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Alexis Pagliarini

Tendências ESG para 2024

Publicado

em

Por Alexis Pagliarini

À medida que as empresas se esforçam para serem mais responsáveis e sustentáveis, diversas tendências ESG ganham atenção e importância para 2024. Acessei estudo publicado na plataforma Medium.com para chegar às 10 tendências que devemos ficar de olho em 2024. Vamos lá!

1- Ação climática. Com os fenômenos extremos que presenciamos em 2023, espera-se que as alterações climáticas sejam uma das principais preocupações globais e as empresas reconhecem cada vez mais o seu papel nessa questão. Em 2024, podemos esperar um aumento esforços empresariais para minimizar suas emissões de CO2.

2- DE&I. A equidade e a inclusão social continuarão a ser fundamentais nas estratégias ESG. As empresas deverão se empenhar ainda mais na criação de locais de trabalho diversificados e inclusivos, na promoção da igualdade de gênero e nas questões de justiça social.

3 Maior comprometimento da cadeia de suprimentos. 2024 verá um aumento na demanda por transparência em toda a cadeia de abastecimento. As empresas investirão em maior controle de seus fornecedores paragarantir o fornecimento ético de materiais. Os consumidores terão acesso a mais informações sobre os produtos que compram para fazer escolhas mais conscientes.

4Finanças Sustentáveis. O financiamento sustentável deverá crescer à medida que os investidores procuram oportunidades que se alinhem aos seus valores ESG. O governo e as empresas emitirão mais títulos verdes e as instituições financeiras desenvolverão produtos de investimento centrados em ESG. O financiamento sustentável crescerá, ajudando a viabilizar iniciativas com impactos ambientais e sociais positivos.

5Adoção da Economia Circular. O conceito de economia circular, onde produtos e materiais são reutilizados, reciclados ou reaproveitados, ganhará força em 2024. As empresas irão redesenhar os seus produtos e embalagens para minimizar o desperdício e o consumo de recursos. Adotar um modelo de economia circular será crucial para reduzir o impacto ambiental.

6. Envolvimento de stakeholders. O envolvimento com stakeholders, incluindo funcionários, clientes e comunidades, será ainda mais crítico. As empresas procurarão ativamente feedback e envolverão os stakeholders nos processos de tomada de decisão. Esta abordagem ajudará a construir confiança e a fortalecer relacionamentos, ao mesmo tempo que garante que as estratégias ESG estejam alinhadas a interesses mais amplos.

7- Valorização da biodiversidade e do verde. A regulamentação de comércio de créditos de carbono será efetivada, tornando mais atraente a manutenção e regeneração de áreas verdes. Produtos que respeitam e valorizam a biodiversidade ganharão a preferência de consumidores mais conscientes.

8- Aceleração da transição energética e do uso de veículos elétricos. Fontes alternativas ao combustível fóssil ganharão desenvolvimento e importância crescentesna matriz energética. A oferta de carros elétricos e híbridos crescerá exponencialmente, tornando-os mais acessíveis em todos os mercados.

9 Tecnologia Responsável. A indústria tecnológica enfrentará um escrutínio crescente em relação ao impacto ético e ambiental dos seus produtos e serviços. As empresas darão prioridade à IA responsável, à privacidade dos dados e à segurança cibernética, garantindo ao mesmo tempo operações com eficiência energética. Considerações éticas guiarão as inovações tecnológicas.

10- Maior adesão de empresas aos princípios ESG. Aumentará a pressão da sociedade à adoção de critérios ESG por parte das empresas. Isso provocará um efeito dominó, exercendo pressão a toda a cadeia, fazendo com que players de todos os tipos e portes passem a considerar o alinhamento aos princípios ESG. Ao alinharem-se a estas 10 principais tendências ESG, as empresas podem contribuir para um mundo mais sustentável e equitativo, garantindo ao mesmo tempo o sucesso a longo prazo num mercado cada vez mais consciente. (Artigo publicado também no PROPMARK).

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Alexis Pagliarini

Eventos corporativos em tempos de polarização: neutralidade ou posicionamento?

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Por Alexis Pagliarini

Vivemos uma era de polarização crescente. O debate público, no Brasil e em muitos outros países, tem se dividido em campos opostos, quase irreconciliáveis. E essa dinâmica não fica restrita à política. Ela invade o consumo, a cultura, a comunicação e, inevitavelmente, o universo dos eventos corporativos.

Quem organiza ou patrocina um evento sabe: não se trata apenas de logística, conteúdo ou experiência. Um evento é, acima de tudo, um espaço de representação de valores. Ele comunica — mesmo quando não pretende.

De acordo com o estudo anual Edelman Trust Barometer, as empresas seguem sendo as únicas instituições que ultrapassam o patamar de confiança de 60%. Confiamos mais nelas do que em governos, ONGs ou mídia. Mas essa confiança vem acompanhada de uma expectativa clara: não basta oferecer bons produtos ou serviços, espera-se das empresas (e, portanto, também dos seus eventos) uma postura propositiva, ética e responsável diante do mundo.

E aqui surge a encruzilhada: deve um evento corporativo manter neutralidade em temas sensíveis ou assumir posições claras?

A neutralidade pode parecer uma escolha segura. Em um ambiente polarizado, evitar discussões delicadas pode parecer a melhor forma de não gerar desconforto. No entanto, em muitos casos, a neutralidade é percebida como omissão. Participantes, principalmente os mais jovens, buscam coerência e coragem. Um evento que ignora temas urgentes — como diversidade, inclusão, sustentabilidade ou inovação social — corre o risco de parecer irrelevante.

Por outro lado, assumir posições implica riscos. Eventos que trazem para a pauta discussões sobre equidade de gênero, direitos humanos ou mudanças climáticas podem atrair críticas, boicotes ou acusações de “politização”. O movimento “anti-woke”, que cresce em diversos países, é um reflexo dessa resistência.

O caminho possível não está em escolher entre o silêncio e o ativismo desmedido, mas em construir autenticidade. Um evento precisa refletir a identidade, o propósito e a cultura da organização que o realiza. Se esses valores forem claros e consistentes, o posicionamento deixa de ser apenas um risco e passa a ser uma oportunidade de conexão genuína com o público.

Eventos coerentes com a prática das empresas que os promovem resistem melhor às críticas. Podem até perder a adesão de alguns, mas ganham legitimidade junto a quem valoriza atitudes alinhadas a princípios sólidos. E legitimidade é um ativo cada vez mais valioso em tempos de desconfiança.

No fim, a questão não é se um evento corporativo deve ou não se posicionar, mas como deve fazê-lo. A resposta está na capacidade de navegar a polarização sem abrir mão da sua bússola ética.

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Alexis Pagliarini

COP30: Momentos de tensão

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Por Alexis Pagliarini

Este é o terceiro artigo sobre a COP30 que escrevo por aqui. Desde o primeiro, já alertava sobre o risco iminente de colapso estrutural da cidade de Belém para receber um evento dessa magnitude. O que vemos agora é que a realização da COP30 em Belém, marcada para novembro de 2025, enfrenta um risco real — não pelas pautas climáticas, mas por uma crise humanamente previsível: a falta de hospedagem acessível e estruturada na cidade-sede. O que deveria ser uma oportunidade histórica para o Brasil se transformar em cenário de controvérsia por números: enquanto a expectativa é reunir cerca de 50 a 45 mil participantes, Belém dispõe de apenas cerca de 18 000 leitos formais.

O que já é um gargalo logístico transforma-se em crise quando se observa os valores praticados: hospedagens sendo oferecidas a até US$ 700 por diária — 10 a 15 vezes acima do preço normal — ou chegando a cifras surreais como R$ 100 000 por noite ou imóveis por R$ 2 milhões no período. Em uma comparação que beira o absurdo, uma acomodação passou de cerca de US$ 11 para US$ 9 320 por dia.

Diante desse colapso, o alarmante veio à tona com uma reunião de emergência realizada pela ONU em julho de 2025, quando delegações — sobretudo dos países em desenvolvimento — expressaram indignação e alertaram para possíveis cortes ou boicotes à conferência, se não houvesse resposta rápida. Alguns chegaram a pedir formalmente a transferência da COP30 para outra sede.

O governo brasileiro, confrontado com essa situação, se mobilizou. Firmou acordos com hotéis, articulou o uso de navios de cruzeiro com cerca de 6 mil leitos, ampliou alternativas como escolas, motéis, igrejas e a temida “Vila COP”, e manifestou o compromisso de apresentar um plano de mitigação até 11 de agosto.

Apesar disso, os efeitos permanecem preocupantes: consultas à nova plataforma de reservas mostram valores entre US$ 360 e US$ 4 400 por noite, além de quase 2 000 pessoas em lista de espera. O temor de exclusão de países e da sociedade civil cresce: se apenas os setores mais ricos conseguirem garantir hospedagem, a COP30 corre o risco de se tornar um evento elitizado, prejudicando sua legitimidade e o protagonismo brasileiro na agenda ambiental global.

Esse contexto é ainda mais delicado dado o cenário político internacional — com os Estados Unidos retirando-se do Acordo de Paris —, o que torna essencial que o Brasil conduza a COP30 de maneira simbólica e eficaz. Se falhar em garantir acesso equitativo, pode implicar em retrocessos diplomáticos e ambientais, perdendo uma oportunidade decisiva de reafirmar sua liderança e compromisso climático.

Em síntese, a COP30 já enfrenta um adversário real antes mesmo de começar: a incapacidade logística de oferecer hospedagem digna e acessível. Se os riscos — desde desertores até críticas globais — não forem contidos, o evento pode falhar em sua intenção mais básica: ser uma plataforma inclusiva para o futuro climático.

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