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Além do lucro: os elementos essenciais para o sucesso dos eventos

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*Victor Brentegani

O dinamismo do mercado de eventos nos força a sair da inércia e sempre estar atentos às novas tendências. Em 2023, o Brasil teve um aumento de 54% no número de festivais em relação ao ano passado, conforme levantamento do Mapa dos Festivais, plataforma criada em 2019 para catalogar informações sobre as iniciativas.

Após a pandemia, o “revenge experience” (que é o sentimento das pessoas de “eu mereço” e a grande vontade de viver experiências) emergiu e fez com que as marcas investissem mais no live marketing. O Brasil registrou um aumento de 9% no primeiro trimestre de 2023 no setor de eventos, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape).

Novos centros têm surgido no país. Atualmente, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) tem atraído pessoas graças aos eventos gastronômicos, feiras e shows. O setor hoteleiro tem sentido isso.  De acordo com CRC&VB (Campinas e Região Convention & Visitors Bureau), a média de ocupação dos hotéis da RMC fechou agosto com 59,74%, superando os 54,26% de julho. O índice é o melhor de 2023 e a tendência é que permaneça elevado até o final do ano.

Para o Brasil continuar crescendo e avançando no live marketing, é imprescindível ter um olhar analítico sobre o que tem acontecido fora do nosso país e adaptar isso à nossa realidade. As conexões e o contato com os grandes players e marcas que dão o tom às tendências devem ser cultivadas e pensadas para que ambas as partes se beneficiem das ativações e eventos.

Cultivar uma boa relação com os fornecedores, estabelecendo a qualidade como critério primordial para o bem-estar dos clientes, é um dos pontos essenciais para o sucesso das ativações. O foco sempre deve ser em proporcionar ao cliente, ao público e toda cadeia produtiva a melhor experiência com o setor e seus segmentos.

Mas, o investimento em relacionamento ‘dentro de casa’ é tão importante quanto o que acontece fora. Quando surge uma demanda, o alinhamento entre o time de criação, atendimento, planejamento e produção deve envolver uma comunicação sem ruído, fluida e dinâmica. Todos devem estar na mesma sintonia. Devemos destacar os pontos fortes presentes em nossos cases, assim como identificar áreas que necessitam de melhorias.

Estresses acontecem, mas quando a comunicação é assertiva, é possível solucionar rapidamente as pontas soltas, por isso, ouvir é essencial . Na realidade, ouvir é mais importante do que falar, principalmente para líderes de setores.

Da mesma forma, investir nas equipes, tirando-as da zona de conforto e levando-as para feiras de comunicação, eventos de tecnologia e inovação é crucial. Trazer profissionais referência do mercado para bate-papos e investir em cursos é valioso.

Além do benefício do conhecimento que essas experiências proporcionam, as conexões e o networking que é estabelecido nesses ambientes enriquecedores não apenas para as agências e profissionais, mas também para o setor de Live Marketing como um todo.

Todos almejam lucro, fidelização e engajamento durante e após um evento. No entanto, sem organização, planejamento, cultivo de bons relacionamentos e investimentos, o setor tende a estagnar.

Temos avançado significativamente após a mudança nos hábitos de consumo dos últimos anos. Entretanto, nós sempre devemos olhar para um case com humildade e pensar: “o que posso melhorar aqui?” ou “apesar do sucesso, devo manter os pés no chão e buscar aperfeiçoamento, ciente de que não existe um case perfeito”.

Em nosso setor, é crucial manter uma coisa em mente: nós não somos a estrela, e nem a ação; as pessoas são. Tudo gira em torno delas e de como podemos encantá-las, construindo uma ponte que as conecta não apenas à marca, mas ao que é intrínseco a ela, como seus valores, posicionamentos e propósito. Portanto, adotar uma postura de humildade é o primeiro passo para tudo.

*Victor Brentegani – Sócio-diretor da faro ag

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O produto virou ferramenta, o valor está no símbolo

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*Vinicius Martinez

Durante anos, o mercado girou em torno do produto. O mundo mudou, e o consumidor mudou com ele. Hoje, o que define o desejo não é mais o que você vende, mas o que você representa, com quem você é conectado. O produto sozinho perdeu força e espaço para o símbolo, o que ele comunica, a comunidade que ele cria e o sentimento de pertencimento que ele desperta.

Agora é a conexão dos 4Cs: consumidor, custo, conveniência e comunicação. O poder saiu da prateleira e foi para o feed. O produto deixou de ser o fim e se tornou o meio de diálogo, de status, de identidade.

Campanhas social first cresceram justamente porque falam de gente, não de coisas. Elas criam comunidade, convidam o público para dentro e transformam consumidores em porta-vozes culturais. E quando a audiência vive a marca, o consumo acontece naturalmente. A nova influência é viva, espontânea e criativa.

A geração Z e os millennials não querem mais assistir a anúncios. Eles querem fazer parte da história. Os creators viraram marcas e as marcas viraram plataformas. Hoje o desafio diário é buscar profundidade de comunidade, posicionando narrativa e transmitindo propósito.

O mercado de comunicação vive uma fase de evolução e aprendizados diários. As fronteiras entre agência, consultoria, house e creator estão desaparecendo, integrando e tornando mais colaborativo o conteúdo final das entregas. Os players de mercado que entenderam isso estão se fundindo, se reestruturando e criando modelos híbridos, capazes de entregar estratégia, cultura e negócio na mesma mesa.

Não é sobre ser “de trade”, “digital” ou “publicidade”. É sobre resolver o problema real do cliente, com criatividade como ferramenta, dados como base e alinhamento estratégico de dentro para fora. O desafio está justamente em entregar campanhas de sucesso para um cenário 360 com o consumidor final.

O Brasil como laboratório cultural – O Brasil entende essa virada como poucos. Aqui, um drop vira conversa, um lançamento vira meme, uma collab bem feita vira comportamento social. Da febre do Labubu ao lifestyle de On, Lululemon e Yalo, o público busca símbolos que traduzam quem ele é ou quem gostaria de ser. O consumo automaticamente se adapta para uma forma de expressão, um reflexo de identidade. Por isso, não vendemos mais produto, vendemos símbolos que conectam pessoas e criam cultura.

Enfim, o produto é só o passaporte. O que vale é o que vem depois: a conversa, a experiência, o pertencimento. E quando o produto deixa de ser mercadoria e vira símbolo, ele ultrapassa o mercado e entra na vida das pessoas. A nova economia é movida por cultura, não por catálogo.

*Vinicius Martinez – Sócio-diretor da influência, agência do Grupo HÜK

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Agências independentes na contramão: autonomia em tempos de transformação

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*Juliene Nigro

A Inteligência Artificial não está apenas transformando a operação das agências: está provocando um reposicionamento estrutural no mercado global. Durante a edição deste ano do Web Summit Lisboa, líderes como Tiffany Rolfe, diretora global de criação da R/GA, e Ajaz Ahmed, fundador da AKQA (agora Studio One), reforçaram um movimento que já vinha ganhando força: a volta das agências independentes ao centro do mercado

Após anos dentro das holdings, os executivos deixaram claro que estruturas hipercomplexas não acompanham mais o ritmo da tecnologia.

Por décadas, grandes grupos justificaram sua relevância por meio da economia de escala. Isso não se sustenta mais. A criatividade, agora com a IA, não prospera sob camadas de aprovação, processos engessados e medo, por parte dos colaboradores, de reestruturações constantes.

Com a IA, a automação e os novos fluxos, escala passou a ser definida pela qualidade das ideias, e pela capacidade tecnológica de amplificá-las. Não pelo tamanho da equipe.

Vivemos em um momento paradoxal: por um lado, há uma forte tendência de consolidação no setor de agências, fusões, aquisições, holdings cada vez maiores. Por outro, surgem vozes que afirmam que o crescimento não deve sacrificar a agilidade, a criatividade e a capacidade de adaptação.

A independência, nesse sentido, emerge como uma alternativa estratégica: não se trata apenas de “ser pequeno”, mas de ser livre para reinventar o próprio modelo de negócio.

Claro, o movimento não é isento de riscos. Manter-se independente exige disciplina financeira, governança sólida e visão clara para gerir o fundo de inovação. Há também a pressão por resultados novíssimos,  não apenas para clientes, mas para investidores. E, mais ainda, existe o desafio cultural: mudar o mindset interno para operar sob novas regras de contratação, remuneração e performance.

O debate no palco do Web Summit Lisboa, neste ano, foi um manifesto. Um manifesto de que, na era da IA e da inovação contínua, as agências precisam mais do que tamanho: precisam de autonomia para decidir, testar e transformar.

Enquanto tantas apostam na consolidação, outras vão na contramão, acreditando que a verdadeira vantagem competitiva se constrói com liberdade, cultura ágil e visão de longo prazo.

É um movimento ousado, arriscado, mas cheio de significado: porque mostra que, para algumas agências, a independência não é apenas uma condição de mercado; é, sobretudo, uma estratégia de sobrevivência e relevância no futuro da criatividade.

* Juliene Nigro – Vice-presidente de operações da Mootag

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