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Alexis Pagliarini

O mercado de eventos B2B se mobiliza em torno de ESG

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No último dia 5 de agosto, a UBRAFE organizou o CEO Weekend, reunindo no Hotel Fazenda Campo dos Sonhos, em Socorro, os principais executivos das empresas associadas para uma discussão em torno das práticas ESG. Estavam presentes executivos de promotoras, venues, montadoras e de prestadores de serviços ligados ao setor de eventos, principalmente Feiras e Exposições. Eu fui convidado a contribuir com a discussão e também lá estive.

O hotel que sediou o encontro não for escolhido por acaso. O Campo dos Sonhos se destaca pela sua preocupação com os aspectos sustentáveis e de inclusão, tendo recebido diversas premiações, criando o ambiente ideal para os convidados que, além do dia de discussão, pudessem curtir o fim de semana de integração junto com suas famílias e colegas de mercado. Sob a coordenação sempre competente do diretor executivo da entidade, o PO, a discussão foi objetiva e pragmática, elencando pontos focais factíveis para que a UBRAFE sinalize ao mercado metas concretas do setor em torno da agenda ESG.

Ainda há um bom trabalho pela frente, mas espera-se que, no seu devido tempo, a entidade apresente ao mercado suas metas e compromissos vinculados às práticas ESG. Os primeiros pontos discutidos foram relacionados à formalização das relações entre contratantes e contratados, com ênfase para a força de trabalho envolvida nos eventos B2B. Há uma preocupação evidente com a formalização total de contratações, além do respeito às condições dignas de trabalho de todos os envolvidos e de um esforço de inclusão de minorizados e sub-representados. A busca é pela legalização e diversidade ideal, sem jeitinhos ou quebra-galhos. O setor alcança níveis de excelência no Brasil e não pode conviver com a informalidade ou o desrespeito a qualquer das partes interessadas.

Na questão ambiental, há diversos pontos em discussão relacionados à gestão de insumos e resíduos. Enquanto que, no exterior, há um grande foco na questão da energia, este não é um ponto que merece atenção especial por aqui, já que, sabidamente, o Brasil tem uma matriz energética exemplar, com mais de 80% da eletricidade gerada por fontes sustentáveis. É claro que as metas contemplarão o uso racional de energia e também da água, mas estes não são os pontos de maior preocupação. Já os resíduos, sim, são um ponto de atenção máxima e o esforço se dará para sejam implementadas práticas de redução e de gestão de destinação adequada, se possível gerando receita para instituições sociais.

Entre as metas discutiu-se a necessidade de mitigar e neutralizar todo o impacto gerado pelos eventos. Há ainda a intenção de que os eventos, como meio de engajamento que são, cumpram também o papel de divulgar as melhores práticas e estender sua atuação em benefício às causas sociais. Pela liderança e abrangência da UBRAFE, a iniciativa é louvável e será fundamental para levar o setor a outro patamar de profissionalismo e responsabilidade social.

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Alexis Pagliarini

A avalanche IA

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É sempre assim: toda inovação disruptiva tem um primeiro momento de ceticismo ou uma reserva cuidadosa. Será que é pra valer mesmo? Lembra-se do metaverso? Ou antes mesmo: a Second Life. Lembra? Parecia que iríamos viver mais num universo paralelo, virtual, do que na nossa vida real, cheia de desafios.

O tempo passou e hoje mal falamos de metaverso, muito menos de Second Life. Embora seus recursos estejam sendo aplicados aqui e ali. E aí veio a tal da Inteligência Artificial. Parecia mais um roteiro de ficção: bilhões/ trilhões de dados sendo manipulados para gerar outros dados, a serviço de quem os comandam. Que louco! Será que vai pegar? Antes mesmo de terminar a pergunta, vemos uma avalanche de utilizações baseadas em inteligência artificial. E não para: todos os dias vemos novas e surpreendentes utilizações. Outro dia, numa reunião online, os primeiros a entrar foram assistentes virtuais, que acompanham a reunião para dar um suporte posterior aos usuários de carne e osso, lembrando os principais pontos discutidos, fornecendo alternativas de follow-up.

Eu passei a usar a IA Generativa para pesquisas, textos e imagens e às vezes me sinto meio que “roubando no jogo”. Posso considerar que um texto gerado por mim com o auxilio da IA é mesmo de minha autoria? Sim, é! Primeiro, porque sem um prompt muito bem formatado, não sai coisa boa. Segundo, porque a ideia do tema, o julgamento e a responsabilidade do material gerado são meus. Por via das dúvidas, tenho acrescentado a informação de que houve auxílio de ferramenta de IA para o material gerado (seja texto ou imagem). Uma coisa é certa: IA veio para ficar e vem mudando drasticamente estruturas dentro de empresas early adopters.

Com essa constatação, dois grandes pontos afloram de forma inescapável: 1- Isso tudo será bom ou ruim para as pessoas? Quando digo pessoas, penso nas pessoas físicas, naqueles que perderão seu emprego, substituídos por máquinas. 2- A questão ética. Os dados e as imagens não são gerados do nada, eles são fruto de uma manipulação de bilhões de outros dados, coletados de diversas fontes, muitas vezes sem autorização. Não à toa, os grandes veículos de comunicação estão reivindicando remuneração pelo uso de suas matérias, arduamente desenvolvidas para um fim específico de informar pessoas com credibilidade.

Responder à primeira pergunta não é fácil, mas podemos resgatar a história e constatar que os empregos perdidos pela inovação são substituídos por outros decorrentes da própria inovação. Assim, é previsível que tenhamos novas funções, tais como CPO (Chief Prompt Officer), especializados na formatação de prompts. Ou estrategistas de IA, que identificam oportunidades de uso de IA para diversas soluções. Ou ainda o analista de conteúdo IA, que deverá checar a pertinência e a veracidade das informações geradas por IA. Ouvi uma vez, de um palestrante no Cannes Lions: “Você não será substituído por uma máquina, mas por alguém que saiba lidar com elas melhor do que você”. É isso!

Já a resposta para a segunda pergunta é mais complicada. A IA não gera resultados totalmente idênticos aos coletados. Ela leva em conta os dados, mesclando-os de forma inteligente para formatar novas respostas. Sendo assim, é difícil identificar quais dados foram utilizados na geração de um novo conteúdo ou uma nova solução. Daí a dificuldade de se questionar a autoria da nova informação gerada. De qualquer maneira, o que esperamos é que a IA seja utilizada para o bem e melhore a vida das pessoas.

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Alexis Pagliarini

Esperança

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Estive na Bienal do Livro. Desta vez, foi especial: fui coautor de um livro sobre ESG (ESG nos Eventos) e tivemos nossa noite de autógrafos lá. Chic, não? O livro é uma iniciativa da Conecta Eventos, do incansável Sergio Junqueira, que reuniu cabeças complementares, conseguindo viabilizar um livro bem completo sobre o tema.

A mim, coube tratar dos conceitos e história da sigla ESG, até chegar na aplicação em eventos. Mas, neste artigo, gostaria de me ater ao evento Bienal do Livro, em si. Tenho uma relação especial com a Bienal. Anos atrás, contratado pela RX e a própria Bienal do Livro, liderei um processo de Design Thinking para o evento. Reunimos os principais stakeholders do evento para, em um dia, realizar um profundo brainstorming, ao estilo Design Thinking. No final do dia, tínhamos insights preciosos, que consolidei para apresentar à diretoria da Bienal, visando melhorar a experiência do público no evento. As melhorias foram aplicadas e o evento continua atraindo um público enorme.

E aí vem a minha reflexão principal deste texto. Quem bom ver um evento dedicado ao livro ter tanto sucesso no Brasil. Não há dúvidas de que o caminho para elevação da qualidade de vida de uma sociedade é a educação. Ver crianças, jovens e adultos lotando os corredores do evento é, portanto, uma sensação alvissareira. Não podemos nos enganar. A Bienal, apesar do grande público presente, é uma amostra pequena.

Ainda temos problemas crônicos com o desenvolvimento educacional no Brasil. Ao longo dos últimos anos, ao invés de progredir, regredimos nos indicadores internacionais relacionados à educação no Brasil, como um todo. Mas é reconfortante ver esse interesse pela leitura. Uma das compradoras do nosso livro, que foi pegar seu autógrafo, estava com a filha de 13 anos, que diz ter lido nada menos de 30 livros este ano. Wow! Confesso que estou muito aquém disso.

No dia a dia, temos tanta leitura profissional a cumprir, que não resta muito tempo para uma leitura não obrigatória, prazerosa. Tenho um backlog de leitura enorme, com livros que pretendo ler, mas vou adiando. Mas, de qualquer maneira, cumpro um ritual de aprimoramento constante, que me obriga a ler estudos, artigos e referências todos os dias. Então, leio muito, embora restrito ao campo profissional.

Mas, hoje, estou com uma sensação de esperança. A esperança de ver brasileiros lendo mais, esquecendo a polarização ridícula que vem nos assolando e simplesmente se aculturando, deixando de ser vítimas de influência perniciosa da opinião de oportunistas, que se aproveitam dessa falta de educação (no sentido mais amplo do termo) para incutir falsas verdades. Vou nutrir essa minha esperança, dando minha modesta contribuição, escrevendo e ampliando conhecimento em temas que me especializo. A esperança está na educação!

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