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A nova onda do outsourcing

* Paulo Theophilo Moreira Junior
Diariamente somos inundados por diversas ondas e novidades no mundo corporativo, essa enxurrada de informação e notícias tem uma razão muito simples, a evolução exponencial dos negócios em diversos processos e setores está constantemente batendo a nossa porta com oportunidades.
Essas ondas são cada vez mais intensas, no passado havia uma aqui e outra acolá, mas hoje não, elas são frequentes e para conseguirmos dar conta de tanta inovação, precisamos ter ferramentas, processos, plataformas e sobretudo estratégias que acompanhem e façam uso das inovações. Por isso, o outsourcing acabou se tornando uma solução para que tenhamos mais tempo para trabalhar com tantas outras demandas.
Os líderes de companhias não conseguem mais coordenar toda a sua infraestrutura, e o outsourcing passou a ser o modelo ideal para resolver alguns processos de uma forma prática e rápida. Sendo assim, cada vez mais acredito que o modelo de terceirização é a tendência para uma vasta gama de itens de infraestrutura, e em especial para itens de hardware.
Hoje, não debatemos mais a tecnologia pura e simples, discutimos aspectos como: economia circular, redes sociais, guerra, pandemia, sociedade, entre outros.
Vivemos em uma era onde a conectividade passa por um momento exponencial, e tudo isso ainda será extremamente acelerado com a inclusão do 5G no ambiente empresarial. sabemos como isso terá impacto no nosso dia a dia. Os negócios nunca mais serão os mesmos, teremos que estar muito mais conectados, e o outsourcing será a melhor maneira para se ter uma infraestrutura segura e, neste momento, o 5G irá transformar as nossas vidas de uma forma realmente impactante e relevante. Em um mundo onde cada vez mais o futuro é incerto, ter velocidade adaptativa e disruptiva não é mais um diferencial e sim uma forma normal de trabalhar e viver.
Futuramente, podemos esperar uma atualização muito rápida da infraestrutura para acompanhar a velocidade das inovações tecnológicas e comportamento disruptivo de empresas e consumidores. Um outro ponto importante, são os negócios integrados, a nova economia. Vivemos em um mundo corporativo, pensando em como fazer acontecer e, nesse sentido, deveremos ter o foco na nova economia e em como fazer a companhia se conectar a isso, não pensamos em infraestrutura apenas, mas também em como se conectar, já que estamos em uma velocidade exponencial e utilizar recursos de estrutura terceirizada será um grande passo para o sucesso das organizações.
Ao utilizar a tecnologia metaverso, por exemplo, teremos que nos preocupar como a infraestrutura que irá rodar, imagina que um computador que hoje tenha uma vida útil de dois a três anos, talvez não dure muito tempo funcionando nesse novo mundo virtual. Tudo aquilo que pensamos pode ser diferente e de uma maneira totalmente inusitada, as plataformas de serviços serão ferramentas.
A segurança cibernética passa a ser algo necessário em nosso dia a dia, teremos que ter parceiros que nos auxilie a pensar em segurança, criando um plano de cultura dentro das organizações. O hardware será um componente de segurança, pois ele contém elementos próprios e somente um especialista poderá ajudar nesse processo.
Economia circular será outro ponto muito importante, pois não iremos mais viver somente de compras de equipamentos novos, muita coisa poderá ser reaproveitada, teremos que pensar em como conseguir colocar muitos equipamentos dentro da empresa, mas também não podemos esquecer da preocupação ambiental, pois quem trabalha com hardware sabe da importância que tem um processo de engenharia reversa para o planeta.
No setor de tecnologia, mudanças e inovação sempre estão presentes no cotidiano. É necessário estar aberto ao novo, ter uma mudança de mindset, pois vejo que todo mercado empresarial está mudando, aderindo cada vez mais as ondas de inovação, por isso, aguardem a nova onda do outsourcing.
*Paulo Theophilo Moreira Junior – Diretor de marketing da Simpress.
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O produto virou ferramenta, o valor está no símbolo

*Vinicius Martinez
Durante anos, o mercado girou em torno do produto. O mundo mudou, e o consumidor mudou com ele. Hoje, o que define o desejo não é mais o que você vende, mas o que você representa, com quem você é conectado. O produto sozinho perdeu força e espaço para o símbolo, o que ele comunica, a comunidade que ele cria e o sentimento de pertencimento que ele desperta.
Agora é a conexão dos 4Cs: consumidor, custo, conveniência e comunicação. O poder saiu da prateleira e foi para o feed. O produto deixou de ser o fim e se tornou o meio de diálogo, de status, de identidade.
Campanhas social first cresceram justamente porque falam de gente, não de coisas. Elas criam comunidade, convidam o público para dentro e transformam consumidores em porta-vozes culturais. E quando a audiência vive a marca, o consumo acontece naturalmente. A nova influência é viva, espontânea e criativa.
A geração Z e os millennials não querem mais assistir a anúncios. Eles querem fazer parte da história. Os creators viraram marcas e as marcas viraram plataformas. Hoje o desafio diário é buscar profundidade de comunidade, posicionando narrativa e transmitindo propósito.
O mercado de comunicação vive uma fase de evolução e aprendizados diários. As fronteiras entre agência, consultoria, house e creator estão desaparecendo, integrando e tornando mais colaborativo o conteúdo final das entregas. Os players de mercado que entenderam isso estão se fundindo, se reestruturando e criando modelos híbridos, capazes de entregar estratégia, cultura e negócio na mesma mesa.
Não é sobre ser “de trade”, “digital” ou “publicidade”. É sobre resolver o problema real do cliente, com criatividade como ferramenta, dados como base e alinhamento estratégico de dentro para fora. O desafio está justamente em entregar campanhas de sucesso para um cenário 360 com o consumidor final.
O Brasil como laboratório cultural – O Brasil entende essa virada como poucos. Aqui, um drop vira conversa, um lançamento vira meme, uma collab bem feita vira comportamento social. Da febre do Labubu ao lifestyle de On, Lululemon e Yalo, o público busca símbolos que traduzam quem ele é ou quem gostaria de ser. O consumo automaticamente se adapta para uma forma de expressão, um reflexo de identidade. Por isso, não vendemos mais produto, vendemos símbolos que conectam pessoas e criam cultura.
Enfim, o produto é só o passaporte. O que vale é o que vem depois: a conversa, a experiência, o pertencimento. E quando o produto deixa de ser mercadoria e vira símbolo, ele ultrapassa o mercado e entra na vida das pessoas. A nova economia é movida por cultura, não por catálogo.
*Vinicius Martinez – Sócio-diretor da influência, agência do Grupo HÜK
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Agências independentes na contramão: autonomia em tempos de transformação

*Juliene Nigro
A Inteligência Artificial não está apenas transformando a operação das agências: está provocando um reposicionamento estrutural no mercado global. Durante a edição deste ano do Web Summit Lisboa, líderes como Tiffany Rolfe, diretora global de criação da R/GA, e Ajaz Ahmed, fundador da AKQA (agora Studio One), reforçaram um movimento que já vinha ganhando força: a volta das agências independentes ao centro do mercado
Após anos dentro das holdings, os executivos deixaram claro que estruturas hipercomplexas não acompanham mais o ritmo da tecnologia.
Por décadas, grandes grupos justificaram sua relevância por meio da economia de escala. Isso não se sustenta mais. A criatividade, agora com a IA, não prospera sob camadas de aprovação, processos engessados e medo, por parte dos colaboradores, de reestruturações constantes.
Com a IA, a automação e os novos fluxos, escala passou a ser definida pela qualidade das ideias, e pela capacidade tecnológica de amplificá-las. Não pelo tamanho da equipe.
Vivemos em um momento paradoxal: por um lado, há uma forte tendência de consolidação no setor de agências, fusões, aquisições, holdings cada vez maiores. Por outro, surgem vozes que afirmam que o crescimento não deve sacrificar a agilidade, a criatividade e a capacidade de adaptação.
A independência, nesse sentido, emerge como uma alternativa estratégica: não se trata apenas de “ser pequeno”, mas de ser livre para reinventar o próprio modelo de negócio.
Claro, o movimento não é isento de riscos. Manter-se independente exige disciplina financeira, governança sólida e visão clara para gerir o fundo de inovação. Há também a pressão por resultados novíssimos, não apenas para clientes, mas para investidores. E, mais ainda, existe o desafio cultural: mudar o mindset interno para operar sob novas regras de contratação, remuneração e performance.
O debate no palco do Web Summit Lisboa, neste ano, foi um manifesto. Um manifesto de que, na era da IA e da inovação contínua, as agências precisam mais do que tamanho: precisam de autonomia para decidir, testar e transformar.
Enquanto tantas apostam na consolidação, outras vão na contramão, acreditando que a verdadeira vantagem competitiva se constrói com liberdade, cultura ágil e visão de longo prazo.
É um movimento ousado, arriscado, mas cheio de significado: porque mostra que, para algumas agências, a independência não é apenas uma condição de mercado; é, sobretudo, uma estratégia de sobrevivência e relevância no futuro da criatividade.
* Juliene Nigro – Vice-presidente de operações da Mootag








