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O Google multou € 220 milhões na França por abuso de publicidade

Isabelle de Silva, a autoridade de concorrência da França, disse que o Google tem promovido seus próprios serviços de publicidade online em detrimento dos rivais. Ela descobriu que a plataforma de gerenciamento de anúncios do Google para grandes editores, o Google Ad Manager, favorecia o próprio mercado de anúncios online da empresa, o Google AdX.
O Google disse que faria mudanças em seu negócio de publicidade.
A gigante da tecnologia dos EUA concordou em tornar mais fácil para as editoras usarem seus dados e ferramentas. “Estaremos testando e desenvolvendo essas mudanças nos próximos meses antes de implementá-las de forma mais ampla, incluindo algumas globalmente”, disse a empresa.
Não é a primeira vez que a empresa, de propriedade da Alphabet, recebe pesadas multas por violar as regras de publicidade europeias.
O Google foi multado em € 1,49 bilhão (£ 1,28 bilhão) pela UE por bloquear anunciantes rivais de busca online em 2019.
Também foi multado em € 50 milhões (£ 44 milhões) em 2019 pelo regulador francês de dados CNIL, por violação das regras de proteção de dados da UE.
A autoridade de concorrência da UE multou a empresa em uma multa recorde de € 4,34 bilhões (£ 3,9 bilhões) em 2018 por usar seu popular sistema operacional Android para bloquear rivais.
Isso se seguiu a uma multa de € 2,42 bilhões em 2017 por atrapalhar rivais de sites de comparação de compras.
“A decisão de sancionar o Google é de importância particular porque é a primeira decisão no mundo com foco nos processos de leilão algorítmicos dos quais o negócio de publicidade online depende”, disse Isabelle de Silva, chefe da Autorité de la concorrência da França (Autoridade da Concorrência).
O cão de guarda disse que o Google Ad Manager forneceu ao AdX dados estratégicos, como os preços dos lances vencedores, enquanto o AdX também desfrutou de acesso privilegiado às perdas feitas pelos anunciantes por meio dos serviços de anúncios do Google.
‘Práticas sérias’
Enquanto isso, o AdX trocou dados com mais facilidade com o Ad Manager do que com outras plataformas de gerenciamento de publicidade. As plataformas são cruciais para os editores gerenciarem e venderem espaço publicitário.
O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, disse: “Como práticas postas em prática pelo Google para favorecer suas próprias tecnologias de publicidade afetaram grupos de imprensa, cujo modelo de negócios depende fortemente das receitas de publicidade. Essas são práticas sérias e foram devidamente sancionadas “.
A autoridade francesa publicação sua investigação em 2019 após uma reclamação conjunta da News Corp, do grupo de publicação de notícias francês Le Figaro e do grupo de imprensa belga Rossel.
Ela disse que sua decisão abre caminho para que editores que sentem em desvantagem busquem indenização do Google.
“Embora acreditemos que prestamos serviços valiosos e competimos pelos méritos, estamos comprometidos em trabalhar proativamente com os reguladores em todos os lugares para fazer melhorias em nossos produtos”, disse Maria Gomri, diretora jurídica do Google França.
Matéria traduzida da BBC News por Simon Read
Matéria publicada no portal de notícias AdNews. Se quiser mais informações sobre o mundo da publicidade e do marketing acesse: https://adnews.com.br/
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UNICEF lança novo mascote no Brasil, criado pela Africa Creative

Dando início ao mês da criança, o UNICEF lança um novo personagem ao público: o Unicefito. Criado pela Africa Creative, o novo mascote é o protagonista da campanha “Amigo Invisível” – desenvolvida para mostrar o trabalho silencioso, porém fundamental, que o UNICEF realiza no Brasil, impactando a vida de mais de milhões de meninas e meninos.
Seguindo a cor azul cyan, marca registrada do UNICEF, o personagem surge como um amigo invisível, que acompanha uma menina em momentos importantes do seu dia a dia – da sala de aula ao posto de saúde, do diálogo com o conselho tutelar à convivência com outras crianças. O enredo busca mostrar que o Unicefito é a materialização simbólica da presença do UNICEF no Brasil. Por meio de seus funcionários e parceiros, a organização trabalha diariamente junto a agentes públicos de 2.266 municípios e 9 capitais, onde vivem mais 24 milhões de crianças e adolescentes, para que cada menina e menino tenha seus direitos assegurados.
A campanha reforça o conceito “Onde quase ninguém vê, o UNICEF está há 75 anos”, destacando a atuação da organização em territórios vulneráveis e o impacto real de suas ações em comunidades quase invisíveis.
“O UNICEF está no Brasil desde 1950, trabalhando nos bastidores, lá na ponta, junto com os agentes públicos, para garantir que cada criança e adolescente possa ir para a escola e aprender, crescer de forma saudável, ser protegido contra as violências, viver em um planeta sustentável, com água, saneamento e higiene, e ter acesso a boas políticas públicas”, explica Joaquin Gonzalez-Aleman, Representante do UNICEF no Brasil.
“O Unicefito é uma forma sensível e criativa de mostrar que o UNICEF está presente de maneira contínua e transformadora na vida das crianças. Mesmo que muitas vezes não seja visto, seu impacto é real e constante”, afirma Sergio Gordilho, CCO da Africa Creative.
O mascote já havia aparecido em julho de 2025, como um teaser em Brasília, aguçando a curiosidade do público, durante a celebração dos 75 anos da organização no Palácio do Itamaraty.
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Nostalgia impulsiona consumo e transforma lembranças em estratégia de negócios

O estilo retrô deixou de ser somente estética e passou a se consolidar como estratégia concreta para marcas que querem engajar consumidores e gerar resultados. Essa é a principal conclusão da nova edição do DROPS, levantamento mensal da 3mais que acompanha tendências de consumo. O relatório mostra o impacto direto da memória no mercado. Para se ter ideia, em 2024, as buscas por câmeras digitais dos anos 2000 aumentaram 563%, enquanto as vendas de discos de vinil superaram as de CDs, evidenciando a nostalgia como uma das maiores oportunidades de negócio atualmente.
Os insights gerados revelam que marcas que incorporam referências do passado não apenas fortalecem a conexão emocional com o público, mas também geram resultados tangíveis. Um exemplo disso é o Bahia Esporte Clube. Dados analisados pela 3mais mostram que o time registrou aumento de 178% na média de curtidas em suas redes sociais com ação inspirada no Super-Homem. Além do engajamento, a ação trouxe visibilidade e ampliou a audiência da marca em plataformas digitais. Vale lembrar que a relação do clube com o super-herói vem desde 1979, quando o mascote Super-Homem Tricolor foi criado por Ziraldo.
“A nostalgia conecta gerações e cria vínculos afetivos duradouros. Quando as marcas entendem esse movimento, conseguem transformar memórias em valor competitivo, tornando o passado um motor de crescimento no presente”, destaca Murilo Brum, especialista em consumer insights e responsável pelo levantamento.
Segundo ele, o DROPS identifica três forças que sustentam essa tendência. Primeiro, o pertencimento, com produtos e experiências resgatando referências culturais e fortalecendo o sentimento de comunidade. Além dele, o contraponto ao digital puro, com consumidores buscando objetos tangíveis e familiares em meio às inovações constantes. Por fim, a economia da memória, quando marcas revisitando sua própria história e ganhando autoridade e autenticidade, atributos cada vez mais valorizados pelo público.
Segundo o material, 92% dos consumidores afirmam que as redes sociais influenciam suas compras vintage. Outro ponto relevante é o fato de gerações diferentes se conectarem de forma distinta com a nostalgia. Os Millennials representam 50% dos consumidores de produtos vintage, enquanto a Geração Z corresponde a 43%. A principal motivação é a memória afetiva (42%), seguida por vínculo com marcas (22,9%) e conforto (20%).
“A nostalgia não é tendência passageira, é mecanismo que cria laços emocionais estreitos. Marcas que entendem esse movimento conseguem fidelizar clientes e ampliar sua presença no mercado”, acrescenta Brum.
O relatório comprova que revisitar o passado vai além do modismo. É uma estratégia que combina pertencimento, autenticidade e experiência sensorial, transformando lembranças em engajamento e resultados mensuráveis. “Ao resgatar referências do passado, as marcas não apenas atraem diferentes gerações, mas ampliam conversões e fortalecem sua presença no mercado, mostrando que o retrô é alavanca real de desempenho estratégico”, conclui Brum.