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Leila Kupferman Castello – Gestão de Pessoas no Live Marketing: transformando potencial em resultados

Por Leila Kupferman Castello
O que evoluiu no segmento de Live Marketing em relação ao tema Gestão de Pessoas?
Há alguns anos quando se falava de “Gestão de Pessoas”, no segmento de Live Marketing, era falar de um tema pouco explorado entre as lideranças: feedback, competências, habilidades, atitudes, pontos fortes, pontos fracos, plano de desenvolvimento individual (PDI) ou plano de desenvolvimento de lideranças (PDL), plano de carreira, mapeamento de talentos, pouquíssimas agências abordavam estes conteúdos.
Qual a razão de temas extremamente explorados e desenvolvidos em outros segmentos, não serem prioridade nas agências?
Uma das principais razões é que poucas tinham área de Recursos Humanos com atuação em Desenvolvimento Organizacional, com foco em Pessoas e com o olhar na Estratégia do Negócio.
Este cenário mudou, o segmento de Live Marketing teve um crescimento muito acentuado nos últimos anos, cada vez mais sente-se a necessidade de investimento no potencial dos colaboradores, preparar melhor os gestores, que, na maioria das vezes, ocupavam esta posição por competências técnicas e poucos sabem sobre obter resultados por meio de outras pessoas.
Acompanhei o crescimento da área de RH nas agências, comitês de profissionais especializados nesta área, começavam um movimento de fortalecimento, chegaram à AMPRO com objetivo de ampliar atuação, ganhar força e visibilidade, atuar na estratégia das agências, ter relevância e sair dos bastidores operacionais.
Conceitos de coaching aplicados ao desenvolvimento de competências de lideranças já fazem parte do planejamento anual e do budget dos RHs em algumas agências.
Identificar pontos fortes, explorar recursos internos e externos para transformar todo potencial do profissional em resultados efetivos e adequados aos desafios de cada função é o papel das lideranças e que começam a atuar como Líder Coach, apoiados as estratégias e objetivos do negócio.
Ao incorporar o Coaching ao seu trabalho, as Lideranças têm ainda mais chances de alcançar sucesso em sua carreira, promover melhorias no ambiente da agência e fazer com que seus liderados compreendam com mais facilidade a importância do papel de cada um no alcance dos resultados.
Ainda temos uma jornada desafiadora e com muitas oportunidades de evolução, quando se trata da atuação RH nas agências de Live Marketing, mas com certeza é uma necessidade que começa a fazer sentido quando se fala de crescimento, desenvolvimento e principalmente de diferencial competitivo.
A mudança da denominação de Recursos Humanos, que ocorreu nesta última década, reforça um novo posicionamento da área, incluindo o surgimento de novas formas de gestão e ao significado e propósito do trabalho para as pessoas e para as organizações.
Independente da alteração de nomenclatura para Gestão de Pessoas, Gestão de Talentos, Capital Humano e outras formas criativas de denominação da área, o principal objetivo é a mudança de visão, onde o talento humano passou a ser tão importante quanto o modelo de negócio.
Leila Castelo é psicóloga com especialização em gestão de pessoas, analise comportamental e MBA em Gestão e Liderança. Master Coach, foi diretora de RH em agências de Live e é membro do Comitê de Relações Humanas da AMPRO – Associação de Marketing Promocional.

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Estamos preparados para 2027? 3 sinais de que sua empresa está atrasada na corrida da IA

*Por Anselmo Albuquerque
Recentemente, mergulhei no projeto AI-2027 (https://ai-2027.com), uma simulação detalhada do futuro da inteligência artificial nos próximos meses. O estudo foi elaborado por Daniel Kokotajlo, pesquisador da Open Philanthropy especializado em cenários de longo prazo e riscos existenciais ligados à IA, e conta com uma introdução escrita por Scott Alexander, autor do blog Astral Codex Ten e uma das vozes mais influentes na análise crítica de tendências tecnológicas e filosóficas contemporâneas, não é um exercício de ficção. É um alerta racional e estratégico.
Trata-se de uma narrativa construída mês a mês, com projeções realistas sobre como a IA pode evoluir, colidir com estruturas sociais e impactar decisões políticas, econômicas e até existenciais. Mas o ponto que mais me chamou atenção não foi o “quando”. Foi o “como”.
Três sinais que merecem nossa atenção agora
1. IA criando IA: o gatilho da aceleração cognitiva
Quando uma IA for capaz de desenvolver ou melhorar outras IAs, entraremos num novo ciclo evolutivo, onde a velocidade do avanço tecnológico deixará qualquer modelo de planejamento humano obsoleto. Esse é o ponto de virada. O que era linear se torna exponencial.
2. Cibersegurança como novo campo de batalha
As primeiras aplicações geopolíticas da superinteligência podem surgir no subsolo invisível dos ataques cibernéticos. Países, empresas e organizações estarão vulneráveis não a tanques, mas a códigos. Quem não entender isso, vai continuar investindo em estratégias do século XX para enfrentar desafios do XXI.
3. Linguagem opaca entre máquinas: o risco do neuralese*
Imagine duas IAs conversando em uma linguagem que nem os engenheiros que as criaram conseguem entender. Sem transparência, perdemos o alinhamento. E sem alinhamento, entregamos poder a uma caixa-preta que decide por nós sem sabermos como ou por quê.
2027 pode parecer longe. Mas em termos de desenvolvimento de IA, é quase amanhã. Só para você ter uma ideia, a OpenAI já realizou mais de 20 atualizações significativas no ChatGPT desde 2022. Isso inclui novos modelos (como GPT-4 e GPT-4-turbo), capacidades multimodais (voz, visão, código), uma loja de GPTs personalizados e interfaces mais integradas ao cotidiano das empresas e pessoas.
E aqui vem o ponto-chave: diferente de outras “transformações digitais” pelas quais empresas passaram nos últimos anos, muitas das quais sequer mudaram o chip da alta liderança, a IA exige uma mudança estrutural de visão, de linguagem e de prioridade.
Estamos falando de algo muito mais estratégico do que trocar um sistema de ERP. Quantas empresas passaram anos decidindo qual ERP implantar, levaram outros tantos para implementar, e hoje usam menos de 10 por cento da sua capacidade? Com a IA, essa abordagem incremental simplesmente não vai funcionar.
A pergunta real é: você está na prática compreendendo que isso vai muito além de um ChatGPT? Você já colocou esse tema entre as 3 prioridades estratégicas da sua empresa para os próximos 24 meses?
Se você é líder, empreendedor ou profissional de marketing ou comunicação, este é o momento de pensar e agir com uma velocidade e profundidade que talvez você nunca tenha considerado antes. Pensar como arquiteto do futuro, com os pés no presente, mas os olhos firmes na linha de colisão entre humanos e inteligências artificiais.
Referências:
AI 2027: https://ai-2027.com
OpenAI ChatGPT Updates: https://openai.com/blog/
chatgpt-updates
*Neuralese é um termo usado no cenário AI-2027 para descrever uma linguagem interna que IAs podem desenvolver ao se comunicarem entre si, potencialmente indecifrável para humanos. Essa opacidade pode dificultar a supervisão e o alinhamento com valores humanos, tornando a IA uma caixa-preta.
*Anselmo Albuquerque – CEO da Lean Agency, publicitário com mais de 20 anos de experiência no mercado de comunicação. Reconhecido como referência no tema de Inteligência Artificial.
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“Branding de legado: o que Alfred Nobel ainda ensina sobre reputação e propósito”

*David V. Bydlowski
Quando falamos em branding pessoal ou reputação de marca, a história de Alfred Nobel continua sendo um dos exemplos mais potentes, e talvez mais incômodos, de como memória e legado são construídos. O químico sueco, celebrado hoje como patrono do Prêmio Nobel, foi também o inventor da dinamite, descoberta que o tornou milionário no século XIX. Porém com a fortuna veio a culpa e a reputação sobre uma descoberta cujo impacto se estendeu a cenários de guerra.
O ponto de virada aconteceu por acidente. Após a morte de seu irmão, um jornal francês publicou, por engano, o obituário de Alfred Nobel. O título era devastador: “O mercador da morte está morto”. Naquele instante, Nobel teve um choque de reputação: percebeu que seria lembrado não como um cientista brilhante, mas como alguém associado à destruição.
Esse episódio ecoa fortemente no presente, pois foi com essa manchete que Nobel decidiu transformar o significado do seu nome, criando a nobre instituição pela qual hoje é lembrado. Trazendo ao universo digital dos dias atuais, percebe-se que não é mais apenas a imprensa que molda a narrativa, mas milhares de interações diárias. Se você não cuida da sua história, o público a escreve por você e nem sempre da maneira mais justa.
O obituário digital
Vivemos em um tempo em que a reputação não é construída apenas por campanhas sofisticadas ou slogans bem pensados, mas por rastros cotidianos: curtidas, posts, vídeos, comentários soltos, tweets deletados. Cada fragmento é uma peça que compõe o que se poderia chamar de “obituário digital”. Uma biografia coletiva e permanente, formada por aquilo que o mercado, os consumidores e os algoritmos interpretam e guardam sobre você ou sua marca.
A lição de Alfred Nobel é clara: branding não é só imagem. É herança. Reposicionar é mais que comunicar
Em vez de tentar apagar a associação com a destruição, Nobel escolheu outra estratégia: destinou 94% de sua fortuna à criação do Prêmio Nobel, uma instituição dedicada a reconhecer avanços da humanidade. Nem usou sua fortuna para tentar pagar jornalistas para escrever sobre sua história sob outra ótica. Criou propósito.
Esse gesto é um paralelo direto com as empresas que, hoje, ultrapassam o território do marketing de produto e constroem reputações ancoradas em ESG, impacto social e coerência narrativa de longo prazo. Não se trata de cosmética, mas de estrutura.
Para quem trabalha com comunicação, a reflexão é inevitável: SEO, redes sociais, vídeos e campanhas não são apenas ferramentas de performance. São instrumentos de memória. O que se publica hoje pode aparecer amanhã em um pitch, em uma negociação de M&A ou na decisão final de um consumidor.
O que a publicidade tem a ver com isso?
Tudo. Muitas marcas ainda operam sob a lógica do branding de ocasião, a resposta rápida à tendência, à crise ou ao algoritmo. Mas branding de oportunidade não sustenta branding de legado. E a consequência é clara: As empresas que constroem com intencionalidade, colhem os frutos por gerações.
Alfred Nobel nos lembra que reputação é menos sobre o que você vende e mais sobre o que você deixa. Cabe às marcas e às pessoas decidir se sua história será esquecível ou transformadora.
Em tempo: Nobel morreu em 10 de dezembro de 1896, em San Remo, na Itália. E hoje poucas pessoas sabem que ele foi também o criador da dinamite.
*David V. Bydlowski – Fundador e principal executivo da Rosh Digital, agência com foco em inovação digital e inteligência artificial.








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