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Ricardo Minc – Coronavírus contamina diretamente a indústria criativa

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Quando surgiu na China há aproximadamente dois meses o coronavírus parecia ser apenas um vírus que afeta a saúde das pessoas e que teria vida curta. O que não se imaginava é que ele se espalharia pelo mundo rapidamente e que desse modo modificaria a economia mundial em tão curto espaço de tempo. Em termos de Brasil, só para exemplificar,depois do surgimento da epidemia, a balança comercial apresentou um déficit de US$ 1,745 bilhão, que foi o primeiro período no vermelho desde janeiro de 2015. Por outro lado, toda semana a mídia anuncia um evento que está sendo cancelado em razão do medo de contaminação.

Esse cenário tem atingido em grande escala a indústria criativa, composta por agências de propaganda, de live marketing e toda a cadeia de fornecedores que dependem desses eventos para cumprirem suas metas anuais de faturamento. Desse modo, não sem razão, a preocupação tem tomado conta dos executivos que vivem um momento de dúvida e preocupação. No entanto, a questão que fica é: como amenizar esse problema? O que fazer com os eventos que já estavam em fase de execução? Quem assume o prejuízo real?

A verdade é que com os projetos já em andamento não existe o que se fazer, a não ser torcer para que essa fase seja realmente passageira e termine o quanto antes. Nesse campo os cientistas têm trabalhado para tentar conter a escalada do vírus que, apesar do epicentro ocorrido na China, já se tornou mundial.

Do ponto de vista do futuro, o que os dirigentes e produtores de eventos precisam ter em mente é que esse prejuízo poderia ter sido evitado apenas com a contratação de uma apólice de seguros. Isso porque existem seguros específicos para o setor que protegem esse tipo de questão, com cobertura exclusiva. As apólices ainda contam com coberturas customizadas para o segmento reduzindo a enorme complexidade na sua contratação, em linha com as exigências do mercado.

Vale ressaltar que mesmo antes do surto não eram todas as apólices que cobriam doenças transmissíveis e ou epidêmica. Para essa cobertura sempre foi necessário a negociação a parte. O ideal é perguntar ao seu agente ou corretor se você pode comprar um endosso para adicionar à sua apólice de seguro de cancelamento de evento para cobrir o cancelamento de um evento devido a uma doença transmissível.

Mesmo assim, antes do surto as taxas cobradas para Feiras, Congressos era muito baixa em torno de 0,1% ou seja, muitos eventos no exterior possuem tais coberturas, inclusive as olimpíadas de Tóquio que foi adiada para 2021.

A verdade é que a contratação de seguro de maneira rotineira exige uma mudança de paradigma. O ponto principal é que a agência que se preocupa com a contratação de seguros oferece segurança para o anunciante e ao mesmo tempo, se garante quanto a possíveis prejuízos. Também existe o aspecto de que a contratação do seguro, independente do tamanho e complexidade do evento, transfere para a seguradora a obrigação de pagar os possíveis prejuízos causados, pela não realização do evento, independente do motivo.

O que se precisa entender é que tem que fazer parte do planejamento dos eventos noções de proteção e transferência de riscos que estão na base das apólices de seguros. É preciso por fim ao mito de que seguro é caro. Como o próprio nome diz, o seguro tem como missão proteger e é isso que deve ser levado em consideração. Dados da Associação de Marketing Promocional (Ampro) mostram que a contratação de um seguro para eventos gira em torno de 0,4% a 1% do total do evento. Isso significa dizer que a decisão de não contar com nenhum tipo de cobertura ou proteção, com o intuito de enxugar o orçamento, pode ser entendida como sendo uma estratégia negativa.

Assim, dependendo do evento, que pode contar com coberturas adicionais, além de epidemias, os seguros podem contar com coberturas básicas que envolvem danos a equipamentos durante a montagem, instalação, utilização, desmontagem e transporte; não comparecimento de pessoas essenciais, danos causados a terceiros pelo fornecimento de comida e bebidas como Intoxicação como, por exemplo, no caso da cervejaria backer; ações de danos morais; dano, furto ou roubo a veículos de convidados ou funcionários estacionados no local do evento; danos ao conteúdo do local; danos a prédios e construções; impossibilidade da utilização do espaço do evento; danos a equipamentos e objetos em exposição; subtração de valores de bilheterias; danos corporais e materiais aos visitantes, fornecedores e artistas; cancelamento do evento devido a problemas com falta de segurança, fenômenos climáticos; tumulto, greve , impedimento de acesso , incêndios e problemas técnicos.

No caso do seguro de cancelamento a cobertura básica envolve: condições climáticas; desastres naturais; greves; atos de terrorismo; falha ao desocupar o local, por exemplo, se você cancelar o evento, mas as pessoas ainda aparecerem e deixarem de sair; falha na segurança; falha técnica; impedimento de acesso; retirada ou perda de licença; no show do artista ou palestrante; perda força de público em virtude de fechamento de aeroportos, alagamentos ou risco eminente; atraso inevitável do artista ou palestrante devido problemas fora do controle como greve nos aeroportos, fechamento de aeroportos; idem para equipamentos como atraso na entrega de equipamentos por motivos de força maior ou fora do controle do segurado.

Não é possível deixar de entender que qualquer coisa que aconteça durante a realização de qualquer evento, por lei, é responsabilidade de quem organizou. Tendo essa questão clara na mente fica bem fácil perceber o motivo para se contratar uma apólice de seguro para eventos. Afinal, além dos enormes prejuízos financeiros que um acidente ou imprevisto pode trazer à empresa, já que a organização terá que arcar com todos os custos de reparo e possíveis indenizações e ações judiciais, a imagem da companhia pode sair extremamente prejudicada após a repercussão de uma situação em que as pessoas não puderam contar com o auxílio imediato e eficiente, garantido pelos seguros.

Além disso, tem ainda o aspecto mercadológico. Diante dos problemas que podem surgir, os anunciantes acabam sendo solidários e ao contratar um seguro, o organizador do evento esta garantindo que o anunciante não terá nenhum tipo de problema, seja do ponto de vista de organização ou de imagem.

*Ricardo Minc é CEO da Affinité, corretora brasileira especializada em seguros para a indústria da criatividade e parceira operacional da Integro InsuranceBrokersLtda, uma das principais corretoras mundiais nos mercados de esportes e entretenimento com mais de 150 anos de atividade.

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Investimento em marketing mix modeling prepara big techs para mundo pós-cookies

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em

*Daniel Guinezi

Desde que as primeiras normas regulatórias sobre o uso de dados pessoais começaram a circular, em meados de 2016, as plataformas de mídia vêm se preparando para uma realidade na qual o acesso a esses dados não é mais tão facilitado. Paralelamente, profissionais de marketing e publicidade travam uma batalha antiga contra os modelos tradicionais de mensuração e segmentação de estratégias de mídia, galgados em cima das facilidades que essas plataformas vêm oferecendo até então.

Por um lado sendo pressionados a se adaptar a um mundo ainda incerto e, por outro, buscando inovar constantemente à medida que novas soluções prometem retornos sobre ativos (ROAs) cada vez mais agressivos, um fantasma paira sobre as big techs e seus anunciantes, que podem se ver lidando com bloqueios de third-party cookies no futuro: como mensurar e otimizar investimentos em mídia com o menor risco possível e de forma cada vez mais independente?

Nos últimos anos, as gigantes do setor de tecnologia Google e Meta, responsáveis pelas principais plataformas de anúncio utilizadas hoje no marketing digital, têm feito investimentos significativos em frameworks de marketing mix modeling (MMM). O Google se prepara para lançar ao grande público sua própria solução para integração e mensuração de mídia na forma do Google Meridian, em resposta à Meta, que saiu na frente com o projeto Robyn.

O Google Meridian é um framework avançado de MMM que utiliza uma combinação de técnicas de análise de dados e algoritmos de machine learning para fornecer insights profundos sobre o desempenho de campanhas de marketing, enriquecendo suas análises com fatores exógenos de venda, sazonalidade e eventos específicos de cada setor.

Já o Meta Robyn busca cruzar e analisar dados de engajamento e comportamento do usuário nas plataformas sob o guarda-chuva da Meta, como Facebook e Instagram, e vincular esses dados aos resultados de negócios das empresas. Além disso, o Meta Robyn utiliza algoritmos avançados de IA para identificar padrões de comportamento dos usuários e prever o desempenho futuro das campanhas de marketing em sua plataforma de anúncios, possibilitando análises preditivas mais detalhadas.

Em ambos os casos, a integração de dados permite uma análise abrangente do mix de marketing e uma compreensão mais completa do impacto de cada variável no lucro da empresa.

Embora esteja em alta agora, o MMM não é novidade e nem exclusividade das big techs. A ferramenta remonta às raízes da economia e da econometria, tendo sido originalmente desenvolvida para analisar o impacto das diferentes variáveis de marketing nas vendas no final do século XIX e início do século XX, quando economistas e estatísticos começaram a explorar maneiras de quantificar o impacto das variáveis de marketing nas vendas e nos resultados comerciais das empresas.

Foi durante os anos 1960 e 1970 que o MMM começou a ganhar destaque como uma técnica econometricamente sólida para analisar o mix de marketing. Com o avanço de tecnologias que favoreceram a análise de dados, o MMM evoluiu para se tornar uma solução capaz de processar um grande volume de dados com diversas variáveis e fornecer insights rápidos e precisos. Atualmente, algoritmos avançados de IA, quando acoplados a esses frameworks, podem identificar padrões complexos com uma análise mais granular e em tempo real, permitindo que as empresas otimizem suas estratégias de forma ainda mais ágil e eficiente.

Com o fim iminente dos cookies de terceiros e a implementação de leis de privacidade mais severas, como a GDPR na União Europeia, a CCPA na Califórnia e a LGPD no Brasil, as empresas que investem amplamente em publicidade online enfrentam desafios significativos na hora de trackear o comportamento dos consumidores e personalizar suas estratégias de marketing de maneira eficaz.

Isso inclui um aumento da dependência de canais proprietários, maiores lacunas de atribuição e necessidade potencial de exploração de tecnologias como single sign on e contextual targeting, além da adoção de abordagens baseadas em consentimento e transparência no uso e tratamento de dados dos usuários.

O MMM ressurge como uma solução viável para superar muitos desses obstáculos, oferecendo uma abordagem baseada em dados que não depende do rastreamento individual do usuário. A solução também visa diminuir saltos hipotéticos que, no contexto de investimentos milionários em mídia, podem, muitas vezes, comprometer tomadas de decisão altamente estratégicas devido à incerteza sobre a assertividade dos KPIs do negócio.

Nesse contexto, o marketing mix modeling emerge novamente como uma ferramenta essencial para as empresas permanecerem competitivas em suas estratégias de marketing. Com o apoio de investimentos das big techs e avanços contínuos em IA e machine learning, a ferramenta está se adaptando às demandas do mundo moderno, oferecendo uma abordagem baseada em dados que respeita a privacidade do usuário e proporciona mais segurança, objetividade e transparência nos investimentos em mídia.

*Daniel Guinezi – CEO da martech Uncover

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Por que a área de operações é essencial na adoção de IA

Publicado

em

*Thiago Carneiro

Em meio à transformação digital, a Inteligência Artificial (IA) tem tudo para ser um grande divisor de águas para as empresas. Somente em 2023, testemunhamos um aumento de 250% na adoção de IA no mercado corporativo, segundo a Statista, plataforma alemã especializada na coleta e visualização de dados. Com o “se” ficando para trás, as perguntas agora giram em torno de “quanto” custará aos cofres e “quando” a ferramenta será de fato institucionalizada nas companhias.

Pensando no futuro, as possibilidades trazidas pela IA fazem com que praticamente todas as companhias, independente de setor ou porte, explorem-a em busca de um impacto na produtividade de suas equipes e, consequentemente, nos negócios. No entanto, a verdadeira eficácia dos esforços depende de uma orquestração e mapeamento dos efeitos na geração de valor das empresas. Para que tais investimentos realmente transformem uma corporação, será necessário um olhar transversal, holístico e estratégico, algo que somente a área de Operações pode oferecer.

Com seu foco natural em aumentar a produtividade e a eficiência, o time focado nas execuções e processos assume um protagonismo para liderar a revolução da IA, assegurando que a empresa se mantenha competitiva frente ao mercado.

Como?

Com sua visão abrangente dos processos e sistemas da organização, os profissionais de Operações estão naturalmente aptos a identificar gargalos, otimizar fluxos e implementar melhorias que impactam diretamente na produtividade e na eficiência. Tal expertise, combinada à capacidade de entender como cada processo se interliga e impacta, coloca a área em uma posição de protagonismo na implementação de novas tecnologias, por mais disruptivas que sejam, como no caso da IA.

O artigo “Adapting to AI: The Role of Operations Management”, da McKinsey, corrobora essa visão. Segundo o estudo, será fundamental que os gestores de Operações desenvolvam habilidades em análise de dados, aprendizado de máquina e automação para gerenciar com maestria as novas soluções e possibilidades guiadas pela IA. Ao aprimorarem tais competências, os profissionais se tornarão líderes capazes de garantir uma transição suave e maximizar os benefícios trazidos pela ferramenta.

Na prática, a IA hoje se destaca na automação de tarefas repetitivas, como entrada de dados, processamento de pedidos e monitoramento de inventário. Com base no princípio, a área de Operações deve ficar atenta para otimizar a operação, liberando os funcionários para se concentrarem em atividades de maior valor agregado, ao mesmo tempo que aprimoram o headcount e otimizam custos em todas as esferas do negócio.

Por exemplo, chatbots e assistentes virtuais podem lidar com consultas de clientes e suporte básico, enquanto algoritmos de IA processam grandes volumes de dados transacionais em tempo real, garantindo maior precisão e velocidade nas operações diárias.

Mapa do tesouro

Não existe uma receita que entregue o passo a passo o melhor caminho para uma implementação bem-sucedida da IA. Isso não significa, no entanto, que já não exista direcionamentos importantes. Hoje, um dos materiais mais completos já disponíveis é o artigo “How AI Is Helping Companies Redesign Processes”, publicado pela Harvard Business Review.

Nele, os especialistas propõem uma abordagem estruturada em cinco etapas, onde a primeira delas passa pela identificação de áreas onde a IA pode agregar valor, como automação de tarefas, melhoria na tomada de decisões e redução de custos. Em seguida, é necessário que seja desenvolvida uma estratégia clara, alinhada aos objetivos da empresa, e um roadmap, que apresente metas de curto, médio e longo prazo, considerando aspectos como facilidade de efetivação das soluções e ROI. Ainda segundo o material, a implementação deve ser gradual, integrando as soluções aos sistemas existentes e oferecendo treinamento aos funcionários. Por fim, o monitoramento e avaliação de desempenho das ferramentas deve ser constante, ajustando a estratégia conforme necessário.

A eficiência sobre o uso da IA, no entanto, vai além da sequência apresentada acima, dependendo muito da atuação de equipes multidisciplinares que combinem expertise em operações e tecnologia.

Futuro na porta

Em meio aos desafios e incertezas da era digital, as empresas que se anteciparem e conquistarem uma adoção segura da IA, com foco na geração de valor, tendem a ficar à frente da concorrência. A área de Operações, com sua visão holística, expertise em processos e capacidade de otimização, se configura como uma peça central neste tabuleiro.

Portanto, chegou a hora das empresas repensarem suas operações e identificarem as oportunidades que a IA disponibiliza para agregar valor e otimizar processos. Aqueles que abraçarem essa causa agora, têm tudo para transformar desafios em oportunidades e inovação em realidade.

*Thiago Carneiro – Diretor-executivo de operações e tecnologia da iD\TBWA

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