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Marketing oportunista não vai salvar um planeta doente

Publicado

em

*André Carvalhal

O planeta clama por ações e não há mais tempo para discursos sem práticas. Estima-se que a produção de lixo mundial dobre até 2025, chegando até 2,2 bilhões de toneladas de resíduos espalhados por toda a terra, segundo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). No Brasil, 33,1 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar, de acordo com um levantamento feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Diante destes e de tantos outros problemas sociais e ambientais, o posicionamento ESG (Environmental, Social and Governance) ganha cada vez mais força no mercado, mas, infelizmente, ainda há aqueles que enxergam o uso desse título meramente como oportunidade para autopromoção.

Existe um movimento crescente de consumidores conscientes que exigem cada vez mais ter acesso ao que está realmente por trás da atuação de uma marca ou empresa. Há muito tempo as novas gerações entenderam o poder que carregam e demonstram isso por meio da pressão, mais que necessária, contra as grandes produtoras e empregadoras. A diferença geracional, influenciada por fatores econômicos e socioculturais, são refletidas nas relações de consumo. Enquanto a geração Y, millennials, buscam por produtos que representem suas escolhas de vida, a geração Z, ainda sem grande força aquisitiva, mostra-se mais preocupada em fiscalizar a cultura e impacto das marcas presentes no mercado.

Contudo, engana-se quem acredita que não há olhares críticos entre os mais velhos. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Walk The Talk by La Maison, com 4.421 homens e mulheres de todo o Brasil, com idades entre 16 e 64 anos e das classes A, B e C, 94% dos brasileiro esperam que as empresas pratiquem iniciativas ESG, porém, somente cerca de 17% dos entrevistados realmente acreditam que algo é feito na prática.

O comportamento da sociedade e das novas práticas de consumo também exercem influência sobre o mercado de investimentos. A exigência por parte dos investidores, preocupados com boas performances diante das atuais demandas, não é algo necessariamente negativo, apesar de constantemente criticada. É a partir dos requisitos de quem está financiando ou mantendo um negócio ativo no mercado que o movimento de transformação e conscientização também chega até um sistema movido pelo capital.

Marketing oportunista

Como tudo no mercado, quando há o aumento de uma demanda do público consumidor acompanhada de uma nova consciência, acaba existindo também o oportunismo. Não é difícil notar quando as marcas querem se conectar a esse movimento ou atender às exigências do consumidor mais exigente sem necessariamente realizar ações que sejam verdadeiras, que tenham um propósito digno e sincero. Algumas empresas pegam carona em diversos movimentos sociais e ambientais, mas não com profundidade.  Aproveitam-se de datas que são homenagens à determinados públicos, mas criam produtos que não são suficientes, atendem um ou outro critério de sustentabilidade e destacam isso como algo grandioso para conseguir visibilidade.

As iniciativas ESG precisam transcender as campanhas de comunicação e autopromoção de uma imagem. Do que adianta selecionar pessoas negras e LGBTQIA+ para peças publicitárias sem trabalhar a inserção e desenvolvimento destes públicos dentro das empresas? Qual é o sentido de adotar termos como amigos do meio ambiente ou eco sustentável sem praticar ações para reduzir o impacto das produções sobre a natureza?

Estas ações sustentáveis sem propósito acabam sendo caracterizadas como greenwashing, uma forma de discurso otimista que visa mascarar os reais impactos gerados pelo produto. Pelo lado social, uma campanha sem fundamentos reais pode ser vista como uma forma de apropriação.  O mais importante é memorar que a real função do ESG é conectar as marcas com as necessidades do mundo. Isto parte do entendimento que uma empresa, além de oferecer produtos e serviços, pode também ajudar a curar alguma dor do mundo.

ESG na prática

As possibilidades para ESG permeiam todos os segmentos imagináveis, uma vez que estamos a todo momento vivendo relações de interdependências com a natureza e a sociedade. Com a entrada no mercado livre de energia e práticas sustentáveis, o Parque Bondinho Pão de Açúcar, atração turística da cidade do Rio de Janeiro que recebe milhões de pessoas todos os meses, faz a gestão de seus resíduos sólidos transformando-os em adubo, além de ser responsável pela recuperação de 38 mil m² de áreas verdes no Monumento Natural dos morros Pão de Açúcar e da Urca.

A Limppano, marca líder no mercado de produtos de limpeza, reduziu a emissão de 192,645 toneladas de CO2 no consumo de energia elétrica. Também pela adoção de fontes limpas de energia, a Rede d1000, marca dona das bandeiras Drogasmil, Farmalife, Drogarias Tamoio e Drogaria Rosário, opera suas lojas com usinas fotovoltaicas que permitem a compensação de parte da energia consumida. A rede também coloca em prática o título de empresa Amiga da Floresta participando do plantio de mudas de árvores nativas e apoiando o reflorestamento da Mata Atlântica.

Os caminhos existem e não são pautados pelo oportunismo. O marketing deve ser uma ponte de ligação entre a sociedade e as demandas da atualidade. Gosto muito de uma frase que diz: “O sucesso de uma empresa depende do sucesso do planeta e do sucesso das pessoas”. Em uma terra doente temos muito mais dificuldades para produzir e com uma sociedade enfraquecida teremos menos ferramentas para chegar aos avanços necessários.

*André Carvalhal – CEO Agência 3

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Quais são os ingredientes para uma marca atingir relevância no mercado?

Publicado

em

*João Brognoli

Já é consenso de que não existe uma receita para o sucesso no mundo dos negócios. Nenhuma fórmula mágica que, se seguida corretamente, garante que uma empresa será relevante ou bem sucedida em seu mercado de atuação. Cada empreendedor ou gestor precisa saber, desde cedo, a necessidade de encontrar e construir o seu próprio caminho. No entanto, há ingredientes chaves que serão fundamentais para elaborar essa história.

Para ser relevante, invariavelmente uma companhia precisa passar por um processo de construção da autoridade. Nada confere maior peso à relevância de um negócio do que o estabelecimento de uma reputação positiva que abarca todos os aspectos associados à marca. A estruturação do posicionamento como referência em seu setor de atuação se dá por diferentes caminhos, passando desde a indicações e conquistas em premiações de mercado, pela presença de forma constante e qualificada na imprensa, até a produção de conteúdos relevantes e atualizados nas redes sociais. Tais esforços, combinados, podem conferir à empresa um protagonismo inquestionável em seu segmento.

No entanto, é preciso entender que a autoridade por si só é insuficiente sem o elemento vital da entrega de resultados. Independentemente do setor ou do tamanho da corporação, é impraticável preservar uma posição relevante no mercado sem atender às expectativas e demandas dos clientes e parceiros. O sucesso de uma marca é frequentemente medido pelo valor que ela entrega, refletindo diretamente na sua capacidade de gerar números tangíveis e satisfatórios. Se a produção não estiver coerente com o que é esperado, todo o resto à volta irá desmoronar, uma hora ou outra.

Pilares fundamentais

Apesar da ausência de uma fórmula definitiva para a conquista da relevância, é inegável que a construção de autoridade e a entrega de resultados são elementos fundamentais. Contudo, tais elementos estão longe de operarem de forma isolada. Na verdade, eles atuam muito mais como peças de um quebra-cabeça que se encaixam para gerar relevância e êxito de um negócio. Nesse sentido, costumo dizer que existem quatro pilares fundamentais que sustentam a autoridade e os resultados de uma empresa: vendas, gestão, performance e cultura.

As vendas representam a essência do negócio, pois são responsáveis por gerar receita e impulsionar o crescimento. Já uma gestão eficaz garante que os recursos sejam alocados de forma estratégica, os processos sejam otimizados e os objetivos obviamente alcançados. A performance, por sua vez, refere-se à capacidade da corporação em executar suas operações com excelência, mantendo altos padrões de qualidade e eficiência. Complementando tudo isso, a cultura organizacional molda todo o ambiente de trabalho, influenciando o comportamento dos colaboradores e a maneira como é conhecida, tanto interna, mas principalmente externamente.

Alcançar o equilíbrio dos pilares permite que uma companhia estabeleça uma base sólida, não apenas para manter sua autoridade, mas também para garantir resultados consistentes e significativos. Cada fator, atuando em harmonia com os demais, cria um ecossistema empresarial resiliente e adaptável às dinâmicas do mercado.

Sucesso por diferentes olhares

Da mesma forma que não existe um modelo único para se tornar relevante, é preciso sempre ter em mente que também não há uma única forma de sucesso. Existe, por exemplo, empreendedor que deseja ter sucesso financeiro e não tem interesse em ter uma posição de destaque na mídia, enquanto outros preferem assegurar o reconhecimento midiático do que um faturamento tão expressivo.

Independentemente dos objetivos específicos, é essencial que os empreendedores tenham uma definição clara do que constitui o sucesso para sua organização. Até porque, só é possível saber como chegar num objetivo após ter ele muito bem definido. Tal clareza facilita a escolha de estratégias e ferramentas adequadas, como as metodologias OKR, que proporcionam uma estrutura perceptível para a organização e acompanhamento de metas, alinhando toda a empresa em direção a um propósito comum.

Embora não exista um manual para a busca da relevância, a combinação de construção de autoridade, entrega de resultados e o fortalecimento de pilares estratégicos é uma receita que tende a ser extremamente saborosa. Apesar dos ingredientes serem muitas vezes compartilhados entre os empreendedores, o modo de preparo é que irá verdadeiramente trazer um toque diferente ao negócio. E hoje é o grande desafio das marcas que almejam notoriedade no mercado.

*João Brognoli – CEO e fundador do Grupo Duo&Co

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Governança digital é o pilar invisível por trás de uma boa campanha de marketing

Publicado

em

*Adalberto Generoso

Não é de hoje que as empresas passaram a realizar mudanças bruscas em suas campanhas de marketing. Atualmente, companhias de praticamente todos os segmentos estão apostando em metodologias impulsionadas por novas tecnologias e formatos para colocar essas ações em prática, visando um crescimento acelerado no mercado.

É dentro dessa realidade que a governança digital emerge como um pilar fundamental para o sucesso de qualquer negócio.

Mas, para entender essa importância, precisamos recapitular um pouco a principal finalidade das campanhas de marketing: atrair a atenção do público-alvo diante da abundância de canais e conteúdos. Trata-se de um grande desafio, que pede por alguns protocolos.

O maior deles é a necessidade de reunir materiais digitais em uma só plataforma de maneira organizada e estruturada, permitindo que o acesso aos arquivos seja controlado e mapeado, de modo que a empresa domine o uso de imagens, vídeos, apresentações, documentos, dentre outros elementos.

Assim, o time de marketing poderá ter uma visão ampla do seu campo de ação, executando com uma maior precisão projetos que tragam valor ao negócio. Ou, em outras palavras, campanhas impactantes que conversam com o cliente e geram a conversão.

Como uma plataforma DAM contribui para a governança digital
De todos os modelos e soluções presentes no mercado que podem ajudar uma marca a alcançar a governança digital, o DAM (Digital Asset Management) se destaca. A partir do momento que uma plataforma como essa se torna o acervo histórico da empresa, todos os seus materiais de comunicação são armazenados e distribuídos de modo seguro e assertivo.

Primeiramente, esse benefício se deve à sua capacidade de estabelecer padrões de segurança rigorosos. Todas as atividades que estão sendo realizadas dentro dos sistemas das companhias são controladas integralmente, o que não apenas garante um tratamento adequado dos arquivos, como também impulsiona a eficiência operacional e o levantamento de insights estratégicos.

Por exemplo, se olharmos para profissionais de marketing que possuem um salário médio de R$ 5 mil e uma carga horária de trabalho de 160 horas/mês, com uma plataforma de gestão de ativos digitais, a empresa pode economizar cerca de 80% do tempo e R$ 7 milhões nos processos de produção de campanhas. Consequentemente, os projetos tendem a trazer um Retorno Sobre Investimento (ROI) maior, podendo chegar a até 200%.

Inclusive, um relatório do Mordor Intelligence demonstra que as organizações estão atentas a esses atributos. A estimativa é que o mercado de DAM atinja cerca de US$ 5,2 bilhões este ano e dobre até 2029, trazendo uma taxa de crescimento anual de mais de 15,2%.

Vantagens de incorporar a IA ao DAM
Ao debatermos o setor de marketing na atualidade, também não podemos deixar de pensar na Inteligência Artificial (IA), principalmente no que se diz respeito às IAs Generativas. Essa tecnologia vai auxiliar cada vez mais as equipes de marketing a olharem para além do óbvio e, de fato, atribuírem à marca uma personalidade forte em suas campanhas.

Basicamente, em um futuro próximo, a tecnologia será capaz de criar conteúdos de base qualificados, permitindo que os profissionais tenham tempo para pensar “fora da caixa” e executem planos de ação complexos. Por outro lado, isso só será possível se esse recurso obter acesso a uma base histórica estruturada e categorizada da empresa.

Estamos falando de campanhas antigas, publicações, imagens de produtos ou qualquer outro material de comunicação que possa ser útil para o processo criativo de novos projetos. É nesse sentido que a incorporação dessa tecnologia ao DAM entra como um divisor de águas.

A plataforma já qualifica todos os ativos digitais da empresa, possibilitando que, eventualmente, uma IA Generativa seja utilizada de forma alinhada aos seus objetivos. Logo, cria-se um ciclo de produção organizado e consciente, sem um uso limitado desse recurso tecnológico.

Essa é a prova definitiva de que a governança digital não é só um conceito abstrato, mas sim um alicerce por trás das campanhas de marketing bem-sucedidas. Implementar as respectivas tecnologias corretamente – inclusive com a ajuda de parceiros especializados – deve ser uma das prioridades das marcas que pretendem construir crescer de maneira sustentável na realidade atual.

*Adalberto Generoso – Cofundador e CEO da Yapoli, referência em gestão de ativos digitais do Brasil.

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