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O mundo pede CRIATIVIDADE em caixa alta ou será que eu estou GRITANDO?

Por Dil Mota
Eu sempre digo que a língua portuguesa perdeu muito quando tirou o acento da palavra ideia rs. Retórica a parte, falo de algo que vem preocupando muito no mercado: uma anemia criativa vem sendo vista em muitas empresas, em muitas equipes e em muitos profissionais. Efeito rebote da pandemia? Angústia existencial entre o trabalho remoto ou presencial? Cansaço? Esgotamento? Ou um momento de uma crise criativa (já muito comentada pela publicidade), com o risco enorme do commodity, das entregas padrões, do pouco esforço, do “tirar da frente” e tudo isso em um mundo de concorrências “estranhas”, briefings pouco desafiadores e a busca enlouquecida do mercado em retomar seu ritmo de crescimento depois do grande buraco deixado pelo período agudo da covid.
Existe um sentimento em muitos empresários e gestores, de que seus criativos não estão entregando na intensidade que gostariam. Os criativos por sua vez, podem alegar que depois de muito tentarem trazer coisas inovadoras, se vergaram a realidade das planilhas e da busca por rentabilidade. Ou aceitaram finalmente que seu processo criativo é aberto e que muita gente vai palpitar e as vezes dizer pra eles o que devem criar ou não.
A gente sabe que vivemos tempos dos processos criativos muito abertos e que buscam mais pertencimento do que realmente a busca das melhores ideias ou uso das melhores pessoas para isso. E claro, enquanto se mantém a máxima de que “todos são criativos” e que “ideias, até o nosso querido tio do café pode dar”, a gente achata um processo e acaba desvalorizando pessoas chave no sucesso dos negócios dentro da economia criativa e para quê?!
Não existe o lado certo ou errado, mas se a gente está perdendo viço, precisamos dar um jeito, dar uma cutucada, energizar, vitaminar e entender onde está o problema.
Sílvio Meira, diz com uma propriedade estonteante: “Ideia qualquer um tem. Ideia boa, com algum esforço, quase toda gente é capaz de ter. Ideia boa e realizável já é algo menos comum, mas, ainda assim, longe de ser uma raridade. Ou seja, valorizamos muito o conceito de “ideia”, como se fosse algo importante em si mesmo. Mas raro, raríssimo, quase uma pérola negra ou um diamante de 3 mil quilates, é encontrar quem é capaz de por uma ideia de pé”.
É isso! Todo o sistema de construção de uma ideia ou atendimento de um briefing, é um grande ecosistema onde todo mundo tem seu papel – que também é criativo, entre outras coisas – mas é justamente talvez aqui que reside um grande problema: porque tanta gente palpitando em um processo que tem pessoas profissionais e especializadas para isso? Porque não se definem os trilhos, as rotas ou existe um tipo gestão que deixe claro que cada um faz o seu e desde que estejam se direcionando para o mesmo lugar, tudo vai dar certo. Falta regência criativa. Um maestro que controle o virtuosismo de cada músico e faça todo mundo tocar em função da partitura e da obra que está sendo apresentada.
A insistência em modernizar processos com não processos; do “não posicionamento” que em si, já é um posicionamento; de horizontalizar quando as pessoas precisam da orientação vertical e de deixar tudo mundo junto, fazendo a mesma coisa (opa, aqui abro um parênteses, porque não é tudo, né?! Todo mundo quer fazer parte do “rolê” do criativo, seu momento e a hora onde ele pode usar seu talento, mas ninguém chama ele para participar de nenhum outro processo), acabamos criando aquele corpo de bombeiros onde todos sempre apagam juntos o mesmo fogo e não sabem se dividir para atacar focos distintos.
Ok, sei, conheço, sou e faço a gestão de criativos há mais de 25 anos, sei que não é simples, as vezes não é fácil e a linha de pensamento é muito diferente do restante da agência, mas dentro deste mundo tão diverso, participativo, imersivo, inclusivo, empático e que busca equidade e pertencimento, será que não estamos esquecendo de olhar os criativos com um olhar e gestos que protejam mais a sua essência? Eu já participei de brainstormings com cerca de 20 pessoas, qual é a chance disso dar certo? Acredite, criatividade não é e não pode ser tão democrática, participa do processo quem acrescenta e não quem quer se sentir empoderado pela “cachaça” criativa. Como eu cheguei a dizer muitas vezes para “pseudo criativos” nestes tipos de reuniões: “Sua ideia é ótima, pena que tem briefing”.
Estava lendo a coluna do sempre ótimo Gustavo Bastos, no Propmark. Ele, que é CEO e CCO da agência independente 11:21 tem uma história incrível com sua agência trazendo um resgate da boa publicidade, com textos afiados, muito bem escritos e de uma criatividade, para não perder o storytelling, maiúscula.
Mas por mais que ele merecesse uma coluna falando de um verdadeiro case chamado Cerveja Rio Carioca e que recomendo sem moderação, hoje queria falar exatamente da sua coluna que se chama ARTE ALL TYPE, comentando como em uma viagem a Londres pode ver como os anúncios ALL TYPE voltaram a ser moda, tendência ou até reassumiram um papel que lhes foi negado por décadas: o protagonismo.
Afinal, faz tempo que a gente vive de anúncios e comunicação extremamente centrada na imagem, com textos cada vez menores, do tamanho de uma assinatura. E onde mais do que criatividade, se busca mais o poder da síntese.
Queria aproveitar este conceito ALL TYPE para questionar exatamente isso: será que sua agência, seu time ou você mesmo como profissional, é alguém que se escreve em caixa alta? É maiúsculo ou está sucumbindo a se aceitar como minúsculo, caixa baixa, em corpo bem pequeno, fugindo do embate e do desafio, e apenas “deixando a vida me levar, vida leva eu”?
Porque uma coisa é clara, estamos aqui neste mundo e principalmente neste mercado para fazer a diferença, para nos destacar e não podemos jamais perder essa chama criativa. Mesmo que as vezes a agência, o cliente, o briefing ou a estratégia seja ser menos para ganhar mais.
Você, que é gestor ou empresário, olhe tudo isso com mais cuidado, porque em um mundo com tanta preocupação (correta) com as pessoas, quando a gente vai contra a “alma criativa”, a gente faz estes profissionais adoecerem, ficarem chatos, tristes, deprês, desolés e deixarem de guiar nesta estrada da vida, apenas aceitando serem passageiros e é justamente aí que vocês não vão encontrar a qualidade e o empenho que esperam.
Acho que vale uma reflexão:
Não devemos nos vergar à incompetência dos que pensam MENOS, porque o mundo precisa é de quem PENSA MAIS!
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FutureBrand São Paulo lança ‘Tá Quente, Brasil! 2025″

A FutureBrand São Paulo, consultoria de branding do McCann Worldgroup/IPG, acaba de lançar a segunda edição do Tá Quente Brasil! 2025, levantamento proprietário que mapeia o que está em alta no país. O mapeamento cultural, que contou com o apoio da Timelens para captação de dados, aborda os movimentos que estão moldando a visão e as atitudes dos brasileiros. Foram identificados mais de mil sinais comportamentais, a partir de uma ampla rede de coleta em diferentes regiões do país, reunindo 246,5 milhões de buscas no Google, 2,9 milhões de perfis analisados em redes sociais e 22,6 milhões de menções.
“Mais do que medir o que é relevante, o material apresenta oportunidades para impulsionar negócios país afora, a partir da interpretação estratégica de informações, análise comportamental e mapeamento de sinais criativos”, acredita Ewerton Mokarzel, CEO da FutureBrand.
A pesquisa revela quatro grandes contradições que traduzem o atual momento brasileiro e apontam novos caminhos de conexão e oportunidades para as marcas: Brasil Global x Brasil Local; Brasil da Esperança x Brasil do Desespero; Brasil dos Afetos x Brasil dos Desafetos; e Brasil Público x Brasil Privado.
O levantamento tem como ponto de partida o comportamento dos consumidores brasileiros, a fim de identificar maneiras para marcas criarem vínculos dentro do contexto atual. Entre os principais temas estão meio-ambiente, música, família, religião e finanças. “A partir desses assuntos, as marcas podem entender as oportunidades de negócio, e aproveitá-las de forma assertiva”, complementa o CEO da FutureBrand SP.
O report completo pode ser baixado neste link.
Gente
Paula Munhoz é a nova diretora de marketing de chocolates da Nestlé

A Nestlé Brasil anuncia a promoção de Paula Munhoz como nova diretora de marketing de chocolates. A executiva, que está há 16 anos na empresa, será responsável pelas marcas Nestlé e Garoto. Paula substitui Tatiana Perri, recém promovida para a liderança de CPW Brasil, a divisão global de cereais matinais da empresa.
Paula iniciou carreira em marketing corporativo e mídia, passando por áreas como comunicação corporativa, Nestlé Health Science, Nutrição e CPW, o que contribuiu para seu desenvolvimento e liderança. Em 2022 assumiu a posição de gerente executiva de CPW e respondeu pelo reposicionamento de várias linhas de produtos, conquistando o Prêmio TOP of Mind na categoria e transformando o portfólio com lançamentos relevantes, exposição para novos públicos, além acelerar o crescimento e a liderança da categoria.
“Sigo motivada para transformar estratégias em resultados por meio da inovação centrada no consumidor e do trabalho colaborativo. Estou pronta para assumir este novo desafio na divisão de chocolates e contribuir para o crescimento sustentável dos negócios”, afirma Paula Munhoz.








