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IA e Machine Learning tem redefinido o papel dos profissionais de mídia

Publicado

em

* Daniel Stochero

Este mês é marcado pela celebração do Profissional de Mídia. Além da comemoração em si, acredito que seja importante refletir sobre os caminhos futuros e as novas atribuições que passarão a fazer parte de nossa rotina, sobretudo no contexto atual, em um cenário de plena transformação pelo avanço de tecnologias. Hoje, a Inteligência Artificial (IA) e o Machine Learning (ML) têm desempenhado um papel crucial na potencialização da mídia paga, alterando profundamente a forma como campanhas publicitárias são planejadas, implementadas e otimizadas.

Isso porque as novas tecnologias permitem que grandes volumes de dados sejam analisados com precisão, prevendo comportamentos dos consumidores e gerando anúncios em uma escala até então inédita. O resultado para o uso da IA é um aumento considerável da eficiência no momento de atingir os públicos-alvo, além da possibilidade de alcançar novos níveis de assertividade quando se otimiza uma campanha, fatores que ajudam a maximizar o impacto e o retorno sobre o investimento em publicidade (ROAS).

Tanto é que empresas líderes, como Meta e Google, já assumem tais modelos como aspectos-chave de suas plataformas de mídia. O conglomerado dono do Facebook e Instagram, por exemplo, oferece ferramentas como Advantage+ e Dynamic Ad Catalog, que utilizam algoritmos avançados para ajustar automaticamente os anúncios com base nas informações dos usuários e seu comportamento de compra. Tais soluções são fundamentais para otimizar a alocação de orçamento e a segmentação de público, resultando em um aumento de até 32% no retorno em comparação com campanhas manuais, segundo dados divulgados pela própria marca.

Já o Google lançou recentemente as ‘Campanhas Performance Max’, que consolidam diversas campanhas em uma só e utilizam IA para potencializar a exibição de anúncios em várias redes de produtos, como YouTube, pesquisa, display e shopping. Por meio deste novo modelo, as campanhas geram, em média, 13% mais conversões contra as campanhas tradicionais.

Ou seja, basicamente estamos tratando de tecnologias capazes de criar a conjuntura ideal para todos os envolvidos em um projeto de marketing digital. Isso porque de acordo com dados internos das principais plataformas do mercado, o uso de IA nas estratégias de campanha é capaz de reduzir em média 77% no tempo e esforço destinados às ações, aumentar as conversões e obter um crescimento de 3,3 vezes no ROI. Tudo isso de forma simultânea.

Amanhã de novas possibilidades

Se o presente já está diretamente impactado, olhando para o futuro, podemos esperar que as capacidades de personalização e automação das tecnologias evoluam ainda mais. Até porque, não podemos nunca perder de vista a noção de que IA e Machine Learning evoluem de maneira progressiva e constante.

Os novos recursos e modelos devem assumir um papel preponderante em todas as fases do ciclo de uma campanha, desde a criação e distribuição de anúncios até a análise e ajustes no durante e pós-campanha. Este vínculo abre caminho para que as marcas construam novas formas de envolvimento com o público, como, por exemplo, o uso de anúncios personalizados que se adaptam com base na interação com os usuários.

Além disso, as plataformas de mídia digital irão disponibilizar formas de compreensão cada vez mais detalhadas sobre o comportamento do consumidor, passando a antever e atender demandas hoje impensáveis para as marcas, com base apenas nas pesquisas feitas pelos usuários na web.

A verdade é que o dia do profissional de mídia deste ano está escancarando um período de plena transformação. Graças a chegada de tecnologias de IA e ML, tarefas meramente operacionais foram automatizadas. E isso permitiu que os profissionais se tornassem muito mais estratégicos e focados em atividades que realmente agregam valor. De fato, o ano de 2024 evoca o início da exploração do potencial destes recursos, que devem promover uma revolução contínua e inédita na forma como a mídia paga será gerida e otimizada nos próximos anos. A ver quais serão as reflexões do próximo ano.

*Daniel Stochero – Head de Mídia e Performance do Grupo Duo&Co

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IA generativa e os novos formatos de mídia

Publicado

em

*Bruno Campos de Oliveira

Muito se fala nos dias de hoje sobre a Inteligência Artificial (IA). Ela, contudo, faz parte da vida das pessoas há muito tempo, por vezes de forma invisível. O que vimos nos últimos anos, porém, foi uma revolução impulsionada pela IA generativa, uma vertente capaz de criar conteúdos variados: de textos, imagens, músicas e vídeos, até ambientes digitais imersivos. Essa transformação não apenas trouxe novas ferramentas criativas, mas democratizou o acesso a essas tecnologias, fazendo com que qualquer pessoa com um smartphone ou notebook possa se tornar uma criadora de mídia.

O grande divisor de águas, na minha avaliação, foi o surgimento e a popularização das IAs generativas. De modo quase instantâneo, elas passaram a desempenhar papéis que antes dependiam de habilidades técnicas complexas e de anos de estudo. A capacidade de criar textos coerentes, imagens realistas ou músicas envolventes em questão de segundos desafia o próprio conceito de autoria e cria oportunidades inéditas. Essa inovação, por enquanto, tem sido dominada por conteúdos em texto e imagem. O próximo passo, contudo, parece óbvio: a criação de novos formatos de mídia.

Do estático ao dinâmico: o próximo salto

Estamos na fase inicial da IA generativa. Textos e imagens são produzidos com uma facilidade impressionante, mas são criações que, em sua maioria, ainda podem ser consideradas estáticas. A verdadeira inovação, no entanto, será integrar a IA para criar formatos dinâmicos e interativos. Pense em vídeos gerados automaticamente que respondem ao toque, ao som ou à interação do espectador em tempo real. Ou, em jogos que se adaptam de forma contínua ao comportamento do player, modificando a narrativa com base em suas escolhas.

Um exemplo disso são os experimentos com a criação de realidades virtuais ou aumentadas, ambientes gerados pela IA em que os limites entre o físico e o digital se tornam quase indistintos. Nesses espaços, será possível não só consumir conteúdo, mas também interagir e criar experiências que antes pareciam saídas de um filme de ficção científica.

Se o campo de textos e imagens já está consolidado, penso que as próximas frentes de expansão da IA generativa são os áudios e vídeos. A criação de vozes sintéticas, que imitam perfeitamente vozes humanas, já se encontra em um estágio avançado. Isso permite que narrativas de audiolivros, podcasts ou músicas sejam geradas sem a participação de um locutor ou músico real. As possibilidades criativas são imensas: você pode imaginar, por exemplo, uma peça teatral onde os diálogos, a trilha sonora e os efeitos de som são gerados e adaptados conforme a plateia reage?

Da mesma forma, no campo do vídeo, a IA pode criar cenas em tempo real, eliminando a necessidade de filmagens tradicionais. Já existem ferramentas que simulam ambientes tridimensionais e geram vídeos a partir de simples descrições textuais, uma aplicação com potencial revolucionário para o setor audiovisual, por exemplo.

A questão central, na minha avaliação, é: no âmbito do marketing e da comunicação, como expandir essas capacidades para além dos formatos tradicionais? Uma possível resposta está na combinação de diferentes tecnologias de IA, como o machine learning e o processamento de linguagem natural, com interfaces multimodais, criando novos tipos de mídia que mesclam texto, áudio, vídeo e até interações físicas.

Imagine uma campanha interativa na qual o consumidor não apenas assiste, mas também participa ativamente da construção da narrativa. Por exemplo, um “filme vivo”, onde a trama se altera com base nas escolhas ou respostas emocionais do público. Outro exemplo, no live marketing, poderia ser a criação de experiências sensoriais em ativações, nas quais a IA cria não só o conteúdo visual e sonoro, mas também simula aromas, texturas ou temperaturas para criar uma imersão total.

Além disso, as inteligências artificiais podem ser capazes de criar conteúdo colaborativo em tempo real. Ferramentas que reúnem várias pessoas, cada uma contribuindo com suas ideias, e, com a ajuda da IA, combinam essas sugestões para gerar um produto final coletivo — seja ele um filme, uma música, ou uma campanha 100% interativa. Esse tipo de produção expandiria a criação de mídia para algo que envolve comunidades inteiras, onde o papel do criador se torna muito mais fluido.

Desafios e oportunidades

Se por um lado a IA generativa abre possibilidades criativas, também traz desafios. A autoria de obras geradas por IA é uma questão ainda em aberto: de quem é a criação? Do algoritmo, do humano que alimentou a IA, ou de ambos? Além disso, o impacto no mercado de trabalho, especialmente nas indústrias criativas, precisa ser cuidadosamente avaliado. Profissões como designers, redatores e até desenvolvedores, poderão ser transformadas ou substituídas.

No entanto, ao mesmo tempo, a IA oferece uma oportunidade única para reinventar a forma como consumimos e produzimos conteúdo. O futuro pode reservar a criação de formatos de mídia que sequer conseguimos conceber plenamente hoje, expandindo as fronteiras da publicidade, do entretenimento e de muitas outras indústrias.

A IA generativa já alterou profundamente a maneira como interagimos com o conteúdo, e sua expansão para novos formatos é apenas uma questão de tempo. O futuro da mídia está em ser moldado por uma co-criação entre humanos e máquinas, e essa jornada está apenas começando.


* Bruno Campos de Oliveira – CEO da Pixel Roads

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O impacto do Rock in Rio no marketing de relacionamento: lições para incentivo, fidelização e promoções

Publicado

em

*Herbert Froes

O Rock in Rio, junto com outros grandes festivais, traz em seu modelo de negócios oportunidades para criação de estratégias de incentivo e fidelização. Essas experiências têm o poder de criar conexões duradouras com o público ao promover acesso exclusivo, interações personalizadas e parcerias com marcas de destaque.

Ao proporcionar momentos únicos e de alto valor emocional, os festivais ajudam a transformar consumidores em defensores leais, mostrando que entretenimento pode ser uma poderosa ferramenta de engajamento e retenção de clientes.

Desde os primeiros agrupamentos sociais, a música tem sido usada para expressar e moldar emoções. Isso foi visto em movimentos como o jazz em Nova Orleans, o reggae na Jamaica, a ascensão do punk rock em Londres e, mais recentemente, o fenômeno global do rap e do trap. Em cada uma dessas épocas, os fãs buscam experiências únicas e intensas com seus artistas favoritos. E onde há essa conexão emocional, surge uma oportunidade de mercado para marcas e eventos, que podem fidelizar e engajar esse público fiel.

As marcas têm investido cerca de R$5 bilhões em festivais no Brasil e a Associação Patrocínio Brasil (APBR) tem expectativa de um crescimento de 12% em 2024, chegando muito perto ao maior investimento, que é em esportes. Em 2022, festivais como o Rock in Rio geraram um impacto econômico de cerca de R$1,7 bilhão no Rio de Janeiro.

Além disso, projeções indicam que, com o aumento da popularidade de festivais como Lollapalooza e The Town, o retorno sobre investimentos em branding e marketing pode crescer até 20% nos próximos anos, consolidando esses eventos como plataformas essenciais para as marcas.

O grande desafio, então, é tomar as melhores decisões e entender como a identidade das marcas pode fisgar o público com um storytelling legítimo e verdadeiro. De acordo com a nova pesquisa da divisão de patrocínios da Live Nation UK, para 69% dos fãs, a experiência com a música ao vivo começa muito antes do evento em si. A jornada inicia nas fases de descoberta e planejamento, e se estende por semanas após o show, na etapa de reviver as emoções experienciadas durante o espetáculo.

Ao longo dos anos, marcas globais criam experiências impactantes. A Três Corações, por exemplo, trouxe a estação We Are Café para recarregar a energia dos fãs durante o festival em 2022. Já a Nestlé, no mesmo ano, desenvolveu o projeto para KitKat, com um espaço de Dance Challenge, onde o público participava de batalhas de dança. Quem não lembra do projeto de Doritos? Em 2019 e 2022, eles desenvolveram a plataforma “Doritos Rainbow” com ativações de inclusão LGBTQIA+, que promovia a diversidade através de espaços interativos.

Neste ambiente, repleto de muita diversidade musical para atrair novas gerações, é preciso se manter relevante e atraente ao longo do tempo. Por isso, as marcas têm olhado e aplicado, cada vez mais, experiências personalizadas, parcerias, programas de fidelidade, gamificação e engajamento digital, além de conteúdo e experiência no pós-evento.

Na última edição do Rock in Rio, por exemplo, a Natura proporcionou descontos exclusivos em produtos da linha Ekos para quem se cadastrou em sua plataforma durante o festival, com campanhas de e-mail marketing e redes sociais que trouxeram ofertas exclusivas, reforçando a conexão com os consumidores mesmo após o evento.  Já a Heineken adotou uma estratégia semelhante de fidelização a longo prazo, em que o público participava ativamente do programa de sustentabilidade: depósito de latas de cerveja para reciclagem durante o evento, que gerava códigos para descontos em futuras compras e experiências exclusivas.

Festivais como o Rock in Rio são territórios para criação de estratégia de promoção, incentivo e fidelização, trazendo a oportunidade para marcas se conectarem com o público das mais variadas formas. Com a combinação de experiências personalizadas, engajamento contínuo e parcerias estratégicas, é necessário entender a importância e garantir a extensão dessa conexão para além do evento, transformando consumidores em fãs não apenas de artistas e bandas, mas também de marcas.

*Herbert Froes – Diretor de criação da Roda Trade

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