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Investimento em marketing mix modeling prepara big techs para mundo pós-cookies

Publicado

em

*Daniel Guinezi

Desde que as primeiras normas regulatórias sobre o uso de dados pessoais começaram a circular, em meados de 2016, as plataformas de mídia vêm se preparando para uma realidade na qual o acesso a esses dados não é mais tão facilitado. Paralelamente, profissionais de marketing e publicidade travam uma batalha antiga contra os modelos tradicionais de mensuração e segmentação de estratégias de mídia, galgados em cima das facilidades que essas plataformas vêm oferecendo até então.

Por um lado sendo pressionados a se adaptar a um mundo ainda incerto e, por outro, buscando inovar constantemente à medida que novas soluções prometem retornos sobre ativos (ROAs) cada vez mais agressivos, um fantasma paira sobre as big techs e seus anunciantes, que podem se ver lidando com bloqueios de third-party cookies no futuro: como mensurar e otimizar investimentos em mídia com o menor risco possível e de forma cada vez mais independente?

Nos últimos anos, as gigantes do setor de tecnologia Google e Meta, responsáveis pelas principais plataformas de anúncio utilizadas hoje no marketing digital, têm feito investimentos significativos em frameworks de marketing mix modeling (MMM). O Google se prepara para lançar ao grande público sua própria solução para integração e mensuração de mídia na forma do Google Meridian, em resposta à Meta, que saiu na frente com o projeto Robyn.

O Google Meridian é um framework avançado de MMM que utiliza uma combinação de técnicas de análise de dados e algoritmos de machine learning para fornecer insights profundos sobre o desempenho de campanhas de marketing, enriquecendo suas análises com fatores exógenos de venda, sazonalidade e eventos específicos de cada setor.

Já o Meta Robyn busca cruzar e analisar dados de engajamento e comportamento do usuário nas plataformas sob o guarda-chuva da Meta, como Facebook e Instagram, e vincular esses dados aos resultados de negócios das empresas. Além disso, o Meta Robyn utiliza algoritmos avançados de IA para identificar padrões de comportamento dos usuários e prever o desempenho futuro das campanhas de marketing em sua plataforma de anúncios, possibilitando análises preditivas mais detalhadas.

Em ambos os casos, a integração de dados permite uma análise abrangente do mix de marketing e uma compreensão mais completa do impacto de cada variável no lucro da empresa.

Embora esteja em alta agora, o MMM não é novidade e nem exclusividade das big techs. A ferramenta remonta às raízes da economia e da econometria, tendo sido originalmente desenvolvida para analisar o impacto das diferentes variáveis de marketing nas vendas no final do século XIX e início do século XX, quando economistas e estatísticos começaram a explorar maneiras de quantificar o impacto das variáveis de marketing nas vendas e nos resultados comerciais das empresas.

Foi durante os anos 1960 e 1970 que o MMM começou a ganhar destaque como uma técnica econometricamente sólida para analisar o mix de marketing. Com o avanço de tecnologias que favoreceram a análise de dados, o MMM evoluiu para se tornar uma solução capaz de processar um grande volume de dados com diversas variáveis e fornecer insights rápidos e precisos. Atualmente, algoritmos avançados de IA, quando acoplados a esses frameworks, podem identificar padrões complexos com uma análise mais granular e em tempo real, permitindo que as empresas otimizem suas estratégias de forma ainda mais ágil e eficiente.

Com o fim iminente dos cookies de terceiros e a implementação de leis de privacidade mais severas, como a GDPR na União Europeia, a CCPA na Califórnia e a LGPD no Brasil, as empresas que investem amplamente em publicidade online enfrentam desafios significativos na hora de trackear o comportamento dos consumidores e personalizar suas estratégias de marketing de maneira eficaz.

Isso inclui um aumento da dependência de canais proprietários, maiores lacunas de atribuição e necessidade potencial de exploração de tecnologias como single sign on e contextual targeting, além da adoção de abordagens baseadas em consentimento e transparência no uso e tratamento de dados dos usuários.

O MMM ressurge como uma solução viável para superar muitos desses obstáculos, oferecendo uma abordagem baseada em dados que não depende do rastreamento individual do usuário. A solução também visa diminuir saltos hipotéticos que, no contexto de investimentos milionários em mídia, podem, muitas vezes, comprometer tomadas de decisão altamente estratégicas devido à incerteza sobre a assertividade dos KPIs do negócio.

Nesse contexto, o marketing mix modeling emerge novamente como uma ferramenta essencial para as empresas permanecerem competitivas em suas estratégias de marketing. Com o apoio de investimentos das big techs e avanços contínuos em IA e machine learning, a ferramenta está se adaptando às demandas do mundo moderno, oferecendo uma abordagem baseada em dados que respeita a privacidade do usuário e proporciona mais segurança, objetividade e transparência nos investimentos em mídia.

*Daniel Guinezi – CEO da martech Uncover

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Como aproveitar as trends das redes sociais para alavancar os negócios em barbearias

Publicado

em

*Por Anderson Galdino de Lima

Nos últimos anos, o mercado de beleza masculina vem crescendo exponencialmente, com barbearias se tornando um verdadeiro fenômeno no cenário urbano. Esses espaços deixaram de ser meros pontos de corte de cabelo e barba para se tornarem lugares de promoção de experiências de cuidado e bem-estar. Nesse contexto, o marketing digital tem desempenhado um papel fundamental na forma como essas barbearias se comunicam com seu público-alvo. 

 

Elas surgiram como um canal essencial para promover esses estabelecimentos, tornando-se verdadeiros propulsores de tendências (ou “trends”) que podem ser exploradas para alavancar os negócios.

 

Nesses 20 anos de atuação como cabeleireiro e 15 anos como instrutor, vivenciei uma transformação significativa nesse mercado. Se antes a propaganda boca a boca era o principal meio de divulgação, hoje Instagram, TikTok e YouTube, são fundamentais para construir uma marca forte e atraente. O marketing nas barbearias evoluiu para algo mais estratégico, focando em criar uma identidade visual e um estilo de comunicação que reflitam as necessidades e os desejos do homem moderno.

 

Assim, além de entender de corte de cabelo, tratamento de barba, design de barba e coloração entre outras opções de serviços, o barbeiro precisa estar pronto para gerar uma experiência única, transformando o seu espaço em um local onde o cliente se sinta acolhido e possa relaxar enquanto cuida da aparência. O marketing, então, passou a ter um papel central na criação dessa experiência, utilizando estratégias como a produção de conteúdo relevante, branding autêntico e, claro, o aproveitamento das trends para viralizar.

 

Com o aumento do uso das redes sociais, as barbearias encontram nessas plataformas uma oportunidade de ouro para expandir sua presença e alcançar um público cada vez maior. Ao acompanhar as trends — seja no formato de vídeos curtos, desafios virais ou novos estilos de cortes e cuidados — os profissionais conseguem se conectar de maneira mais próxima com o público, engajar novos clientes e criar uma comunidade ao redor da marca.

 

Desse modo, aproveitar as trends das redes sociais pode ser uma estratégia eficiente para transformar uma barbearia em um negócio bem-sucedido e badalado. Veja 5 dicas práticas que podem ajudar no sucesso das barbearias:

 

  1. Identifique as principais trends de cuidado masculino

É importante estar atento às tendências que circulam nas redes sociais relacionadas ao mundo da beleza masculina. Isso inclui novos cortes de cabelo, estilos de barba e até mesmo cuidados com a pele e produtos. Por exemplo, se um estilo específico de corte de cabelo se torna viral no TikTok, sua barbearia pode criar conteúdo mostrando como esse corte é feito, além de oferecer esse serviço de forma destacada.

 

  1. Produza conteúdo relevante e de qualidade

O conteúdo é a alma do marketing nas redes sociais. Por isso, criar vídeos, fotos e posts que ofereçam dicas e orientações práticas para os homens pode fazer uma enorme diferença. Inclua tutoriais de como manter a barba em casa, dicas de produtos para cuidar do cabelo, ou até mesmo orientações sobre como escolher o melhor estilo de corte para cada tipo de rosto.

 

  1. Use vídeos curtos e dinâmicos

Plataformas como Instagram Reels, TikTok e até mesmo YouTube Shorts têm priorizado vídeos curtos e dinâmicos. Estes são o formato ideal para capturar a atenção dos usuários em poucos segundos.

 

  1. Incentive o engajamento com o público

As redes sociais são, acima de tudo, plataformas de interação. Responder a comentários, fazer enquetes e até mesmo usar “challenges” que envolvam os seguidores é uma ótima forma de criar uma comunidade engajada ao redor da barbearia.

 

  1. Aposte em parcerias com influenciadores

O marketing de influência é uma das estratégias mais eficazes nas redes sociais. No mercado de beleza masculina, muitos influenciadores e blogueiros já se especializam em cuidados pessoais para o homem moderno. Fazer parcerias com esses influenciadores pode ser uma maneira eficiente de alcançar um novo público e fortalecer a credibilidade da barbearia.

Além de seguir as trends, produzir conteúdo com dicas de cuidados pessoais para os homens pode ser um grande diferencial para a barbearia. Homens estão cada vez mais interessados em aprender sobre cuidados com o cabelo, a pele, a barba e até mesmo o bem-estar físico e mental. Portanto, ao criar conteúdos que ensinem e eduquem sobre esses temas, sua barbearia estará se destacando da concorrência.

 

Ao transformar a barbearia em uma referência no cuidado masculino, não apenas no ambiente físico, mas também digital, pode significar a consolidação do espaço como um ponto de encontro e referência para homens que buscam estar sempre bem cuidados e por dentro das tendências.

 

Por isso, é possível assegurar que a chave para o sucesso está em estar sempre atento às novidades, produzir conteúdo autêntico e relevante, e interagir de forma ativa com a comunidade. Ao seguir essas estratégias, sua barbearia pode se transformar em um ponto de encontro badalado e desejado por homens que buscam não só cuidar da aparência, mas também vivenciar uma experiência de bem-estar e estilo.

 

*Anderson Galdino de Lima é um empreendedor no segmento da beleza masculina, instrutor e barbeiro profissional que vem ministrando cursos de capacitação para barbeiros desde 2008. Com uma vasta experiência na área, se tornou referência no mercado da barbearia com participações em eventos, feiras do setor e em especializações no Brasil e na América Latina. Além disso, é reconhecido com medalha de ouro pelo Conselho Nacional dos Profissionais de Beleza pelo trabalho, dedicação e empenho junto ao mercado da beleza.

 

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IA generativa e os novos formatos de mídia

Publicado

em

*Bruno Campos de Oliveira

Muito se fala nos dias de hoje sobre a Inteligência Artificial (IA). Ela, contudo, faz parte da vida das pessoas há muito tempo, por vezes de forma invisível. O que vimos nos últimos anos, porém, foi uma revolução impulsionada pela IA generativa, uma vertente capaz de criar conteúdos variados: de textos, imagens, músicas e vídeos, até ambientes digitais imersivos. Essa transformação não apenas trouxe novas ferramentas criativas, mas democratizou o acesso a essas tecnologias, fazendo com que qualquer pessoa com um smartphone ou notebook possa se tornar uma criadora de mídia.

O grande divisor de águas, na minha avaliação, foi o surgimento e a popularização das IAs generativas. De modo quase instantâneo, elas passaram a desempenhar papéis que antes dependiam de habilidades técnicas complexas e de anos de estudo. A capacidade de criar textos coerentes, imagens realistas ou músicas envolventes em questão de segundos desafia o próprio conceito de autoria e cria oportunidades inéditas. Essa inovação, por enquanto, tem sido dominada por conteúdos em texto e imagem. O próximo passo, contudo, parece óbvio: a criação de novos formatos de mídia.

Do estático ao dinâmico: o próximo salto

Estamos na fase inicial da IA generativa. Textos e imagens são produzidos com uma facilidade impressionante, mas são criações que, em sua maioria, ainda podem ser consideradas estáticas. A verdadeira inovação, no entanto, será integrar a IA para criar formatos dinâmicos e interativos. Pense em vídeos gerados automaticamente que respondem ao toque, ao som ou à interação do espectador em tempo real. Ou, em jogos que se adaptam de forma contínua ao comportamento do player, modificando a narrativa com base em suas escolhas.

Um exemplo disso são os experimentos com a criação de realidades virtuais ou aumentadas, ambientes gerados pela IA em que os limites entre o físico e o digital se tornam quase indistintos. Nesses espaços, será possível não só consumir conteúdo, mas também interagir e criar experiências que antes pareciam saídas de um filme de ficção científica.

Se o campo de textos e imagens já está consolidado, penso que as próximas frentes de expansão da IA generativa são os áudios e vídeos. A criação de vozes sintéticas, que imitam perfeitamente vozes humanas, já se encontra em um estágio avançado. Isso permite que narrativas de audiolivros, podcasts ou músicas sejam geradas sem a participação de um locutor ou músico real. As possibilidades criativas são imensas: você pode imaginar, por exemplo, uma peça teatral onde os diálogos, a trilha sonora e os efeitos de som são gerados e adaptados conforme a plateia reage?

Da mesma forma, no campo do vídeo, a IA pode criar cenas em tempo real, eliminando a necessidade de filmagens tradicionais. Já existem ferramentas que simulam ambientes tridimensionais e geram vídeos a partir de simples descrições textuais, uma aplicação com potencial revolucionário para o setor audiovisual, por exemplo.

A questão central, na minha avaliação, é: no âmbito do marketing e da comunicação, como expandir essas capacidades para além dos formatos tradicionais? Uma possível resposta está na combinação de diferentes tecnologias de IA, como o machine learning e o processamento de linguagem natural, com interfaces multimodais, criando novos tipos de mídia que mesclam texto, áudio, vídeo e até interações físicas.

Imagine uma campanha interativa na qual o consumidor não apenas assiste, mas também participa ativamente da construção da narrativa. Por exemplo, um “filme vivo”, onde a trama se altera com base nas escolhas ou respostas emocionais do público. Outro exemplo, no live marketing, poderia ser a criação de experiências sensoriais em ativações, nas quais a IA cria não só o conteúdo visual e sonoro, mas também simula aromas, texturas ou temperaturas para criar uma imersão total.

Além disso, as inteligências artificiais podem ser capazes de criar conteúdo colaborativo em tempo real. Ferramentas que reúnem várias pessoas, cada uma contribuindo com suas ideias, e, com a ajuda da IA, combinam essas sugestões para gerar um produto final coletivo — seja ele um filme, uma música, ou uma campanha 100% interativa. Esse tipo de produção expandiria a criação de mídia para algo que envolve comunidades inteiras, onde o papel do criador se torna muito mais fluido.

Desafios e oportunidades

Se por um lado a IA generativa abre possibilidades criativas, também traz desafios. A autoria de obras geradas por IA é uma questão ainda em aberto: de quem é a criação? Do algoritmo, do humano que alimentou a IA, ou de ambos? Além disso, o impacto no mercado de trabalho, especialmente nas indústrias criativas, precisa ser cuidadosamente avaliado. Profissões como designers, redatores e até desenvolvedores, poderão ser transformadas ou substituídas.

No entanto, ao mesmo tempo, a IA oferece uma oportunidade única para reinventar a forma como consumimos e produzimos conteúdo. O futuro pode reservar a criação de formatos de mídia que sequer conseguimos conceber plenamente hoje, expandindo as fronteiras da publicidade, do entretenimento e de muitas outras indústrias.

A IA generativa já alterou profundamente a maneira como interagimos com o conteúdo, e sua expansão para novos formatos é apenas uma questão de tempo. O futuro da mídia está em ser moldado por uma co-criação entre humanos e máquinas, e essa jornada está apenas começando.


* Bruno Campos de Oliveira – CEO da Pixel Roads

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