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Eduardo Chvaicer – Como será a comunicação das empresas, pós COVID-19?

* Por Eduardo Chvaicer
Desde o início da pandemia, muitos especialistas falam de tendências, como por exemplo, a mudança de comportamento do consumidor. De acordo com dados fornecidos pelas instituições Comscore, Global Web Index, Kantar, MindMiners e Nielsen, que foram compilados em um único estudo, 13% dos brasileiros estão comprando pela internet pela primeira vez. A Kantar aponta que 52% dos brasileiros vão escolher as marcas pelos preços após a pandemia. Mas o que isso tudo significa? Como uma empresa deve se comunicar a partir de agora?
Com a flexibilização gradual da quarentena, as pessoas voltarão lentamente para sua rotina, contudo a forma delas comprarem e enxergarem valor nas marcas sofrerão alterações. O consumo será mais consciente, os consumidores buscarão saúde no estilo de vida e terão mais cuidados com a higiene. Estarão também mais atraídos a consumir produtos locais e o online estará mais presente desde reuniões por videoconferência e home office até a telemedicina e às compras no geral. Por isso é muito importante que as empresas se adaptem a essa nova realidade. De acordo com a McKinsey & Company, as empresas devem direcionar os esforços para três pilares:
– Implementar as ações de resposta à crise (ficar atento com as regulamentações e cumpri-las);
– Entender as oportunidades criadas, buscando uma retomada saudável e rentável;
– Adaptar-se ao novo consumidor, entendendo seu cliente como se não o conhecesse. Pois pode ser que ele continue a relação com sua empresa exatamente como parou, mas se ele mudar você estará pronto para atendê-lo e não será pego de surpresa.
Outros momentos de crise nos mostraram que a recuperação é possível e oportunidades aparecerão, mas é necessário ficar atento. Já com relação à comunicação, muitas empresas têm o costume de congelar seus investimentos até que se tenha uma normalidade financeira. Contudo as companhias que investiram em publicidade em períodos de grande crise no passado (econômicas ou sociais), tiveram um retorno melhor e mais rápido em comparação às empresas que mantiveram ou cortaram investimento no setor de Marketing.
Mas não adianta continuar simplesmente mantendo o mesmo modelo de propaganda, como se nada estivesse acontecendo. É importante que o consumidor saiba as ações que estão sendo tomadas pela empresa. E agora, mais do que nunca, é importante que tudo que seja comunicado seja cumprido – desde as propostas de valor até mesmo prazos de entrega, dentre outras informações, comunicados e possíveis ofertas.
Apesar de estarmos enfrentando um momento sem precedentes, outros mercados provaram ser possível a recuperação em “v” – onde a perna da esquerda da letra representa a queda e a direita representa a recuperação proporcional ao patamar anterior. O que temos a nosso favor é o fato do empresário brasileiro ser muito bom em lidar com momentos de incerteza, já que nosso país já vivenciou muitas oscilações de mercado, principalmente se compararmos com outros países. Com certeza vamos sair dessa! E ainda mais fortes do que entramos!
* Eduardo Chvaicer é sócio da Media Trade, startup brasileira com foco no segmento de Media Tech.
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Cultura de paz: a nova estratégia para negócios relevantes

*Andrea Pitta
Hoje, quem planeja o futuro precisa estar pronto para se adaptar a um cenário em constante mudança. O cenário global passa por um “reset” acelerado, impulsionado pela
instabilidade geopolítica e pela ruptura dos velhos fluxos econômicos. Não estamos apenas diante de uma revolução industrial – vivemos uma revolução cultural, social e humana. As perguntas centrais agora são: Como construir sem destruir? Como criar prosperidade respeitando a vida, a natureza e a diversidade?
O futuro exige mudança de mentalidade. E mudança se faz por meio de educação, informação e novas referências de convivência. Grandes desafios também são grandes oportunidades. Em tempos turbulentos, equilíbrio é a maior força. E o melhor caminho para construir esse equilíbrio é expandir a atuação com base na cultura de paz.
De competição a cooperação
Durante séculos, sucesso foi sinônimo de competição extrema. Mas hoje, organizações que promovem a pluralidade, como a Natura, mostram que a inclusão, a equidade e a
visão ESG criam marcas mais fortes, times mais engajados e resultados mais sólidos. Porém, ESG sozinho não basta. É necessário trabalhar programas práticos de mudança
cultural: diálogo entre equipes, capacitação em comunicação não-violenta, gestão de conflitos, combate ao preconceito implícito.
Criar ambientes positivos, diversos e colaborativos não é mais apenas “o certo a fazer” – é estratégia de sobrevivência e crescimento.
Cultura de paz na prática
No universo dos eventos e do brand experience, cultivar essa mentalidade é essencial. Não basta criar experiências impactantes; é preciso que elas conectem pessoas de forma genuína, despertando pertencimento e propósito.
Ambientes tóxicos sabotam a inovação e a produtividade. Ambientes que praticam a cultura de paz criam times mais criativos, clientes mais leais e marcas mais relevantes.
A transformação que o mercado exige não é apenas tecnológica – é humana. E a liderança do futuro será de quem entender que crescer é, antes de tudo, cultivar.
Como dizia Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais retorna ao seu tamanho original”. Enfim, o futuro pertence a quem planta as sementes certas agora.
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O futuro do marketing não é performance vs branding: é autenticidade com resultado

*Ali Maurente
Por muito tempo, executivos e agências trataram performance e branding como lados opostos de uma mesma estratégia. De um lado, métricas como cliques, CPL e CAC. Do outro, narrativas aspiracionais que constroem reputação no longo prazo. O resultado dessa visão fragmentada foi a criação de uma falsa dicotomia, responsável por desperdício de energia e orçamentos divididos.
O futuro do marketing não será definido por “mais branding” ou “mais performance”. Ele já está sendo construído em torno de algo mais simples e, ao mesmo tempo, mais desafiador: autenticidade com resultado. Autenticidade porque consumidores, clientes e colaboradores aprenderam a identificar quando uma campanha não passa de fórmula. Não há algoritmo capaz de sustentar o que não é genuíno. Resultado porque, em última instância, conselhos e acionistas continuam cobrando ROI, crescimento e previsibilidade.
O incômodo cresce à medida que o mercado revela uma nova realidade: estamos diante de profissionais de marketing que muitas vezes não entendem de negócio. Há quem fale apenas de postagens, curtidas e seguidores, esquecendo o que realmente importa — receita e marca. Um marketing que olha só para receita morre, assim como aquele que olha apenas para marca. Uma marca sem receita é vaidade. Uma receita sem marca é commodity.
Marketing não é apenas branding. Também não é apenas performance. É o processo de criar, capturar, converter e expandir demanda, fortalecendo a marca ao mesmo tempo em que gera resultados concretos. Isso exige um entendimento profundo do negócio, e quem não souber traduzir essa equação perde espaço rapidamente. O profissional que restringe seus KPIs a seguidores perde relevância. Quem ignora receita se torna apenas mais um criador de conteúdo passageiro.
Esse desafio também não é exclusivo da área de marketing. Ele envolve o alinhamento de todas as áreas, do ICP à conversão. A marca abre portas. A receita mantém as luzes acesas. O alinhamento entre marketing e negócio sustenta o crescimento verdadeiro.
É por isso que CMOs e conselhos precisam abandonar a disputa entre awareness e conversão, entre conteúdo e CTR. O jogo atual é outro: transformar cada KPI em reflexo de uma narrativa verdadeira, capaz de construir comunidade e, ao mesmo tempo, entregar crescimento.
Autenticidade com resultado não é uma tendência. É questão de sobrevivência. Marcas que não compreenderem essa equação continuarão presas à armadilha da vaidade ou da comoditização. E profissionais que não souberem traduzi-la para o negócio perderão espaço para aqueles que entendem que marketing sempre será o motor que une significado e crescimento.
Ali Maurente – Chief Marketing Officer na PSA – Profissionais S.A.
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