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Alexis Pagliarini

Um Bloco especial depois do Carnaval!

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Por Alexis Pagliarini

O Carnaval é gerador de grande movimentação financeira, principalmente no turismo.Segundo a CNC, estima-se uma movimentação de R$ 9 bilhões este ano no Brasil, 10% acima de 2023. Tive a chance de conhecer a Expo Carnaval, um evento focado no business Carnaval. Aconteceu em Salvador, Bahia, no final de novembro de 2023, e eu fui chamado pela organizadora Zum Brazil para aplicar um olhar ESG no evento, além de palestrar por lá. Fiquei impressionado com o espectro de interesses em torno da nossa festa maior.

Só em São Paulo são mais de 200 blocos nas ruas, além de um desfile que só cresce em qualidade. No Rio, além do grandioso desfile das Escolas de Samba, são dezenas de blocos ocupando as ruas. Bahia, Pernambuco e outros estados também vivem esse período em total ebulição. Somado ao turismo de Verão, o momento faz a festa da indústria de bebidas e de turismo, em geral. Mas é fato que, para outros setores, há um certo compasso de espera.

No setor de eventos, isso não deveria acontecer. Teremos um ano espremido por eleições municipais, que também costumam atrapalhar o calendário de eventos. Será um exercício de malabarismo ocupar todos os dias possíveis entre março e novembro. Depois de um 2023 excepcional, o mercado de eventos disputa datas para acomodar todas as atividades previstas em mais um ano promissor.

Apesar das turbulências políticas, é preciso admitir que a macroeconomia estabelece bases alvissareiras para a economia brasileira. Vamos então surfar essa onda que chega no pós-Carnaval.  Mas vamos aproveitar com responsabilidade. É meu papel aqui neste espaço lembrar sempre a importância do momento que estamos vivendo. A contagem regressiva para 2030, deadline estabelecido pelo Pacto Global da ONU para se alcançar metas ambiciosas, expressas nos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), e principalmente em relação às questões climáticas, tem um ano a menos pra contar.

Agora faltam apenas 6 anos para evitarmos um aquecimento global que supere 1,5°C, em relação ao período pré-industrial. Luta difícil, com a percepção de que já estamos superando a barreira de 1°C de aquecimento, estando mais próximos do limite do que nunca. Há quem diga até que já estamos batendo no aquecimento limite de 1,5°C. Mas, independentemente da pressão (e até por causa dela), o Brasil tem muito a aproveitar, já que é um protagonista da transição energética e da preservação ambiental. É inevitável tocarmos nossos negócios com um olhar atento às demandas, mas também nas oportunidades que se apresentarão neste ano que, entre outras coisas, será de preparação para sediar a COP 30, o megaevento que acontecerá no ano que vem, em Belém, Pará. Não podemos perder tempo! Depois do Carnaval é hora de botar outro bloco na rua: o Bloco do Crescimento Sustentável e Inclusivo.  Bora lá?

 

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Alexis Pagliarini

A avalanche IA

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É sempre assim: toda inovação disruptiva tem um primeiro momento de ceticismo ou uma reserva cuidadosa. Será que é pra valer mesmo? Lembra-se do metaverso? Ou antes mesmo: a Second Life. Lembra? Parecia que iríamos viver mais num universo paralelo, virtual, do que na nossa vida real, cheia de desafios.

O tempo passou e hoje mal falamos de metaverso, muito menos de Second Life. Embora seus recursos estejam sendo aplicados aqui e ali. E aí veio a tal da Inteligência Artificial. Parecia mais um roteiro de ficção: bilhões/ trilhões de dados sendo manipulados para gerar outros dados, a serviço de quem os comandam. Que louco! Será que vai pegar? Antes mesmo de terminar a pergunta, vemos uma avalanche de utilizações baseadas em inteligência artificial. E não para: todos os dias vemos novas e surpreendentes utilizações. Outro dia, numa reunião online, os primeiros a entrar foram assistentes virtuais, que acompanham a reunião para dar um suporte posterior aos usuários de carne e osso, lembrando os principais pontos discutidos, fornecendo alternativas de follow-up.

Eu passei a usar a IA Generativa para pesquisas, textos e imagens e às vezes me sinto meio que “roubando no jogo”. Posso considerar que um texto gerado por mim com o auxilio da IA é mesmo de minha autoria? Sim, é! Primeiro, porque sem um prompt muito bem formatado, não sai coisa boa. Segundo, porque a ideia do tema, o julgamento e a responsabilidade do material gerado são meus. Por via das dúvidas, tenho acrescentado a informação de que houve auxílio de ferramenta de IA para o material gerado (seja texto ou imagem). Uma coisa é certa: IA veio para ficar e vem mudando drasticamente estruturas dentro de empresas early adopters.

Com essa constatação, dois grandes pontos afloram de forma inescapável: 1- Isso tudo será bom ou ruim para as pessoas? Quando digo pessoas, penso nas pessoas físicas, naqueles que perderão seu emprego, substituídos por máquinas. 2- A questão ética. Os dados e as imagens não são gerados do nada, eles são fruto de uma manipulação de bilhões de outros dados, coletados de diversas fontes, muitas vezes sem autorização. Não à toa, os grandes veículos de comunicação estão reivindicando remuneração pelo uso de suas matérias, arduamente desenvolvidas para um fim específico de informar pessoas com credibilidade.

Responder à primeira pergunta não é fácil, mas podemos resgatar a história e constatar que os empregos perdidos pela inovação são substituídos por outros decorrentes da própria inovação. Assim, é previsível que tenhamos novas funções, tais como CPO (Chief Prompt Officer), especializados na formatação de prompts. Ou estrategistas de IA, que identificam oportunidades de uso de IA para diversas soluções. Ou ainda o analista de conteúdo IA, que deverá checar a pertinência e a veracidade das informações geradas por IA. Ouvi uma vez, de um palestrante no Cannes Lions: “Você não será substituído por uma máquina, mas por alguém que saiba lidar com elas melhor do que você”. É isso!

Já a resposta para a segunda pergunta é mais complicada. A IA não gera resultados totalmente idênticos aos coletados. Ela leva em conta os dados, mesclando-os de forma inteligente para formatar novas respostas. Sendo assim, é difícil identificar quais dados foram utilizados na geração de um novo conteúdo ou uma nova solução. Daí a dificuldade de se questionar a autoria da nova informação gerada. De qualquer maneira, o que esperamos é que a IA seja utilizada para o bem e melhore a vida das pessoas.

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Alexis Pagliarini

Esperança

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Estive na Bienal do Livro. Desta vez, foi especial: fui coautor de um livro sobre ESG (ESG nos Eventos) e tivemos nossa noite de autógrafos lá. Chic, não? O livro é uma iniciativa da Conecta Eventos, do incansável Sergio Junqueira, que reuniu cabeças complementares, conseguindo viabilizar um livro bem completo sobre o tema.

A mim, coube tratar dos conceitos e história da sigla ESG, até chegar na aplicação em eventos. Mas, neste artigo, gostaria de me ater ao evento Bienal do Livro, em si. Tenho uma relação especial com a Bienal. Anos atrás, contratado pela RX e a própria Bienal do Livro, liderei um processo de Design Thinking para o evento. Reunimos os principais stakeholders do evento para, em um dia, realizar um profundo brainstorming, ao estilo Design Thinking. No final do dia, tínhamos insights preciosos, que consolidei para apresentar à diretoria da Bienal, visando melhorar a experiência do público no evento. As melhorias foram aplicadas e o evento continua atraindo um público enorme.

E aí vem a minha reflexão principal deste texto. Quem bom ver um evento dedicado ao livro ter tanto sucesso no Brasil. Não há dúvidas de que o caminho para elevação da qualidade de vida de uma sociedade é a educação. Ver crianças, jovens e adultos lotando os corredores do evento é, portanto, uma sensação alvissareira. Não podemos nos enganar. A Bienal, apesar do grande público presente, é uma amostra pequena.

Ainda temos problemas crônicos com o desenvolvimento educacional no Brasil. Ao longo dos últimos anos, ao invés de progredir, regredimos nos indicadores internacionais relacionados à educação no Brasil, como um todo. Mas é reconfortante ver esse interesse pela leitura. Uma das compradoras do nosso livro, que foi pegar seu autógrafo, estava com a filha de 13 anos, que diz ter lido nada menos de 30 livros este ano. Wow! Confesso que estou muito aquém disso.

No dia a dia, temos tanta leitura profissional a cumprir, que não resta muito tempo para uma leitura não obrigatória, prazerosa. Tenho um backlog de leitura enorme, com livros que pretendo ler, mas vou adiando. Mas, de qualquer maneira, cumpro um ritual de aprimoramento constante, que me obriga a ler estudos, artigos e referências todos os dias. Então, leio muito, embora restrito ao campo profissional.

Mas, hoje, estou com uma sensação de esperança. A esperança de ver brasileiros lendo mais, esquecendo a polarização ridícula que vem nos assolando e simplesmente se aculturando, deixando de ser vítimas de influência perniciosa da opinião de oportunistas, que se aproveitam dessa falta de educação (no sentido mais amplo do termo) para incutir falsas verdades. Vou nutrir essa minha esperança, dando minha modesta contribuição, escrevendo e ampliando conhecimento em temas que me especializo. A esperança está na educação!

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