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Lara Krumholz – Qual história você quer contar pós-pandemia?

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Por Lara Krumholz

A crise do Covid-19 apresenta enormes desafios para a comunicação das marcas, como reflexo das incertezas do momento. A força do novo coronavírus trouxe a sensação inicial de paralisia. O momento, no entanto, é mais do que nunca de se posicionar e se perfilar na linha de frente de combate à doença.

As marcas que optarem por esse direcionamento sairão mais fortes e mais relevantes para os consumidores. Com escreveu Alvin Toffler, um dos mais renomados futurólogos do planeta, “o analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”.

O levantamento BrandZ, da Kantar, reforça esse entendimento, demonstrando o poder de crescimento e de recuperação de marcas fortes diante do enfrentamento de crises e adversidades.

O que precisamos fazer?
Enquanto companhias, estamos no momento de apresentar não os nossos produtos, e sim a nossa história, os valores e propósitos que formam a nossa identidade.

Isso, a partir de ações reais, como demonstram situações a exemplo do lançamento de uma plataforma digital de vendas para auxiliar micro e pequenos varejistas e profissionais autônomos pela Magazine Luiza; e da produção de álcool em gel para distribuição em hospitais públicos pela Ambev, entre outras dezenas de iniciativas.

Essa comunicação proativa, esclarecendo sobre os serviços disponíveis, cuidados e prevenções para a manutenção das operações e respeito para com os seus colaboradores, é o nosso must-do do momento. Afinal, uma marca parceira não está presente apenas nos bons momentos, certo?

Conectando mensagem e público
Além de remodelar os discursos, saindo da performance para o branding, as empresas precisam fortalecer e estruturar os canais de mídia, transmitindo as mensagens para o seu público e informando sobre o impacto das suas ações.

Nos nossos estudos recentes, percebemos, por exemplo, alguns mercados que serão mais demandados, como entretenimento, games, bens de consumo, e-commerces e saúde. Como fazer com que o público que conheça as suas iniciativas para o período, como mudanças nos processos e novos serviços e facilidades para quem está em isolamento social?

Durante o início da crise do coronavírus, o consumo global de mídia aumentou 15% na mídia, de acordo com a Nielsen. Se as notícias e os conteúdos para crianças são os programas mais populares na TV, o que acontece quando audiência vai ao online? O levantamento aponta alta de 61% no consumo de streaming e de 66% em streaming ao vivo nas plataformas de vídeo.

Fonte: DynAdmic


Seguindo a tendência mundial, no Brasil, segundo dados da Kantar e do Twitter, mais de 50% dos usuários da internet afirmam ter começado a consumir mais streaming. O que isso significa? Que as marcas precisam contar as suas histórias em diferentes plataformas, seja a partir de publicidade contextual, sincronização on e offline ou com iniciativas em TV conectada.

Será essa integração entre o conteúdo, mensagens e estratégias de mídia alinhadas à nova realidade que conseguirá transmitir e contar melhor a sua história. Precisamos ficar de quarentena, mas as nossas marcas têm que estar de prontidão, estabelecendo conexões, criando, participando e interagindo com iniciativas que fortaleçam a luta contra a proliferação do vírus.

*Lara Krumholz é vice-presidente da Dynadmic para América Latina

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Estamos preparados para 2027? 3 sinais de que sua empresa está atrasada na corrida da IA

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*Por Anselmo Albuquerque

Recentemente, mergulhei no projeto AI-2027 (https://ai-2027.com), uma simulação detalhada do futuro da inteligência artificial nos próximos meses. O estudo foi elaborado por Daniel Kokotajlo, pesquisador da Open Philanthropy especializado em cenários de longo prazo e riscos existenciais ligados à IA, e conta com uma introdução escrita por Scott Alexander, autor do blog Astral Codex Ten e uma das vozes mais influentes na análise crítica de tendências tecnológicas e filosóficas contemporâneas, não é um exercício de ficção. É um alerta racional e estratégico.

Trata-se de uma narrativa construída mês a mês, com projeções realistas sobre como a IA pode evoluir, colidir com estruturas sociais e impactar decisões políticas, econômicas e até existenciais. Mas o ponto que mais me chamou atenção não foi o “quando”. Foi o “como”.

Três sinais que merecem nossa atenção agora

1. IA criando IA: o gatilho da aceleração cognitiva
Quando uma IA for capaz de desenvolver ou melhorar outras IAs, entraremos num novo ciclo evolutivo, onde a velocidade do avanço tecnológico deixará qualquer modelo de planejamento humano obsoleto. Esse é o ponto de virada. O que era linear se torna exponencial.

2. Cibersegurança como novo campo de batalha
As primeiras aplicações geopolíticas da superinteligência podem surgir no subsolo invisível dos ataques cibernéticos. Países, empresas e organizações estarão vulneráveis não a tanques, mas a códigos. Quem não entender isso, vai continuar investindo em estratégias do século XX para enfrentar desafios do XXI.

3. Linguagem opaca entre máquinas: o risco do neuralese*
Imagine duas IAs conversando em uma linguagem que nem os engenheiros que as criaram conseguem entender. Sem transparência, perdemos o alinhamento. E sem alinhamento, entregamos poder a uma caixa-preta que decide por nós sem sabermos como ou por quê.

2027 pode parecer longe. Mas em termos de desenvolvimento de IA, é quase amanhã. Só para você ter uma ideia, a OpenAI já realizou mais de 20 atualizações significativas no ChatGPT desde 2022. Isso inclui novos modelos (como GPT-4 e GPT-4-turbo), capacidades multimodais (voz, visão, código), uma loja de GPTs personalizados e interfaces mais integradas ao cotidiano das empresas e pessoas.

E aqui vem o ponto-chave: diferente de outras “transformações digitais” pelas quais empresas passaram nos últimos anos, muitas das quais sequer mudaram o chip da alta liderança, a IA exige uma mudança estrutural de visão, de linguagem e de prioridade.

Estamos falando de algo muito mais estratégico do que trocar um sistema de ERP. Quantas empresas passaram anos decidindo qual ERP implantar, levaram outros tantos para implementar, e hoje usam menos de 10 por cento da sua capacidade? Com a IA, essa abordagem incremental simplesmente não vai funcionar.

A pergunta real é: você está na prática compreendendo que isso vai muito além de um ChatGPT? Você já colocou esse tema entre as 3 prioridades estratégicas da sua empresa para os próximos 24 meses?

Se você é líder, empreendedor ou profissional de marketing ou comunicação, este é o momento de pensar e agir com uma velocidade e profundidade que talvez você nunca tenha considerado antes. Pensar como arquiteto do futuro, com os pés no presente, mas os olhos firmes na linha de colisão entre humanos e inteligências artificiais.

Referências:

*Neuralese é um termo usado no cenário AI-2027 para descrever uma linguagem interna que IAs podem desenvolver ao se comunicarem entre si, potencialmente indecifrável para humanos. Essa opacidade pode dificultar a supervisão e o alinhamento com valores humanos, tornando a IA uma caixa-preta.

*Anselmo Albuquerque – CEO da Lean Agency, publicitário com mais de 20 anos de experiência no mercado de comunicação. Reconhecido como referência no tema de Inteligência Artificial.

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“Branding de legado: o que Alfred Nobel ainda ensina sobre reputação e propósito”

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*David V. Bydlowski

Quando falamos em branding pessoal ou reputação de marca, a história de Alfred Nobel continua sendo um dos exemplos mais potentes, e talvez mais incômodos, de como memória e legado são construídos. O químico sueco, celebrado hoje como patrono do Prêmio Nobel, foi também o inventor da dinamite, descoberta que o tornou milionário no século XIX. Porém com a fortuna veio a culpa e a reputação sobre uma descoberta cujo impacto se estendeu a cenários de guerra.

O ponto de virada aconteceu por acidente. Após a morte de seu irmão, um jornal francês publicou, por engano, o obituário de Alfred Nobel. O título era devastador: “O mercador da morte está morto”. Naquele instante, Nobel teve um choque de reputação: percebeu que seria lembrado não como um cientista brilhante, mas como alguém associado à destruição.

Esse episódio ecoa fortemente no presente, pois foi com essa manchete que Nobel decidiu transformar o significado do seu nome, criando a nobre instituição pela qual hoje é lembrado. Trazendo ao universo digital dos dias atuais, percebe-se que não é mais apenas a imprensa que molda a narrativa, mas milhares de interações diárias. Se você não cuida da sua história, o público a escreve por você e nem sempre da maneira mais justa.

O obituário digital

Vivemos em um tempo em que a reputação não é construída apenas por campanhas sofisticadas ou slogans bem pensados, mas por rastros cotidianos: curtidas, posts, vídeos, comentários soltos, tweets deletados. Cada fragmento é uma peça que compõe o que se poderia chamar de “obituário digital”. Uma biografia coletiva e permanente, formada por aquilo que o mercado, os consumidores e os algoritmos interpretam e guardam sobre você ou sua marca.

A lição de Alfred Nobel é clara: branding não é só imagem. É herança. Reposicionar é mais que comunicar

Em vez de tentar apagar a associação com a destruição, Nobel escolheu outra estratégia: destinou 94% de sua fortuna à criação do Prêmio Nobel, uma instituição dedicada a reconhecer avanços da humanidade. Nem usou sua fortuna para tentar pagar jornalistas para escrever sobre sua história sob outra ótica. Criou propósito.

Esse gesto é um paralelo direto com as empresas que, hoje, ultrapassam o território do marketing de produto e constroem reputações ancoradas em ESG, impacto social e coerência narrativa de longo prazo. Não se trata de cosmética, mas de estrutura.

Para quem trabalha com comunicação, a reflexão é inevitável: SEO, redes sociais, vídeos e campanhas não são apenas ferramentas de performance. São instrumentos de memória. O que se publica hoje pode aparecer amanhã em um pitch, em uma negociação de M&A ou na decisão final de um consumidor.

O que a publicidade tem a ver com isso?

Tudo. Muitas marcas ainda operam sob a lógica do branding de ocasião, a resposta rápida à tendência, à crise ou ao algoritmo. Mas branding de oportunidade não sustenta branding de legado. E a consequência é clara: As empresas que constroem com intencionalidade, colhem os frutos por gerações.

Alfred Nobel nos lembra que reputação é menos sobre o que você vende e mais sobre o que você deixa. Cabe às marcas e às pessoas decidir se sua história será esquecível ou transformadora.

Em tempo: Nobel morreu em 10 de dezembro de 1896, em San Remo, na Itália. E hoje poucas pessoas sabem que ele foi também o criador da dinamite.

*David V. Bydlowski – Fundador e principal executivo da Rosh Digital, agência com foco em inovação digital e inteligência artificial.

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