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Alexis Pagliarini

O que o caso das vinícolas tem a ver com os eventos?

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Por Alexis Pagliarini

No início deste mês, mais um caso absurdo de desrespeito ao ser humano foi identificado no sul do Brasil. Três vinícolas muito conhecidas contrataram uma terceirizada para recrutar e administrar o trabalho de coletores de uvas na região de Bento Gonçalves. Até aí, tudo bem. A terceirização não é proibida. Mas o problema apareceu depois, quando foram descobertas as condições sub-humanas que esses trabalhadores foram submetidos no exercício do seu trabalho. Carga horária exagerada (14h), comida de péssima qualidade, alojamento sem as mínimas condições, descontos de remuneração mal explicados. Ou seja, tudo errado. Mais do que errado, uma atitude criminosa que está sendo investigada a fundo. As vinícolas se mostraram surpresas, alegando ignorância.

Não dá para aceitar, não é? É lei! Todas as empresas precisam analisar seus fornecedores e terceirizados, exigindo cumprimento de práticas alinhadas com as questões sócio-ambientais, principalmente na questão trabalhista. Lembremo-nos dos casos da Nike e da Zara, acusadas de conivência com fornecedores asiáticos que adotavam trabalho infantil ou análogo a escravidão. O contratante fica na dele, finge que não sabe, porque é mais baratinho… Não dá mais para convivermos placidamente com isso, concorda? Punição exemplar para a terceirizada, mas também para as contratantes!

Mas o que isso tem a ver com o Live Marketing? Tudo a ver! Acostumamo-nos a conviver com o trabalho informal de terceirizados em diversas atividades do setor. Principalmente eventos. Quando o contratante impõe condições leoninas, exigindo preços irreais das suas agências e fornecedores, eles estão induzindo a situações como essa, deflagrada lá em Bento Gonçalves.

Atire a primeira pedra quem nunca demandou do fornecedor algo como: “Isso tem de estar pronto amanhã de manhã. Se virem!” Se o fornecedor colocou seus trabalhadores para “virar” a noite ou se contratou freelas informais, é problema dele. Está certo isso? Tem muita empresa se dizendo alinhada aos princípios ESG quando compensa o CO2 estimado a ser gerado pelo evento, mas achaca seus fornecedores ou os submete a pagamentos em 90 ou 120 dias.

Esquecem que ESG tem três letras, sendo que o G é de Governança. A forma com que a empresa lida com seus fornecedores é da conta do G. E a forma com que ela trata seus colaboradores é da conta do S, de Social. Está mais do que na hora das empresas cuidarem melhor das suas relações com todos os seus stakeholders, incluindo aí seus fornecedores.

É preciso tomar cuidado com aqueles que aceitam as condições leoninas. Ninguém faz milagre! O barato pode sair caro. Será que os fornecedores de Live Marketing estão sendo homologados devidamente? Estão sendo remunerados de forma coerente? Em contrapartida, estão se comprometendo com a aplicação de práticas éticas e transparentes? Que esse caso das vinícolas sirva de alerta!

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Alexis Pagliarini

Esperança

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Estive na Bienal do Livro. Desta vez, foi especial: fui coautor de um livro sobre ESG (ESG nos Eventos) e tivemos nossa noite de autógrafos lá. Chic, não? O livro é uma iniciativa da Conecta Eventos, do incansável Sergio Junqueira, que reuniu cabeças complementares, conseguindo viabilizar um livro bem completo sobre o tema.

A mim, coube tratar dos conceitos e história da sigla ESG, até chegar na aplicação em eventos. Mas, neste artigo, gostaria de me ater ao evento Bienal do Livro, em si. Tenho uma relação especial com a Bienal. Anos atrás, contratado pela RX e a própria Bienal do Livro, liderei um processo de Design Thinking para o evento. Reunimos os principais stakeholders do evento para, em um dia, realizar um profundo brainstorming, ao estilo Design Thinking. No final do dia, tínhamos insights preciosos, que consolidei para apresentar à diretoria da Bienal, visando melhorar a experiência do público no evento. As melhorias foram aplicadas e o evento continua atraindo um público enorme.

E aí vem a minha reflexão principal deste texto. Quem bom ver um evento dedicado ao livro ter tanto sucesso no Brasil. Não há dúvidas de que o caminho para elevação da qualidade de vida de uma sociedade é a educação. Ver crianças, jovens e adultos lotando os corredores do evento é, portanto, uma sensação alvissareira. Não podemos nos enganar. A Bienal, apesar do grande público presente, é uma amostra pequena.

Ainda temos problemas crônicos com o desenvolvimento educacional no Brasil. Ao longo dos últimos anos, ao invés de progredir, regredimos nos indicadores internacionais relacionados à educação no Brasil, como um todo. Mas é reconfortante ver esse interesse pela leitura. Uma das compradoras do nosso livro, que foi pegar seu autógrafo, estava com a filha de 13 anos, que diz ter lido nada menos de 30 livros este ano. Wow! Confesso que estou muito aquém disso.

No dia a dia, temos tanta leitura profissional a cumprir, que não resta muito tempo para uma leitura não obrigatória, prazerosa. Tenho um backlog de leitura enorme, com livros que pretendo ler, mas vou adiando. Mas, de qualquer maneira, cumpro um ritual de aprimoramento constante, que me obriga a ler estudos, artigos e referências todos os dias. Então, leio muito, embora restrito ao campo profissional.

Mas, hoje, estou com uma sensação de esperança. A esperança de ver brasileiros lendo mais, esquecendo a polarização ridícula que vem nos assolando e simplesmente se aculturando, deixando de ser vítimas de influência perniciosa da opinião de oportunistas, que se aproveitam dessa falta de educação (no sentido mais amplo do termo) para incutir falsas verdades. Vou nutrir essa minha esperança, dando minha modesta contribuição, escrevendo e ampliando conhecimento em temas que me especializo. A esperança está na educação!

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Alexis Pagliarini

O legado ESG das Olimpíadas de Paris

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Por Alexis Pagliarini

Os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, estão se destacando não apenas pela competição esportiva, mas também pela sua abordagem exemplar em relação aos critérios ESG. A cerimônia de abertura, em particular, e o evento, como um todo, incorporaram práticas sustentáveis e inclusivas que podem servir de modelo para futuros eventos de grande porte.

Um dos pilares dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 é a sustentabilidade ambiental. A escolha de Paris como sede foi acompanhada de um compromisso firme em reduzir a pegada de carbono do evento, além do uso de materiais reciclados e recicláveis na estrutura e nos equipamentos. A inusitada cerimônia de abertura, realizada ao longo do Rio Sena, utilizou barcos para o desfile dos atletas, minimizando o uso de veículos terrestres e, consequentemente, a emissão de gases de efeito estufa. O próprio Rio Sena, em si, foi objeto de um ambicioso projeto de despoluição, de tal modo que possa receber competições aquáticas.

Além disso, a utilização de energia renovável para abastecer as instalações olímpicas e a implementação de tecnologias energeticamente eficientes, como sistemas de iluminação e som de baixo consumo, foram fundamentais. As instalações temporárias construídas para o evento serão desmontadas após os Jogos, evitando a criação de estruturas permanentes que poderiam ter um impacto ambiental duradouro.

Com relação aos aspectos de Inclusão Social e Diversidade, a cerimônia de abertura foi um exemplo notável. A presença de artistas e performers de diversas origens culturais refletiu um compromisso inequívoco com a representatividade. Este enfoque não apenas celebra a diversidade, mas também promove uma mensagem poderosa de unidade global e respeito pelas diferenças culturais.

Ainda no campo social, os organizadores trabalharam em estreita colaboração com comunidades locais e organizações sociais para garantir que todos tivessem a oportunidade de participar do evento. A acessibilidade foi uma prioridade, com medidas específicas para garantir que pessoas com deficiências pudessem assistir e participar da cerimônia sem barreiras. É certo que o acesso às áreas públicas nas imediações do trecho do desfile de barcos, às margens do Sena, foi bastante restrito, porém totalmente justificado, por questões de segurança. Os critérios de Governança e Transparência também têm sido um destaque na organização dos jogos.

A governança dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 foi marcada por um alto nível de transparência e envolvimento das partes interessadas. Desde a fase de candidatura, o comitê organizador trabalhou para garantir que todos os aspectos do evento fossem planejados e executados com responsabilidade social e ambiental. Relatórios regulares sobre o progresso das iniciativas ESG foram divulgados, permitindo que o público e outras partes interessadas acompanhassem e avaliassem as ações tomadas.

Com toda essa preocupação, os Jogos Olímpicos de Paris 2024 estabelecem um novo padrão para a realização de eventos de grande porte. Ao integrar critérios ESG de forma tão abrangente, os organizadores demonstram que é possível criar um evento de classe mundial que não apenas minimiza seu impacto ambiental, mas também promove a inclusão e a transparência. Com coragem e determinação, os Jogos Olímpicos de Paris 2024 estão estabelecendo um precedente importante para a realização de eventos de grande porte em todo o mundo. Com tal atitude, os organizadores não apenas destacam a importância dessas práticas, mas também demonstram que é possível realizar eventos espetaculares e ao mesmo tempo responsáveis. Este modelo deve servir de inspiração e guia para futuros eventos, ajudando a construir um futuro mais sustentável e inclusivo para todos.

 

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