em seu segmento. O gestor deve se voltar para o que está fora da empresa, aprendendo, trazendo inovação e solução para questões atuais.

Quando se olha para a concorrência é interessante ainda analisar o comportamento de marketing. Assim, é possível ver o que há de produtivo e bom, e o que nós podemos melhorar, valorizar. É importante analisar os principais concorrentes, com um estudo profundo sobre eles. Essas informações são muito ricas e podem ajudar nas diretrizes da empresa.
Engana-se quem pensa que se deve olhar apenas para a concorrência. Vale avaliar os fornecedores também. Como eles estão ligados a outras indústrias, mesmo que não do seu segmento, certamente participaram de iniciativas que deram certo e que podem ser adaptadas ao seu modelo de negócio. Aliás, uma dica importante é trazer seus fornecedores estratégicos para perto, de forma a pensarem juntos durante a construção do planejamento de 2021. É hora de avaliar também quais fornecedores são seus parceiros de verdade.


Um outro aspecto fundamental para 2021 é fazer uma revisão do seu público-alvo, o comprador. Muitas coisas mudaram neste ano e entender não só o que aconteceu com você, mas também com o seu cliente do varejo, pode fazer com que suas ações façam muito mais sentido e você saia na frente dos seus concorrentes. O JBP (joint business plan) é uma forte tendência para 2021. Recomendo que leve isso mais a sério do que nunca.
2021 é o ano de evoluir sua atuação no PDV físico. Não atrase mais suas ideias para resolver questões importantes de execução de merchandising e comunicação adequada em loja. O comportamento do shopper definitivamente mudou, o preço ainda vai ser um critério fundamental na decisão, então para não entrar em uma guerra de preços, suas estratégias de exposição na jornada em loja e geração de valor por meio da comunicação adequada pensada por tipo de canal e rede serão questões de altíssima relevância.


Além de olhar para fora, olhe muito para dentro. Faça uma revisão do seu time. Aliás, essa palavra tem que ser muito verdadeira e não somente uma expressão vazia. É necessário ter as pessoas corretas nas funções adequadas. Os colaboradores para esse próximo ano precisam estar muito bem alinhados com o propósito da empresa e com os desafios que ela possui pela frente.


Após fazer todas essas análises de macro e microambiente, é hora de desenhar seu próximo ano. A ideia é valorizar o que se tem de bom e corrigir o que precisa ser melhorado.


Leve em consideração todas as variáveis de mercado, como a estabilidade da moeda, a política do país, a economia mundial, e o comportamento de compra do seu shopper e do seu cliente varejista. Mas, não complique. Seja simples, eficiente e eficaz.


Tendo um sólido conhecimento sobre o que aconteceu em 2020, de forma macro e micro, interna e externa, estruture esses seus aprendizados e de outras empresas, seja inteligente com as pessoas, tenha a inovação como um pilar importante, olhe para os seus clientes com olhar estratégico e colaborativo e conte com os fornecedores certos para lhe ajudar a vencer os desafios do varejo, certamente as previsões para 2021 na sua empresa tendem a ser mais otimistas.


*André Romero é especialista em construção de marcas no PDV, mestre em varejo e mercado de consumo e diretor da Allis Comunicação uma empresa da Allis Field Marketing.

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Estamos preparados para 2027? 3 sinais de que sua empresa está atrasada na corrida da IA

Publicado

em

*Por Anselmo Albuquerque

Recentemente, mergulhei no projeto AI-2027 (https://ai-2027.com), uma simulação detalhada do futuro da inteligência artificial nos próximos meses. O estudo foi elaborado por Daniel Kokotajlo, pesquisador da Open Philanthropy especializado em cenários de longo prazo e riscos existenciais ligados à IA, e conta com uma introdução escrita por Scott Alexander, autor do blog Astral Codex Ten e uma das vozes mais influentes na análise crítica de tendências tecnológicas e filosóficas contemporâneas, não é um exercício de ficção. É um alerta racional e estratégico.

Trata-se de uma narrativa construída mês a mês, com projeções realistas sobre como a IA pode evoluir, colidir com estruturas sociais e impactar decisões políticas, econômicas e até existenciais. Mas o ponto que mais me chamou atenção não foi o “quando”. Foi o “como”.

Três sinais que merecem nossa atenção agora

1. IA criando IA: o gatilho da aceleração cognitiva
Quando uma IA for capaz de desenvolver ou melhorar outras IAs, entraremos num novo ciclo evolutivo, onde a velocidade do avanço tecnológico deixará qualquer modelo de planejamento humano obsoleto. Esse é o ponto de virada. O que era linear se torna exponencial.

2. Cibersegurança como novo campo de batalha
As primeiras aplicações geopolíticas da superinteligência podem surgir no subsolo invisível dos ataques cibernéticos. Países, empresas e organizações estarão vulneráveis não a tanques, mas a códigos. Quem não entender isso, vai continuar investindo em estratégias do século XX para enfrentar desafios do XXI.

3. Linguagem opaca entre máquinas: o risco do neuralese*
Imagine duas IAs conversando em uma linguagem que nem os engenheiros que as criaram conseguem entender. Sem transparência, perdemos o alinhamento. E sem alinhamento, entregamos poder a uma caixa-preta que decide por nós sem sabermos como ou por quê.

2027 pode parecer longe. Mas em termos de desenvolvimento de IA, é quase amanhã. Só para você ter uma ideia, a OpenAI já realizou mais de 20 atualizações significativas no ChatGPT desde 2022. Isso inclui novos modelos (como GPT-4 e GPT-4-turbo), capacidades multimodais (voz, visão, código), uma loja de GPTs personalizados e interfaces mais integradas ao cotidiano das empresas e pessoas.

E aqui vem o ponto-chave: diferente de outras “transformações digitais” pelas quais empresas passaram nos últimos anos, muitas das quais sequer mudaram o chip da alta liderança, a IA exige uma mudança estrutural de visão, de linguagem e de prioridade.

Estamos falando de algo muito mais estratégico do que trocar um sistema de ERP. Quantas empresas passaram anos decidindo qual ERP implantar, levaram outros tantos para implementar, e hoje usam menos de 10 por cento da sua capacidade? Com a IA, essa abordagem incremental simplesmente não vai funcionar.

A pergunta real é: você está na prática compreendendo que isso vai muito além de um ChatGPT? Você já colocou esse tema entre as 3 prioridades estratégicas da sua empresa para os próximos 24 meses?

Se você é líder, empreendedor ou profissional de marketing ou comunicação, este é o momento de pensar e agir com uma velocidade e profundidade que talvez você nunca tenha considerado antes. Pensar como arquiteto do futuro, com os pés no presente, mas os olhos firmes na linha de colisão entre humanos e inteligências artificiais.

Referências:

*Neuralese é um termo usado no cenário AI-2027 para descrever uma linguagem interna que IAs podem desenvolver ao se comunicarem entre si, potencialmente indecifrável para humanos. Essa opacidade pode dificultar a supervisão e o alinhamento com valores humanos, tornando a IA uma caixa-preta.

*Anselmo Albuquerque – CEO da Lean Agency, publicitário com mais de 20 anos de experiência no mercado de comunicação. Reconhecido como referência no tema de Inteligência Artificial.

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“Branding de legado: o que Alfred Nobel ainda ensina sobre reputação e propósito”

Publicado

em

*David V. Bydlowski

Quando falamos em branding pessoal ou reputação de marca, a história de Alfred Nobel continua sendo um dos exemplos mais potentes, e talvez mais incômodos, de como memória e legado são construídos. O químico sueco, celebrado hoje como patrono do Prêmio Nobel, foi também o inventor da dinamite, descoberta que o tornou milionário no século XIX. Porém com a fortuna veio a culpa e a reputação sobre uma descoberta cujo impacto se estendeu a cenários de guerra.

O ponto de virada aconteceu por acidente. Após a morte de seu irmão, um jornal francês publicou, por engano, o obituário de Alfred Nobel. O título era devastador: “O mercador da morte está morto”. Naquele instante, Nobel teve um choque de reputação: percebeu que seria lembrado não como um cientista brilhante, mas como alguém associado à destruição.

Esse episódio ecoa fortemente no presente, pois foi com essa manchete que Nobel decidiu transformar o significado do seu nome, criando a nobre instituição pela qual hoje é lembrado. Trazendo ao universo digital dos dias atuais, percebe-se que não é mais apenas a imprensa que molda a narrativa, mas milhares de interações diárias. Se você não cuida da sua história, o público a escreve por você e nem sempre da maneira mais justa.

O obituário digital

Vivemos em um tempo em que a reputação não é construída apenas por campanhas sofisticadas ou slogans bem pensados, mas por rastros cotidianos: curtidas, posts, vídeos, comentários soltos, tweets deletados. Cada fragmento é uma peça que compõe o que se poderia chamar de “obituário digital”. Uma biografia coletiva e permanente, formada por aquilo que o mercado, os consumidores e os algoritmos interpretam e guardam sobre você ou sua marca.

A lição de Alfred Nobel é clara: branding não é só imagem. É herança. Reposicionar é mais que comunicar

Em vez de tentar apagar a associação com a destruição, Nobel escolheu outra estratégia: destinou 94% de sua fortuna à criação do Prêmio Nobel, uma instituição dedicada a reconhecer avanços da humanidade. Nem usou sua fortuna para tentar pagar jornalistas para escrever sobre sua história sob outra ótica. Criou propósito.

Esse gesto é um paralelo direto com as empresas que, hoje, ultrapassam o território do marketing de produto e constroem reputações ancoradas em ESG, impacto social e coerência narrativa de longo prazo. Não se trata de cosmética, mas de estrutura.

Para quem trabalha com comunicação, a reflexão é inevitável: SEO, redes sociais, vídeos e campanhas não são apenas ferramentas de performance. São instrumentos de memória. O que se publica hoje pode aparecer amanhã em um pitch, em uma negociação de M&A ou na decisão final de um consumidor.

O que a publicidade tem a ver com isso?

Tudo. Muitas marcas ainda operam sob a lógica do branding de ocasião, a resposta rápida à tendência, à crise ou ao algoritmo. Mas branding de oportunidade não sustenta branding de legado. E a consequência é clara: As empresas que constroem com intencionalidade, colhem os frutos por gerações.

Alfred Nobel nos lembra que reputação é menos sobre o que você vende e mais sobre o que você deixa. Cabe às marcas e às pessoas decidir se sua história será esquecível ou transformadora.

Em tempo: Nobel morreu em 10 de dezembro de 1896, em San Remo, na Itália. E hoje poucas pessoas sabem que ele foi também o criador da dinamite.

*David V. Bydlowski – Fundador e principal executivo da Rosh Digital, agência com foco em inovação digital e inteligência artificial.

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