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Ricardo Amorim

Tudo junto e amarrado

Publicado

em

Por Ricardo Amorim

Casamentos dependem de confiança. Sem confiança, naufragam. Com a economia é igual. Sem confiança, a economia de qualquer país está fadada ao fracasso. Empresários que desconfiam do futuro da economia de um país não investem e não geram empregos lá. Consumidores preocupados com o futuro não gastam, impedindo empresas de venderem, o que causa mais preocupação e desemprego, em um círculo vicioso. Bancos preocupados em não serem pagos não emprestam….

Em toda a economia, talvez o elo mais sensível ao desaparecimento da confiança seja o dos depósitos bancários. Pessoas e empresas deixam seu dinheiro no banco porque confiam que, quando quiserem ou necessitarem, seu dinheiro estará disponível para elas. E, quase sempre, isso é o que acontece. O problema surge quando, de uma hora para outra, a confiança em uma determinada instituição financeira desaparece. Nesta hora, quem tem dinheiro depositado nesse banco corre para sacar os seus depósitos. Essa corrida para sacar depósitos, quando executada por muita gente ao mesmo tempo causa exatamente o que essas pessoas temiam: faz com que o banco não tenha, naquele momento, recursos suficientes para todos sacarem porque nenhuma instituição financeira deixa todos os recursos disponíveis para saques ao mesmo tempo. A falta de disponibilidade para saque imediato alimenta a o medo de que as pessoas não conseguirão sacar seu dinheiro, estimulando-as a tentar sacá-los o mais rapidamente possível, o que acaba quebrando aquela instituição. Às vezes, a quebra de uma instituição financeira levanta preocupações sobre outras, o que acaba causando uma crise bancária. Recentemente, os dois maiores sistemas financeiros mundiais, o americano e o europeu, têm sido abalados por uma situação assim.

Nos EUA, o Silicon Valley Bank – que era o principal banco das startups globais – quebrou em função de perdas bilionárias em sua carteira de renda fixa – causadas pela forte alta de juros recente – que foram o gatilho para uma corrida para saques de depósitos.

Para impedir um efeito bola de neve sobre o resto do setor financeiro americano e, em particular, sobre os bancos regionais, o governo americano garantiu todos os depósitos no banco. Sem isso, provavelmente, teria acontecido uma corrida bancária generalizada, que levaria à quebra de bancos menores e, talvez até maiores, causando uma crise financeira com impactos na economia e no mercado de trabalho de todo o mundo, parecida com a que aconteceu após a quebra da Lehman Brothers, em 2008.

Além disso, sem essa garantia do governo americano, a quebra do SVB poderia levar a uma onda de demissão ainda maior do que a que já vem acontecendo no setor de tecnologia mundial. Muitas startups, inclusive várias brasileiras, tinham seus depósitos lá. Sem poder sacar seus recursos para pagar funcionários e fornecedores, muitas delas quebrariam.

Da mesma forma, reguladores e o governo suíço tiveram de orquestrar uma operação de resgate ao Credit Suisse, um dos maiores bancos do mundo, que acabou culminando na sua venda para o também suíço UBS por um valor simbólico, considerando sua carteira de ativos de quase US$ 1 trilhão.

Infelizmente, a preocupação com relação à solidez de determinados bancos americanos e europeus persiste. Aqui no Brasil, devemos estar atentos aos seus desdobramentos tanto financeiros quanto psicológicos. Perdas significativas no setor financeiro reduzem a disponibilidade e aumentam o custo do crédito para todos. No Brasil, as perdas causadas pela fraude contábil nas Americanas já tinham causado esse efeito.

Isso tudo aumentou muito o desafio para os Bancos Centrais, principalmente na Europa e EUA. Por um lado, ainda têm que controlar a inflação, o que exige mais altas de juros, no caso da Europa e EUA. Por outro, quanto mais altos estiverem os juros, maiores os riscos de uma crise financeira. Em resumo, os desafios para uma boa condução da política monetária cresceram e, por consequência, os riscos de erro e de uma eventual recessão global também. Mais do que nunca, se queremos estar menos expostos a eventuais tsunamis externos, precisamos fazer a nossa parte aqui no Brasil, em particular reforçando a credibilidade na solvência das nossas contas públicas.

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Ricardo Amorim

Millei usou a tesoura. O Brasil ainda procura a fita métrica

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Por Ricardo Amorim

A Argentina acaba de dar um passo ousado e corajoso. O presidente Javier Millei anunciou o corte permanente de vários impostos cobrados dos exportadores. Para os argentinos, uma vitória. Para o Brasil, um alerta vermelho.

Setores como aves, carnes bovinas e soja — onde Brasil e Argentina competem diretamente — serão impactados imediatamente. Com produtos argentinos chegando ao mercado internacional mais baratos, os exportadores brasileiros terão que enfrentar uma concorrência mais agressiva, exatamente no mesmo momento em que já sentirão os impactos negativos do tarifaço americano. Em resumo, a Argentina estará mais competitiva – o que ajudará sua economia a gerar mais empregos e a pagar melhores salários – e o Brasil menos.

A questão central é como a Argentina conseguiu abrir mão de arrecadação pública. A resposta é simples: um corte brutal de gastos públicos anterior permitiu que o governo argentino pudesse abrir mão dessas receitas agora.

Foi essa decisão do governo argentino que permitiu:

  • Reduzir a carga tributária sobre quem produz e exporta,
  • Por consequência, atrair mais investimentos e aumentar a confiança internacional,
  • O que, por sua vez, impulsionou o crescimento econômico e vem reduzindo significativamente a taxa de pobreza, que tinha atingido níveis recordes no país vizinho.

Ou seja, para poder reduzir os impostos sem desequilibrar as contas públicas, o governo argentino atacou a raiz do problema: o excesso de gastos públicos que pesavam sobre a economia argentina e continuam a pesar sobre a economia brasileira.

Enquanto isso, no Brasil, seguimos pelo caminho oposto. Desde o Plano Real, todos os Presidentes brasileiros – com exceção da breve passagem de Michel Temer – aumentaram os gastos públicos em relação ao tamanho da economia brasileira. Com isso, a dívida pública mais do que dobrou como proporção do PIB, consumindo cada vez mais recursos para pagamento de juros, o que faz com que a taxa de juros no Brasil seja muito mais alta do que no resto do mundo. Assim, nossa máquina pública ineficiente e extremamente custosa, consome cada vez mais recursos, exigindo impostos elevadíssimos para ser sustentada.

O resultado?

  • Inflação e taxa de juros estruturalmente mais altas.
  • Crescimento econômico medíocre.
  • Menos empregos e salários menores.

A lição que vem da Argentina é clara: reduzir gastos públicos não é uma pauta ideológica, mas uma condição para o crescimento sustentável e a melhora da qualidade de vida dos brasileiros, independentemente de preferências ideológicas ou políticas. Sem isso, o Brasil continuará refém de um Estado caro e ineficiente, que corrói oportunidades para os brasileiros.

O vizinho está mudando — rapidamente. A pergunta que fica é: quanto mais mercado, riqueza e qualidade de vida precisaremos perder antes de, finalmente, tomarmos a decisão de colocar o país em uma rota de crescimento e riqueza, como os argentinos fizeram?

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Ricardo Amorim

O futuro da conversa não é só digital… É também artificial

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As IAs já estão entre nós. Elas não andam, não são visíveis, mas pensam e argumentam. E melhor do que a grande maioria dos humanos. Recentemente, um grupo de pesquisadores suíços fez um experimento que parece saído de um filme de espionagem. Eles invadiram um fórum do Reddit — famoso por discussões intensas e desafiadoras — com contas automatizadas de inteligência artificial. O objetivo? Descobrir se essas IAs seriam capazes de passar despercebidas e convencer pessoas reais a
mudarem de opinião.

O resultado foi impactante, para não dizer alarmante: não só ninguém desconfiou que estava discutindo com bots, mas os bots foram 6 vezes mais eficazes que humanos em fazer outros humanos mudarem de opinião.
No experimento, foram testados três tipos de bots:
 Genéricos, que respondiam com base apenas no conteúdo do post.
 Personalizados, que sabiam localização, tendências políticas e estilo do autor original.
 Alinhados com a comunidade, que imitavam o “jeito de falar” mais aceito pelo grupo.
Os resultados foram impressionantes.
 Os bots genéricos convenceram 17% das pessoas a mudarem de ideia.
 Os personalizados, 18%.
 Os que imitavam a comunidade, 9%.
 A média dos humanos? Apenas 3%.

Esses bots ficaram 4 meses no ar e ninguém percebeu. Todos os bots foram bem mais convincentes do que os humanos. O menos convincentes entre eles foi o que “imitava” o jeito dos humanos. Um dos bots chegou ao top 1% dos usuários mais influentes do Reddit.

Se um grupo de pós-graduandos, com orçamento limitado, conseguiu esse nível de influência usando IA… imagine o que empresas, governos e organizações com milhões, bilhões e, em alguns casos, até trilhões de
orçamento já estão fazendo ou podem fazer nas redes sociais para influenciar suas decisões políticas ou de consumo, por exemplo.

Com eleições se aproximando em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, é mais importante do que nunca estarmos atentos para possíveis manipulações.

Mas aí vem um ponto chave: esses bots não usaram nenhuma fake news para convencer ninguém. Não houve nenhuma mentira, nem nenhum apelo emocional barato. Eles convenceram com lógica, dados e argumentos melhores. A vitória da razão.

Aí é que está a grande oportunidade. Se bots conseguiram tanto sucesso com bons argumentos, se a IA for bem usada, ela tem o potencial de melhorar a qualidade da discussão, ao contrário do que muitos temem. Em resumo, é hora de você aliar, de forma ética:
 Inteligência Artificial + Inteligência Humana
 Tecnologia + Estratégia
 Informação + Intenção

Se precisar de inspiração e de exemplos práticos de como fazer isso, não deixe de assinar meu canal de YouTube e conferir cada um dos episódios do metamorfoseZ, o programa que criei para mostrar, na prática, como isso já está sendo feito.

Se quiser ir ainda mais fundo, na sua empresa, com seus clientes, colaboradores e parceiros, fale com a minha equipe para levar minha palestra sobre como a IA pode potencializar seu negócio para seu evento.

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