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Conheça 4 falhas evitáveis de automação de marketing

Com a aceleração da transformação digital nos últimos anos, negócios de variados portes têm descoberto as vantagens da automação de processos.
No caso do marketing, a figura do funil de vendas tornou-se algo mais ou menos disseminado, com lojistas e outros profissionais e empreendedores compreendendo cada vez mais a necessidade de se organizar para automatizar – e, de preferência, vender!
Porém, nem sempre a abordagem sistemática de uma plataforma de marketing automatizado basta. Fracassos acontecem, geralmente por cometimento de erro em algum detalhe, e proporcionam oportunidades de novos aprendizados.
Já que é possível aprender com os erros alheios, confira a seguir 4 falhas de marketing automatizado que podem ser evitadas com alguma atenção e boa vontade.
Brechas de segurança
Uma peculiaridade do mundo digital é que ele aumenta exponencialmente certas capacidades humanas. Uma plataforma de automação de marketing, por exemplo, proporciona passar uma mensagem a mais gente num dia do que uma equipe de humanos imensa conseguiria.
Por outro lado, os deslizes também podem ser exponencialmente maiores, assim como os prejuízos causados por eles. Quando falamos em tecnologias conectadas, brechas de segurança são fonte geralmente justificada de temor.
Um programa malicioso instalado no computador de uma empresa ou um roubo de credenciais digitais podem instaurar situações caóticas de graus variáveis, desde a perda de leads captados a duras penas até o uso da infraestrutura (como a própria ferramenta de marketing) para impulsionar golpes e crimes digitais, manchando o nome de seu negócio no processo.
Para pequenos negócios, utilizar um VPN para Windows para navegar na internet, anitvírus e evitar o phishing podem ser precauções razoáveis. Já para organizações de maior porte, treinamento de empregados e implementação de um plano de cibersegurança na estrutura de TI podem ser gastos necessários para evitar problemas.
Personalização sem atenção (ou capacidade)
Claramente, uma mensagem feita sob medida para um cliente tem mais chances de gerar algum tipo de interesse e converter vendas. Para isso, um bom primeiro passo é acertar o primeiro nome dele.
Ria se quiser, mas muitos profissionais de marketing já cometeram a gafe de disparar uma newsletter ou comunicado em massa por e-mail sem sequer alterar a saudação do modelo padrão de texto (“Querido Primeiro Nome”).
Esse problema era mais recorrente nas plataformas de automação há alguns anos, mas ainda hoje pode ocorrer por falta de atenção, tempo ou mão de obra. Se esses dois últimos ativos são muito escassos, alguns negócios talvez devam optar por passar uma mensagem correta e bem-feita em vez de buscar a personalização a qualquer custo.
Comunicação esquemática
A qualidade da redação de mensagens automáticas também merece atenção redobrada. Textos de apelo universal ajudam a poupar tempo, mas é possível (e desejável) segmentar listas de leads, enviando textos diferentes a perfis diferentes em etapas diversas do funil de vendas.
Por fim, a forma da redação mais próxima de uma conversa também confere um toque humano ao texto que se deseja ao se direcionar à clientela.
Optar por verbos e estruturas de texto mais próximas à oralidade geralmente trazem algum calor a uma mensagem que normalmente soaria robótica, por exemplo. Não precisa chamar a cliente de “miga, sua louca”, mas começar uma conversa atrai facilmente mais do que apresentar uma brochura comercial em versão virtual, direto no e-mail da freguesia.
Robôs mal calibrados
Chatbots de atendimento ou respostas automáticas em redes sociais podem ser uma grande fonte de dor de cabeça do ponto de vista do marketing.
Muitas coisas podem dar errado na calibragem. A personalização, novamente, é relevante: clientes até podem saber estarem falando com robôs, mas preferem uma interação que imite um humano. Nesse sentido, a preocupação em usar o tratamento esperado pelo público-alvo também é algo importante.
Por outro lado, o robô pode ter problemas em entender qual é a demanda da pessoa do outro lado da tela. Esse é um problema da inteligência artificial que propicia o serviço.
Por fim, há também um erro que não é de inteligência artificial, mas sim humano: não monitorar o desempenho do chatbot. Se ele consistentemente não resolve demandas, isso fica registrado e pode ser aprimorado. Ignorar os KPIs é uma (péssima) escolha.
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Pré-Black Friday: Novembro já registrou 15 milhões de compras online e mais de 117 mil tentativas de fraude evitadas até quinta-feira, segundo Serasa Experian

A Black Friday, que antes se concentrava na última sexta-feira de novembro, hoje movimenta o varejo ao longo de todo o mês. Entre 1º e 26 de novembro, a Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, detectou 15.057.286 pedidos realizados no e-commerce brasileiro, que somaram R$ 8,5 bilhões em transações. Deste total, 117.968 foram identificados como tentativas de golpes, barradas tecnologias antifraude da companhia. Se efetivadas, poderiam ter causado perdas de até R$ 104.329.618,28 para lojistas e consumidores. O levantamento reforça a importância de estratégias robustas de autenticação e segurança.
Segundo dados da datatech, na semana da Black Friday de 2024 foi registrado um aumento de 260% na criação de páginas de phishing em comparação às demais semanas do mês. O método é um tipo de golpe digital em que criminosos simulam sites ou comunicações oficiais de empresas para enganar os usuários e capturar dados sensíveis, como senhas e informações de pagamento. Diante da expectativa de movimentação intensa no e-commerce em 2025, o alerta permanece: este é o momento em que o consumidor deve redobrar os cuidados com a segurança online.
Dicas para empresas:
• Estabeleça políticas internas de segurança da informação e oriente colaboradores sobre boas práticas, como o uso de senhas fortes e a participação em treinamentos de conscientização.
• Adote criptografia na transmissão de dados para proteger informações sensíveis de clientes e da empresa contra interceptações.
• Implemente soluções antifraude para minimizar riscos financeiros e reputacionais. Contar com especialistas e tecnologias dedicadas torna sua empresa mais preparada para lidar com golpes sofisticados.
• Utilize a prevenção em camadas como estratégia central. Ferramentas combinadas atuam em diferentes pontos da jornada digital e são essenciais diante da evolução constante das fraudes.
• Invista em soluções que se atualizem continuamente, garantindo a veracidade dos dados e maior resiliência contra novas ameaças.
• Conheça o comportamento do seu usuário e reduza fricções na jornada digital, sem comprometer a segurança.
• Trate a prevenção à fraude como fator de competitividade: soluções bem orquestradas aumentam a segurança, reduzem perdas e melhoram a experiência de compra.
O levantamento realizado considera somente as transações realizadas entre 1 e 26/11/2025 analisadas pela Serasa Experian.
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Tirania da média na Black Friday: Por que métricas agregadas escondem prejuízos reais

A Black Friday é um dos poucos consensos do e-commerce brasileiro: todos fazem, os consumidores esperam e as metas do último trimestre dependem disso. Por isso, mais do que decidir participar, o desafio está em estruturar ações que gerem volume sem cair na perigosa ‘Tirania da Média’ — campanhas que geram vendas imediatas a um custo médio aceitável, mas comprometem a rentabilidade futura ao mascarar o desempenho individual de cada canal.
“O cenário está posto. Consumidores condicionados a esperar descontos, concorrência acirrada e todas as marcas disputando atenção ao mesmo tempo”, afirma Caio Motta, cofundador da Elementar Digital, agência de marketing especializada em performance orientada por dados. “Marcas que não participam perdem relevância e market share. O desafio real é jogar bem esse jogo de maneira analítica – e isso começa muito antes do desconto chegar no site.”
Nesse contexto, um dos principais equívocos ainda é analisar o período apenas por métricas agregadas, como CAC (Custo de Aquisição de Cliente) médio, ROAS (Retorno sobre o Gasto com Anúncios) geral ou faturamento total. Segundo Motta, essa leitura consolida demais a performance e esconde o que realmente funciona.
“Um Custo de Aquisição de Cliente (CAC) médio de R$ 80,00 pode parecer aceitável. No entanto, ao analisar os dados por grupos específicos de clientes (cohorts), você pode descobrir que clientes atraídos na Black Friday por um canal em particular têm um CAC de R$ 60, mas nunca mais compram. Por outro lado, clientes com um CAC de R$ 100 podem fazer novas compras em 45 a 60 dias”, detalha Felix Bohn, sócio da agência. Fica claro, então, que é essa análise detalhada e segmentada que diferencia uma Black Friday que apenas desperdiça dinheiro de outra que realmente forma uma base de clientes sólida.”
A partir desse entendimento, a mídia de performance passa a ser uma alavanca estratégica, não apenas tática. “Muitas marcas aumentam budget de forma linear em todos os canais esperando retorno proporcional. Não funciona assim”, comenta Motta. Ele reforça que a alocação deve ser guiada por dados históricos – quais canais, públicos e formatos trouxeram clientes de maior valor e maior lift de vendas. Além disso, a estrutura de funil precisa ser respeitada: campanhas de awareness não podem ser medidas com o mesmo ROAS de campanhas de conversão direta. Como resume Bohn, “é preciso ter paciência no topo do funil e ser cirúrgico no fundo.”
Entretanto, mesmo a estratégia de mídia mais sólida não se sustenta se a operação não acompanha. Atrasos na entrega, rupturas de estoque e instabilidades no site se transformam rapidamente em detratores, e esse custo, segundo os especialistas, é muito maior do que uma venda perdida. “A gente vê isso todo ano: marcas que explodem em vendas na sexta-feira e, na segunda, já estão apagando incêndio no SAC”, comenta Motta. Testes de carga, estoques planejados com margem de segurança e logística dimensionada para cenários extremos são, portanto, medidas essenciais para proteger margem e reputação.
A visão de curto prazo também impede que as marcas enxerguem o verdadeiro impacto da Black Friday. Para os profissionais, o sucesso do período não se mede em novembro, mas em março, junho e até o próximo novembro. “Todo mundo comemora quando bate a meta de faturamento, mas o jogo real acontece depois”, diz Bohn. Ele explica que é preciso monitorar quantos clientes adquiridos na Black Friday recompram no ano seguinte, qual foi o LTV (Lifetime Value) desse cohort comparado ao de períodos normais e qual a taxa de churn (perda de clientes ou receita) em seis meses. Essa disciplina é o que diferencia marcas que tratam a data como liquidação daquelas que a utilizam como aquisição estratégica.
Quando essa visão orientada por dados se consolida, aliada a mídia inteligente, operação preparada e promessas que a marca consegue cumprir, a Black Friday deixa de ser apenas um pico de vendas e passa a funcionar como alavanca real de crescimento. “A diferença está em trocar o imediatismo por visão de longo prazo”, resume Bohn. “Quando você estrutura a estratégia pensando no contexto de longo prazo, não em transações isoladas, equilibra volume com qualidade de cliente. E aí sim a Black Friday vira o que deveria ser: um acelerador do negócio”, conclui.








