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O consumidor mudou. E sua marca, também?

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O consumidor mudou. E sua marca, também?

Se o estudo do comportamento do consumidor sempre foi uma ferramenta importante para o crescimento das empresas e para atuação dos profissionais de marketing, em tempos de centralidade no cliente e busca por ações mais significativas no plano da experiência, tal análise se tornou indispensável sendo, de fato, uma das bases de nosso mercado ágil e movido por disrupções.

Neste sentido, analisar os efeitos do contexto presente nas tendências de consumo e seus efeitos na construção do ambiente mercadológico do futuro é um passo-chave dentro do desenho de estratégias de marketing pensadas com foco no reaquecimento do mercado que começa a dar seus primeiros sinais com o crescimento do PIB e deve se intensificar em um cenário de pós-pandemia.

Pensando em tudo isso, analisei algumas pesquisas que abordam as mudanças no comportamento do consumidor e que indicam um norte para que as empresas saibam se posicionar em um mercado que, definitivamente, está consolidando novos conceitos e paradigmas nas relações de compra, nas formas de se informar, consumir e de se relacionar com marcas e produtos.

 

Prosumers, comunidades digitais e empoderamento

A partir do estudo de dados do mercado, uma primeira tendência que se pode identificar claramente é a consolidação do empoderamento do consumidor na perspectiva de um ambiente de consumo cada vez mais voltado para o digital. E esse empoderamento se reflete, por exemplo, na figura de consumidores que também são produtores de conteúdo relevante sobre marcas e de influenciadores que assumem um papel relevante nas estratégias de marketing digital.

Sobre este ponto, o levantamento “Trends: Comportamento do Consumidor 2021”, realizado pela agência SA365, aponta, dentre outros fatores, a expansão da cultura de criadores de conteúdo, das comunidades digitais para a troca de impressões e feedbacks sobre produtos e serviços, do aumento da busca por resenhas e avaliações na web.

Vale reforçar que tal tendência – a qual, aliás, se relaciona diretamente o conceito de prosumer (consumidores que são, ao mesmo tempo, produtores de conteúdo e de insights; e que podem, inclusive, atuar como pontes de distribuição de produtos e serviços) – não nasceu do dia para a noite.

Já em 2018, o estudo “Importance of Online Product Reviews from a Consumer’s Perspective”, apontava que os reviews de produtos eram considerados fatores de decisão para 74% dos consumidores e que 85% deles analisam avaliações na web (positivas e negativas), antes de realizar uma compra.

Com isso, do ponto de vista do marketing, todo o empoderamento do consumidor abre espaço para uma série de caminhos nas estratégias de marketing – da construção de cases reais que podem ser utilizados em estratégias de inbound e fortalecer a confiança de uma marca com o mercado a construção de parcerias inteligentes e bem planejadas com produtores de conteúdo e influenciadores.

Tecnologia, digitalização e User Experience

Um segundo pilar nas tendências de consumo para este ano e para a retomada do mercado envolve, como adiantei acima, a consolidação do digital como um ambiente protagonista nas estratégias de marketing, relações de compra e na base para a criação de experiências relevantes de consumo.

Neste sentido, a ampla pesquisa Deloitte Global Marketing Trends Consumer Pulse, indica que 63% dos consumidores usarão mais plataformas digitais mesmo em um cenário pós-pandemia.

Reforçando esta perspectiva, já em 2020, conforme a pesquisa Webshoppers, o e-commerce cresceu 41% (maior alta desde 2007), enquanto os gastos com delivery tiveram expansão expressiva de 149% no ano passado (segundo dados da startup Mobilis). Todo esse crescimento, somado a maior familiaridade do brasileiro com o ambiente deve reforçar a busca por praticidade, canais de atendimento ágeis e, novamente, o reforço das estratégias de marketing digital.

Estes pontos, por sua vez, caminham em conjunto com uso de novas tecnologias que apoiam os profissionais de marketing e das áreas de customer success na construção de experiências mais fluidas e imersivas na web.

Dentro deste contexto, o “Trends: Comportamento do Consumidor 2021” apontou tendências que vão da expansão do uso de QR Codes para pagamentos e diferentes formas de interação com marcas ao uso de realidade aumentada e de provadores virtuais para a interação/experimentação de produtos.

Diante de todas estas perspectivas, a busca central deve ser guiada pela melhoria da experiência de usuários no ambiente digital. Não por acaso, segundo a Deloitte, plataformas, aplicativos e soluções preocupadas com o design – e consequentemente, com a usabilidade de suas ferramentas – tem apreço 66% maior dos consumidores.

Consumo responsável e acessibilidade

É importante destacar, ainda, que as mudanças no perfil do consumidor contemporâneo envolvem também uma expansão da consciência para questões como o consumo responsável e empatia tecnológica.

Voltando a Trends: 2021 da agência SA365, foi identificado o aumento da preocupação com causas sociais, com o posicionamento das empresas diante de crises e com questões ambientais. Tal ponto, em paralelo, exige uma estratégia de comunicação e de marketing mais ativa das marcas, no sentido de reforçarem seus próprios valores.

E os rumos deste futuro incluem a chamada empatia tecnológica e o respeito a acessibilidade digital; pautas, hoje, que interessam a toda sociedade, sobretudo diante da expansão das relações de consumo na web. Neste sentido, a busca pelo termo “tecnologias acessíveis”, por exemplo, cresceu 170% no ano passado, conforme relata o Google Trends.

Tais perspectivas, por fim, indicam, a meu ver que, atualmente, contar com bons profissionais de marketing ou somente bons produtos, por si só, são ações que não bastam. Os consumidores estão interessados no que sua marca tem a dizer, no que ela pode fornecer em termos de conhecimento para o empoderamento dos clientes, em seu posicionamento sobre questões sociais importantes.

São reflexos que, enquanto profissionais, precisamos absorver para que possamos criar relações de proximidade com agentes que, ao mesmo tempo, querem praticidade, informação e transparência das marcas, produtos e serviços que escolheram, com cada vez mais critério e autonomia, consumir.

 

*Janine Motta é Comunicóloga, Jornalista e Profissional do Marketing, Mestra em Web Analytics e pós-graduanda em Marketing pela USP. Atualmente é Gerente de Marketing da Docket.

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Como as marcas devem se preparar para a Black Friday?

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*Monique Areze

Segundo uma pesquisa da Wake, em parceria com a Opinion Box, 32,5% dos brasileiros iniciam o monitoramento de preços já no final de julho com foco em aproveitar as melhores ofertas durante a Black Friday. Se a antecipação é um ponto importante para o público, a retórica também se faz necessária para as empresas.

 

Diante de um cenário cada vez mais competitivo, as marcas que desejam ter êxito na campanha de Black Friday, marcada para o dia 29 de novembro neste ano, precisam fazer um planejamento detalhado e se atentar aos mínimos detalhes.

Entre os maiores obstáculos enfrentados estão questões como logística, gestão eficiente dos estoques e o treinamento das equipes perante o volume elevado de atendimento e solicitações. Isso porque a Black Friday é uma data em que o atendimento ao cliente tem um papel crucial na jornada de compra. Um trabalho voltado a esses três elementos em conjunto tende a ser o grande diferencial para que as marcas consigam manter uma experiência fluida e positiva junto aos consumidores, desde o primeiro contato até o pós-venda.

Nesse caso, estamos falando de três pilares operacionais: planejamento estratégico, atendimento ao cliente e capacidade de execução.

Por isso, a organização para a data precisa abranger toda a logística, metas e ações de marketing do negócio, com definição clara das estratégias para que os objetivos sejam atingidos. Já o atendimento eficaz e rápido traz um diferencial desejado pelo público em um contexto onde ele busca respostas e soluções ágeis. A competência funcional, por sua vez, envolve garantir estoques adequados, uma logística de entrega eficiente e o uso de tecnologias para suportar um grande volume de transações.

Além das questões operacionais, a criação de campanhas de marketing voltadas à Black Friday, por meio de uma comunicação clara e objetiva ao público-alvo, é outro elemento fundamental. Impulsionada pelo uso de soluções de automação e personalização, as ações representam um diferencial significativo, já que permitem uma melhor segmentação do público, um fator que possibilita o envio de ofertas mais atraentes e direcionadas.

Aliás, o uso de automação não deve ser limitado ao marketing. A criação de um FAQ destinado a elucidar questões comuns para a Black Friday, como prazos de entrega, políticas de troca e devolução, formas de pagamento, além de canais automatizados para atendimento, ajuda a aliviar a sobrecarga nas equipes e, ao mesmo tempo, acelera os esclarecimentos aos consumidores. Sem contar que o recurso melhora a experiência do cliente e permite que os times priorizem somente os casos que exigem, de fato, uma solução humana.

A verdade é que as empresas que investem em um detalhado planejamento, utilizam a tecnologia de forma inteligente e proporcionam uma experiência de compra fluida saem na frente na briga pela conquista da confiança do consumidor. Num cenário competitivo, superar o óbvio e surpreender o cliente é o verdadeiro diferencial. Até porque, no final das contas, o que se constrói na Black Friday é o valor da marca e a fidelidade. Isso certamente é mais importante do que o faturamento momentâneo.

*Monique Areze – COO do Grupo Duo&Co

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A Influência dos eventos esportivos na liderança executiva: a paixão pelo esporte como motor de impacto

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*Denis Tassitano

O esporte sempre exerceu uma influência significativa na sociedade, ultrapassando barreiras culturais, linguísticas e econômicas. Além de sua capacidade de entreter, tem o poder de moldar lideranças, inspirar valores e promover a inovação.

Quando penso na prática esportiva, especialmente em contextos competitivos, vejo como ela ensina lições valiosas que vão além das quadras e campos. Disciplina, resiliência, trabalho em equipe e tomada de decisões rápidas são apenas algumas das habilidades que podemos levar para o mundo dos negócios. Embora esporte e mundo corporativo possam parecer mundos distintos, há uma conexão poderosa entre o desempenho em um e a liderança no outro.

Um estudo da Harvard Business Review revelou que líderes que praticam exercícios regularmente têm maior capacidade de liderança, especialmente em situações de pressão. Eles desenvolvem uma maior resiliência, tomando decisões difíceis com mais confiança e menos estresse. A pesquisa ressalta que a prática esportiva não só promove a saúde física e mental, mas também impacta diretamente o desempenho profissional, evidenciando como o engajamento pode fortalecer a eficiência na liderança.

No entanto, não é apenas a parte técnica que faz a diferença. A influência do meu pai me transmitiu soft skills essenciais. Aprendi a importância de lutar até o fim, a criatividade para arriscar sem medo de errar e a dedicação de trabalhar duro pelo bem do time, sempre mantendo lealdade, ética e um bom humor que ajuda a manter o ambiente leve, mas competitivo.

Um dos meus livros de cabeceira sobre liderança é “11 Rings: The Soul of Success” do ex-técnico Phil Jackson, multicampeão pelo Lakers e Chicago Bulls. Também sou fã dos ensinamentos de Jürgen Klopp, que liderou equipes como Liverpool e Borussia Dortmund. Esses exemplos ilustram como princípios de competição se aplicam à liderança. Tanto no ambiente competitivo quanto na vida, lidar com pessoas e diversidade é fundamental, e poucos contextos são tão heterogêneos quanto uma equipe de basquete ou futebol. Essas experiências ensinam a valorizar as diferenças e a trabalhar em conjunto para alcançar objetivos comuns.

Cada vez mais, é evidente que a melhor maneira de conectar pessoas é por meio de experiências compartilhadas. O esporte tem esse poder de oferecer vivências únicas, combinando o lúdico, a paixão e a diversão com uma série de outras emoções que nos unem como seres humanos, especialmente em culturas como a latino-americana, movidas por sentimentos intensos.

Hoje, as competições esportivas ultrapassam o simples caráter competitivo e se transformam em polos de entretenimento, onde o networking floresce em um ambiente de diversão e exclusividade. Esses eventos criam laços que vão além do escritório, oferecendo acesso a experiências premium e exclusivas.

Uma das maiores lições que aprendi nesse universo é a importância do equilíbrio. Muitos atletas de alta performance enfrentam dificuldades para encontrar estabilidade após suas carreiras, o que destaca a necessidade de buscar atividades externas que promovam saúde e bem-estar, também no ambiente empresarial. Reconhecer a importância de equilibrar a vida profissional com práticas que nutrem o corpo e a mente é fundamental para um desempenho sustentável e uma vida plena.

Faço um chamado a outros líderes que ainda não exploraram a influência das atividades esportivas em sua liderança e networking: mergulhem nessa paixão. Elas não só fortalecem habilidades de liderança, mas também oferecem um caminho para conexões genuínas e duradouras. Reflitam sobre como os valores esportivos podem inspirar uma liderança mais eficaz e transformadora. Essa paixão pode ser o motor que impulsiona sua carreira e a transforma em algo verdadeiramente impactante.

Denis Tassitano – Cofundador da Best In Black e vice-presidente da SAP Concur.

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