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Um desafio para a indústria de anúncios: é hora de mitigar o viés na publicidade

Desde que a revolução programática varreu a indústria de publicidade há mais de uma década, os profissionais de marketing vêm utilizando algoritmos para determinar qual demografia atingir e como segmentar audiências em suas campanhas. Mas hoje, eles estão em uma encruzilhada.
Entre as preocupações crescentes sobre os jardins murados, a equidade, a transparência e a privacidade do consumidor, a indústria tem que assumir outra obrigação – trabalhando em conjunto para rapidamente rearquitetar o futuro da ad-tech.
As tecnologias avançadas estão impulsionando maior eficiência e precisão, mas o potencial para consequências não intencionais – em particular, o viés – ainda existem. Os vieses muitas vezes não são intencionais, mas uma consequência de pressupostos e julgamentos humanos. O perigo é a capacidade da tecnologia de capturar e escalar esses vieses, impactando e alienando as mesmas audiências com as que os anunciantes procuram se conectar. A IBM acredita que toda marca e agência deve tomar medidas para entender o viés e seu impacto nas campanhas e na confiança do consumidor.
Em junho de 2021, o IBM Watson Advertising anunciou uma iniciativa de pesquisa para usar a IA de código aberto para avaliar como o viés indesejado está na publicidade digital e explorar como reduzi-lo em campanhas publicitárias. Tudo iniciou com uma hipótese: o viés existe em publicidade digital hoje, e a IA pode ser usada para ajudar a identificá-lo e mitigá-lo. Ao trabalhar em estreita colaboração com IBM Research e usando abordagens estabelecidas como o kit de ferramentas IA Fairness 360 (AIF360), se analisou os fatores que levam a um viés indesejado no funil publicitário e como a IA pode ajudar.
Para o estudo, foi feita uma parceria com o Ad Council para entender a possível presença de viés não intencional em algoritmos e dados em um esforço criativo de testes de mensagens em sua campanha de conscientização de COVID-19: o “It’s Up to You”. A campanha foi o maior esforço de educação para vacinação dos Estados Unidos até hoje. Ela aconteceu no final da primavera de 2021 e se concentrou em gerar conscientização sobre as opções de vacina disponíveis.
As primeiras descobertas da pesquisa são promissoras e mostram que o viés existe na publicidade digital e que a mitigação do viés é possível usando ferramentas e recursos de IA. Este é um grande momento e a comprovação tanto do progresso da pesquisa quanto do avanço da IA à medida que a indústria espera construir ad-tech que irá segmentar grupos de forma mais equitativa e também manter – ou em alguns casos, melhorar – o desempenho da campanha publicitária.
Se trata de um começo, mas há muito mais trabalho a ser feito. É preciso que a indústria de publicidade se manifeste em torno dessa causa para garantir que todos façam o possível.
IBM Watson Advertising está emitindo um apelo para a ação e procurando colaborar com o setor para aprimorar as ferramentas de código aberto, dados e modelos de IA com o objetivo de criar poderosas tecnologias abertas que possam ajudar a automatizar a mitigação do viés na publicidade. IBM Watson Advertising também precisa que marcas e agências se juntem em suas pesquisas em andamento, contribuindo com dados de campanha, log files e novos modelos para exploração em uma iniciativa aberta do setor que ajudará a inaugurar uma nova era.
Se marcas, agências e editoras se posicionarem em conjunto com o compromisso de avançar e adotar melhores práticas que possam ajudar a mitigar o viés em campanhas publicitárias, é possível abordar um problema que existe há décadas para o bem dos consumidores e da sociedade como um todo.
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Leão e Housi promovem ação criada pela Fri.to Publicidade

A Leão, marca de chás, se uniu a Housi, startup especializada no segmento de moradia por assinatura, para convidar os paulistanos a ficarem “de boa”. A iniciativa faz parte da campanha de inverno de 2025 e convida o público a desacelerar o ritmo urbano agitado e estabelecer uma conexão emocional consigo mesmo.
Uma cabine foi instalada em frente a Housi Paulista. Quem passar pelo local poderá selecionar, em um tela, a opção “Tô de boa” e escolher um sabor de chá, quente ou frio. Em alguns minutos, um compartimento irá se abrir e entregar a bebida.
A ação criada pela Fri.to Publicidade especialmente para a Leão faz parte do conceito “Fica de Boa” e busca oferecer momentos de descontração, autocuidado e bem-estar. Enquanto isso, os consumidores experimentam os diferentes sabores de Chá Leão que mais combinam com seu estilo de vida em cada momento. A ativação traz a Housi como parceira porque as duas marcas têm valores em torno do bem-estar, da leveza e do equilíbrio emocional.
“A Housi tem buscado, cada vez mais, marcas conectadas com o cuidado e o bem-estar. Acreditamos que Leão está neste caminho e conectada com o que acreditamos. Mais do que uma proptech, também queremos ser um espaço de autocuidado”, pontua Alexandre Frankel, CEO da Housi.
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A indústria brasileira de som reforça protagonismo na regulação da IA

O avanço da inteligência artificial tem provocado transformações profundas em diversos setores da economia criativa. Na indústria de som, esse movimento desperta tanto expectativas quanto preocupações. A Apro+Som (Associação Brasileira das Produtoras de Som) está na linha de frente desse debate, articulando propostas e acompanhando o Projeto de Lei 2338/2023, que estabelece diretrizes para o uso da IA no Brasil.
Na última semana, foi realizada a primeira audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o PL 2338/2023. Na ocasião, a Apro+Som, junto a mais de 40 entidades da indústria criativa, musical, jornalística e de comunicação, apresentou uma carta reforçando a importância do marco regulatório que assegura transparência no uso de obras e protege os interesses de criadores artísticos e intelectuais.
Segundo Bia Ambrogi, presidente da Apro+Som, a urgência desse debate está na preservação dos direitos de quem cria obras autorais. “Todos que fazem parte da cadeia criativa precisam continuar protegidos. Se uma obra é utilizada no input de mineração de dados para treinamento da IA e gera algo novo no output como resultado final, é justo que haja remuneração. Nenhum setor pode se apropriar, de forma gratuita, dos recursos produtivos de outro setor com a justificativa de que é preciso deste insumo para crescer”, relata.
A dirigente explica que, embora a regulação seja essencial para todos, há uma diferença perceptível no impacto entre grandes e pequenas empresas do setor criativo.. As corporações de maior porte têm se beneficiado ao reduzir custos com serviços em escala, enquanto as empresas menores utilizam a IA de forma pontual, sem substituir a mão de obra criativa. “No fim, todas perdem sem a regulação. O direito autoral é constitucional e precisa ser resguardado, independentemente do porte da empresa”, afirma.
Outro ponto levantado por Bia Ambrogi é a tendência de agências e anunciantes ampliarem o uso da IA para assumir etapas da produção que antes eram delegadas às empresas especializadas. Para ela, trata-se de um processo de adaptação, mas não de substituição. “Não existe uma única pessoa ou tecnologia capaz de pensar, criar, executar, sonorizar, distribuir e medir resultados de uma campanha inteira. Especialistas continuarão sendo necessários, ainda que em formatos diferentes.”
A Apro+Som reforça que a regulação trará benefícios tanto para grandes quanto para pequenas empresas, além de profissionais autônomos. Com regras claras, haverá segurança jurídica e reconhecimento pelo uso de suas obras. A ausência de regulação, por outro lado, traz insegurança jurídica a quem usa e amplia o risco de concentração de poder nas mãos de big techs enfraquecendo o mercado nacional.
O PL 2338/2023, já aprovado no Senado, segue em tramitação na Câmara dos Deputados e, posteriormente, retornará ao Senado para votação final. O movimento IA Responsável, do qual a Apro+Som é uma das lideranças, acompanha de perto cada etapa, inspirando-se em modelos regulatórios já implementados em países da União Europeia.
Esse movimento também fortalece o posicionamento internacional do Brasil no debate sobre IA. “Quanto maior o alinhamento entre os países, mais eficiente será a regulação. A tecnologia não conhece fronteiras, por isso precisamos falar a mesma língua quando o tema é uso de dados protegidos por Direitos Autorais. A Apro+Som acompanha o cenário nacional e internacional e integra a frente IA Responsável, formada por cerca de quarenta associações dos setores criativos.”Um trabalho coletivo, com diferentes focos mas com o mesmo objetivo: preservar o direito autoral, um princípio constitucional, aplicando-o com regras adaptadas à realidade da inteligência artificial”, reforça Bia.