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ESG – é mesmo possível atingir as metas de melhores práticas?

*Helio Brito Jr.
O ESG é esperança. Já não conseguimos conter o aquecimento global. Os governos e seus interesses míopes não conseguirão se organizar e, muito em breve, muitas empresas não conseguirão satisfazer as exigências das regulamentações que estão se organizando.
Expectativas de consumidores e investidores em relação às metas ambientais estão sendo observadas a cada dia mais de perto, a cada chuva torrencial, a cada incêndio florestal.
Mas como melhorar e se adaptar às melhores práticas de sustentabilidade, responsabilidade social e corporativa? É mesmo possível conseguir?
O Brasil envelhece rápido, temos desafios de países subdesenvolvidos e não conseguimos crescer mais de 2,5% ao ano. Em 2023 aumentamos as desigualdades e o desmatamento. Nenhum país tem os recursos energéticos, minerais, naturais e humanos como temos no Brasil. O maior celeiro de alimentos no mundo, com recordes de exportações de carne, frango, soja, milho, minério de ferro, e o recorde de pessoas passando fome.
Perdemos 10 posições no ranking de complexidade econômica, pois exportamos produtos de menor valor agregado.
Tragédias das políticas econômicas refletem na nossa sociedade, agora acompanhadas de tragédias naturais, cada vez mais frequentes – não esqueci das tragédias brasileiras em Juquehy, Petrópolis, Rio Grande do Sul, reflexo da crise climática que vem deixando suas marcas não só no país, mas pelo mundo.
Tantos desafios… mas o foco precisa estar em como podemos enfrentá-los com ações concretas. E, para mim, o ESG é a esperança! Porque o governo padece com seu sistema corrupto e suas brigas pelo podre poder. Mas o setor privado, como sempre, faz a diferença, pois é quem faz a economia. Gera os empregos e os impostos, gera soluções.
Trabalho na indústria de eventos brasileira que impacta, sozinha, mais de 50 setores da economia. Dados relativos ao número de Feiras e Eventos de Negócios pré-pandemia registram mais de 590 mil eventos sediados anualmente no Brasil segundo o último dimensionamento divulgado pela ABEOC – Associação Brasileira de Empresas de Eventos, em parceria com o Sebrae. Considerando apenas as feiras e eventos de negócios, são cerca de 2.000 por ano, com um impacto anual de R$ 305 bilhões somente no estado de São Paulo e cerca de R$ 1 trilhão, nacionalmente, de acordo com dados divulgados pela UBRAFE – União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios.
Imagine esse setor entregando com práticas sustentáveis e que deixem impactos positivos para a sociedade e para o Planeta?
Uma única convenção de três dias, com 800 participantes, impacta o meio ambiente em 455 toneladas de carbono, segundo divulgado recentemente pela Forbes. 455 ton CO2 equivalem a 101 carros (9,3km/l) dirigidos por um ano, ou um carro (9,3km/l) dirigido por 1.924.584 km, ou 1.300 fogões de 4 bocas ligados por 1 hora. Para positivar uma emissão dessas, seria necessário impedir o derrubamento de 12km2 de florestas, manter 2,2 milhões de m2 de florestas adultas por um ano, ou 157 toneladas de recicláveis não enviados ao aterro.
A boa notícia é que ficou mais fácil conseguir. Recentemente, o mercado brasileiro ganhou a primeira plataforma que une e instrui criadores, organizadores e prestadores de serviços para entregas com mais impactos positivos à sociedade e ao meio ambiente, o ESG Pulse. A proposta é contribuir e inspirar toda a cadeia de valor do setor, por meio da transferência de conhecimento sobre como aliar as entregas para atender com excelência os seus clientes, com as melhores práticas ESG em todos os processos que realiza, tornando-se uma referência de sustentabilidade e inclusão. De acordo com a matriz de impacto da plataforma, o ESG Pulse tem o potencial de impulsionar 400 mil negócios locais, envolver 1,2 milhão de colaboradores do setor e aprimorar mais de 4 milhões de serviços prestados.
Trata-se de uma iniciativa que é menos sobre métricas, avaliações e números e mais sobre pessoas. Nosso público são as pessoas que, de alguma forma, estejam envolvidas direta ou indiretamente com a cadeia de valor do nosso ramo, sejam clientes, fornecedores, agências, operadores, negócios e comunidade local que serão impactadas positivamente por esse movimento coletivo.
Iniciativas como essa nos mostram que, quando definimos prioridades, com vontade, profissionalismo e engajamento, sim, dá para fazer – e bem-feito.
*Helio Brito Jr. – Atua no setor de eventos há mais de 30 anos e é idealizador do ESG Pulse.
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O poder da comunicação visual no live marketing: como causar impacto e curiosidade no consumidor?

Cores, gráficos, texto, imagem, som, formatos e tamanhos. Tudo comunica algo! A comunicação visual é um ponto de diálogo com o cliente e tem como principal objetivo atrair e engajar as pessoas. Por isso, uma estratégia de comunicação visual assertiva e criativa – desenvolvida de acordo com os objetivos e a identidade da marca – garante o sucesso de muitas ativações de live marketing, fazendo os olhos dos público brilharem.
Quando a comunicação visual de uma ativação de live marketing é boa, ela desperta a curiosidade do público, reforça os valores da marca e fortalece a relação e a imagem da empresa junto ao consumidor.
Assim, nada na comunicação visual das ativações de marcas é por acaso; a Natura, por exemplo, sempre surpreende as pessoas com ações criativas e envolventes. Na festa de São João de Maracanaú-CE deste ano, o público se deparou com uma verdadeira casa da marca: um estande 360º de 10m².
A Casa Natura era colorida, com luzes e uma arquitetura única. Promovendo experiência, vivência, encantamento, engajamento e bons resultados, a ativação foi uma oportunidade excelente para aproximar a marca de seu público e lançar os novos produtos num cenário de entretenimento e diversão.
Mais recentemente, as marcas McCain e Forno de Minas, ambas do grupo canadense McCain Foods, participaram da feira de negócios varejistas Superminas, em Belo Horizonte – MG. Com um estande único e estratégico, dando destaque para as duas marcas de forma independente, o espaço contou com cozinha e balcão de serviços de alimentos e bebidas em sua área central. Com uma comunicação visual bem definida e atrativa, a presença da empresa na Superminas foi um sucesso, engajando o público varejista tanto para McCain quanto para a Forno de Minas.
Uma boa comunicação visual no local certo!
Ambas as marcas citadas exploraram grandes eventos e não foi por acaso. Ao estarem presentes em momentos importantes, as marcas fortalecem os laços com seu público. E, uma vez que aquilo que o consumidor vivenciou é positivo, ele irá compartilhar com os amigos e familiares.
Ou seja, uma boa comunicação visual em ações de live marketing tem um alto poder de engajamento tanto no momento de decisão de compra, quanto nas redes sociais.
Uma comunicação visual mediana não cumpre o seu papel e precisará ser retrabalhada, já que não comunica e não atinge o público-alvo. Mas, quando bem elaborada, o futuro é promissor. Como dizia Steve Jobs “design não é apenas o que parece e o que sente, design é como funciona”.
Maíra Holtz – Sócia-diretora e fundadora da agência Estalo
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5 ensinamentos de gamers para profissionais de marketing

Pensar em produção de conteúdo e ignorar o universo dos jogos é impensável no ramo do marketing. Primeiramente, esse é o segmento mais popular de plataformas do porte de YouTube e Twitch. Além disso, os streamers e jogos têm penetração também razoável nas comunicações por Instagram, TikTok, X…
Mas, muito mais do que a pesquisa de tendências temáticas, gamers têm ensinamentos úteis para apresentar a profissionais de marketing.
Personalidade como persuasão
Confiança é fundamental para persuasão – na vida em geral e na venda de produtos. Uma marca de VPN de jogos venderá facilmente seu serviço para proteger jogadores assim que se fizer entender como fundamental para a segurança e confiável. Porém, nem todos anúncios conseguem ter o mesmo apelo e urgência. Pior ainda, a maioria sequer consegue atrair a atenção dos consumidores.
Uma peculiaridade do mundo dos jogos é a fronteira que se borra entre anúncios e entretenimento. Frequentemente, a melhor maneira de apelar à atenção de jogadores é por meio da personalidade individual de outro jogador numa rede social.
Útil para o marketing de influenciadores e afiliados, encontrar personalidades fortes e “calibradas” com o consumidor fará consumidores esquecerem que alguém tenta vender algo a eles. Em vez disso, o foco ficará na utilidade, na descontração e na identificação com a mensagem ou interação.
O poder monumental de vídeos concisos
As plataformas digitais de vídeos são os atuais canais de preferência do público e a distribuição de conteúdo nelas é cada vez mais imediata e breve. O paradoxo aparente do mundo dos jogos é a coexistência de bem-sucedidos vídeos com horas de duração de gameplay com fragmentos de poucos segundos de TikTok e Instagram.
De fato, os streamers de jogos vêm aperfeiçoando, com pioneirismo, a maneira de explorar os vídeos curtos como uma maneira de veicular os destaques de longas sessões gravadas. A capacidade de entender os atributos fundamentais para cada canal (com ênfase breve ou longa) e saber entregar somente o essencial para cativar uma audiência é uma fonte de aprendizados indubitável.
Inspiração para storytelling original
As possibilidades interativas abrangentes de videogames já foram longamente discutidas por artistas e acadêmicos. A discussão sobre jogos como forma de arte é uma que ensaia sumir de vista, mas por vezes retorna à atenção pública.
Qualquer que seja o juízo sobre essa questão, a imersividade das plataformas e as muitas formas de se situar numa narrativa nelas deveriam ser fonte de inspiração para profissionais de marketing. Os ambientes virtuais são cada vez mais presentes e complexos para além do universos dos jogos, sercindo à comunicação diária e à fruição de experiências. Como resultado, abrem-se portas para campanhas mais complexas e interessantes do ponto de vista da elaboração de narrativas.
Comunidade poderosa de consumidores
A capacidade de mobilização de certas comunidades de jogadores certamente não tem precedentes no mundo. De milhares a milhões de pessoas se comunicando e fazendo exigências em tempo real com uma intensidade de dar inveja, por exemplo, a muitos regimes com democracia participativa.
Marcas dispõem do gerente de comunidades, que ajuda a captar as necessidades e interesses de consumidores, representando-os de certa forma… Porém, raramente com a capacidade gerar um feedback tão poderoso, ágil e definitivo quanto o das comunidades jogadoras. Foi por causa dessa potência que grandes empresas conseguiram transformar o cerne de seu negócio de “jogo como produto” a “jogo como serviço”.
É claro que não existe uma fórmula para alcançar essa capacidade de sintonia e articulação. Mas é invejável e há muito a aprender na maneira como grandes franquias de jogos são capazes de adequar o desenho de personagens, NFTs, itens de jogo, loot boxes e outros elementos de seus principais títulos às demandas coletivas de consumidores.
Meio de conexão abrangente
Já foi comentado neste artigo sobre o entrelaçamento de persuasão publicitária e entretenimento. Certos conteúdos propiciam vendas de maneira não apenas natural e útil, mas também divertida.
Essa capacidade de entreter e envolver comunidades de consumidores conectam a marca a quem as consome. É uma comunicação da proposta de valor que dá certo.
Jogos frequentemente têm a capacidade diferencial de gerar não apenas a conexão entre marca e consumidor, mas de facilitar uma comunicação entre consumidor e outro consumidor. A representação virtual e as possibilidades de mundos de fantasia abrem portas para uma conectividade universal difícil de emular naturalmente na publicidade – ou em qualquer área do mundo real, francamente.