Artigos
Influência digital regional e a forma de fazer publicidade com sotaque

*Isabela Soller
No mundo offline a forma da publicidade alcançar o público funcionava de maneira imprecisa. O melhor lugar em uma revista ou no dito horário nobre era uma ferramenta quase que exclusiva a grandes marcas, e deixava a margem os pequenos e médios negócios. E a internet os deu lugar ao sol.
As redes sociais democratizaram a exposição, não apenas de pessoas e discursos, mas tornaram-se ferramentas de mudança de padrões de comportamento e de consumo.
A precisão dos dados do público que se impacta, munida aos dados de interação dos perfis nas redes virou a mesa no mundo publicitário, o que antes era restrito a alguns veículos experimentou uma expansão e pulverização absurda de mercados e praças.
Justamente por saber exatamente onde está o cliente e como acessá-lo, marcas de todos os tamanhos puderam orientar seus recursos no meio digital e experimentaram um crescimento exponencial.
A regionalização da publicidade é uma tendência de mercado, possibilita estabelecer uma fórmula de comunicação própria de cada região, caminho para resultados expressivos.
O mapeamento de influenciadores é uma ferramenta que é porta de entrada de um produto em uma nova praça, ou estabelecimento de um novo posicionamento da imagem. E, seja por um motivo ou por outro, a regionalização e especialização do alcance publicitário através de influenciadores locais é inegável precedente para o melhor retorno. Afinal somos um país continental com necessidades e, consequentemente, soluções diferentes, é impossível usar exatamente a mesma receita/abordagem em todo lugar e esperar ter otimização de resultados.
Em cada parte do país as pessoas apresentam comportamentos e hábitos diferentes, por isso, para atingir o consumidor de uma determinada cidade, os influenciadores regionais são uma ótima estratégia. Falamos assim de nicho e criadores de conteúdo que entendem determinado local e criam para o local. Trata-se daquela máxima: se você quiser falar com um público de uma determinada região, primeiro conheça a região.
Vale ressaltar que, para atingir o sucesso em divulgações regionais, é fundamental entender o objetivo da campanha. Isso é um filtro muito importante porque se a ação for muito legal, mas não estiver alinhada com a persona da marca e com o perfil do público ela perde legitimidade e se torna ineficiente.
A reinvenção de como se fazer publicidade está acontecendo agora nas redes e o objetivo é simples: impactar o potencial consumidor com uma experiência pessoal, culturalmente próxima, de forma precisa e eficaz.
*Isabela Soller – Especialista em marketing de influência e CEO do Grupo Soller
Artigos
Cultura de paz: a nova estratégia para negócios relevantes

*Andrea Pitta
Hoje, quem planeja o futuro precisa estar pronto para se adaptar a um cenário em constante mudança. O cenário global passa por um “reset” acelerado, impulsionado pela
instabilidade geopolítica e pela ruptura dos velhos fluxos econômicos. Não estamos apenas diante de uma revolução industrial – vivemos uma revolução cultural, social e humana. As perguntas centrais agora são: Como construir sem destruir? Como criar prosperidade respeitando a vida, a natureza e a diversidade?
O futuro exige mudança de mentalidade. E mudança se faz por meio de educação, informação e novas referências de convivência. Grandes desafios também são grandes oportunidades. Em tempos turbulentos, equilíbrio é a maior força. E o melhor caminho para construir esse equilíbrio é expandir a atuação com base na cultura de paz.
De competição a cooperação
Durante séculos, sucesso foi sinônimo de competição extrema. Mas hoje, organizações que promovem a pluralidade, como a Natura, mostram que a inclusão, a equidade e a
visão ESG criam marcas mais fortes, times mais engajados e resultados mais sólidos. Porém, ESG sozinho não basta. É necessário trabalhar programas práticos de mudança
cultural: diálogo entre equipes, capacitação em comunicação não-violenta, gestão de conflitos, combate ao preconceito implícito.
Criar ambientes positivos, diversos e colaborativos não é mais apenas “o certo a fazer” – é estratégia de sobrevivência e crescimento.
Cultura de paz na prática
No universo dos eventos e do brand experience, cultivar essa mentalidade é essencial. Não basta criar experiências impactantes; é preciso que elas conectem pessoas de forma genuína, despertando pertencimento e propósito.
Ambientes tóxicos sabotam a inovação e a produtividade. Ambientes que praticam a cultura de paz criam times mais criativos, clientes mais leais e marcas mais relevantes.
A transformação que o mercado exige não é apenas tecnológica – é humana. E a liderança do futuro será de quem entender que crescer é, antes de tudo, cultivar.
Como dizia Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais retorna ao seu tamanho original”. Enfim, o futuro pertence a quem planta as sementes certas agora.
Artigos
O futuro do marketing não é performance vs branding: é autenticidade com resultado

*Ali Maurente
Por muito tempo, executivos e agências trataram performance e branding como lados opostos de uma mesma estratégia. De um lado, métricas como cliques, CPL e CAC. Do outro, narrativas aspiracionais que constroem reputação no longo prazo. O resultado dessa visão fragmentada foi a criação de uma falsa dicotomia, responsável por desperdício de energia e orçamentos divididos.
O futuro do marketing não será definido por “mais branding” ou “mais performance”. Ele já está sendo construído em torno de algo mais simples e, ao mesmo tempo, mais desafiador: autenticidade com resultado. Autenticidade porque consumidores, clientes e colaboradores aprenderam a identificar quando uma campanha não passa de fórmula. Não há algoritmo capaz de sustentar o que não é genuíno. Resultado porque, em última instância, conselhos e acionistas continuam cobrando ROI, crescimento e previsibilidade.
O incômodo cresce à medida que o mercado revela uma nova realidade: estamos diante de profissionais de marketing que muitas vezes não entendem de negócio. Há quem fale apenas de postagens, curtidas e seguidores, esquecendo o que realmente importa — receita e marca. Um marketing que olha só para receita morre, assim como aquele que olha apenas para marca. Uma marca sem receita é vaidade. Uma receita sem marca é commodity.
Marketing não é apenas branding. Também não é apenas performance. É o processo de criar, capturar, converter e expandir demanda, fortalecendo a marca ao mesmo tempo em que gera resultados concretos. Isso exige um entendimento profundo do negócio, e quem não souber traduzir essa equação perde espaço rapidamente. O profissional que restringe seus KPIs a seguidores perde relevância. Quem ignora receita se torna apenas mais um criador de conteúdo passageiro.
Esse desafio também não é exclusivo da área de marketing. Ele envolve o alinhamento de todas as áreas, do ICP à conversão. A marca abre portas. A receita mantém as luzes acesas. O alinhamento entre marketing e negócio sustenta o crescimento verdadeiro.
É por isso que CMOs e conselhos precisam abandonar a disputa entre awareness e conversão, entre conteúdo e CTR. O jogo atual é outro: transformar cada KPI em reflexo de uma narrativa verdadeira, capaz de construir comunidade e, ao mesmo tempo, entregar crescimento.
Autenticidade com resultado não é uma tendência. É questão de sobrevivência. Marcas que não compreenderem essa equação continuarão presas à armadilha da vaidade ou da comoditização. E profissionais que não souberem traduzi-la para o negócio perderão espaço para aqueles que entendem que marketing sempre será o motor que une significado e crescimento.
Ali Maurente – Chief Marketing Officer na PSA – Profissionais S.A.